

Medeiros (1981) em "Velhas Famílias do Seridó", comenta que a tradição oral sugere que Antônio Garcia de Sá teria sido dos Açores. E que foi morador da Fazenda Quimporó, localizada no riacho do Salgado (ou Quinquê), entre os atuais municípios de Cruzeta, Acari e São Vicente (no Rio Grande do Norte), comprada de Dona Maria Vidal da Costa, viúva de Roque do Pillar. E comenta que na ocasião havia no 1º Cartório de Caicó, um inventário de Antônio Garcia de Sá, datado de 1755 que cita apenas 11 herdeiros: sua esposa Maria Dornelles Bittencourt, que foi a inventariante e 3 filhos e 7 filhas. E que a patente de capitão está amparada documentalmente no registro de casamento de seu filho João Garcia de Sá Barroso (viúvo) com Maria de Jesus de Vasconcellos em 1790.
Anos depois, Medeiros (1998) em "Joaquim Estanislau de Medeiros (major Quinca Berto do Fechado)" já afirma que Antonio era natural da Ilha de São Miguel.
Alves (2013) em "Memorial Açoriano - Tomo LI", cita que era natural da Ilha de São Miguel, Açores talvez baseado na referência de Medeiros. E que no ano da publicação de sua obra, circulavam pela internet: listas de mais de cem açorianos chegando em Salvador, Bahia em meados do século XVIII. E recomenda que deve ser investigada a procedência de tal informação (as listas).
Araújo Lima (2016) em "Siará Grande - Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil" específica que nasceu em 1693 na Vila Franca do Campo (dado AINDA NÃO comprovado documentalmente por ainda não ter sido encontrado o assento de batismo), na Ilha de São Miguel nos Açores e que teria casado no mesmo local com Maria Dornelles Bittencourt sem especificar uma data (dado também NÃO comprovado). E sugere nas entrelinhas (pois cita o documento) que o indivíduo da seguinte inquirição de genere <http://pesquisa.adb.uminho.pt/details?id=1348739> possui alguma relação de parentesco, possivelmente se trata de um parente ou de um mero homônimo, pois cronologicamente é impossível ter pertencido a ele se for considerado que nasceu aproximadamente em 1693, ano de nascimento estimado baseado na idade que tinha quando faleceu em 1754. Chama a atenção, a exata combinação de sobrenomes.
Araújo Lima se contradiz, pois informa que Maria Dornelles Bettencourt nasceu em Recife e que os pais dela casaram nessa cidade. Então como poderia ter se casado na Vila Franca do Campo? (eis uma grande incoerência)
Araújo Lima informa outra esposa para José Garcia de Sá Barroso, e tal informação é importante, já que no ato do inventário é impossível cronologicamente que a esposa do Seridó fosse a mesma, já que ainda não era ainda nascida.
Gadelha e Filho (1926) na versão eletrônica SILB de "Datas de sesmarias" relata que recebeu a (re)confirmação duma sesmaria em 20/12/1746, no Riacho Pacuja pertencente a Ribeira do Acaraú do Ceará.
Macedo, H. F. (2018) em "Índice das Sesmarias do Ceará em Ordem Alfabética" baseado no original de Gadelha (1926), versão impressa salienta que Antônio Garcia de Sá já havia solicitado terras no Ceará pela primeira vez em meados de 20/12/1706 (se for considerado que em sua petição é mencionada tal informação), tendo solicitado uma reconfirmação quarenta anos depois para não as perder.
Antônio Garcia de Sá em 1706 tinha apenas 11 anos, sendo pouco provável ter obtido uma sesmaria com essa idade... É possível que talvez tenha ocorrido algum erro de digitação e ter obtido pela primeira vez dez anos depois (ou seja em 1716).
De qualquer fica o conselho de ser considerado o original de Gadelha (1926) para melhores esclarecimentos.
A menção da resolução de 17 de dezembro de 1715, sugere que o ano correto do primeiro pedido foi em 1716 e não 1706 (pode ter ocorrido erro de digitação). Tal resolução lhe possibilitava o poder de prover os postos das Ordenanças, Serventia dos Ofícios e dar as terras de sesmaria por ser um capitão(-mór).
Gadelha e Filho (1926) e Medeiros (1981) grafam o "Poço Jucurutu", localidade essa não encontrada no Ceará, enquanto que Macedo, H. F. (2018) opta pela grafia "Poço Jacurutu" e ainda acrescenta ter tido terras no Riacho "Jatobâ" (Jatobá).
Um fato que corrobora para que a grafia correta seja "Jacurutu" e não "Jucurutu", são as próprias menções em outras sesmarias cearenses de tal localidade que era e ainda é um riacho da região. Gadelha e Filho (1926) lista as seguintes sesmarias que o citam:
Macedo, H. A. M. (2011) em "Colonos Portugueses e Lusos-Brasílicos na Formação de Agrupamentos Familiares na Freguesia do Seridó (1788-1811)" nos informa que o filho dele, Antônio Garcia de Sá Barroso teria ido da Bahia para o Seridó (cidade de Acari). Tal informação é embasada em Santa Rosa (1974) que na obra "Acari - Fundação, História e Desenvolvimento" explica que o jovem Antônio (o filho) foi atraído para a região possivelmente pelas notícias da bondade da terra e dos salutíferos ares, tendo lá estabelecido a Fazenda do Serrote, que foi herdada pela sua filha Teresa e o marido desta, Tomás de Araújo Pereira (o terceiro do nome, que foi um dos presidentes da província do Rio Grande do Norte). E tais autores reforçam Alves (2013) que cita a Bahia como a entrada da família no Brasil.
SOUSA, T.A. (2022) em "A Família Sá do Nordeste Brasileiro", 4ª edição, aponta para o Capitão Antônio Garcia de Sá, duas possibilidades de filiações:
Tais parentescos estão sustentados na seguinte documentação. Uma procuração de Leonarda de Sá (G8Y8-W8W) datada de 1742, que tornou o seu tio António Garcia de Sá e António Gomes Bettencourt como seus procuradores na Ribeira do Acaracú (Acaraú). Numa procuração datada de 1751, Leonarda nomeou (outros) procuradores para que a representassem na Capitania do Piahui e Serobim, para que cobrem e arrecadem dívidas, e aproveitou para citar que tinha uma escrava chamada Felizarda com três filhos (que por sua vez era filha da escrava Josefa que recebeu de dote do seu pai, o Cel. Sebastião de Sá).
Além disso, comenta o batismo de Damaso (1731), filho do Ten. João Vieira Passos e Maria da Fonseca que foi realizado na Capela de São José da freguesia do Acaracú (Acaraú), Siará Grande cujo padrinho foi o Capitão António Garcia casado em Pernambuco.
Obs.(1): Vale mencionar que no contexto histórico antigo (de séculos atrás) um parentesco ás vezes tinha um significado diferente dos dias atuais, e por tal motivo o "tio" pode tanto ser sido interpretado com tio-avô quanto tio.
Vital (2017) nos conta que o Padre Antônio dos Santos Silveira em 1733 comprou do Coronel Sebastião de Sá e do Sargento-Mor Antônio de Sá Barroso, partes das terras, de onde hoje está situada Santana do Acaraú, e que, de posse das terras conseguiu licença para erguer em sua fazenda a capela de Nossa Senhora Santana do Ôlho-d‟Água das Almas (apud MENEZES, 1965). E que em 1739, o padre Silveira convidou alguns dos mais importantes fazendeiros coronéis que moravam nas circunvizinhanças da Capela: Coronel Sebastião de Sá Barroso, Sargento – mor Antônio de Sá Barroso, Capitão Manoel Ferreira Fonteles, Jeronimo de Albuquerque, Cláudio de Sá e Amaral e Antônio Coelho de Albuquerque que emitiram suas opiniões sobre onde e como a Capela deveria ser construída (apud O Município de Sant‟Anna, 1926).
Em leituras nos arquivos paroquiais de Acaraú se observou algumas incoerências que conflitam com as informações acima:
Obs.(2): A existência do tenente Antônio de Sá Barroso sugere ser ele uma pessoa distinta tanto do capitão Antônio Garcia de Sá quanto do sargento-mór Antônio de Sá Barroso. Sendo ainda um provável descendente destroncado desse clã.
É possível que a tradição oral tenha feito confusão de duas formas em relação a suposta origem açoriana:
"Pelos Caminhos da Familia Macedo-do Sertão do Paó ao Seridó". do autor Eliton S. Medeiros Vol III Serifa Editora de Livros Ltda- 2021.
1692 |
December 21, 1692
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Vila Nova de Famalicão, Braga, Portugal
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1692
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Vila Nova de Famalicão, Braga, Portugal
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1723 |
1723
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Recife, PE, Brazil
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1724 |
1724
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Recife, PE, Brazil
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1725 |
1725
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Recife, Recife, PE, Brazil
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1726
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Recife, PE, Brazil
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1728 |
1728
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Recife, PE, Brazil
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1729 |
1729
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Recife, PE, Brazil
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1730 |
1730
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João Pessoa, Paraíba, Brasil (Brazil)
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1733 |
1733
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Recife, PE, Brazil
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