Paulus Aulus Pompeia

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Paulus Aulus Pompeia

Birthdate:
Birthplace: Sorocaba, São Paulo, Brazil
Death: February 10, 1993 (81)
Immediate Family:

Son of Jonas Pompeia and Maria das Dores Junqueira de Oliveira
Husband of Wanda de Mattos Pimenta
Father of Private User; Private; Private; Private; Private and 7 others

Managed by: Nivea Nunes Dias
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About Paulus Aulus Pompeia

Professor Paulus Aulus Pompéia

Introdução

A Física Experimental, de projeção internacional, teve início no Brasil com a fundação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, em 1934. A USP trouxe da Europa para fundar a nova Faculdade, humanistas, matemáticos e físicos. Entre os físicos destacaram-se Gleb Wathagin e Giuseppe Occhialini. Wathagin, logo que chegou no Brasil iniciou pesquisas teóricas e experimentais em raios cósmicos que deram ao País grande projeção no cenário cientifico internacional. Foi, participando desse grupo, que o Professor Paulus Aulus Pompéia notabilizou-se na carreira científica.

Biografia e Carreira Acadêmica O Professor Paulus Aulus Pompéia, nasceu em Sorocaba em 01 de outubro de 1911. Era filho de Jonas Pompéia e de D. Maria das Dores Junqueira de Oliveira Pompéia. Seu pai era engenheiro eletricista, formado na Universidade de Siracusa, Estados Unidos, e ensinava o filho, desde menino a montar pequenos circuitos elétricos e a utilizar equipamentos eletrônicos. Esses conhecimentos, adquiridos na infância, foram-lhe de grande valia quando ingressou no curso de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica em 1930. Em 1932, durante a revolução paulista, participou, junto com os outros alunos da Escola, na construção de armamentos para as frentes de batalha. Terminada a revolução e retomados os trabalhos escolares, surgiu na turma um aluno que vinha transferido do Recife e que logo deslumbra-ria colegas e mestres pela sua brilhante inteligência em Matemática; era Mário Schenberg, que veio a se tornar um luminar na Física Teórica do país. Pompéia logo se tornou amigo de Schenberg. Com a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) em 1934, último passo para a consolidação da Universidade de São Paulo (USP), muitos alunos da Escola Politécnica passaram a assistir as aulas de Matemática e Física, ministradas respectivamente pelos professores europeus Fantappié e Wathagin. Schenberg foi para a nova Faculdade e insistiu para que Pompéia fizesse o mesmo. Mas nessa ocasião, além de estar concluindo o curso na Politécnica, ele ainda trabalhava na Caixa Econômica Federal, no período noturno, no setor de Hollerith. Terminou o curso de Engenharia Elétrica em 1935 e começou a trabalhar no Instituto de Eletrotécnica (IE). Depois de um ano matriculou-se no curso de Matemática da FFCL, com a intenção de transferir-se para a Física. Entrou em contato com Wathagin e transferiu-se para o curso de Física, onde passou a integrar o grupo de pesquisa em Raios Cósmicos, onde também já se encontrava, o Professor Marcello Damy de Souza Santos, que veio a se tornar o pioneiro da Física Nuclear no Brasil. Nessa época ligou-se também a Abrahão de Morais, mais jovem do grupo, mas uma grande capacidade em Matemática e Mecânica Celeste. Damy era no grupo o construtor de equipamentos para medir a radiação cósmica. Com a ida de Damy para aperfeiçoamento na Inglaterra, Wathagin precisava de alguém para substitui-lo. Pompéia foi convidado e aceitou. Ele formou-se em Física na FFCL em 1939. Entre 1939 e 1940 muitas experiências de detecção de Raios Cósmicos foram realizadas, quer na superfície, no laboratório do Departamento de Física, que funcionava num prédio próximo à Escola Politécnica, na Avenida Tiradentes, quer em profundidade, como dentro do túnel da Avenida Nove de Julho, ainda em construção e na mina de ouro de Morro Velho, a uma profundidade de 200 a 400 metros abaixo do nível do mar. Os resultados dessas pesquisas, sob o título de Raios Cósmicos Penetrantes, foram publicados nos Anais da Academia Brasileira de Ciências (1940 – vol. 12, nº 3, pág. 229) e no Physical Reviews (1940 – vol. 57, págs. 61 e 339 e vol. 59, págs. 902 e 903). Em 1940, recém casado com Wanda Mattos Pimenta, foi enviado pelo Professor Wathagin para aperfeiçoamento na Universidade de Chicago, no laboratório do prêmio Nobel de Física Arthur H. Compton, onde permaneceu até 1942. Em 1941, Compton organizou uma expedição ao Brasil, para fazer medidas de Raios Cósmicos em altitude, ao sul do equador, por meio de balões meteorológicos. As experiências foram feitas juntamente com o Departamento de Física da FFCL. Em agosto desse ano Pompéia participou do Simpósio sobre Raios Cósmicos patrocinado pela Academia Brasileira de Ciências. Em seguida retomou suas atividades em Chicago. Em 7 de dezembro de 1941 o Japão atacou Pearl Harbour, os Estados Unidos entraram na guerra e o laboratório de Compton foi dividido, para abrigar o grupo liderado por Enrico Fermi, que se dedicava ao desenvolvimento da bomba atômica. Pompéia foi convidado a integrar esse grupo, mas por razões de foro íntimo e alegando que o Brasil era um país neutro na guerra, declinou do convite. Ao regressar ao Brasil, nosso governo tinha aderido aos aliados e Compton, por telegrama, convidou-o novamente e ele recusou. Com a entrada do Brasil na guerra, o Reitor da USP criou os Fundos Universitários de Pesquisas para a Defesa Nacional. Iniciou-se então um processo de colaboração entre o Ministério da Guerra e o Departamento de Física da FFCL. O Brasil precisava fabricar pólvora, cuja importação se tornara difícil. Para determinar o poder explosivo desta era preciso avaliar o alcance do projétil que a utilizava. Para isso precisava-se medir a velocidade inicial do projétil. Pompéia desenvolveu um método eficiente para a determinação daquela velocidade inicial, contribuindo assim para o esfôrço de guerra do país. Em seguida foi a vez da Marinha de Guerra solicitar a colaboração da USP. Navios brasileiros estavam sendo afundados em nossas costas por submarinos alemães. Era preciso detectar esses submarinos antes que ocasionassem estragos. O grupo do Departamento de Física, cujos expoentes eram Damy e Pompéia, uniu-se ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas, ao Instituto de Eletrotécnica e à Escola Politécnica, para a produção de um sonar brasileiro, que pudesse localizar os submarinos em profundidade. Depois de contornar muitos problemas tecnológicos,entre os quais a produção de aço inox de boa qualidade, o aparelho ficou pronto e a Marinha encomendou 80 unidades. Para a produção em série, indústrias de São Paulo foram chamadas para produzir material e peças para os equipamentos. Paulus Pompéia foi o responsável por manter o contato entre o IE e o IPT. Este trabalho resultou no primeiro empurrão para o melhoramento das indústrias metalúrgicas e eletrônicas de São Paulo, através do know-how adquirido. Com o fim da guerra, surgiram divergências na USP sobre a criação de um Instituto de Física autônomo dentro da Universidade. Pompéia, não concordando com os rumos do projeto, pediu transferência para a Escola Politécnica, indo trabalhar no laboratório de microondas. Logo depois foi convidado para montar o Laboratório de Microscopia Eletrônica, uma técnica de análise pioneira e extremamente poderosa. O Professor Pompéia colocou o Microscópio Eletrônico à disposição de todos os setores da Universidade e foram muitos os pesquisadores que se beneficiaram da nova técnica. Em 1948, recebeu do Ministério da Aeronáutica, por intermédio do Professor Ernesto Luiz de Oliveira Júnior, que tinha sido assistente do Professor Fantappié, convite para compor a Comissão de Organização do Centro Técnico da Aeronáutica (COCTA). Pompéia já tinha tido contato com oficiais da Aeronáutica quando fazia detecção de Raios Cósmicos em grandes altitudes, a bordo de aviões da FAB. É o próprio Professor Pompéia que declara, em entrevista concedida a Ricardo Guedes F. Pinto e Simon Schwartzman, da Fundação Getulio Vargas, em 1977: “Decidi ir para São José porque queria mostrar que é possível no Brasil a gente ter uma Escola de Engenharia onde professores e alunos trabalhassem em regime de tempo integral. Em segundo lugar, uma escola de engenharia onde existiria a carreira de professor. Sempre me impressionou muito essa diferença que existia em ser professor (universitário) no Brasil e ser professor nas universidades estrangeiras. Se um indivíduo com um salário 1, solteiro, sem obrigações, depois de alguns anos com a responsabilidade de família, passa a ganhar 60% mais (...) esse indivíduo não vai poder fazer uma carreira universitária nem uma carreira acadêmica. Isso me preocupava desde aquele tempo (...). A carreira de professor no ITA, nessa ocasião, começava com um salário 1, como auxiliar de ensino e se ele fosse a full professor (professor titular), atingiria quatro vezes mais o salário inicial.” Aceitando o convite do Ministério da Aeronáutica ele assinou contrato em 01/12/1948. Sua tese de doutorado sob o título: Problemas Estatísticos das Ocorrências Casuais e os Contadores Geiger-Müller que já estava pronta, foi defendida em 1949. As aulas no ITA começariam em 1950, mas durante o ano de 1949 ele montou o Departamento de Física e Química, adquirindo o equipamento necessário, quase todo importado e foi estruturando o quadro docente. Nessa fase e nos anos que se seguiram ele contou com a colaboração eficiente e dedicada do Professor Mário Alves Guimarães também egresso do Departamento de Física da FFCL e do Técnico Oscar Florentino, chefe da oficina mecânica, que ele trouxe da Escola Politécnica. Apesar de toda a carga administrativa que assumiu no ITA, o Professor Pompéia continuou a se dedicar às pesquisas em Raios Cósmicos. Poucos sabem que a estrutura de concreto que ainda hoje existe no Pico de Itapeva, em Campos do Jordão, constituindo um mirante para o Vale do Paraíba e atualmente cercada por antenas retransmissoras de televisão, foi construída pelo Ministério da Aeronáutica para abrigar um dos laboratórios do Professor Pompéia. Um dos objetivos era detectar a coincidência de “chuveiros” de Raios Cósmicos em Campos do Jordão e São José dos Campos. Mas foi no ensino da Física no ITA que o Professor Pompéia apresentou suas maiores realizações. Ele achava que os professores deviam se dedicar integralmente aos alunos, o que ele próprio fazia, recebendo estudantes em seu escritório até altas horas. Sua preocupação com a qualidade dos cursos de engenharia era extremada. Ele defendia que os cursos básicos de Matemática, Física e Química deveriam fornecer ao estudante os alicerces em que se assentariam as matérias especializadas. Pompéia costumava escrever no quadro negro, no início de suas aulas: ENGENHARIA = FÍSICA + BOM SENSO. Preocupado com o preparo dos estudantes que se candidatavam ao ITA nos primeiros anos da década de 50 e não pretendendo baixar o nível da Escola para absorver os candidatos menos preparados, ele criou um Ano Prévio, para o qual entravam os candidatos que tinham algum preparo em Matemática, mesmo que fracos em Física e Química. Nesse Ano Prévio os alunos desenvolviam um programa intensivo (já residindo no Campus) e ao submeterem-se aos exames e sendo aprovados, ingressavam no primeiro ano da Escola. Muitos excelentes engenheiros formados pelo ITA passaram por esse programa. Ele dizia: “Não podemos perder jóvens que têm potencial, somente porque não tiveram a oportunidade de cursar um bom Curso Colegial.” Essa preocupação do Professor Pompéia com o preparo de candidatos ao ensino superior foi mais longe. Em várias mesas redondas com educadores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais para discutir o assunto, concluiu-se que o problema estava na formação dos professores da Escola Média. Então ele organizou, a partir de 1952, vários cursos de aperfeiçoamento para professores de Física de todo o Brasil, que eram trazidos para o ITA pelo antigo Beechcraft, aeronave que servia a COCTA. Esses foram os primeiros cursos do gênero no país. Deram frutos, pois além da melhoria do padrão desses professores, surgiram em outros pontos do Brasil iniciativas semelhantes, não só em Física. O Professor Pompéia “fez escola” no ITA pois cerca de 30 anos após sua saída seus princípios eram seguidos e os professores que com ele haviam trabalhado transmitiam aos mais jovens: Assim fazia o Professor Pompéia. Quando da implantação em São Paulo de um projeto piloto da UNESCO, para o ensino da Física na América Latina, em 1964, Pompéia foi chamado a participar. Produziu nesse ano um filme de longa metragem sob o título: “Luz... é Onda?”, em que ele demonstrava que era possível ensinar a crianças de 12 ou 13 anos os princípios ondulatórios da luz e do som. Esse material didático é um primor de execução e deveria fazer parte das bibliotecas de todos os cursos de ensino médio do Brasil. Voltando ao ITA em 1965, Pompéia encontrou a Escola tomada pelo estigma da Revolução; alunos e professores haviam sido desligados e os que permaneciam viviam ameaçados pelo terror implantado pelo então Diretor Geral do CTA. Ele sentiu-se frustrado ao ver que grande parte do seu trabalho havia sido destruído. Aborrecido, nem quis reassumir a chefia do Departamento de Física, que era a menina dos seus olhos. Ele já havia transferido a família para São Paulo: Dona Wanda e doze filhos, quando o seu desacordo com a Direção do CTA chegou ao extremo. Percebendo que não era possível reverter a situação solicitou a aposentadoria, afastando-se definitivamente do ITA em 20 de junho de 1966. Ainda em 1966 assumiu a cadeira de Física Aplicada na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU-USP). Foi o primeiro professor da FAU a ser contratado em regime de tempo integral, que era a única forma de dedicação ao ensino superior que ele aceitava. Ficou na FAU até 1970 quando recebeu convite do Superintendente do IPT para formar pesquisadores de alta qualificação. Assumiu o cargo de Assessor Científico Cultural, sendo responsável por criar a infra-estrutura adequada para que os profissionais do IPT fizessem cursos de aperfeiçoamento e de pós-graduação, em instituições brasileiras e estrangeiras. Vale transcrever o depoimento do Dr. Alberto Pereira de Castro, Superintendente do IPT: “Ele, com a experiência acumulada e a vocação natural para formar gente, sabia receber o jovem e encaminhá-lo para seu aperfeiçoamento. Principalmente naquele tempo em que era muito comum ser feito fora do país. Por exemplo, nessa época (1969) ou um pouco depois, o Pompéia examinou a situação do pessoal e falou: “olha vamos fazer um plano de manter dez por cento do pessoal do IPT fora do país para fazer cursos de aperfeiçoamento”. Devagar, ele estudava as pessoas das divisões e começava a encaminhá-las às universidades e instituições no exterior. Como também mandava muita gente com tarimba para fazer reciclagem. Isso foi muito importante no IPT. (...)(Pompéia) sempre orientava individualmente. Os rendimentos eram impressionantemente altos!” Em 1980 encerrou sua carreira profissional e passou a se dedicar a projetos pessoais. Veio a falecer em 10 de fevereiro de 1993.

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Paulus Aulus Pompeia's Timeline

1911
October 1, 1911
Sorocaba, São Paulo, Brazil
1993
February 10, 1993
Age 81