A Academia de Letras do Brasil consistiu-se em fonte de luz e inspiração para que Bolívar Bandeira colocasse, na encantadora esfera da beleza e da perfeição, a fundação de uma Academia Evangélica de Letras que viesse juntar-se às instituições literárias já existentes no Brasil e no mundo.
Entrando em proveitoso entendimento com alguns intelectuais brasileiros, consultou com carinho estatutos, livros e documentos dos preciosos arquivos da Academia Brasileira de Letras, tomando conhecimento do trabalho ciclópico e fecundo de Machado de Assis e de outros gigantes do pensamento, criadores da Casa que, com o escoar da ampulheta das eras e o esplendor das suas celebrações, passou à constituir elevado e nobre ideal de quantos amam as belas letras e nelas vêem valores inestimáveis e eternos.
Foi baseado no velho e repetido provérbio árabe, que recomenda com autoridade: “Põe o teu ideal acima das estrelas, ainda que fiques no meio do caminho”, que Bolívar Bandeira fez um meticuloso balanço das nossas possibilidades culturais vendo, com inusitada alegria, que os arraias evangélicos, que deram homens da estatura intelectual de Erasmo Braga, Álvaro Reis, Matathias Gomes dos Santos, Eduardo Carlos Pereira, Otoniel Mota, Jerônimo Gueiros, Francisco Fulgêncio Soren, Hipólito de Oliveira Campos, Guaracy Silveira, Francisco Antônio de Souza e tantos outros, poderiam ter, também, uma Academia com a qual afirmassem ao mundo a sua crença na existência de Deus, na imortalidade da alma, no valor espiritual da Bíblia e na doutrina sagrada de Jesus, não por deficiência de quaisquer conhecimentos humanísticos, porém pela mais absoluta convicção de que o próprio Deus é o Autor de tudo quanto existe, material e espiritualmente.
A Academia Evangélica de Letras do Brasil (AELB) foi fundada no dia 23 de outubro de 1962 por iniciativa do pastor e escritor presbiteriano, Rev. Bolivar Ribeiro Pinto Bandeira, tendo por base a Academia Brasileira de Letras (fundada em 1897), sendo o seu propósito criar uma academia de letras que agrupasse escritores cristãos de diversas denominações evangélicas, onde os mesmos se uniriam para, unindo suas experiências, não apenas compartilharem ideias, mas apoiarem a divulgação de trabalhos de apreciável nível acadêmico pautados em assuntos teológicos, filosóficos, artísticos e poéticos, além de manter viva a memória nacional de figuras proeminentes do meio evangélico, assim como de eventos marcantes do evangelismo pátrio.
A reunião de fundação ocorreu nas dependências do Conselho da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro, à Rua Silva Jardim, 23, e, hoje, tem sua sede definitiva no prédio da Sociedade Bíblica do Brasil, no Rio de Janeiro, à Rua Buenos Aires, 135, oitavo andar, no centro da cidade.
Já com os estatutos elaborados e aprovados, a Academia Evangélica de Letras erigiu-os em Diploma Legal na histórica noite de 23 de outubro de 1962, quando oficialmente foi fundada a AELB, numa das dependências da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro, contando com 21 membros, e eleita a sua primeira Diretoria.
Discursando naquela memorável noite e a um seleto auditório, o ínclito acadêmico fundador Bolívar Ribeiro Pinto Bandeira, pleno de entusiasmo, disse: “A Academia não é assim, uma simples aventura de teóricos dispersivos, mas esplêndida realidade, com projeção e prestígio antes mesmo da sua instalação oficial, em público, o que, nesta noite se faz tão festivamente, para atravessar os séculos”. Foi assim instituída a “Primeira Academia Evangélica de Letras do Brasil e no Mundo”, sob o cunho clássico de uma verdadeira Academia: o número limitado de 40 cadeiras patronímicas e com padrão simbólico da imortalidade.
É importante ressaltar que, na Sessão Solene de Abertura, no Palácio da Cultura (no Ministério da Educação e Cultura, no Rio de Janeiro), esteve presente o magnânimo Acadêmico Austregésilo de Athayde, que por cerca de 34 anos consecutivos (1959-1993) presidiu o silogeu máximo da cultura nacional, a Academia Brasileira de Letras, instituição esta que por várias vezes cedeu seus membros para palestrarem na Academia Evangélica de Letras do Brasil, sendo o último a fazê-lo o Acad. Evanildo Bechara, detentor da Cadeira 33 da casa cultivadora da literatura nacional.
Hoje as reuniões da AELB ocorrem duas vezes por mês, sendo uma destinada à reunião da diretoria, e outra, aberta ao público, onde são realizadas plenárias com palestras e devocionais, por acadêmicos e convidados, ecoando a "caixa de ressonância do pensamento evangélico nacional". (Site https://www.aelb.org/historia )