Antônio da Fonseca Saraiva

Existe uma criança de nome Antonio que foi batizada em 3 de novembro de 1577 em Vila da Praia (Praia da Vitória), Ilha Terceira, dita como filha de Bernardo da Fonseca e de Francisca Manoel. O padrinhos desse Antonio foram: Duarte Paim Falcão e Maria Álvares, casada com Simão de Andrade [1,2]. O registro de batismo de Antônio pode ser acessado online em: http://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/TER-PV-SANTACR... [1,3].

É muito provável que este Antonio do batismo seja Antonio da Fonseca Saraiva, que casou com Catarina Escota Botelho, tendo em vista que seu pai Bernardo da Fonseca também era por vezes chamado de Bernardo da Fonseca Saraiva. A filha de Antonio, Maria da Fonseca, casou com Francisco Pacheco Evangelho na Praia da Vitória em 12.6.1645. Nesse registro de casamento, consta uma dispensa do parentesco de 4° grau canônico entre os noivos. O pai deste Francisco, Antonio Pacheco de Lima, por sua vez, casou pela primeira vez em 30.9.1613 com Francisca Manoel, filha de Bernardo da Fonseca e Francisca Manoel, sendo que neste registro de casamento foi dada uma dispensa de parentesco de 3° grau canônico. Tendo em vista essas duas dispensas de parentesco e o título Saraiva, pode-se concluir que é muito provável que o pai de Antonio da Fonseca Saraiva só possa ter sido o tabelião Bernardo da Fonseca, casado com Francisca Manoel. [1,3]

A comprovação de que Antonio da Fonseca Saraiva foi de fato filho de Bernardo da Fonseca Saraiva consta no registro de batismo da afilhada de Antonio, a Maria, que foi batizada em 2.1.1603 na igreja matriz de Santa Cruz, em Praia da Vitória. No registro de batismo da Maria, consta que os pais dela foram Melchior da Fonseca e Beatriz Gonçalves. Consta também que os padrinhos dela foram Antonio da Fonseca, filho de Bernardo da Fonseca, e Maria de Azevedo, mulher de Manuel Martins Monteiro. O referido registro de batismo pode ser acessado em (CCA): http://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/TER-PV-SANTACR... [3].

O Bernardo, pai do Antonio, foi citado nos Anais da Terceira (I/XXXVII) como tabelião Bernardo da Fonseca Saraiva: """""O primeiro acto governativo do Bispo D. Hieronimo Teixeira Cabral, que encontrámos é o auto de 17 de Junho de 1601, exarado no Livro do Registo da Câmara da Praia, fl. 127, verso, pelo tabelião Bernardo da Fonseca Saraiva, e por ele consta que o dito Bispo fora à igreja matriz daquela vila, em presença do deão Lopo Gil, do arcediago Manuel Gonçalves, do padre reitor do colégio da Companhia de Jesus, Gonçalo Simões, e de seu companheiro André Botelho; em presença do ouvidor e vigário Bartolomeu Cardoso, e dos beneficiados da mesma igreja, do padre frei Domingos da Conceição, guardião do convento de S. Francisco, do ouvidor da capitania, dos oficiais da Câmara, nobres e pessoas do povo, e mandara desmanchar parte do altar em que estavam guardadas as santas relíquias de que trata o auto referido no ano de 1517 e que achando serem as próprias, as depositou na mesma boceta em que estavam, com papéis distintos e com letreiros, e metendo-as em um armário que servia de sacrário, da parte do evangelho, ali as deixou para que estivessem mais recomendadas à devoção do povo.""""" [4] Tal trecho está disponível online em https://pt.wikisource.org/wiki/Anais_da_Ilha_Terceira/I/XXXVII [4]

Fontes:

[1] Microfilmes de batismos da freguesia de Santa Cruz, Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores (Portugal), CCA, Pesquisados por João Simões Lopes Filho.

[2] João Simões. Genealogia 457: Uma dispensa nos Escotos. Mitoblogos. Disponível online em: https://mitoblogos.blogspot.com/2009/11/genealogia-457-uma-dispensa...

[3] Registros de batismos, casamentos e óbitos das freguesias da Ilha Terceira, Centro de Conhecimento dos Açores.

[4] Anais da Ilha Terceira — Tomo I, por Francisco Ferreira Drummond. 'Quarta Época - Capítulo XVII — Série dos acontecimentos que tiveram lugar na ilha Terceira, desde o princípio do século XVII até ao ano de 1640, em que finda a Quarta Época destes Anais. Disponível online em: https://pt.wikisource.org/wiki/Anais_da_Ilha_Terceira/I/XXXVII