Capião Manuel Afonso de Siqueira

Figuras importantes no norte de Minas no período que precedeu os Motins do Sertão foram também Antônio Gonçalves Figueira e os seus irmãos. Eles eram filhos de Maria Gonçalves Figueira e do capitão Manoel Afonso Gaya, cidadão de Santos que mereceu dos jesuítas a honra de ter sepultura para si e seus descendentes na Igreja do colégio da dita vila. Dos seus dez filhos cinco homens e três mulheres se transferiram para o sertão do rio verde. Destas uma foi a mulher de Mathias Cardoso e outra, a de Atanásio Cerqueira Brandão. Antônio Gonçalves Figueira, que teve o posto de alferes na luta contra os índios do sertão nordestino, seria depois, como já dissemos, o fundador da fazenda que deu origem à cidade de Montes Claros. As sesmarias dele e de quatro irmãos, vizinhas e junto ao rio Verde, foram concedidas pelo governador do Rio de Janeiro em 1707. Antônio Gonçalves Figueira retornaria para São Paulo, e a fazenda Montes Claros, na época dos Motins do Sertão, era administrada pelo seu irmão Manoel Afonso de Siqueira. Este, que era dono da fazenda Tabua, vizinha à fazenda Montes Claros, teve os bens sequestrados por conta de sua participação no movimento rebelde. Mas como a investigação mostrou depois que a culpa de Manoel Afonso tinha sido leve, seus bens foram passados a seus genros Belchior dos Reis e Antônio Alves Ferreira, como se vê em carta de Gomes Freire ao intendente do Serro Frio de 14 de abril de 1738. Manuel Afonso, que aquela altura ainda devia se encontrar foragido, voltaria a ficar à frente de suas fazendas, pois morreu na Tabua, conforme consta no seu testamento aberto em setembro de 1744, que faz parte do acervo do Fórum Edmundo Lins, na cidade do Serro.(Giselle Fagundes, Nahilson Martins, "Alvará de Perdão Concedido a Dona Maria da Cruz, viúva", p. 34-35)