Francisco de Melo Coutinho, 4.º Conde de Marialva

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Francisco de Melo Coutinho, 4.º Conde de Marialva

Birthdate:
Birthplace: Marialva, Mêda Municipality, Guarda District, Portugal
Death: 1532 (66-68)
Portugal
Place of Burial: Ferreirim, Lamego , Viseu, Portugal
Immediate Family:

Son of Gonçalo Coutinho, 2.º Conde de Marialva and Beatriz de Melo
Husband of Brites de Menezes, 2.ª Condessa de Loulé , 4.ª Condessa de Marialva
Father of Guiomar Coutinho, 5.ª Condessa de Marialva 3.ª Condessa de Loulé and Diogo Coutinho
Brother of D. Maria Teles Coutinho; João Coutinho, 3º conde de Marialva; Luis Coutinho, comendador de Santa Maria da Ilha Terceira; D. Diogo Coutinho; Joana Coutinho and 4 others
Half brother of Maria Coutinho; Maria Coutinho; Mécia Coutinho and Catarina Coutinho

Occupation: 4to conde de Marialva/ Comendador de la isla de Santa Maria
Managed by: Luís Ricardo Perpétuo Socorro ...
Last Updated:

About Francisco de Melo Coutinho, 4.º Conde de Marialva

Aquando o falecimento de Francisco Coutinho, a 19 de fevereiro de 1530 (Freire, 1973: 347) – ou em 1532, de acordo com o autor da História Seráfica (Soledade, 1709: 265) – , nada faria prever que o «moimento» mandado erguer em Ferreirim para última morada do conde e de sua mulher simbolicamente representaria o epílogo do predomínio e influência que ao longo de várias gerações os Coutinho detiveram na região da Beira Douro. Com efeito, a morte prematura de D. Guiomar, única filha de Francisco Coutinho em 1534 e, no mesmo ano, a do marido, o infante D. Fernando, filho de D. Manuel, poria fim à linhagem dos Coutinho, acabando o título do condado de Marialva por vagar para a Coroa.

Tratando-se de uma encomenda que partiu por iniciativa não do próprio, mas muito provavelmente de D. Fernando que, após a morte do sogro, tomou a seu cargo por um breve período a gestão do estaleiro do convento de Ferreirim, dificilmente o portentoso conde poderia ambicionar melhor metáfora para si mesmo (e para os seus antepassados) como a encenação do poder e virtudes heróicas que o túmulo em sua honra perpetua.

Como Luís Filipe Oliveira bem observa, Francisco Coutinho foi seguramente um homem de sorte (Oliveira, 2004:45), o que o autor justifica por uma sucessão de circunstâncias familiares inesperadas que o catapultaram para uma situação de grande notoriedade política e social, que nem nas melhores hipóteses poderia esperar.

Nascido c. 1450, Francisco Coutinho descendia de uma família de nobres cavaleiros, que se distinguiram nas campanhas do Norte de África.

Em 1464, a morte do pai, o 2.º conde de Marialva, Gonçalo Coutinho, durante o terceiro assalto a Tânger e, posteriormente, a do irmão mais velho, João Coutinho, herdeiro do título, durante a conquista de Arzila, em 1472, com pouco mais de vinte anos, colocaram Francisco Coutinho na posição de herdeiro e à cabeça dos destinos da linhagem (OLIVEIRA, 2004), permitindo-lhe acumular, para além da função de meririnho-mor do reino e alcaide-mor de Lamego, com todas as rendas e direitos associados, e a nomeação como 4.º conde de Marialva, um conjunto apreciável de mercês, doações e vários prestámos, designadamente o do aro de Lamego, bem como dos concelhos de Caria, de Sanfins, de Fonte de Arcada e de Sernancelhe entre outros (OLIVEIRA, 2004: 47).

Tendo ele próprio participado nas campanhas de Afonso V em Castela (1475) chegou a ser nomeado alcaide de Toro. Por casamento, acordado pelo rei, com a filha do falecido alcaide dessa cidade, D. Maria Ulhoa, beneficiou de todas as jurisdições, rendas e direitos da vila de Castelo Rodrigo, que haviam sido herdadas pela mulher (OLIVEIRA, 2004:50).

Na década de 90, um segundo matrimónio, com D. Beatriz de Meneses, filha e herdeira de Henrique Meneses, conde de Loulé, permite-lhe alargar o património para Sul, para onde passa a deslocar-se com mais frequência e por períodos mais prolongados para as duas moradas que possui em Lisboa ou para os paços de Azinhaga, em Santarém. (Oliveira, 1999:151).

As novas ocupações que o retêm mais tempo nas terras do Sul, onde Francisco Coutinho realiza alguns investimentos, como a compra do castelo de Loulé (Oliveira, 2004:54), não serão o suficiente para o fazer desviar a atenção dos interesses que possuía no Norte, sobretudo no aro de Lamego, centro dos domínios da linhagem.

Senhor de uma fortuna invejável, a documentação refere-o ligado ao mecenato de várias empresas, que revelam o seu empenho na introdução dos ideais do Humanismo em Lamego e na renovação artística e cultural da cidade.

Assim, vê-lo-emos a patrocinar uma das primeiras impressoras do reino, a funcionar junto dos paços que o conde tinha em Ferreirim, onde em 1509 trabalhava o célebre impressor António Teles, de Toledo (COSTA, 1982:573).

Facto que não é de somenos importância, pelo reconhecimento por parte de Francisco Coutinho do alcance da imprensa, que nesta altura dava os primeiros passos em Portugal.

No ano seguinte, o seu nome é novamente citado, relacionando-o com uma das campanhas artísticas do período manuelino que maior significado tiveram em Lamego, ao conceder “de boa vontade” ao bispo D. João de Madureira um empréstimo de 100.000 reais, necessários para terminar o retábulo encomendado a Vasco Fernandes para o altar-mor da catedral (Correia, 1924:17), onde, além do mais, a capela de São Pedro era da sua apresentação (Oliveira, 2001:244).

Naturalmente, e a compra do castelo de Loulé assim o confirma, Francisco Coutinho não era indiferente ao valor simbólico que era atribuído à ligação a iniciativas desta natureza, assim como à fama e prestígio que estas lhe permitiam granjear, o que poderá justificar o facto de o local escolhido para sepultura tenha recaído em Ferreirim, no convento franciscano que D. Francisco e D. Beatriz mandam construir na quinta que ai possuíam, junto da torre medieval, símbolo por excelência do seu domínio senhorial na região.

A construção do convento deve ter iniciado logo nesse ano, mas apesar da celeridade dos trabalhos, Francisco Coutinho já não pode ver concluída a igreja, tendo sido sucedido em 1533 pelo infante D. Fernando na gestão das obras e, por morte deste, no ano seguinte, pela condessa D. Beatriz (Soromenho et al., 2002:146). É muito provável que a execução do sepulcro dos fundadores tenha decorrido durante a campanha fernandina, na mesma data em que, por indicação do infante, se ajustou a célebre encomenda dos retábulos pintados pelos «mestres de Ferreirim».

Com efeito, encontram-se documentados alguns trabalhos patrocinados por D. Fernando, a cargo do pedreiro Pero Garcia, de Braga, a quem se atribui a construção não apenas do sepulcro, mas também do pórtico principal da igreja (Dias, 1988:157), únicos elementos que se conservam da primitiva construção Quinhentista. Em ambos se revela a influência plateresca, difundida a partir do Noroeste português, onde nos inícios do século XVI afluíram diversos artistas biscainhos para trabalhar nos estaleiros da Sé de Braga e das matrizes de Caminha e Vila do Conde (Soromenho et. al, 2002: 146), que Pero Garcia naturalmente conhecia.

O modelo escolhido para o túmulo, de sepultura parietal edicular, uma das principais tendências tardo-quatrocentistas destinadas a albergar os restos mortais de várias figuras da vida nacional que se salientaram pelos seus feitos militares, ou pareceram em combate, adquirindo uma aura de heróis (Goulão, 2009:108), não sendo aquele que mais se adequava ao percurso de Francisco Coutinho, e menos ainda ao de D. Beatriz, identificava-se por completo com o contexto familiar dos Marialva e tinha, como referência mais próxima, o sepulcro de D. João de Meneses (f. 1522), na igreja de São Pedro, no vizinho concelho de Tarouca (fig. 3).

Protetor da igreja de Ferreirim e prior do Crato, D. João descendia de uma família de militares com uma forte presença no Norte de África, onde foi capitão de Arzila e Tanger. Era neto de D. Pedro de Meneses, 1.º conde de Vila Real, capitão de Ceuta, e filho do capitão de Alcácer-Ceguer, D. Duarte de Meneses, que deu a vida para proteger D. Afonso V em Benacofu, Marrocos, e se encontra depositado num magnífico sepulcro, também de tipo parietal, no convento de São Francisco, em Santarém (tresladado em 1928 para a igreja de São João de Alporão), onde como se sabe D. Francisco Coutinho permaneceu grande parte dos últimos anos.

[dispon%C3%ADvel online: http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4223223].

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Francisco de Melo Coutinho, 4.º Conde de Marialva's Timeline

1465
1465
Marialva, Mêda Municipality, Guarda District, Portugal
1490
1490
Mêda Municipality, Guarda District, Portugal
1507
1507
Loulé, Faro District, Portugal
1532
1532
Age 67
Portugal
????
Igreja do Convento de Santo António de Ferreirim,, Ferreirim, Lamego , Viseu, Portugal