Gregório Francisco de Miranda

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Gregório Francisco de Miranda

Portuguese: Sargento-Mor Gregório Francisco de Miranda
Birthdate:
Birthplace: São Salvador de Joane, Braga, Portugal
Death: March 28, 1808 (67-76)
Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brazil
Place of Burial: Campos, Campos dos Goytacazes, State of Rio de Janeiro, Brazil
Immediate Family:

Son of João Francisco de Miranda and Maria Lopes
Husband of Marianna Francisca de Assumpção Cruz Pinto
Father of Gregório Francisco de Miranda, Barão de Abadia and Maria Gregoria de Miranda, Baronesa de Lagoa Dourada

Occupation: Sargento -Mor
Managed by: Nivea Nunes Dias
Last Updated:

About Gregório Francisco de Miranda

A referência ao seu posto militar pode ser importante para diferenciá-lo de seu filho homonônimo, o tenente coronel Gregório Francisco de Miranda, mais tarde, barão de Abadia.

O Sargento-Mor Gregório Francisco de Miranda chegou ao Brasil em 1756. Nasceu na freguesia de S. Salvador de Joanne, (povoação situada perto de Braga, Barcelos e Vila Nova de Famalicão, em Portugal), arcebispado de Braga, filho legítimo de João Francisco de Miranda e de d. Maria Lopes de Miranda. Ao chegar, demorou pouco tempo no Rio e, logo, seguiu para Campos, onde fundou uma casa comercial. De negociante passou a fazendeiro e, pouco tempo depois, era um dos homens mais ricos da capitania. Ficou noivo da jovem Maria Francisca da Assumpção, filha do abastado fazendeiro Agostinho Francisco da Cruz e de d. Maria das Neves Filha (filha de Manuel Rodrigues Pinto e Mariana Rodrgues das Neves). Resolveu ampliar seus negócios e, reunindo todos os seus haveres, partiu para a Bahia, onde adquiriu grande quantidade de fazendas e seu enxoval. De volta, a embarcação naufragou na altura de S.João da Barra, no litoral do estado do Rio, perdendo-se todo o carregamento que adquirira na Bahía, salvando-se com a roupa do corpo, literalmente. Ao chegar em Campos, havendo falecido seu seu futuro sogro; a futura sogra, instigada por um filho, passou a se opor ao casamento, alegadamente por causa de seus estado de ruína financeira causada pelo naufrágio que sofrera. Não obstante, sua noiva, a jovem Maria Francisca continuou-lhe fiel e dedicada, tendo sido tirada de sua casa (por justiça, diz Lamego, como se dizia á época para mencionar uma sentença judicial e diferenciar dos tão comuns furtos da noiva) e se casado com ele no ano de 1770. Por essa ocasião, era Ouvidor Geral da comarca do Espírito Santo (que tinha jurisdição sobre Campos, onde vivia o Sargento-Mor) o dr. José Ribeiro Guimarães Ataíde, que achando-se ali em correição, tomou o partido da mãe da jovem Francisca e expediu dois mandados: um, para que o Juiz de órfãos não entregasse a legítima de sua mulher (i.e., a parte da herança que lhe cabia pela morte do pai) e outro, para intimar João Francisco Monção, afim de que ficasse ciente, como seu fiador, de que a mesma legítima não estava obrigada pelas dívidas anteriores ao casamento. Estava Gregório Francisco de Miranda nesta situação de quase penúria e enfrentando a hostilidade da sogra e familiares dela, quando lhe vieram em socorro, seu parente o desembargador Salazar e seu amigo João da Costa Luiz. Com a ajuda destes dois, pode refazer seus negócios e recuperar o que havia perdido no naufrágio. Então, sua sogra voltou às boas com ele. Nesta época, congraçou-se, também, com o Ouvidor, de quem acabou por se tornar grande amigo. Depois, quando o Sargento-Mor Gregório Francisco de Miranda recebeu a parte que cabia à sua mulher (a legítima) da herança de seu pai, já estava novamente de posse de considerável fortuna e gozava significativa influIencia na comunidade campista e na colônia. Em 1777, juntamente com mais alguns comerciantes, o Sargento-Mor representou ao Rei de Portugal contra a pretensão de alguns lavradores que lhe devendo grandes somas, possuindo poucos (2 ou 3) escravos com os quais cultivavam suas terras, onde fabricavam algum açúcar, queriam gozar privilégios de senhores de engenho, que não podiam ter seus bens penhorados por dívida, como acontecia com os fazendeiros do recôncavo do Rio de Janeiro (que desfrutavam esta prerrogativa). E, com base neste privilégio pretendido, não pagavam suas dívidas aos comerciantes. Pelas qualidades de seu caráter, Gregório Francisco de Miranda gozava grande prestígio na comunidade tendo sido feito. em 1785, Sargento-Mor da Ordenança do terço da Vila de S.Salvador, exercendo alí, também, o cargo de Juiz de Órfãos. Em 6 de janeiro de 1784, chegou a S.Salvador o dr. José de Alvarenga Barros Freire (que substituia o Ouvidor Geral do Espírito Santo, dr. Manoel Carlos da Silva Gusmão). Logo ao chegar, diz Lamego, o novo Ouvidor fez seus primeiros amigos: o capitão Francisco Franco Henriques de Miranda e o dr. Pedro Rodrigues Ferrão, além de outros de péssimo caráter. O capitão Francisco Franco é descrito como indigno, falto de honra e ladrão, como bem mostrara seu procedimento inclusive no exercício dos ofícios de Escrivão da Câmara, Partidor de Órfãos e Escrivão Eclesiástico. O dr. Ferrão é descrito como de não melhor reputação, célebre pelas façanhas e crimes praticados no Rio de Janeiro e em Cabo Frio, donde fugira quando teve notícia da chegada do Ouvidor do distrito. No dia 12 do mesmo mês, deu-se eleição para escolher o Juiz Ordinário de Barrete, para cujo cargo o Ouvidor fez escolher (com suborno notório) o referido capitão Franscisco Franco Henriques de Miranda, apesar de muitas vezes advertido das más qualidades de seu protegido. Mas o protegido findou eleito, apesar de repulsa que sofria na terra, tendo sido necessário que a escolha fosse fraudada, o que transparece em diversas irregularidades constatadas no processo eleitoral (inclusive, a existência de quatro votos a mais que o nómero de votantes na urna). Publicado o resultado da eleição, Gregório Francisco de Miranda, que tomara parte nela, levantou-se e lavrou indignado protesto contra a farsa ali representada, co o seguinte teor: "Franco de Miranda, o filho do ex-carceiro Joaquim Henrique Leitão, era inelegível para ser juiz; além de ser mulato sem honra, lisura e consciência, tinha já sido expulso dos cargos de Escrivão do Auditório Eclesiástico e Partidor de Órfo˜s, por ladrão e inepto". Com esta afronta, iniciou-se um confronto inevitável entre o Ouvidor e seus partidários (os dois citados e mais José Baiam da Mota, escrivão da Câmara) e o Sargento Mor. O primeiro ato contra ele partiu do corregedor, que em primeiro de março daquele ano, suspendeu-o do cargo de Juiz de Órfãos, sem qualquer justificativa convincente. Gregório Francisco de Miranda recorreu para a Relação, no Rio de Janeiro, que o reitegrou no cargo. Logo a seguir, o dr. Ferrão, nomeado promotor do Juizo de Ausentes, requereu uma devassa para provar que o Sargento Mor havia desencaminhado, em conluio com o ex-Ouvidor, Manoel Carlos da Silva Gusmão, a quantia de três contos e cento e quarenta e quatro mil réis (3:144$000). Gregório Francisco de Miranda comprovou que havia entregue o dinheiro no Rio de Janeiro, como devia ter feito; assim, comprovando sua inocência. O Ouvidor e seu grupo foram vencidos desta vez e voltaram à carga, desta vez grilando terras de um engenho real que o Sargento Mor possuia em terras pertencentes aos índios Guarulhos. O prejudicado apelou para o Vice-Rei, D. Luiz de Vasconcellos e Souza que lhe deu sentença favorável e pos a descoberto a parcialidade do Ouvidor e seus sequazes, pois todo seu intento seria "macular o crédito do Sargento-Mor ... e de seu antecessor ...". A decisão do Vice-Rei exacerbou a cólera do Ouvidor que divulgara na localidade que o Sargento Mor seria preso acorrentado na ilha das Cobras. Em outra ocasião, tentou o Ouvidor fazer aprisionar o seu desafeto. Mais uma vez, este apelo para o Vice- Rei que mandou o Ouvidor regressar à sua sede no Espírito Santo. A longa representação que o Sargento Mor, Gregório Francisco de Miranda, apresentara ao Vice-Rei, contra Ouvidor, terminava assim: "Esse ministro Exmo. Sr., não tem outra lei mais que sua vontade; ele tem aterrado não só o suplicante, como todos aqueles que não seguem o partido do seu gosto e dos ambiciosos lisongeiros que o cercam; para mais consternar os povos dos Campos, neles fixou sua residência, deixando a cabeça da comarca, a título de tombar as terras da aldeia dos Guarulhos, sendo que esta diliência não pode ocupar mais que vinte ou trinta dias, tanto mais que já foram tombadas pelo Ouvidor, Francisco Salles Ribeiro, e para a acomodação da sua ouvidoria nos mesmos Campos, tem feito obras de grande custo, às expensas da Câmara, como quem espera passar neste lugar, todo o tempo de seu julgado". "O suplicante acha-se estabelecido com uma fábrica de engenho e com negócios dos mais avultados de terras, e tem duas embarcações no mar; deve-se-lhe bastante dinheiro e todo este fundo está prestes a perder-se ou arruinar-se." "Vossa Excelência que foi, providencialmente, destinado para fazer a fortuna e felicidade que logram os fiéis vassalos de Sua Magestade em todo continente de seu governo; Vossa Excelência cuja poderosa mão corta despotismos e castiga as insolências, digne-se a suspender um ministro suspeito e capital inimigo do suplicante, desarmando-o da autoridade com que sustenta sua vingança; ministro que não conhece superior, nem igual, que publica que em sua comarca, só ele manda e pode". "E por tudo, se prostra aos pés de vossa excelência para o valer e livrar da opressão, rogando que, sendo servido informar-se desta verdade, à custa do suplicante, está pronto com sua fazenda, a toda despesa, desde que seja cometida a diligência para este fim a qualquer pesoa de maior confiança". O Ouvidor Geral do Crime. dr. José Cabral de Almeida, por ordem do Vice-Rei, promoveu uma devassa que comprovou as alegações do Sargento Mor Gregório Francisco de Miranda e provocou as providências que fizeram retirar de Campos o Ouvidor, devolvido à cabeça de sua comarca. O Sargento-Mor Gregório Francisco de Miranda faleceu em 28 de março de 1808, tendo sido sepultado na Igreja do Carmo, em sua cidade de Campos dos Goitacazes, no estado do Rio de Janeiro. Sua esposa, D. Mariana Francisca de Assumpção, nascida em 15 de agosto de 1753, baixou ao túmulo, na mesma Igreja da sepultura do marido em 5 de dezembro de 1833, "com cheiro de santidade", diz Lamego, e chamada pelo povo, por quem era muito amada, de A Bem-Aventurada. Durante decênios comentou-se de sua benemerência para com os pobres e necessitados, em geral.

Fontes: Alberto Lamego, A Terra Goitacá, vol. VI, pp. 77 e seguintes). Cardoso de Miranda, O Cyclo das Gerações, um nobiliário fluminense, sd e se. Sheila Castro Fariam A Colônia em Movimento, ed. Nova Fronteira, Rio, 1998, pp.195 e seg.

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Gregório Francisco de Miranda's Timeline

1736
1736
São Salvador de Joane, Braga, Portugal
1795
September 22, 1795
São Salvador de Joanna, Arcebispado de Braga, Portugal
1808
March 28, 1808
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Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brazil
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Igreja do Carmo, Campos, Campos dos Goytacazes, State of Rio de Janeiro, Brazil