Marechal José de Freitas Teixeira Spínola de Castelo Branco

Marechal.

José de Freitas Teixeira Spínola de (N. Valezim-Guarda, 1801; ob. ?, 1889). Primeiro lente que teve a segunda cadeira da Escola Politécnica de Lisboa. Docente: Escola Politécnica de Lisboa, Academia Real de Marinha. Docente de: Cálculo Infinitésimal. Aluno: Universidade de Coimbra. Curso: Curso de Matemática. Cargo(s): Brigadeiro graduado de Engenharia (?, ?, ?).

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José  de  Freitas  Teixeira  Spínola  de  Castelbranco,  Marechal-de-Campo  (21-1-1861)  e  Brigadeiro,  Bacharel  formado  em  Matemática  pela  Universidade  de  Coimbra  (1821),  Lente  Substituto  da  Real  Academia  da  Marinha  (1822),  Director  da  Escola Politécnica de Lisboa, Vogal da Junta Administrativa e Lente da 2.ª Cadeira da Escola Politécnica de Lisboa, Conselheiro de Sua Majestade Fidelíssima (como lente 

54Luís Miguel Pulido Garcia Cardoso de MenezesArquivo Histórico da Madeira, Nova Série, n.º 4, 2022decano e director da Escola Politécnica), Fidalgo de Cota de Armas (por carta de brasão de armas de 3-4-1807, escudo esquartelado: 1.º Castelbanco; 2.º Freitas; 3.º Teixeira; 4.º Spínola; timbre de Castelbanco)9, Sócio da Real Academia de Ciências, Comendador da Ordem Militar de S. Bento de Avis (na qualidade de lente decano da Academia Real da Marinha e da Escola Politécnica, que, segundo as leis da sua criação, tinha as honras e preeminências das da Universidade de Coimbra) e condecorado com a Medalha das Campanhas da Liberdade, Medalha de Ouro da Classe de Comportamento Exemplar, Medalha de Prata da Classe de Valor Militar e Medalha de Prata da Classe de Bons Serviços, etc., militar, professor universitário e académico português.Fez os primeiros estudos no Funchal, num colégio inglês instalado durante a Guerra Peninsular e frequentou a Aula Régia de Desenho, as aulas do Pátio das Artes e a de Latim no Seminário da Madeira.Assentou praça como Cadete a 21-6-1816, num Corpo de Artilharia da Guarnição da Madeira, sendo então governador da ilha o Tenente-General Florêncio José Correia de Melo. Obteve licença para vir para o Reino, de modo a prosseguir os estudos e curso de Artilharia e também frequentar o curso de Matemática na Universidade de Coimbra, obtendo o bacharelato em 1821 e sendo promovido a 2.º Tenente a 22-1-1821. Seguem-se as promoções militares: 1.º Tenente a 12-6-1824, Capitão a 24-7-1834, Major a 26-11-1840, Tenente-Coronel a 19-4-1847, Coronel por decreto de 29-4-1851 e, mais tarde, Brigadeiro. Passou à situação de reforma com a patente de Marechal-de-Campo a 21-1-1861, ficando adido à Torre de Belém.A par da carreira militar, realiza um percurso académico de realce, iniciado em 1822, quando foi nomeado e despachado Lente Substituto da Real Academia da Marinha, por proposta da congregação dos lentes daquele estabelecimento de ensino, e em resultado do concurso público a que, segundo a lei, eram admitidos unicamente doutores ou bacharéis formados em Matemática, tendo obtido preferência sobre os diversos concorrentes. A este despacho seguiu-se ser logo chamado pelo Ministério da Marinha em 1823 para vir reger a cadeira do 1.º ano da Real Academia da Marinha e interromper o serviço militar em que estava no seu Corpo de Artilharia. Em 1823, foi integrado no Real Corpo de Engenheiros e nesta arma continuou a sua carreira militar até ao posto de Brigadeiro. Em 1833 e 1834, participou como engenheiro militar nas Campanhas da Liberdade 9 BAENA, 1991, Archivo heraldico-genealogico, vol. I, p. 384; Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT), Cartório da Nobreza, livro VII, fl. 165; ANTT, Casa Real, Processo de Justificação de Nobreza, José de Freitas Teixeira Spínola de Castelbranco, Maço n.º 43, n.º 24; Arquivo Distrital da Guarda, Registos Paroquiais, Paróquia de Valezim, Seia, Baptismos 1 (1785-1843), fl. 98.
55Nótulas Histórico-Genealógicas da Família Freitas Teixeira de Spínola de Castelbranco (Séculos XV-XX)Arquivo Histórico da Madeira, Nova Série, n.º 4, 2022(1828-1834), entrando em diversas batalhas. Quando em 1835 foi extinta a Real Academia da Marinha e outros estabelecimentos de instrução pública superior e criado o Instituto de Lisboa, foi nomeado Lente de Mecânica, que ainda começou a funcionar, mas não prosseguiu por ter havido mudança de ministério. Em 1837, sendo definitivamente extinta a Academia Real da Marinha e criada a Escola Politécnica de Lisboa, foi nomeado Vogal da Junta Administrativa e Lente da 2.ª Cadeira. Depois desempenhou graciosamente, durante nove anos, a função de Director desta escola superior, cumulativamente com a docência, até que, por motivo de saúde, obteve a sua jubilação. Ainda depois de jubilado, foi responsável pela fiscalização das obras de reconstrução do edifício da Escola Politécnica, que fora destruído por um incêndio a 22-4-1843.Era Sócio da Real Academia de Ciências, eleito por ter escrito um tratado de Álgebra superior, que a Academia aceitou e mandou imprimir à sua custa.Escreveu diversas obras adaptadas como compêndios na Escola Politécnica de Lisboa: Noções de Calculo Differencial (Lisboa, 1838), Elementos de Algebra Superior, coordenados para uso dos alumnos da Escola Polytechnica (Lisboa, 1843), Applicação da Algebra á Geometria, lições coordenadas para uso dos alumnos da Escola Polytechnica