Antonio Moniz de Aragão Ferrão

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About Antonio Moniz de Aragão Ferrão

Nasceu Antônio Ferrão Moniz de Aragão em 28/12/1813, em Salvador – como ele próprio registrou, num de seus numerosos Diários, manuscritos inéditos que se encontram na biblioteca da Academia de Letras da Bahia (ALB) – e faleceu aos 74, em 30/7/1887, “na biblioteca de sua residência…: deitado em uma rede, tinha um livro aberto que lhe pousava sobre o coração”, uma das mãos caídas para um lado e um charuto no chão, como está no livro História das Ideias Filosóficas na Bahia (séculos XVI a XIX), 2006, de autoria dos professores de filosofia Francisco Pinheiro Lima Jr. e Dinorah d’Araújo Berbert de Castro, que dedicam 44 páginas desse volume ao estudo da vida e espantosa produção intelectual de Ferrão Moniz, um dos 51 “professores de filosofia” pesquisados, ressaltando-o como “o nosso maior pensador”.

Como este é um texto para jornal, de espaço limitado, creio que devo homenagear os autores de artigos sobre Ferrão Moniz para a imprensa em quatro momentos. Primeiro, o texto escrito por um enteado de seu neto Gonçalo Moniz Sodré de Aragão, o médico Otávio Torres, intitulado “Antônio Ferrão Moniz de Aragão, o Filósofo” e publicado no Jornal do Comércio em 21/12/1944. Gonçalo Moniz guardou por muitos anos os livros, os cadernos de manuscritos e as publicações de Ferrão Moniz e confiou-os a Otávio Torres para que fossem doados ao IGHB e à ALB, de cujo quadro o “velho sábio” é patrono da cadeira nº 17. Segundo momento, na coluna “Letras Baianas” do Diário da Bahia, 1952, o jornalista e poeta Luiz Alberto Moniz Bandeira [futuro cientista político], aos 16 anos, publicou artigos sobre autores baianos, entre eles Ferrão Moniz. Como somos amigos de infância, posso testemunhar que Luiz Alberto venerava o trisavô Ferrão Moniz como paradigma de intelectual e homem de bem, carinhosamente chamado pela família de “Senhor”, mas não por ter sido senhor de engenho, um dos herdeiros do barão de Itapororoca, porquanto alforriou os escravos e empobreceu, vendendo as propriedades rurais e estabelecendo-se em Salvador, para exercer o magistério e ocupar o cargo de diretor da Instrução Pública e de “bibliotecário” diretor da Biblioteca Pública. Terceiro momento, a publicação em A TARDE, de 30/7/1987, em página inteira do Caderno 2, de Francisco Pinheiro Lima Jr., “Ferrão Moniz, um amigo da sabedoria” (comemoração pelo centenário de sua morte). Quarto momento, a publicação, na coluna Gente e Memória de A TARDE, de 28/12/2006, do artigo do professor pós-graduado no assunto Marcelo Duarte Dantas de Ávila, “Antônio Ferrão Moniz de Aragão, uma vida dedicada aos estudos.”

Dediquei algumas semanas a compulsar, folhear e fazer uma leitura dinâmica de suas obras, desde Elementos de Matemáticas, 1858. É empolgante a leitura dos textos daquele garoto de 12 anos que o pai manda estudar na Europa, primeiramente humanidades em Paris e, entre 1832 e 1834, ciências naturais e matemática em Londres. Antônio aos 19 anos, acompanhado do irmão Egas viajaram por vários países europeus. Conclui-se o inventário, Antônio Ferrão Moniz assume a propriedade do engenho Santo Estêvão e se casa com a bela D. Maria Adelaide Sodré Pereira, de cujo matrimônio nasceram os nove filhos do casal, entre eles o vice-almirante Francisco Ferrão Moniz de Aragão, pai do governador da Bahia de 1916 a 1920, que tinha o mesmo nome do avô, Antônio Ferrão Moniz de Aragão. A mudança física do Recôncavo para a cidade do Salvador se deu no final da década dos 1840, quando começaram suas atividades de magistério, inclusive a compra e direção do Colégio 2 de Julho e o exercício de cargos públicos.

Nos seus 19 anos, Ferrão Moniz atravessou uma crise religiosa, que ele retrata, em linguagem estranhamente criptografada no “Diário”, escrito em Paris, após confessar que “muitas vezes não tenho ido à missa aos domingos”. Três anos mais tarde, nos seus 22 anos, de volta ao Recôncavo baiano e no Natal de 1835, escreve em seu “Diário”, como sempre dirigindo-se, num modo inglês de linguagem figurada, a um interlocutor fictício chamado “meu caro B”: “Hoje, meu caro B, é o dia em que nasceu o nosso grande Cristo, que estabeleceu a religião cristã…”

O jovem pensador se iniciaria maçon e amadureceria escrevendo admiráveis textos sobre Filosofia da Religião (199 fls. manuscritas) e sobre o que chamou de Teologia Transcendental, Teologia Natural e Teologia Moral, nos quais especula sobre a “Natureza de Deus” e a “Santíssima Trindade” – a potência, a inteligência e o amor em si, que “subsistem em uma unidade radical, absoluta, Deus (que) é pois essencialmente um – unus – pela substância e trino – trinus – pelas propriedades”.

Introdutor e divulgador, no Brasil, da filosofia positivista de Auguste Comte, sem aceitar a “Religião da Humanidade” deste – conforme demonstrou, em carta, seu neto, o professor Gonçalo Moniz –, Ferrão Moniz, que defendeu brilhantemente o feminismo e o regime de governo republicano, mostra-se, na maturidade de seus escritos, não mais o “cético” ou o “materialista” dos “Diários” da juventude, mas um deísta, no dizer dos Profs. Francisco Pinheiro Lima Júnior e Dinorah Berbert de Castro, “adepto de uma religião naturalista, admirador do cristianismo, julgado mui benfazejo à humanidade”.

Fonte: http://www.ighb.org.br/noticias-destaque/bicentenario-de-antonio-fe...

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Antonio Moniz de Aragão Ferrão's Timeline

1813
December 28, 1813
São Francisco, Bahia, Brazil
1814
January 23, 1814
1837
December 8, 1837
State of Bahia, Brazil
1838
December 24, 1838
State of Bahia, Brazil
1840
January 23, 1840
1842
February 1, 1842
1859
March 25, 1859
Salvador, State of Bahia, Brazil
1887
July 30, 1887
Age 73
São Francisco, Bahia, Brazil
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