Antonio Nunes Ribeiro Magalhães, visconde de Ribeiro Magalhães

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About Antonio Nunes Ribeiro Magalhães, visconde de Ribeiro Magalhães

Nasceu na freguesia de Castelões de Cepeda, da “cidade” de Paredes (Portugal) em 5 de Outubro de 1841. Foram pais de Magalhães: Joaquim Nunes e Joaquina Rosa de Magalhães, "modestos, laboriosos e honestos trabalhadores", já falecidos (não era informada a data do falecimento, conforme fonte secundária).Bem cedo Antônio Nunes Ribeiro Magalhães começou a sentir a necessidade de novos e mais amplos horizontes para "dar largas ao seu gênio altamente empreendedor e ativo", sendo o Brasil o país dourado dos seus belos sonhos de criança, para o qual embarcou, contando doze anos de idade, depois de aprender as primeiras letras na escola primária de sua terra. Magalhães “era pobre, bem pobre”.

Em 1853, aportou neste estado e conseguiu um emprego numa casa de comércio de Rio Grande.Viajou sozinho, em 1853, no Veleiro Íris, um navio à vela, uma pequena escuna, com destino ao porto de Rio Grande. Conseguiu modesto emprego como caixeiro, em um dos armazéns do Mercado Público de Rio Grande. A Freguesia de Santo Antônio de Lavras foi criada pela Lei nº 82, de 13 de novembro de 1847 e tornar-se-ia Vila pela Lei nº 1364, de 9 de maio de 1882. Possivelmente, foi da então Freguesia de Lavras que partiu, de “Três Vendas”, um antigo comerciante, “Delabary” que, precisando de um caixeiro para o seu estabelecimento, foi para Rio Grande. Já mais adulto, Magalhães foi contratado por Delabary. Mais tarde, Magalhães tornou-se sócio de Delabary. Após, Magalhães estabeleceu-se com a firma “Alegre & Magalhães”, dissolvida em 1872, ano em que Magalhães mudou-se para o “Piraí”, onde constituiu a firma “Magalhães & Souza”, com Francisco Loureiro de Souza, operando no ramo de “secos e molhados”, firma com existência efêmera, poucos anos. Francisco Loureiro de Souza, em 1872, era empregado de comércio; em 1906, Souza seria “um dos ornamentos do jornalismo portuense”, em Portugal. Existem informações de que Magalhães foi radicado em Pelotas, onde se dedicou ao comércio, onde também foi charqueador. Teria chegado à Bagé depois de 2 de dezembro de 1884, época da inauguração da ferrovia. No entanto, faltam evidências para tais informações. A carta de matrícula da Junta Comercial de Porto Alegre, obtida por Magalhães em 1885, para a cidade de Bagé, já com uma casa comercial consolidada, destoa de um suposto deslocamento de Magalhães, de Pelotas para Bagé, somente depois de 1884. Graças ao seu trabalho esforçado e às suas qualidades de ordem e de economia, conseguiu reunir um pequeno capital com o qual, no fim de poucos anos, se estabeleceu por conta própria em Pirahy, com negócios de secos e molhados. Esse negócio prosperou de tal forma que, poucos anos depois, liquidou a casa de Pirahy e veio estabelecer-se em Bagé, com o mesmo negócio, agregando uma barraca de produtos da pecuária. Magalhães explorou diversas atividades, desde o ramo de açougues até proprietário de barraca de frutos do país. Em seguida, retomou a atividade de comerciante em secos e molhados, por atacado e por varejo. O seu capital e o seu crédito aumentaram progressivamente, de tal forma que, em 1881, já podia operar em grande escala, especulando felizmente na compra e venda de gado. Em 24 de novembro de 1885, Magalhães obteve carta de comerciante matriculado na Junta Comercial de Porto Alegre. Em 1893, deu sociedade ao seu filho Antonio na sua casa de comércio, constituindo a firma Magalhães & Filho. A firma “Magalhães & Filho” funcionou na esquina da rua 7 de setembro com a 3 de Fevereiro, por largos decênios. Situada na rua 07 de Setembro, nº 130 e 132, era classificada como ramo de “agentes de seguros”, “loja de fazendas”, “frutos do país”, “secos e molhados”, “loja de ferragens”, “porcelanas”, “miudezas”, “comprava ouro e frutos do país”. Em (1894/1895) fundou a charqueada de “Cotovelo” onde, no curso da primeira safra, foram sacrificadas 8.670 reses. Sendo muito restrita a capacidade de produção deste estabelecimento, liquidou-o em 1897 para fundar, com elementos mais amplos, o “Saladero Sta Thereza” que, durante a primeira safra, abateu 14.000 animais. Desde então, a progressão foi constantemente ascendente, até alcançar a formidável cifra de 45.000 reses. Magalhães comprou de Alexandre José Colares uma fração de campo na parte sudoeste da cidade, à margem da estrada de ferro, onde construiu a charqueada Santa Teresa, nome em homenagem à Teresa Pimentel Magalhães. Em 1898, a charqueada inaugurou um moderno sistema de iluminação com gás acetileno. Em 1901, a charqueada possuía uma caldeira a vapor, três digeridores com capacidade para 80 reses, cada um; e que alimentava o refinador de graxa, guincho, bomba; possuía vasta cancha para abates e salga; linha férrea para transporte de resíduos; cano de esgoto; instalação de luz elétrica, funcionando 80 lâmpadas e cujo motor tinha a força de 10 “cavalos”, dínamo de corrente contínua, força eletromotriz de 230 wolts e 1350 revoluções por minuto; sobressalente, uma instalação de gás acetileno, podendo dar luz a 90 bicos de dezesseis “velas”; serraria à vapor, cujo motor de 8 “cavalos” de força, colocava em movimento 8 máquinas diversas ( de aplainar, de serrar, de furar, de fazer molduras, de tornear, e engenho para serrar madeiras trabalhando 10 horas de cada vez); oficina de ferraria; tanoaria; moradias para os trabalhadores, compondo-se de 15 lances para famílias e 15 lances para solteiros, acomodando 6 pessoas cada um; restaurante; armazém e padaria; abatia 480 reses/dia; nos meses de safra, empregava 180 pessoas, cujos salários eram de R$ 16.000$000 réis mensais; um júri estadual havia concedido “medalha de ouro” aos produtos elaborados pela charqueada. Em 1908, Existiam, na charqueada, casas para 1000 pessoas, sendo efetiva a população de 894 pessoas, de ambos os sexos. Toda a charqueada era iluminada por luz elétrica, funcionando uma usina independente da cidade que distava 7 km de distância. Tinha uma sapataria, duas barbearias e uma alfaiataria. Existia uma capela elegante dedicada à Santa Teresa. Em 1908, para diversão, o teatro Santo Antônio, decorado interiormente e exteriormente, com vinte camarotes e lugar para centro e cinqüenta pessoas nas galerias e outras tantas na platéia; o grupo dramático “Santa Teresa” era composto de empregados da charqueada. O teatro era para exibições cinematográficas (cinematógrafo), peças e óperas. Em 1915, funcionava no teatro uma banda musical, a “Lira Santa Teresa”. No teatro havia 06 camarins, 17 camarotes, 50 cadeiras, gerais, sala de bilhar, bilheteria, copa. Havia um piano e pinturas. No teto, figuravam os “medalhões” de Carlos Gomes, Donizetti, Bellini, Auber, Ariza, Gounod, Puccini, Franchetti, A .Bosc, J. Verdi, Machetti, Feiullet, Barrou e Chopin. O pano de boca do teatro era uma “linda alegoria ao trabalho”. Em 1908, a Sociedade Beneficente “Santa Teresa” tinha edifício próprio, modesto, asseado, confortável, que dispunha de uma sala para operações e outra sala, espaçosa, para enfermaria. O médico era o Dr. Júlio Mascarenhas de Souza. Um colégio, externato, misto, com 60 alunos, cujo professor era remunerado pela Intendência Municipal. Em 1911, havia uma linha de bonde que ligava as duas charqueadas, Santa Teresa e Industrial; uma fábrica de café, uma fábrica de línguas em conserva. Em 1914, Magalhães possuía 2.200 vacas leiteiras, em Santa Teresa e na estância Rio Negro. A partir dessa criação, construiu uma indústria de laticínios, produzindo queijos, manteiga, leite pasteurizado, leite medicinal; cujo administrador era Castro Garavia. Em 1915, em fonte de primeira mão, havia uma descrição da Capela de “Santa Teresa”: altar-mor, trazido da Bahia, por um amigo da família, com a santa; haviam imagens de Santo Antônio, São Joaquim; São Sebastião, São Geraldo, “Coração de Jesus”, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora de Lourdes, São José; o padre Vicente oficiava os atos religiosos. No coro da capela havia um órgão. Todos os paramentos da capela, altar, a riquíssima custódia, cravejada de rubis e esmeraldas, vieram de Paris. Este resultado ainda não pareceu, suficiente a este homem de vistas amplas. Em 1904, tomou por arrendamento a “Charqueada Industrial”, que acabou por comprar, em 1907, pela soma de Rs 200:000$000 e os dois estabelecimentos chegaram a charquear, numa safra, a colossal quantidade de 94.600 animais. Entre as duas charqueadas, foi construída uma avenida arborizada, a Boulevard 16 de Outubro; além de uma linha de bondes. Essa situação se manteve até o ano de 1912, em que vendeu os dois estabelecimentos à “Anglo-Brazilian Meat Company Limited”, sociedade anônima organizada por capitalistas ingleses; ele próprio subscreveu a 47.500, em ações de 1 libra. – O capital desta Cia, que n’outro lugar estudamos, é de 200.000 libras e, desde a sua fundação até esta data, ela tem funcionado sob a direção do Visconde. Acabas-se de estudar sucintamente a ação do Visconde de Ribeiro Magalhães como comerciante e como industrialista; cumpre-nos agora estudar o criador preclaro, cujo exemplo foi de tão fecundos resultados para o desenvolvimento da indústria pastoril nesta regiões e para o melhoramento científico das raças. Foi ele o primeiro que introduziu neste Município um lote de animais de pura raça, importados da Inglaterra: era 1899 e o lote compreendia 7 touros e 1 vaca Durham, cujo valor global era de Rs 40:000$000. Em 1913, introduziu 20 reprodutores puros, além de 68 lanígeros de um valor global de Rs 70:000$000. Estes animais foram comprados pessoalmente pelo Visconde, no curso de uma das suas viagens na Europa. Em 1904, Magalhães fez sua primeira viagem à Portugal. Foi acompanhado por sua esposa, Teresa Pimentel Magalhães, e de cinco “filhos” (quatro filhas e uma criada); visitou sua irmã, Ana Nunes de Magalhães, viúva, e seus filhos. Permanecendo dois meses na Vila de Paredes e partiu para visitar outros lugares de Portugal, Espanha, França e Inglaterra, regressando à Vila de Paredes em dezembro de 1904 e para Bagé em Janeiro de 1905. Os filhos de Magalhães eram: Antônio; Joaquim; Arthur; José. As filhas: Teresa; Herotildes; Adelaide; Alayde; Haydée. Em 1913, Magalhães empreendeu a sua segunda e última viagem à Europa. Com familiares, foi tomar o “Arlanza”, o maior transatlântico das linhas para a América do Sul, que pertencia à frota da Mala Real Inglesa, que pela primeira vez atracava no porto de Buenos Aires. Recomendado por K. Wilson (sócio na empresa The Anglo Brazilian Meat Company Limited) ocupou camarote de luxo. No porto de Santos, foi recepcionado por Altino Arantes, presidente do Estado de São Paulo. No porto de Southampton, foi recebido por uma comissão especial. Na estação ferroviária de Londres, foi saudado por K. Wilson. Em Londres, hospedou-se no Grande Hotel, em Trafalgar Square. Convidado de honra para a Exposição de Gado em Bristol. Na cabanha do Rei Jorge V, adquiriu um lote de animais puro sangue. Na Escócia, de um “Lord”, comprou gado Durham. Em Lisboa, 13 de setembro de 1913, o jornal CORREIO DA EUROPA publicou reportagem sobre Magalhães. Além destes lotes importados do velho continente, comprou excelentes produtos da afamada Cabaña de Carlos Reyles, na República Oriental e outros em diversas exposições organizadas neste Estado. O Visconde de Ribeiro Magalhães era um dos mais fortes criadores deste Estado. Os seus rebanhos se achavam repartidos nas quatro estâncias de sua propriedade, que se afigura interessante estudar nas suas linhas essenciais.

Necessariamente, a gestão de tão importantes interesses exigiu a colaboração de homens competentes e dedicados. Desde 1893, o filho maior do Visconde, Sr. Antônio Magalhães, é sócio da firma Magalhães & Filho. Ativo e culto, dotado de uma atraente afabilidade que valeu grandes simpatias e inúmeros amigos, Antônio Magalhães tem viajado pelo Brasil e pelas Repúblicas Platinas e casou nesta cidade onde possui propriedades. A importante casa que dirige, além do armazém, de secos e molhados, por atacado, se ocupa de comissões e consignações e de transações bancárias em geral. O movimento da casa é dos mais importantes. Joaquim Magalhães, segundo filho do Visconde, é abastado proprietário; é administrador das importantes charqueadas “Sta Thereza” e Industrial. O outro filho, José Magalhães, se ocupa mais especialmente da administração das estâncias “Carpintaria” e “Cinco Salsos”. O Sr. Rodolfo Moglia, apoderado do Visconde de Ribeiro Magalhães, nasceu, em 1865, em Bagé, onde fez os seus estudos. Era ainda muito novo, em 1876, quando debutou no comércio, como empregado da casa José Bina. Em 1889, entrou na casa de comércio do Visconde que, reconhecendo as suas altas qualidades, em 1900 fez dele o seu gerente. Esta imensa fortuna, que aumenta anualmente o rendimento de inúmeros e excelentes negócios e que representa o resultado de longos anos de trabalho ininterrupto, poderia ter apagado os sentimentos altruístas na alma deste homem; pensar assim seria mal conhecer o Visconde e pode-se altamente afirmar que ele é, antes de tudo, a perfeita encarnação da bondade. Não há instituição de beneficência, não há iniciativa caritativa, ás quais não tenha dado seu completo e desinteressado apoio. É natural que a alta situação social ocupada pelo Visconde de Ribeiro Magalhães tenha feito solicitar os seus serviços pelo Governo Português, para defesa dos interesses da colônia aqui estabelecida. Em 1888, foi nomeado vice-cônsul de Portugal, cargo que ocupou durante longos anos. Em 17 de setembro de 1888, assumia como agente consular de Portugal, Vice-cônsul de Portugal, por proposta do Cônsul-geral no extremo do Brasil, Antônio de Castro Feijó. Ocupando Magalhães o cargo até sua morte, em 11 de janeiro de 1926. Industrial e fazendeiro, Magalhães teve destacado papel na condução dos negócios da colônia portuguesa em Bagé, da qual grande parte era seus empregados. Emitiu dezenas e centenas de cartas de chamada para imigrantes portugueses, para que viessem trabalhar nas suas charqueadas, no seu comércio, nas suas fazendas e quintas. A sua dedicação e os seus atos de filantropia lhe valeram , em 1906, ser agraciado pelo Governo do seu país com o título de visconde e, mais tarde, com a comenda da Agraciada Concepção, homenagem prestada, a pedido da virtuosa Rainha D.Amélia, ao filantropo e ao homem de bem. Em 29 de agosto de 1906, registrado no Arquivo da Torre do Tombo, em 01 de setembro de 1906, foi concedido o título de Visconde de Ribeiro Magalhães, cuja carta foi dada e assinada por Dom Carlos, Rei de Portugal, no Paço das Necessidades, em Lisboa. Os motivos do título: a) ser Vice-cônsul em Bagé; b) ser proprietário; c) ser comerciante.

Fonte: http://claudioantunesboucinha.blogspot.com.br/2010/08/visconde-de-r...

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Antonio Nunes Ribeiro Magalhães, visconde de Ribeiro Magalhães's Timeline

1841
October 5, 1841
Castelões de Cepeda, Paredes, Porto District, Portugal
1874
June 8, 1874
Bagé, Rio Grande do Sul, Brazil
1877
1877
Bagé, Rio Grande do Sul, Brazil
1880
May 3, 1880
Bagé, Rio Grande do Sul, Brazil
1886
August 10, 1886
Bagé, Rio Grande do Sul, Brazil
1901
May 26, 1901
Rio Grande do Sul, Brazil
1926
January 11, 1926
Age 84
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