Historical records matching Emília Dulce Moncorvo de Figueiredo
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About Emília Dulce Moncorvo de Figueiredo
Emília Moncorvo de Figueiredo nasceu em 11 de março de 1852 no Rio de Janeiro. Ao casar-se com o médico Jerônimo Bandeira de Mello, passou a assinar Emília Moncorvo Bandeira de Mello. O escritor Lima Barreto (que não era dado a elogios fáceis) escreveu no seu Diário íntimo, que ela era “uma moça esbelta (...), reservada, vestida sempre com discretas toilettes, que quase nunca é vista nos lugares onde nos pomos à mostra (...). É ela, entre nós, uma das poucas pessoas que possuem um perfeito conhecimento da língua francesa (...). Além desse conhecimento, que é valioso, possui uma ciência perfeita do inglês (...) e há anos se dedica ao estudo da metafísica alemã e dos teólogos da Idade Média”.
Com tantas qualidades intelectuais, não é de admirar que tenha tido ambições literárias. Amiga de Machado de Assis, procurou para isso o seu apoio, que não obteve. Escreveu a respeito, quando da morte do escritor em 1908: “Há cinco anos talvez, procurei-o na Secretaria de Indústria e Viação, para o consultar sobre o projeto que já se definia em meu espírito de escrever para jornais. Achei-o gentilíssimo, amável, com o macio sorriso de sempre: mas nessa gentileza um pouco negativa, nessa doçura talvez enigmática, senti a falta de apoio intelectual que lhe pedia. E afastei-me, entristecida”
Lançada finalmente por Alcindo Guanabara, colaborou nos periódicos A Tribuna e Étoile do Sud como cronista e contista, usando os pseudônimos de Júlio de Castro, Leonel Sampaio, Mário Villar e Célia Márcia. Em 1905 ganhou uma coluna dominical (A semana) na primeira página de O Paiz (então o principal jornal sul-americano), passando a assiná-la como Carmen Dolores, nome que conservou pelo resto da vida, e que lhe trouxe a fama. Segundo Coelho Neto, outro dos seus admiradores e autor da introdução de Um drama na roça, durante um ano manteve oculta sua verdadeira identidade, provocando grande reboliço no meio literário da capital, pois a autoria dos seus escritos foi atribuída a mais de um autor consagrado.
Juntamente com Júlia Lopes de Almeida, escrevia em O Paiz. Embora Dona Júlia seja hoje mais conhecida, Carmen Dolores parece ter sido mais admirada pelos seus contemporâneos, pois sua coluna ocupava um dia nobre (domingo), enquanto a de sua companheira e amiga uma simples quarta-feira. Recebeu muitos elogios de intelectuais importantes, como os já citados Coelho Neto (“é hoje, sem contestação, um dos escritores de mais brilho, exímia analista de almas”) e Lima Barreto (“é um raro tipo de autora, entre nós. Bela, não é coquette; ilustrada, não é pedante; gloriosa, não se exibe”) e outros, como Gilberto Amado, que numa crônica (O Paiz, 21.08.1910) elogia a sua “prosa indisciplinada e belicosa”. Mas a definição mais adequada talvez tenha sido feita por ela mesma (O Paiz, 13.01.1907): “quero lembrar uma coisa aos que amavelmente me lêem: é que jamais, desde que abalancei com um atrevimento nunca visto a escrever para o público, jamais me subordinei à opinião de ninguém, nem a convenções estabelecidas, nem a maneirismos femininos ou coisa que o valha. Sou uma independente, que digo o que penso com a mais absoluta indiferença pelo efeito que produzo, usando apenas um objetivo: ser sincera comigo própria.” Pela crueza e atrevimento dos seus escritos, foi freqüentemente atacada por moralistas e antifeministas, principalmente conservadores católicos e positivistas radicais. Sobre isso, escreveu Coelho Neto: “Há cruezas na página? Que culpa tem o espelho da imagem que reflete? Não responsabilizem a escritora, responsabilizem a vida.” Mas, do ponto de vista de hoje em dia, sua posição sobre a condição da mulher é bastante contraditória e paradoxal. Defensora do divórcio e do trabalho feminino, não o foi no entanto em relação ao direito ao voto. Carmen Dolores morreu no Rio, em 16 de agosto de 1910. Teve quatro filhos, entre eles a também escritora Cecília Bandeira de Mello (Mme. Chrysanthéme).
Fonte: http://www.verbo21.com.br/v1/index.php?option=com_content&view=arti...
Emília Dulce Moncorvo de Figueiredo's Timeline
1852 |
March 11, 1852
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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
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1870 |
1870
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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
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1879 |
1879
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1886 |
1886
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1910 |
August 16, 1910
Age 58
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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
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