Fernão Dias Pais, o Caçador de Esmeraldas

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Fernão Dias Pais, o Caçador de Esmeraldas

Also Known As: "Fernão Dias Paes Leme"
Birthdate:
Birthplace: São Paulo, São Paulo, Brasil
Death: 1681 (67-76)
Rio das Velhas, Brasil (Brazil) (Fever)
Place of Burial: São Paulo, SP, Brazil
Immediate Family:

Son of Pedro Dias Pais Leme and Maria Leite da Silva
Husband of Maria Garcia Betim
Partner of NN
Father of Garcia Rodrigues Pais; Custódia Pais; Mariana Paes Leme; Isabel Pais da Silva; Maria Leite and 5 others
Brother of Pascoal Leite Pais; Pedro Dias Leite; Isabel Pais da Silva; Sebastiana Leite da Silva; Verônica Dias Leite and 4 others

Occupation: Bandeirante
Managed by: Ana Toledo - Curadora
Last Updated:

About Fernão Dias Pais, o Caçador de Esmeraldas

Fernão Dias Pais (São Paulo, c. 1608 – sertão do Espírito Santo, provavelmente Quinta do Sumidouro, em 1681) foi um bandeirante paulista. Ficou conhecido como "O Caçador de Esmeraldas".

É o bandeirante de mais largo renome, juntamente a Antônio Raposo Tavares.

A bandeira de 1638

Integrou a famosa bandeira de Antônio Raposo Tavares, ao sul do Brasil, em 1638, que devassou os atuais estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e talvez o Uruguai. Nos ataques às reduções do Ibicuí, no atual Rio Grande do Sul, acompanhava-o o irmão Pascoal Leite Pais, que, sofrendo uma derrota a tropa que comandava, como capitão, em Caaçapaguaçu, em 1638, foi preso pelos espanhóis comandados por D. Pedro de Lugo e levado para o rio da Prata. Somente anos depois voltaria a São Paulo, para tomar parte em bandeiras até morrer em 1681, em sua fazenda de Parnaíba.

A bandeira de 1644

Defensor da expulsão dos jesuítas, que não concordavam com a escravização dos índios, partiu em nova bandeira, de 1644 a 1646, dessa vez pelo sertão paulista. Em 1650, administrou a construção do Mosteiro de São Bento, na Vila de São Paulo[3], sendo eleito juiz ordinário no ano seguinte. Em 1653, promoveu uma reconciliação entre paulistas e jesuítas.

A bandeira de 1661

Mas, em 1661, empreendeu novas expedições ao sertão em busca de índios para escravizar. Penetrou o Sul "até a serra de Apucarana", no "Reino dos índios da nação Guaianás", ou seja, no sertão do atual estado do Paraná. Retornou em 1665, com gente de três tribos, mais de quatro mil índios, mas, sem conseguir vendê-los, passou a administrá-los numa aldeia às margens do Rio Tietê, em suas terras, abaixo da vila de Parnaíba. Abastecia assim suas próprias lavouras.

As grandes expedições e descobertas por Lourenço Castanho Taques, Borba Gato, Matias Cardoso de Almeida e Fernão Dias se deram entre 1660 e 1670. Desde que uma entrada pelo Espírito Santo, chefiada por Marcos de Azeredo, dito O Velho, trouxe amostras de esmeraldas, em 1611, havia renascido o sonho de encontrar tais pedras.

Em 1671, Fernão Dias Pais Leme recebeu ordens do governador Afonso Furtado para penetrar no sertão em busca das esmeraldas da mítica serra do Sabarabuçu. Uma carta régia de 21 de setembro de 1664 tinha-lhe pedido para "ajudar Agostinho Barbalho Bezerra", de modo que a corte começava a tomar conhecimento das esperanças por ouro renascidas no Sabaraboçu.

A bandeira de 1674

Elogiado pelos seus grandes serviços pelas cartas régias de 27 de setembro de 1664, de 3 de novembro de 1674, de 4 de dezembro de 1677 e de 12 de novembro de 1678, o bandeirante preador de índios se animou à empresa. Escreveu ao governador – ou lhe escreveu D. Afonso Furtado de Castro do Rio de Mendonça, senhor e depois primeiro visconde de Barbacena e governador-geral desde 8 de maio de 1671, incentivando-o a buscar regiões de prata e esmeraldas. Deu-lhe carta patente de chefe da grande bandeira com o título de "governador das esmeraldas e da conquista dos índios Mapaxós."
Para outros historiadores, como Diogo de Vasconcelos, Fernão Dias Pais Leme se ofereceu ao governador. Diz ele: "Seria chefe de ilustre família, senhor de vastos latifúndios e milhares de escravos, aldeias de índios que administrava, e grossos cabedais, além de corpo de armas numeroso." De qualquer jeito, data de 30 de outubro de 1672 sua patente de "governador das esmeraldas", vinda da Bahia. No início dos preparativos, usou Manuel Pires Linhares, outro sertanista notável que viria a figurar, juntamente a Marcos de Azeredo Coutinho, como o descobridor das minas no distrito dos Cataguás ou Cataguazes. Teria Fernão declarado, em 1672, à câmara de São Paulo, "que ia aventurar pelas informações dos antigos e que se reportava ao que tinha escrito ao governo deste Estado sobre minas de prata e esmeraldas".

Teria sessenta anos: D. Lucrécia Leme, sua avó, viúva de Fernão Dias Pais Leme, em termo de inventário de 12 de maio de 1606, declara ter tido seu quinto filho Pedro Dias Pais (pai de Fernão Dias Pais Leme) aos 22 anos. Fernão Dias foi o primogênito.

Na carta recebida do rei, elogiando seus grandes serviços, insinuava a conquista dos índios goianás. Ora, parte dessa nação, aterrada, se refugiara além da serra atual de Apucarana, onde formaram reino em que, em breve, guerreariam entre si. Eram os índios de melhor índole em sociedade, monógamos, cultivando a terra, vivendo em aldeias, mostrando noções de governo incomuns. Fernão Dias aproveitara a ocasião e penetrou o sertão, quando da guerra de extermínio entre eles, e conquistou-os para os apresentar ao grêmio da Igreja, conduzindo mais de cinco mil para as terras do rio Tietê junto à vila de Parnaíba, de sua propriedade. Quando da morte depois de seu régulo Tombu, que recusara de início receber o batismo por não crer numa lei em que o Senhor não castigava de pronto os infratores, mas afinal se batizara e recebera nome de Antônio, os goianás quiseram voltar ao sertão, mas Dias Pais os impedira, e com eles compôs a principal coluna da leva com que mais tarde marchou para o sertão.

A 8 de agosto de 1672, Fernão Dias Pais Leme se apresentou à câmara de São Paulo a chamado de seus oficiais e declarou que, em cumprimento da carta régia, partiria em março seguinte para o sertão de Sabaraboçu a fim de descobrir prata e esmeraldas. Itaverava-uçu ou Sabarabuçu era a "serra que resplandece", inventada por Filipe Guilhem: sertanista castelhano, a procurar nas "gerais" sem tamanho a misteriosa montanha de prata ou esmeralda, visão do paraíso... Buscavam também o lugar denominado por Marcos de Azeredo Coutinho, o primeiro que penetrou aqueles sertões, onde morreu de carneiradas, de que mais tarde será também será vitima o próprio Fernão Dias Pais Leme no rio Sumidouro, chamado Anhonhecanduva pelos índios.

Sua bandeira foi precedida pela bandeira de Matias Cardoso de Almeida, enviado em 1673 com a missão de plantar as indispensáveis roças de mantimentos. Matias Cardoso havia conhecido os tais índios mapaxós, aos quais obrigara a ir cada vez para mais longe. A outra parte da bandeira, ou segunda vanguarda, comandada por Bartolomeu da Cunha Gago, partiu no início de 1674, procedendo às colheitas e armazenando-a ao longo da jornada.

A partida

Em 20 de julho de 1674, Fernão Dias escreveu carta a Bernardo Vieira Ravasco em que diz: "minha partida que será amanhã, sábado, 21 de julho de 1674, com 40 homens brancos e tenho quatro tropas minhas com toda a carga de mais importância no serro onde está o capitão Matias Cardoso esperando por mim, o qual me mandou pedir gente escoteira com pólvora e chumbo."[carece de fontes]
Matias Cardoso de Almeida se unira à expedição com um terço de sua própria dependência, armado a sua custa. Por vanguarda, já Bartolomeu da Cunha Gago fora enviado na frente.

Fernão partiu em 21 de julho de 1674. Teria sessenta e seis anos, e se fez acompanhar de seiscentos homens mais (cerca de quarenta brancos ou mamelucos e o restante de índios), entre eles seu filho Garcia Rodrigues Pais e seu genro Manuel da Borba Gato, casado com Maria Leite, além de numerosos outros sertanistas experientes: Francisco Pais de Oliveira Horta, seu genro, casado com Mariana Pais Leme; Francisco Pires Ribeiro, também chamado "Francisco Dias da Silva", seu sobrinho, filho de sua irmã Sebastiana Dias Leite e de Bento Pires; Antônio Bicudo de Alvarenga; Antônio Gonçalves Figueira; Antônio do Prado da Cunha; Baltasar da Costa Veiga; Belchior da Cunha, mameluco; Diogo Barbosa Leme; Domingos Cardoso Coutinho; João Bernal, que desertou com sua tropa em 1680; João Carvalho da Silva; José da Costa; José de Castilhos, que teve o posto de capitão e por morte de Fernão Dias, em 1681, ficou tomando conta do arraial de Itamarandiba; José de Seixas Borges, Manuel da Costa, Marcelino Teles; Pedro Leme do Prado, irmão de Diogo Barbosa Leme, e outros homens de séquito, além de índios goianazes e de tapanhunhos, para o descobrimento do ouro e esmeraldas – que somente cinco anos mais tarde seria realizado no sertão de Minas Gerais, e não por eles. Seguiu como capelão o padre João Dias Leite, talvez o primeiro padre a rezar missa no sertão dos Cataguás, e o filho mameluco de Fernão, José Dias Pais.

Especulações sobre a rota

Não se sabe na verdade por onde andou a bandeira. Uma hipótese é ter descido o vale do Paraíba rumo a Taubaté, ou à atual Lorena, transpondo a serra da Mantiqueira pela garganta do Embaú, como mais tarde seria tão usual, transpondo os rios Passa-quatro, então chamado Passa-trinta, e Capivari, estabelecendo-se no sítio onde dessa povoação primitiva surgiria mais tarde a cidade de Baependi. Outra hipótese fala em um ponto mais a oeste no território das atuais Minas Gerais, depois de atingido o rio Atibaia ou o rio Jaguari[desambigua%C3%A7%C3%A3o necessária].

Certamente, depois atravessou o rio Verde e o rio Grande, estabelecendo-se em Ivituruna, que, segundo o célebre historiador mineiro Diogo de Vasconcelos, seria "o primeiro lar da pátria mineira", e ali teria passado a estação chuvosa (de outubro a março).

No ano seguinte, 1675, deve ter-se posto em marcha, transpondo a Serra da Borda, alcançando a região do campo, tendo, no rio Paraopeba, (nome que vem de piraipeba – "rio de peixe chato") fundado o arraial de Santana dos Montes[desambigua%C3%A7%C3%A3o necessária]. Teria depois passado ao vale do rio das Velhas e estabelecido o arraial de São João do Sumidouro. Chegando a esse lugar, denominado pelos naturais "Anhonhecanhuva" (água que some, sumidouro), ficou por quatro anos (talvez de 1675 a 1681), fazendo diversas entradas no sertão que têm os distintos nomes de Sobra Buçu, Subrá buçu ou Sabarabuçu – uma serra a que hoje chamam Serra Negra ou Serra das Esmeraldas, próxima do Sumidouro – vizinha ao Sumidouro e chamam simplesmente Sabará. Diogo Vasconcelos explica tal nome: os índios, acreditando que os rios grandes eram pais dos rios pequenos, chamavam o rio das Velhas, da barra para baixo, "pai" ou çuba, e da barra para cima, çubará ou "pai partido". De modo que ao menor chamavam çubará-mirim, e era o que vai da Itambira. Posteriormente, por abreviação ficou-se chamando rio das Velhas e aquele simplesmente Sabará. O nome se referia portanto ao vale de um rio, uma região, e não a uma serra, ensina o historiador mineiro.

Permanência

Borba Gato foi destacado para pesquisar ouro no Uaimi-i – ou Guaxim, Guaicuí, Rio das Velhas –, onde talvez tenha estabelecido os primórdios da cidade de Sabará. Durante sete anos, até 1681, percorreu a bacia do Jequitinhonha, pesquisando de vale em vale, provavelmente nos rios das Mortes, Paraopeba, das Velhas, Araçuaí e Jequitinhonha. Fundaram numerosos arraiais, dos quais apenas dois podem ser indicados com certeza: o atual Santana do Paraopeba e o de Sumidouro (do rio das Velhas). Mas se especula, com base em manuscrito de Pedro Dias Pais Leme, marquês de Quixeramobim, seu neto, que tal expedição tinha como outros postos ou celeiros os lugares onde nasceriam os arraiais de Vituruna ou Ibituruna ("serra negra"), Roça Grande, Tucambira ou Itacambira, Itamarandiba, Esmeraldas, Mata das Pedrarias e Serra Fria – escalas de roteiro e localidades que serviram às expedições posteriores e que se tornaram povoados.

Houve grandes dificuldades, como a luta contra os índios, o abandono de companheiros descrentes (como Matias Cardoso de Almeida) e dos dois capelães, a falta de recursos de São Paulo, a conspiração, em Sumidouro ou Anhanhonhecanha, de seu filho natural mameluco, José Dias Pais , o qual foi sentenciado pelo pai à morte por enforcamento.

Depois dos socorros enviados de São Paulo por sua mulher, pois para lá despachara dois índios goianás como postilhões, dando notícias ao príncipe-regente e ao governador, Fernão Dias partiu pela dilatada montanha. Teria prosseguido com Borba Gato, Francisco Pires Ribeiro, o cabo José de Castilhos, companheiro valoroso, seu filho Garcia. Estava reduzida agora sua bandeira. Acompanhou a cordilheira central e seguiu o rio das Velhas até encontrar a serra do Espinhaço, que foi sempre flanqueada do lado do poente; perlongando-a em toda sua extensão, chegou ao Itambé, entrando nos vales do rio Itamarandiba e do rio Araçuaí e às nascentes do rio Pardo[desambigua%C3%A7%C3%A3o necessária]. Diz Vasconcelos: "transporta aí – no Itambé – a serra para o nascente, ganhou o fio do Itamirindiba ('rio de cascalho, pedrinhas soltas'), pelo qual viajaram até foz do rio Araçuaí ("rio grande do oriente"), por cujo vale andaram até passar para a margem esquerda em lugar próprio, indicado pelo agulhão". Os roteiros do sertão eram familiares, Fernão Dias de Sul a Norte cortou diretriz tão certa que seus arraiais se colocaram mais ou menos sob o mesmo meridiano da Garganta do Embaú; encontrava-se agora com a antiga orografia dos trilhos de Marcos de Azeredo Coutinho, embora viesse de rumo invertido de Sul a Norte: do Araçuaí, apontaram para a conhecida serra dilatada de onde nasce o rio das Ourinas, hoje rio Pardo, mais tarde explorado, e devassando as cercanias em busca da Lagoa Vapabuçu, encontraram "horda de selvagens", prenderam um que se ofereceu por guia – a lagoa ficava além da Itacambira ("pedra pontuda") e o índio conhecia os socavões das esmeraldas. Chegaram à lagoa afinal, apesar da influência deletéria do clima, colheram pedras. Na volta fundaram ali o arraial de Itacambira para servir de celeiro e guarnição do distrito das esmeraldas; era zona de índios tapajós. Voltando, nos chãos do Guaicuí o assaltaram as carneiradas, nome que se dava às febres palustres no sertão, e agravando-se seus padecimentos morreu à vista do Sumidouro, em maio de 1681.

Especula-se hoje que deve ter ido pelo vale do rio (e serra?) de Itacambira («Tucambira», papo de Tucano); seguindo sua confluência até o rio Jequitinhonha; atravessando, foram ter ao rio Araçuai, cujo curso subiram até seu afluente da margem direita, o rio Itamarindiba, muito fértil de peixe. E o que seria na verdade a famosa lagoa de Vapabuçu, objetivo de tantas fadigas? Talvez a hoje Lagoa da Água Preta? Buscava Vupabuçu ou Lago Grande, o socavão das esmeraldas que ali dizia ter descoberto Marcos Azeredo. Em fevereiro de 1681, ali teria achado pedras verdes. De qualquer jeito, seria na região banhada pelos rios Jequitinhonha e Araçuaí, riachos hoje chamados Gravata, Setúbal, Lufa, Calhau, Piauí e Urubu, que descem das montanhas que separam as bacias do rio Doce e do rio Jequitinhonha, a mais rica no Brasil, até hoje, em pedras coloridas.

Diz Diogo: "Chegou finalmente, indo para o Norte, às águas do Vupabuçu de onde expediu cem bastardos à volta, nos pântanos pestilentos. E achou. Febres pestíferas, o hálito celebrado".
Serra Fria deve ter sido um posto no itinerário do retorno, procurando atalho de volta para o Sumidouro: era a Ivituruí dos índios. Um obscuro participante, Duarte Lopes, achou ouro num ribeirão afluente do rio Guarapiranga, pertinho da atual Mariana, e, por isso, em 1694, a bandeira vicentina de Manuel de Camargo, do seu cunhado Bartolomeu Bueno de Siqueira, do genro Miguel de Almeida e do sobrinho João Lopes de Camargo, teriam para lá se dirigido e descoberto ouro na serra de Itaverava, atual Ouro Preto.

Morte

A verdade é que, depois de percorrer durante quatro anos as terras que pertenceriam ao Espírito Santo (e hoje formam o estado de Minas Gerais), tendo fundado diversos arraiais, encontrou um lote de pedras verdes. As pedras não eram esmeraldas, mas turmalinas, mas Fernão Dias morreu de febre no meio da mata, sem tomar conhecimento desse fato. Era outono em 1681.

Partira de São Paulo a tropa de D. Rodrigo de Castelo Branco, com Matias Cardoso de Almeida. No mês de março de 1681, escrevia Fernão Dias carta datada de 27: "Deixo abertas cavas de esmeraldas no mesmo morro donde as levou Marcos de Azeredo, já defunto, coisa que há de estimar-se em Portugal." A tradição quer que tais esmeraldas tenham sido colhidas na região dos rios Jequitinhonha e Araçuaí.
Fernão Dias Pais Leme morreu junto ao rio Guaicuí (Guaiachi ou Rio das Velhas). Segundo a lenda o seu corpo esta enterrado ao lado da Igreja de Pedra que ele mandou construiu no seculo XVII, por razões desconhecidas a igreja que fica no distrito de Barra do Guaicuí município de Várzea da Palma, Minas Gerais nunca foi concluída. Muitos outros morreriam da mesma febre no Vapauçu e Itamarandiba. Comentam autores que certamente chegou às alturas do Serro do Frio e proibiu a penetração de qualquer bandeira ao norte de Sabarabuçu. Muito se escreveu sobre sua morte: especula-se que deve ter morrido à vista do Sumidouro. Por última vontade, encarregou o filho Garcia de voltar a São Paulo para entregar as esmeraldas à câmara e se colocar como primogênito à testa da família. Ao genro Borba Gato, deve ter na mesma ocasião mandado sair do Sumidouro em continuação dos descobrimentos do Sabaraboçu, para cuja diligência Garcia lhe entregaria, como se cumpriu, os instrumentos, armas e munições da bandeira. O historiador Diogo de Vasconcelos acha, por sua vez, que Borba Gato estivera nesse tempo no Sabaraboçu e não no Sumidouro, enquanto Fernão Dias seguira para o sertão das esmeraldas – o que outros autores consideram contraditório, pois não teria armas e munições como lhe foram entregues, e o ouro do Sabaraboçu, à flor da margem do rio, certamente já estaria por este descoberto.

Dispersou-se a bandeira, Garcia Rodrigues Pais voltou a São Paulo, encontrando no caminho a gente de D. Rodrigo de Castelo Branco. Depois dos incidentes conhecidos, Borba Gato partiu para Sabarabuçu. Dos sertanistas que o acompanharam, Matias Cardoso estabeleceu depois a estrada entre as Minas e os currais de gado do São Francisco; Borba Gato devassou o Rio das Velhas; e Garcia Rodrigues Pais abriu a estrada de Minas para o Rio de janeiro que ficou conhecida como Caminho Novo.

Desde 1660, havia ajudado na reconstrução do mosteiro de São Bento, onde obteve jazigo para si e seus descendentes. Seus ossos foram assim sepultados no Mosteiro de São Bento em São Paulo, do qual havia sido financiador. Na pequena cidade de Ibituruna, no Sul de Minas, existe até hoje um marco de pedra que se atribuiu ao Bandeirante, que deixou sua herança em inúmeras outras localidades mineiras, como Pouso Alegre, onde existe uma estátua de pedra ao lado da Rodovia que leva o seu nome.

As câmaras de Parnaíba, São Vicente, Santos, São Paulo e Taubaté passaram atestado de seus serviços, a primeira em 20 de dezembro de 1681.

Enquanto isso, o príncipe-regente, futuro D. Pedro II de Portugal, em 4 de dezembro de 1677 lhe havia enviado carta, meio perplexo, em que lhe diz: "Pelas cartas que me escrevestes, fiquei entendendo o zelo que tendes do meu serviço; e como tratáveis do descobrimento da serra do Sabaraboçu e outras minas nesse sertão, que enviastes amostras de cristal e outras pedras; e porque fio do vosso zelo, que ora novamente continues esse serviço com assistência do administrador geral D. Rodrigo de Castelo Branco e do tesoureiro geral Jorge Soares de Macedo, a quem ordeno, que desvanecido o negócio a que os mando das minas de prata e ouro de Parnaguá, passem a Sabaraboçu por ultima diligência das minas dessa repartição, em que há tanto tempo se continua sem efeito, espero que com a vossa indústria e advertência que que fizerdes ao mesmo administrador, tenha o bom sucesso que se procura; e a vós a mercê que podeis esperar de mim, quando do se consiga." Assim, o príncipe temia não o encontrar no sertão e enviara a D. Rodrigo, mas esse deveria ouvi-lo e seguir suas direções.

Genealogia

Desbravador dos sertões do Brasil, vinha de família de antigos paulistas, sendo filho de Pedro Dias Pais Leme, por sua vez de Fernão Dias Pais Leme e de Lucrécia Leme, com Maria Leite da Silva, filha de Pascoal Leite Furtado, dos Açores, de nobre família, e D. Isabel do Prado. Seu irmão Pascoal Leite Pais foi também bandeirante, além de bisavô materno do primeiro santo brasileiro, Frei Galvão.

Residia em sua fazenda do Capão, no atual Pinheiros. Em 1626, assumiu o cargo de Fiscal de Rendas da câmara municipal.

O espírito guerreiro do "Caçador de Esmeraldas" se fez presente no século XX: Honório Lemes, que se dizia descendente do bandeirante, conhecido no Rio Grande do Sul como "O Leão de Caverá" ou "O Tropeiro da Liberdade", lutou na Revolução Legalista de 1923 com muita bravura, vindo a falecer em 1930 com sessenta e cinco anos de idade, pouco antes do começo da Revolução de 1930.

O sobrenome Leme

Fernão Dias Pais Leme descende efetivamente dos Lemes, apesar de não usualmente assinar o nome. Seriam descendentes de um Martim Leme, flamengo dos Países Baixos que, cansado das lutas contra a Espanha, se mudou para Lisboa, constituindo família em Portugal[4]. Um ou mais filhos de Martim, já nascido em Portugal, migraram para a Ilha da Madeira e de lá para o Brasil, para a Capitania de São Vicente[4]. Com a fundação da Vila de São Paulo de Piratininga, subiram a Serra do Mar e se transformaram numa das mais importantes famílias paulistanas. Desse tronco que descende Fernão Dias e outros Lemes, principalmente no interior de São Paulo, Paraná e no sul de Minas Gerais[4].

Na Genealogia Paulistana, Luiz Gonzaga da Silva Leme descreve assim o nome do bandeirante:

2-1 Capitão-mor Fernão Dias Paes, o descobridor das esmeraldas e seu governador, foi um cidadão que deixou seu nome gravado na história de S. Paulo pelos feitos que o imortalizaram. Dotado de profundos sentimentos religiosos, despendeu parte dos seus cabedais reconstruindo em 1660 o mosteiro de S. Bento, no qual por esse motivo obteve jazigo para si e seus descendentes. Segundo narra Pedro Taques, o governador Fernão Dias Paes penetrou o sertão do Sul até o centro da serra da Apucarana no reino dos índios da nação Guayaná pelos anos de 1661.

Em seu livro "Em Torno da História do Sabará", Zoroastro Passos refere-se ao nome usado por Fernão Dias "Pais", omitindo o sobrenome Leme, conforme citações em cartas e documentos da época. Vejam a página 53 dessa obra, que cita essa questão, no link https://www.geni.com/documents/view?doc_id=6000000043152151780&

Casamento e posteridade

Casou-se com Maria Garcia Rodrigues Betting (ou Betim), filha de Garcia Rodrigues Velho Filho e de Maria Betting (Betim ou Betinck).

  1. Garcia Rodrigues Pais , que abriu o chamado Caminho Novo, entre a baía de Guanabara ou seja, o Rio de Janeiro, e as Minas Gerais. Até então o caminho se fazia por mar, até Parati, galgava a serra do Mar e subia pelo interior de São Paulo, transpondo a serra da Mantiqueira – o chamado Caminho Velho.
  2. Pedro Dias Leite, que se casou com Maria de Lima e Morais;
  3. Custódia Pais , que se com Gaspar Gonçalves Moreira;
  4. Isabel Pais, que se com Jorge Moreira;
  5. Mariana Pais, que se casou com Francisco Pais de Oliveira Horta, sendo o tronco de numerosas famílias mineiras (ver Horta);
  6. Catarina Pais, que se casou com Luís Soares Ferreira, filho de Gaspar Soares Ferreira e de Ana Maria da Cunha. Sertanista, casara antes com Catarina de Siqueira de Mendonça e, em 10 de abril de 1690, teve patente de capitão dada na Bahia pelo governador-geral para servir no terço do mestre de campo #Matias Cardoso de Almeida; morreu em São Paulo, em 1716, e sua descendência é descrita por Silva Leme no volume VII, página 502, de Genealogia Paulistana.
  7. Maria Leite, que se casou com Manuel de Borba Gato;
  8. Ana Maria Leite, que se casou com João Henrique de Siqueira Baruel.

Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, mais conhecido como Frei Galvão, é trineto de um irmão de Fernão Dias Pais Leme, Pascoal Leite Pais. Outro descendente, o trineto Pedro Dias Pais Leme da Câmara, foi barão de São João Marcos. Pedro Dias Pais Leme, seu neto, foi marquês de Quixeramobim.

Fonte: WP



http://pt.wikipedia.org/wiki/Fern%C3%A3o_Dias_Pais

Fernão Dias Pais Leme [1] (São Paulo, c. 1608 – sertão do Espírito Santo[2], provavelmente Quinta do Sumidouro, em 1681) foi um bandeirante paulista. Ficou conhecido como "O Caçador de Esmeraldas". É o bandeirante de mais largo renome, juntamente a Antônio Raposo Tavares.



Genealogia Paulistana

Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852-1919)

Vol II - Pág. 430 a 479

Tit. Lemes

Capitão-mor Fernão Dias Paes, o descobridor das esmeraldas e seu governador, foi um cidadão que deixou seu nome gravado na história de S. Paulo pelos feitos que o imortalizaram. Dotado de profundos sentimentos religiosos, despendeu parte dos seus cabedais reconstruindo em 1660 o mosteiro de S. Bento, no qual por esse motivo obteve jazigo para si e seus descendentes. Segundo narra Pedro Taques, o governador Fernão Dias Paes penetrou o sertão do Sul até o centro da serra da Apucarana no reino dos índios da nação Guayaná pelos anos de 1661. Escreveu Pedro Taques: Pág. 451

"nele existiu alguns anos, tendo estabelecido arraial com o troço das suas armas para poder vencer a redução daquele reino que se dividia entre três diferentes reis, vulgarmente chamados Caciques, e cada um deles se tratava como soberano com leis ao seu reinado gentílico, que praticavam contra os vassalos culpados até o suplicio de garrote. Tinham tratamento e uso prático de cultura, com economia de recolherem os frutos aos seleiros. Eram estes três reis confinantes uns dos outros, e havia muitos anos que existiam inimigos com atuais guerras, em cujas batalhas tinha perecido a maior parte da multidão dos seus vassalos, e se achavam já debilitados de forças quando Fernão Dias Paes postou naqueles sertões. Eram estes três reis os seguintes: Tombu, que usava de armas sobre o pórtico de seu palácio, e eram elas um ramo seco com três araras vivas, de sorte que morrendo uma delas lhe substituía para logo outra, porque delas se animava a empresa deste bárbaro gentio. Era este Tombu o mais poderoso entre os dois reis da sua nação e o mais observante do cumprimento das suas gentílicas leis; usava de oficial como mestre de cerimônias, e este era o atual camarista que lhe assistia no paço e fazia dar entrada nele aos vassalos, que tinham necessidade de audiência de seu rei.

Depois de admitidos à sua presença lhe falavam com os joelhos em terra, sem jamais levantarem os olhos para ver a face do rei. Quando saía fora se fazia carregar como em andor em que ia assentado, e este fingido trono era sobre os ombros de quatro homens dos mais principais do reino. Os vassalos, logo que viam ao rei, se prostravam com os joelhos em terra com tanta reverência e submissão que, inclinando a cabeça, beijavam a terra, em cuja positura se conservavam até passar o dito rei. Este foi o que mereceu a felicidade de chegar a S. Paulo como logo diremos.

O outro rei se chamava "Sondá" e o 3.º "Gravitay". A estes três reis pôs em cerco Fernão Dias Paes, tomando-lhes as feitorias e plantas das suas sementeiras, e fazendo-lhes ver que o seu intento não era distrai-los com as armas, mas sim estabelecer com todos uma firme amizade, e conduzi-los para o grêmio da igreja.

Pág. 452

A este intento não faltou a providência do Senhor, porque, sem os estrondos das armas e tiranias das mortes, conseguiu Fernão Dias a ventura desta redução. Estando já dispostos os ânimos dos três reis para com seus vassalos deixarem os reinos e acompanharem para S. Paulo a Fernão Dias, cuja amizade já estava muito adiantada na estimação destes gentios, faleceu o rei Gravitay, o que deu causa para se apressar a resolução de deixarem aqueles sertões e pátria do seu gentilismo. Pôs-se em marcha o grande corpo daqueles reinos, e todos seguiam gostosos esta transmigração, debaixo do comando inteiramente do seu conquistador e amigo Fernão Dias. Nesta marcha faleceu o rei Sondá e os vassalos deste e os de Gravitay se uniram todos ao agasalho do rei Tombu, que chegou a S. Paulo com cinco mil almas de um e outro sexo. Fernão Dias fez estabelecer este reino nas margens do rio Tietê, abaixo da vila de Santa Anna de Parnaíba, para se aproveitar este grande número de gente da fertilidade do dito rio pela abundância dos seus peixes e da grande mataria para a cultura das sementeiras de milho, feijão e trigo. Tombu, observando a desordem dos católicos, quebrantando os preceitos da divina lei, repugnava o batismo, argumentando com diabólica teima de que não era boa a lei que o senhor dela não castigava para logo o transgressor culpado. Todos os mais vassalos se foram instruindo nos sagrados dogmas para merecerem regenerar-se pela fonte do batismo. Tombu praticava sempre as virtudes morais, tendo por norte o lume natural, porque jamais se apartou desta virtude Teve grande amor ou inclinação sobrenatural aos religiosos de S. Francisco, os quais eram atualmente hospedados do agasalhado deste gentílico rei, que com grandeza os fornecia da abundância do trigo e mais fartura das suas sementeiras. Passados alguns anos, enfermou Tombu, e sendo sempre assistido do seu capitão e amigo Fernão Dias, que para este obséquio convidava aos parentes para ser maior o concurso da assistência, chegando a hora da morte, chamou Tombu dizendo a Fernão Dias que se queria batizar, porque o padre que ali tinha à cabeceira lhe persuadia que assim fizesse para ir gozar da vida do pai Tupaã (quer dizer na versão portuguesa - Deus, Nosso Senhor).

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Não havia na casa religioso algum, por cuja razão assentaram todos naquela hora que Deus fora servido que aos olhos do gentio estivesse patente; ou S. Francisco ou Santo Antonio em figura de religioso para conversão deste venturoso rei. Prontamente se chamou o pároco da freguesia que, ministrando-lhe o sacramento do batismo, recebeu Deus em sua igreja ao rei Tombu com o nome de Antonio, e, conseguida esta dita, expirou. É indizível o excesso gentílico que obraram os vassalos já católicos na morte do seu rei; e, a faltar Fernão Dias Paes, a quem muito amavam, certamente se tornariam para os centros donde por ele tinham sido desentranhados.

Foram repartidos pelos parentes do mesmo Fernão Dias dos quais fiou o bom trato, a doutrina e o agasalho, como administradores desta gente. Assim se foram conservando até o ano em que obrigado do real serviço fez Fernão Dias, já enfraquecido com avançada idade, aceitação da empresa para que era convidado."

O descobrimento das esmeraldas foi sempre, desde a descoberta do Brasil, o sonho dourado dos reis de Portugal, e isto foi recomendado ao governador Affonso Furtado de Castro de Mendonça.

Foi Diogo Martins Cam, o magnate de alcunha, o primeiro que no fim do século 16.º intentou o descobrimento destas pedras preciosas e das minas de ouro, para cujo fim fez entrada ao sertão pela capitania do Espírito Santo, sem conseguir encontrá-las. Seguiu-lhe os rumos o capitão Diogo Gonçalves Laço, que levou de S. Paulo alguns companheiros para esta empresa, entre os quais foi Francisco de Proença f.º de Antonio de Proença, moço da câmara do infante dom Luiz, que a sua custa forneceu a expedição com seus escravos e armas. Estas notícias chegavam à corte de Lisboa, e dom João IV, por carta escrita em 9 de janeiro de 1646, ordenou a Duarte Corrêa Vasques Annes, então governador do Rio de Janeiro, tio de Salvador Corrêa de Sá e Benevides, almirante do Sul, que fizesse entrada no sertão da capitania do Espírito Santo para o descobrimento das esmeraldas.

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Entraram nesse sertão os Azeredos, tendo por cabo da tropa Marcos de Azeredo Coutinho, para fazerem esse descobrimento, porém sem resultado algum, apesar das despesas para semelhante empreendimento, porque o dito Marcos de Azeredo chegou a encontrar as esmeraldas e prata, porém, chegado ao Rio de Janeiro, preferiu o seqüestro de seus bens e morrer numa prisão a declarar o sítio onde as encontrou.

Foi lembrado o nome de Fernão Dias Paes, homem de valor e de experiência militar na guerra contra os índios, e a ele foi recomendado o descobrimento das esmeraldas, bem como a conquista dos índios inimigos do reino dos Mapaxós. Para esse fim el-rei dom Affonso VI lhe dirigia uma carta em 1664 pedindo o seu concurso e auxílio a Agostinho Barbalho Bezerra, que veio de Portugal para levar a efeito a desejada descoberta.

Já avançado em amos para um tal empreendimento, cobrou forças no zelo e amor pelo real serviço. Sem poupar dispêndio, pois à sua custa preparou a expedição, reuniu seus amigos e parentes e formou assim um corpo de avultado número de soldados, do qual fazia parte um contingente de índios guaianazes da sua redução de que falamos acima, e, acompanhado de seu f.° legítimo Garcia Rodrigues Paes, de seu f.° bastardo José Dias Paes, de seu genro o capitão Manoel de Borba Gatto, de Mathias Cardoso de Almeida, no caráter de governador da leva, entrou para o sertão em 1673 em demanda da serra de Sabarabuçu, onde procurou minas de prata(1). Este itinerário serviu de guia mais tarde aos descobridores das minas gerais de Sabará e de Cataguazes Bartholomeu Bueno de Siqueira e Carlos Pedroso da Silveira, que, seguindo os vestígios do governador Fernão Dias Paes, conseguiram tirar amostras de ouro daquelas minas.

Não achando minas de prata em Sabarabuçu, continuou o governador a sua entrada no sertão, e, depois de atravessar uma vasta e inculta extensão, chegou ao reino dos índios Mapaxós, onde estava a desejada serra das esmeraldas. Em 1681 conseguiu fazer a descoberta das esmeraldas e, voltando no mesmo ano a S. Paulo com as amostras do seu descobrimento, veio a falecer em caminho no Rio das Velhas, sítio do Sumidouro;

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(1) O capitão-mor Fernão Dias Paes levou também em sua companhia a seu sobrinho Francisco Pires Ribeiro que, nesse ano de 1673, tina apenas 17 anos de idade, como se vê na nota à pág. 129 deste V. 2.°.

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e quase ao mesmo tempo chegou também àquele sertão o administrador geral dom Rodrigo de Castel Branco, a quem veio procurar Garcia Rodrigues Paes no arraial de S. Pedro de Parahipe, e lhe apresentou e entregou as esmeraldas que havia descoberto seu pai, que de tudo se lavrou auto em 26 de julho de 1681, pedindo ao dito administrador geral que enviasse as ditas pedras a S. Majestade pelo impedimento que ele dito Garcia Rodrigues tinha de poder naquela ocasião seguir marcha para S. Paulo, por causa da epidemia que tinha de cama gravemente enfermos a todos os índios da tropa de seu defunto pai. Recebidas as esmeraldas, foram estas conduzidas a S. Paulo pelo ajudante Francisco João da Cunha, o qual em setembro de 1681 apresentou aos oficiais da câmara de S. Paulo um saquinho cosido e lacrada em que vinham as esmeraldas com uma carta para S. Majestade, para tudo remeterem ao Rio de Janeiro ao sindicante João da Rocha Pitta, ausente ao mestre de campo governador Pedro Gomes. Assim executaram os oficiais que então eram Pedro Taques de Almeida, Diogo Bueno, Manoel Vieira Barros, Roque Furtado Simões e José de Godoy Moreira.

Além dessas esmeraldas, veio depois a S. Paulo o mesmo Garcia Rodrigues Paes e apresentou em câmara em 1681 quarenta e sete pedras grandes e outras pequenas que todas pesaram 133 oitavas e meia. Vide Tit. Prados Cap. 6.° § 3.° n.° 2-3.

Foi o governador Fernão Dias Paes casado com Maria Garcia Bettimk(1) f.ª de Garcia Rodrigues Velho e de Maria Bettimk. Como vimos acima, faleceu o governador Fernão Dias em 1681 no sítio do Sumidouro e teve os f.ºs seguintes (Tit. Garcias Velhos):

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Fernão Dias Pais, o Caçador de Esmeraldas's Timeline

1609
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São Paulo, São Paulo, Brasil
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