Manuel Monteiro de Carvalho

...Manuel casou com Maria Coelho Zuzarte, de outra nobre família freixenista, recebendo de seu sogro, em dote, um olival no sítio de Riba Boa, uma vinha às Fontainhas “que leva de cava 10 homens” e 2 tapadas e 2 courelas ao Santoquixo. Para além disso, o sogro, Pedro Lopes da Fonseca, passou para ele o emprego de meirinho do judicial...

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Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Coimbra, proc. 8969

PROCESSO DE MANUEL MONTEIRO DE CARVALHO

Estatuto social: cristão-velho

Idade: 22 anos

Crime/Acusação: judaísmo

Estatuto profissional: vivia de sua fazenda

Naturalidade: Marialva, bispado de Lamego

Morada: Freixo de Espada à Cinta, arcebispado de Braga

Pai: António Monteiro de Carvalho, vivia de sua fazenda

Mãe: Maria Saraiva Cardoso

Estado civil: casado

Cônjuge: Maria Coelho Zuzarte

Data da prisão: 06/08/1669

Sentença: auto-da-fé de 12/03/1673. Absolvido, levantado o sequestro de bens, mandado soltar.

Foi passado ao réu termo de soltura e segredo e licença para se ir em 16/03/1673.

  Manuel Monteiro de Carvalho, sua esposa Maria Coelho Zuzarte e as cunhadas Antonia e Joana Coelho, e primos em 2o. grau,  Ana Monteiro e Félix Monteiro , foram presos pelo Tribunal do Santo Ofício de Coimbra em 1669 e absolvidos em 1673, Manuel e Ana   foram julgados como cristãos-velhos, seu primo Félix como cristão-novo, sua esposa e cunhadas como cristãs-novas por via materna.

Manuel Monteiro de Carvalho vivia de suas fazendas e tinha 22 anos de idade quando foi acusado e preso pela Inquisição, natural de Marialva, freguesia do concelho de Mêda, distrito da Guarda na Beira Interior, órfão, foi criado desde pequeno pelos tios paternos em Freixo de Espada à Cinta, localidade de origem deste ramo da família. Na mesma inquirição respondeu "que sabe ler e escrever e sabe também Latim, mas não tem Ordens, que saiu fora deste Reino de Portugal e esteve em Castela na Vila (sic) de Madrid, e neste Reino esteve nas Vilas de Marialva, Torre de Moncorvo e de Freixo Espada Cinta aonde falava com toda a sorte de gente que se lhe oferecia ou fossem cristãos- velhos ou cristãos-novos. E que nunca foi preso, nem penitenciado pelo Santo Ofício e sabe que de presente estão presos nos cárceres desta Inquisição seus tios segundos (sic) , e que ouviu também dizer que estivera preso nesta Inquisição seu avô paterno António Monteiro de Carvalho por passar para Castela algumas pessoas de nação e saiu livre julgado por cristãos-velho". Perguntado se sabe ou suspeita a causa porque foi preso e trazido aos cárceres desta Inquisição, disse "que suspeita que seria por testemunhos falsos de seus inimigos "(posteriormente foi o incidente provado e o fundamento da absolvição associado ao arbítrio inquisitorial de considerar inverosímil que um "íntegro cristão-velho estaria a judaizar", pois atribuía ao "sangue infecto de gente de nação" a predisposição para a apostasia no indivíduo"). Todos os acusadores eram freixienses e tidos como cristãos-novos e assim foi classificado Manuel em graus variados de cristã-novice como era vulgar nos casos, destarte receberam o crédito inquisitorial nas delações, do contrário, não teriam êxito, urgia envolver o denunciado numa conexão de sangue ao judaísmo que alegou ter confidenciado. Não averiguei se o motivo das delações foi pela cessão ao Tormento, que talvez nem ocorreu e serviram tão somente das confissões a seu tempo, sendo óbvio que foi perpetrada a azos de vingança pelas desavenças entre as famílias.

   Em sua prisão, Manuel não  esteve  imune ao sequestro total de seus bens. E tampouco livre das contas   a pagar, onde adicionam as custas pelo tempo que ficou encarcerado aos gastos com o montante das diligências todas que o comissariado demandou na Guarda e em Trás-os-Montes que avolumou seu Processo, aquando de sua liberação como cristão -velho depois de quatro anos em 1673! Supostamente obtive o levantamento do sequestro aos bens, porém não escaparia de uma engrossada receita formulada especialmente a uma pessoa com posses.

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Demais observações:

1- Casamento de seu filho Cristóvão na Vila de Itu, no Brasil (1714):

-https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-3S8F-R?i=38&wc=M5J5-W3...

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2- Casamento de seu neto, Manoel Monteiro de Carvalho, em Araçariguama (1754):

https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:939F-K6S3-2P?i=23&wc=M5JW-8...

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3- Termo de falecimento ocorrido em 28 de dezembro de 1696 em Freixo de Espada à Cinta