António de Sousa Sepúlveda, Tenente Coronel

"Pois por veniaga. E de que outro modo um moço, ainda a entrar na carreira dos
vinte, portanto desprovido de curriculum para invocar préstimos que reclamassem
semelhante prémio, lograria fruí-lo? Um tal António de Sousa Sepúlveda, engenheiro de
fortificações, obrara, na Corte e província do Alentejo, e por espaço de mais de 27 anos,
desde o de 1698 ao de 1726, serviços “em mercê dos quais lhe foi concedido o hábito de
Cristo e 60 mil réis de tença efectiva com a faculdade de poder nomear esta mercê em
quem lhe parecesse por bem”; e por carta de padrão, cujos termos vão citados, lavrada
aos 5 de Junho de 1734, Sepúlveda renuncia hábito e tença em Damião António “visto
seu pai Tomé de Lemos e Faria se obrigar por escritura a dar a côngrua vitalícia de 30
mil réis cada ano a uma filha do renunciante, religiosa do convento do Espírito Santo de
Loulé”41. Porventura de pés para a cova, o veterano da guerra da sucessão de Espanha
quis assegurar sustentação perpétua à desvalida soror. Daí o trespasse42. O pai tilintou
os tantos réis da tarifa e, negócio fechado, cabia “fazer depósito e proceder nas
provanças na forma do estilo”43, através da exigente Mesa da Consciência e Ordens"
in MORGADO, NOBILITADO E CURIOSO APLICADO
https://sapientia.ualg.pt/bitstream/10400.1/1795/6/6.CAP.%20I.pdf