Antonio José de Vargas

Seu batismo pode ser consultado em:

http://culturacores.azores.gov.pt/biblioteca_digital/FAL-HT-PRAIADO...

Comentário:

Conforme acurada pesquisa, o sobrenome Vargas de Getúlio inicia-se exatamente em Antônio José de Vargas, seu tetra-avô, assim como o sobrenome Vargas de meu hexa-avô José de Vargas, que inicia-se exatamente nele, José. O primeiro era filho de Domingos Dutra e Francisca Dutra, neto pela parte paterna de Francisco Dutra da Costa e Maria Gonçalves e pela parte materna de Francisco Álvares da Costa e Izabel Dutra, e o segundo, filho de Estácio Dutra e Águeda Dutra, este último, casal de primos em segundo grau, neto pela parte paterna de Manuel Dutra da Costa e Bárbara João e pela parte materna de Sebastião Dutra e Maria Luis.

Segundo o historiador Aurélio Porto em sua obra "Getúlio Vargas à luz da genealogia", Instituto Genealógico Brasileiro (1943), ambos esses dois troncos Vargas eram parentes e chegaram ao Rio Grande de São Pedro por volta de 1752, vindos da Ilha do Faial, de localidades vizinhas.

Mas, embora o próprio Aurélio Porto tenha situado em Francisca, a origem do sobrenome Vargas do filho Antônio, creio que pelas dificuldades de pesquisa de então (1943) ou talvez por não ter se aprofundado tanto em buscar documentos da mesma, concluo, pela pesquisa que fiz do casal Domingos e Francisca, que a mesma não era portadora do título (sobrenome) Vargas, pois não existe nenhum documento no qual ela apareça com tal sobrenome. As fontes que serviram de base para essa afirmação são: registro de casamento em 07 de janeiro de 1717; registros de batismo dos filhos: Jozeph (1717), Helena (1720), Antônio (1724) e Izabel (1729); registro de óbito do filho Jozeph (1731); registro de óbito da mesma, Francisca Dutra (1746); registro de casamento de Domingos Dutra com a segunda mulher Maria Rosa de Assunção (1746) e registros de batismo de diversos netos, dentre eles de Manuel José de Vargas (1754), trisavô de Getúlio Vargas. NOTA: Em 19 de novembro de 1715, portanto ainda solteira, Francisca Dutra foi madrinha do menino JOAM, abandonado na casa de seus familiares, batismo realizado na Freguesia de Nossa Senhora da Graça, da Praia do Almoxarife. Esse documento que comprova, sem deixar dúvidas, de que ela não era "Vargas" encontra-se anexado ao seu perfil, por este pesquisador.

Saliento, que outros pesquisadores atuais dessa genealogia, também apresentam o casal de penta-avós do Presidente como Domingos Dutra e Francisca Dutra, e outros não devem tê-lo feito ainda por não terem pesquisado acuradamente.

Verificou-se na pesquisa, grande quantidade de filhos de casais açorianos não portadores do mesmo sobrenome dos pais; e até quem tenha mudado o nome para imigrar, apesar de aparentemente não se tratar de um Judeu Cristão Novo, como o meu hexa-avô José de Vargas, que antes da publicação do edital da Coroa que abria inscrições para a imigração (1746) chamava-se Jozeph Dutra da Costa, conforme seu registro de batismo (1706), registro de casamento (1736), registro de batismo dos filhos que nasceram antes de 1746, dentre os quais meu penta-avô Antônio(1737), também de acordo com o novo nome que consta nos registros de batismo dos filhos nascidos após o edital ainda nos Açores e da filha Izabel Francisca (Rio Pardo-1755), registros de casamento dos mesmos aqui no Rio Grande do Sul, registros de óbito ou conforme registros de nascimento de netos, dentre eles o de meu tetra-avô Pedro Antônio de Vargas(Taquari-1770).

Observe-se também, que os irmãos, tanto de Antônio José de Vargas como os de José de Vargas, constam com o sobrenome Dutra, sem o Vargas, e algumas irmãs de José com nomes religiosos, como: de Jesus, da Trindade, etc.

Observe-se ainda, que ambos tinham tios-agregados de sobrenome "Vargas" casados com tias consanguíneas. Antônio José de Vargas era sobrinho de Francisco de Vargas, casado com sua tia consanguínea Maria Dutra, irmã de sua mãe Francisca Dutra; José de Vargas era sobrinho de Francisco de Vargas (homônimo do antes citado), casado com sua tia consanguínea Catarina Dutra, irmã de sua mãe Águeda Dutra.

Portanto, Antônio José de Vargas, ou recebeu o sobrenome Vargas sem ter herdado de seus pais e avós, ou como José de Vargas, mudou o sobrenome na imigração, aparentemente por afinidade ao tio e primos. Isso significa que o nosso "Vargas" não tem origem espanhola, mas flamenga/açoriana.

Obs.: encontram-se cópias dos documentos anexadas aos respectivos perfis.

                                                                                                           Ezequiel De Vargas