Ayres de Albuquerque Gama

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Ayres de Albuquerque Gama

Birthdate:
Birthplace: Recife Antigo, Pernambuco, Brazil
Death: July 31, 1930 (60)
Florianópolis, Santa Catarina, Brazil
Immediate Family:

Son of Ayres de Albuquerque Gama and Maria Emilia de Gusmão Villela
Husband of Augusta Büchele Müller
Father of Maria Emília de Albuquerque Gama; Adélia Müller de Albuquerque Gama; Irene Müller de Albuquerque Gama; Maria Luiza Müller de Albuquerque Gama; Edith Müller de Albuquerque Gama and 1 other
Brother of Maria Emília de Albuquerque Gama; Abelardo de Albuquerque Gama; Armando Ayres de Albuquerque Gama and Generosa Albuquerque

Occupation: Desembargador do Tribunal de Justiça de SC
Managed by: Private User
Last Updated:

About Ayres de Albuquerque Gama

O dia 19 de agosto de 1869 parecia ser um dia normal, mas não para a família Gama.

Maria Emília estava no trimestre final de sua segunda gravidez. Da primeira havia nascido Alfredo Gama, o primogênito do casal Maria Emilia Vilela Cavalcanti e Ayres de Albuquerque Gama (pai). Porém as dores do parto chegaram antes do tempo, e um problema somava-se ao inesperado: a família encontrava-se em alto mar, a bordo de um navio, em viagem de retorno a Recife, onde Ayres era professor da Escola Normal. Felizmente o parto seguiu tranquilo, e antes mesmo de desembarcar em terras pernambucanas, o recém nascido já tinha um nome: Ayres de Albuquerque Gama, igual ao do pai.

Criado possivelmente no bairro da encruzilhada, onde a família tinha residência, Ayres deve ter convivido com sua avó paterna, Dona Izabel Ursulina de Albuquerque Gama (esposa do Visconde de Goiana), que viria a falecer em 1877, quando ele estaria então com 8 anos de idade.

Seu pai, bacharel em belas letras, ciências jurídicas e sociais, além de professor, foi diretor da Escola Normal do Recife, jornalista, membro do conselho literário e por cinco vezes, deputado à Assembléia Legislativa Provincial, certamente influenciou com seu caráter, intelecto e exemplo, na vida dos filhos.

Formado pela Faculdade do Direito de Recife em 4 de dezembro de 1894, o jovem Ayres exerceu vários cargos no Tesouro Federal no estado de Alagoas e sul de Pernambuco.

Em 1895, então com 25 anos, seguiu para Santa Catarina sendo nomeado promotor público de Brusque, onde esteve de 15 de abril a 4 de outubro do mesmo ano.

Em Brusque, Ayres viria a conhecer Augusta Müller, então com 15 anos,com quem se casaria no dia 29 de julho de 1896.

Neste mesmo ano de 1895 Ayres havia sido nomeado juiz de Direito, exercendo esta função em São Joaquim da Costa da Serra, Lages, Tubarão, Biguassú e Blumenau, onde ficou por 10 anos.

Do casamento de Ayres e Augusta nasceram 7 filhos: Mariazinha (n.04/09/1897), Maria Emília (n.7/3/1899), Adélia (n.3/jun/1900), Edith (n.17/4/1904), Irene (n.21/11/1908), Aryna (n.2/12/1910) e o caçula Clóvis.

Em 1º de agosto de 1910, Ayres foi nomeado desembargador no Superior Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, chegando até o cargo de vice-presidente deste.

Uma de suas felicidades era poder presentear as filhas que se formavam na Escola Normal em Florianópolis, com uma viagem para Recife, onde ela conheceria as belezas naturais da terra natal paterna, além de conviver com a família do tio Alfredo Gama que, segundo o "Almanach de Variedades, de Issac Cerquinho 1910-1911", era "poeta, comediógrapho, dramaturgo, desenhista, pintor, fotógrafo, musicista e educador" e além de um grande irmão, era também um grande amigo de Ayres.

Em Recife, Ayres gostava de passear pela sua praia preferida, Boa Viagem, e de comer as frutas que só o nordeste oferece. Seu doce preferido era o quindim.

Segundo sua filha Aryna, Ayres não era religioso como sua esposa Augusta, porém com o adoecimento de sua filha Irene, que viria a falecer em 1923 com a idade de 15 anos, Ayres recuperou sua dimensão religiosa seguindo assim até sua morte.

Apesar de ter tido um derrame cerebral, Ayres continuou seu trabalho normalmente, porém receoso que seu estado de saúde agravasse. Certa vez conversando com sua esposa Augusta, lamentou por achar que ele não teria a oportunidade de ver seu único filho homem, Clóvis, se tornar um adulto, o que de fato ocorreu.

Devido ao agravamento de seu estado de saúde, Ayres aposentou-se em 9 de outubro de 1929, através da resolução 6.560 do então presidente do estado, Sr. Adolpho Konder, tendo seu assento no Superior Tribunal de Justiça do Estado ocupado por seu genro, e sobrinho de sua esposa Augusta, Sr. Urbano Müller Salles, juiz de direito de Itajai, a quem o jornal REPÚBLICA se refere como "espírito de altura e brilho, distribuindo a justiça com retidão e inteligência e de personalidade indicada para as elevadas funções a que foi conduzido".

Ayres passou a intensificar o tratamento de saúde, chegando a realizar uma viagem ao Rio de Janeiro, onde haviam médicos especialistas. De volta a Florianópolis ele se mostrava muito animado, realizando caminhadas pelas ruas da cidade, e sentindo algumas melhoras, porém na segunda quinzena de julho de 1930, voltou a ficar abatido.

Na manhã do dia 31 de julho de 1930 após tomar o café da manhã, vovô Ayres mostrando-se impressionado com sua doença, foi escrever uma carta para seu irmão Alfredo. Durante a redação veio o ataque fulminante, cravando a caneta na mesa de madeira, caiu ao chão, sendo imediatamente socorrido por sua filha Maria Luiza e pela esposa Augusta.

O frei franciscano Evaristo Schurmann, amigo da família e que passava por ali naquele momento, foi um dos primeiros a socorrer a família, chegando a ministrar a unção dos enfermos.

Falecia Ayres de Albuquerque Gama poucos dias antes de completar 61 anos.

Seguem textos da imprensa com referências ao Ayres:

- "Figura das mais respeitáveis na sociedade pelo seu cavalheirismo e, sobretudo, pela sua devoção consagrada ao bem da coletividade (...) brilhante passado como juiz, quer na primeira, quer na segunda instância onde presentemente exerce o elevado cargo de procurador geral". (JORNAL em 19/abril/1929), por ocasião dos 35 anos de magistratura.

- "Caráter limpido, conciência alta e reta, o integro magistrado nos diversos cargos em que serviu honrou a sua toga, através de sentenças e pareceres em que refletia sempre, o equilíbrio perfeito do julgador sereno e incorruptível." (REPÚBLICA, 16/out/1929), por ocasião de sua aposentadoria.

- "...magistrado douto, altamente culto e figura proeminente em nossa mais alta Côrte de Justiça." (FOLHA NOVA, 31/jul/1930).

- "Geralmente estimado pelos seus reconhecidos dotes moraes e altamente reverenciado pela integridade do seu caracter, ..., era uma das lidimas expressões do juiz cumpridor de seus altos deveres."

- "Magistrado impoluto e ilustrado, cavalheiro distintíssimo (...) homem de coração, (...), franco nas atitudes e incorruptível na sua toga de magistrado (...) caráter integro, amigo sincero e dedicado". (FOLHA NOVA).

Segundo o Deputado Estadual Carlos Gomes de Oliveira, em discurso proferido em sessão da Assembléia no dia 25 de setembro de 1930: "Ayres Gama falava com justificado prazer, quase orgulho, da sua longa vida de magistrado e do rigor que punha no cumprimento do seu dever".

O juíz federal Henrique Lessa observou que: "...a cada passo distinguia-se como amigo leal e generosamente bom , sendo edificantes os exemplos por ele deixado, quer como chefe de família exemplar e quer como uma das mais brilhantes figuras do Egrégio Superior Tribunal de Justiça; pois através dos seus julgamentos, aliás brilhantes, podia-se bem aquilatar o seu caráter sem jaça, o seu alto espírito de justiça e sólida cultura no vasto terreno do Direito, sendo, portanto, impreenchível o vácuo pelo mesmo deixado..."

Segundo descrição do jornal "Folha Nova", "no cortejo fúnebre, além dos representantes dos três poderes do Estado, incorporaram-se grande número de funcionários de todas as repartições federais, estaduais e municipais, Força Pública, e grande massa popular, vendo-se o ataúde coberto de coroas com expressivas dedicatórias". O juiz de Direito da segunda vara, Dr. Mileto Tavares da Cunha Barreto, mandou um voto de pesar, não como um ato protocolar, "por se tratar de um magistrado, mas principalmente os sentimentos de amizade e dedicação dos funcionários presentes a audiência, que tiveram sempre no Desembargador desaparecido um amigo sincero e nobre. Disse que o pranteado colega, quer relatando feitos de seu juízo, quer lapidando magistraes acordãos ou corrigindo a comarca, função que lhe foi confiada certa vez pelo seu alto critério e competência e não lhe engrossarem vencimentos, jamais se houve injusto e indelicado. Com a brandura e polidez do homem bom e educado que era, elogiando quando necessario, criou em torno de sua individualidade invejável aureola de respeito e simpatia. Sua honestidade era proverbial. Vivendo unicamente de seus minguados vencimentos, condenou sempre a taxação dos interesseriros e hipócritas que são fortes e insolentes, por exibição, contra os fracos e pusilamines diantes dos fortes para obterem favores. O Desembargador Ayres bem representou a pureza de nossa magistratura: independente de caráter, modesto, honesto e estudioso. Este juízo reconhecendo as excelsas qualidades do íntegro colega a quem tanto admirou, deplora a grande perda e como testemunho de seu sincero respeito à sua memoria suspende a audiência e manda que se dê notícia desta homenagem ao Desembargador Urbano Müller Salles e à Exma. viúva do ilustre morto".

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Ayres de Albuquerque Gama's Timeline

1869
August 19, 1869
Recife Antigo, Pernambuco, Brazil
1899
March 7, 1899
Lages, Santa Catarina, Brazil
1900
July 3, 1900
Freguesia de São José da Terra Firme, São José, Santa Catarina, Brasil (Brazil)
1904
April 17, 1904
Blumenau, Santa Catarina, Brazil
1910
December 2, 1910
Florianópolis, Santa Catarina, Brazil
1930
July 31, 1930
Age 60
Florianópolis, Santa Catarina, Brazil
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Blumenau, Santa Catarina, Brazil
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Faculdade de Direito de Olinda, Olinda, Pernambuco, Brazil