D. Gonçalo de Morais, bispo do Porto

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D. Gonçalo de Morais, bispo do Porto

Birthdate:
Birthplace: Vila Franca de Lampaças, Bragança, Portugal
Death: October 26, 1617 (73-74)
Porto, Porto District, Portugal
Place of Burial: Porto, Porto District, Portugal
Immediate Family:

Son of Antonio Borges de Morais and D. Francisca de Moraes Pimentel, ?
Brother of Antonio de Morais Pimentel, "o velho"; D. Brites de Morais Pimentel, Senhora de Selores and D. Francisca de Morais

Managed by: Carlos Miguel Pimentel
Last Updated:

About D. Gonçalo de Morais, bispo do Porto

D. Gonçalo foi bispo do Porto de 1602 a 1617, e antes, tinha sido monge benedictino, e Abade geral de sua ordem.
Sobre o seu nascimento e sua infancia, v. a noticia sobre a sua mãe.
Para fotos, v. a pagina "Media" (18 fotos: armas, Sé do Porto, paço episcopal…)

Fez o noviciade no mosteiro de Refoios de Basto, onde a familia dos Borges teve predominância : Geraldo Coelho Dias fala de "uma verdadeira dinastia de abades comendatarios", o ultimo sendo um Francisco Borges, falecido em 1537,(v. o seu artigo disponivel infra, p. 366, & tambem outras ref. infra).

Depois do noviciado, diz R. da Cunha, "foy mandado estudar theologia a Universidade de Coimbra, com alguns religiosos, os quaes se recolheraõ nos Paços della, em o quarto de casas em que agora moraõ os Reytores" (p. 222, ref. infra)

G. Coelho Dias resume o percurso do bispo assim: "único monge beneditino que chegou a Bispo do Porto, foi um religioso austero, piedoso e culto, algo ambicioso, que não deixou de se envolver em questões de política intema da sua Congregação, acabando por se tomar Dom Abade Geral".

Nessa qualidade, foi eleito para ir a Corte de Madrid a negociar sobre uma matéria dificil e muita politica, sobretudo com a dominaçaõ hispanica em Portugal : os mosteiros "da Ordem que El-Rey D. Phelippe II° provia em comendatarios, pagando com elles os serviços que as pessoas principaes do Reyno lhe faziaõ", como escrevia muito claramente R. da Cunha (os abades comendatarios eran "abades nominais", que beneficiam dos rendimentos dos seus mosteiros, sem residir neles). Depois tres anos, o Rei finalmente fiz "renonciaçaõ do padroado, e direito de apresentar, que atè entaõ usava" (R. da Cunha, p. 225, ref. infra)

Poucos anos antes da sua nomeaçaõ como bispo, conheceu momentos felizes, retirado no mosteiro de S. Bento de Lisboa : "fez nelle para sy hum apozento particular, com hum oratorio muy concertado [%E2%80%A6], e hum jardim onde todas as noites sahia a contemplar no ceo [%E2%80%A6] E dizia muitas vezes, sendo bispo, que de boa vontade deixara o bispado por tornar para o seu apozento" (R. da Cunha, p. 226, ref. infra).

Diz G. Coelho Dias: "Hispanófilo assumido, teve desde monge boa aceitação junto do rei D. Filipe II que o apresentou como Bispo do Porto [e tambem como Geral da sua Ordem, segundo R. da Cunha, p. 224, ref. infra], e a quem, enquanto Bispo, recorreu com frequência. [%E2%80%A6] Foi disciplinador, à boa maneira do espírito do Concílio de Trento [%E2%80%A6].
Espírito aberto às novas perspectivas da arte e às exigências da Liturgia reformada pelo Concílio de Trento, empreendeu uma obra polémica, mas estruturalmente clarividente e válida, qual foi a do alargamento e embelezamento da ábside da Sé Catedral em vista duma maior funcionalidade das cerimónias [obras entre 1604 e 1610].

O seu temperamento ríspido e severo provocou algumas questões com o Cabido e outras instituições religiosas e até com as autoridades civis, o que lhe ocasionou alguns dissabores e incompreensões, que não o impediram de receber sempre o apoio do rei. Foi, indiscutivelmente, um bispo ilustre e benfeitor da sua Catedral, cônscio da autoridade que, dentro da mentalidade da época, lhe competia"

(art. infra, pp 382-383). 

Em a Historia dos bispos de Rodrigo da Cunha, o elogio do bispo pode parecer hyperbolico : fala de "D. Gonçalo de Moraes, cuja fama dura hoje viva, e durara para sempre, na memoria dos homens" (II, p. 222, v. ref. infra).
Mas tambem diz que era taõ "zelozo de sua jurisdiçaõ, e taõ amigo de acudir ao decoro divido à dignidade pontifical [sic], e as liberdades da Igreja, que em defensaõ della achava que era pouco despender todas as rendas de seu bispado" : o bispo foi impecunioso (p. 227, ref. infra).

Diz a Pedatura: "Gonçalo de Morais, bispo do Porto, que viveo e morreo santamente, e fez a capella mor da Sé da dita cidade, aonde esta suo corpo sepultado sem corrupçaõ".
Um curioso escrito anonimo do século XVII diz que, quando em 1672, faleceu o bispo do Porto D. Nicolau Monteiro, querendo o Cabido enterrá-lo na Capela-mor, "em se abrindo o carneiro saiu dele notavel fragrância, causada do Bispo D. Fr. Gonçalo de Morais [%E2%80%A6]. Achou-se incorrupto e todo inteiro e com tôdas as vestiduras de pontifical sãs, frescas e novas, de mais de cinquenta anos sepultadas. Admirou o prodígio a muito concurso de gente, fêz-se instrumento publico e a memoria de sua vida canonizou sua morte, de sorte que a veneraçaõ fez fechar o sepulcro" (Coelho Dias, art. cit., p. 383, com as ref.).

Dum punto de vista familial, D. Gonçalo, diz Gaio, foi "instituidor do morgado de Selores com suo irmaõ Antonio de Morais Pimentel".
"Fundou um morgadio numa capela que mandou fazer, contígua ao seu palacete em Selores, onde passou a sua infância, para sepultura de seus maiores, à qual vinculou bens ajuntando-lhe uma renda de 80.000 réis e chamou para administrador deste vínculo seu irmão António de Morais"
(Rodrigo da CUNHA, Catálogo e História dos Bispos do Porto, parte 2a, p. 361 [p. 222 sq na ediçaõ disponivel em Google books, com um texto que parece mais antigo, escrito pouco depois da morte do bispo]. V. tambem extractos nas Memorias… districto de Bragança, t. 6, p. 454).

Foi durante a sua geraçaõ que a familia de Morais Pimentel envolvia-se numa nova aliança matrimonial estrategica, com a familia da Mesquita. Um duplo casamento foi organizado, com a irmã D. Brites e o irmaõ Antonio casando com dois membros da familia da Mesquita: v., por exemplo, a noticia sobre D. Brites de Morais Pimentel.

Sobre o brasaõ do bispo, esculpido na capela de Selores, mas tambem na capela-mor da Sé do Porto, v. as fotografias na pagina "media" :
O brasaõ e dividido em três partes. Las primeiras dois, na esquerda e no centro, saõ as armas dos Morais. Mas o bispo fez uma alteraçaõ na parte central, acrescentendo a la amoreira da familia (amoreira = Morais) uma grande cruz solemme, emblema da sua dignidade eclesiastica.
A terceira parte, a direita, era mais misteriosa para mim. O leaõ que consta da fotografia de Selores, feita para o tio José Manuel, e complementado por uma bordadura de flores-de-lis, que so se pode ver bem nas fotografias da Sé: esta terceira parte e o brasaõ dos Borges, com que a nossa familia era ja aliada por quatro geraçaõs, no tempo de D. Gonçalo.

Artigo de referência:
Geraldo J.A. COELHO DIAS, « O benedictino D. Gonçalo de Morais, bispo do Porto, e a transformaçaõ artistica da Capela-mor da Sé Catedral », in Tempos e lugares de memoria. Homenagem a D. Domingo de Pinho Brandaõ, I° Congreso sobre a diocese de Porto, Actas, vol. 1, Porto/Arouca, 2002, pp 365-392, [https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/54030/2/gcdiasbene...]

Gaio, t. 22, "Peminteis", §26, n°9, p. 152 ; t. 19, "Mesquitas", §3, n°6, p. 70. Pedatura, [3, II, p. 253] ; 3, I, p.183. Em o titulo das Mesquitas, Gaio da uma referencia a Bispos do Porto, cap. 42, fls 361.

Sobre a "dinastia d'abades comendatorios" da familia dos Borges em o mosteiro dos Refojos de Basto, v. tambem FREIRE, Brancamp, Sala de Sintra, t. 1, p. 465; Fr. Leaõ de S. TOMAS, O.C., I, 497-498.

Obras do bispo do Porto: v. Memorias… do districto de Bragança, o vol. sobre os escritores… que talves naõ existe.



D. Fr. Gonçalo de Morais, Bispo do Porto Instituidor do Morgado de Solores em 1628 (Gayo, tit. Morais, $ 9 N 19).

43º BISPO DO PORTO: (1602-1617)

NOME: D. Frei Gonçalo de Morais

NASCIMENTO: 9 de Janeiro de 1543, Vila Franca de Lampaças, Bragança.

NOMEAÇÃO: 1602

FIM DO EPISCOPADO NO PORTO:1617

ÓBITO: 26 de Outubro de 1617, Porto.

D. Frei Gonçalo de Morais nasceu a 9 de Janeiro de 1543 em Vila Franca de Lampaças, no Concelho de Bragança.

Filho de António Borges de Morais e de D. Francisca de Morais.

Foi educado na Vila de Anciães. Em 1558 recebeu o hábito monacal e fez a sua profissão religiosa no Mosteiro beneditino de S. Miguel de Refojos, Cabeceiras de Basto. Daqui partiu para Coimbra para estudar Teologia na Universidade.

Concluídos os seus estudos ocupou de imediato vários cargos elevados na sua Ordem, como o de Abade do Mosteiro de Rendufe, Amares, em 1587 e o cargo de Abade Geral da mesma Ordem em que foi eleito três anos depois.

Em 1596 foi eleito Abade do Mosteiro de S. Bento de Lisboa onde após três anos do seu mandato ficou como simples religioso e onde foi surpreendido com a sua nomeação para Bispo do Porto e confirmado pelo Papa Clemente VIII em 26 de Junho de 1602.

No ano seguinte tomou posse da Diocese portuense, tendo-a visitado toda nesse mesmo ano. De início crismou muita gente e distribuiu esmolas avultadas. Visitando as suas quatro Comarcas pessoalmente tornou-se num Bispo zeloso dos seus deveres e funções, bem como exigente em que os outros também cumprissem as suas obrigações, levantando em algumas ocasiões algumas polémicas e incidentes.

Na sua Sé fez obras essencialmente na Capela-mor e na Sacristia. Dotando a uma antiga Capela de armários e arcazes para guardar as alfaias e paramentos religiosos bem como ainda lavatórios e mesas de mármore transformou-a numa imponente sacristia que ainda hoje pode ser admirada.

Quanto à Capela-mor dotou-a de mármores, soberbos cadeirais, (retirados mais tarde) e um majestoso retábulo, podendo ser visto no arco triunfal o seu brasão. Ainda lhe está atribuído um púlpito em mármore bem como uma estante coral de bronze datada de 1616.

Na Capela de S. Vicente, ao lado da Capela-mor, D. Frei Gonçalo Morais ampliou o jazigo dos Bispos e para onde mandou trasladar solenemente a 20 de Março de 1614 as ossadas que estavam sepultadas dispersamente pelo corpo da Catedral.

De lá Foram trazidos os restos mortais de D. Simão de\ Sá Pereira, D. Rodrigo Pinheiro e D. Julião tendo-se juntado ao lado dos Bispos D. Frei Marcos de Lisboa e de D. Jerónimo de Menezes.

Mandou ainda construir na Capela-mor um Panteão para ele e seus sucessores.

Intentando perpetuar num livro com as memórias das acções de todos os Prelados da sua Diocese iniciou o seu estudo e ainda juntou alguma informação, acção que não levaria avante por consequência da sua morte inesperada, e que o seu sucessor, D. Rodrigo da Cunha daria seguimento com o seu conhecido Catálogo dos Bispos do Porto. D. Frei Gonçalo de Morais teve contendas com as Ordens religioso-militares, como por exemplo a Ordem de Cristo em que o Bispo queria usufruir das fabriqueira dessa Ordem que estava isenta da jurisdição dos Bispos.

Teve ainda uma grande divergência com D. Manuel Coutinho senhor da Casa de Marialva e do Morgado de Medelo, que apresentou na igreja de Fandinhães (pertencente a uma ex-freguesia de Marco de Canaveses) o presbítero João da Silva e que o Bispo recusou confirmar. Indo contra a sentença de desnaturalização do País, que a Relação do Porto lhe tinha imposto, D. Gonçalo de Morais pediu auxílio ao rei e ao Papa que intervieram de imediato a seu favor.

Após doença prolongada, D. Gonçalo de\Morais viria a falecer poucos anos depois em 26 de Outubro de 1617 no Porto, e, em sequência das suas antigas quezílias com o Cabido não foi sepultado no Panteão da capela-mor tal como tinha planeado.

Foi depositado o seu corpo na capela-mor da Capela de S. Gregório, (demolida em 1791) construída também a seu mando que se destinava a que nela os presos do Aljube ouvissem nela, missa.18 Mais tarde foi trasladado por ordem do Tribunal para a capela mor da Sé do Porto onde jaz até hoje.

Já doente, D. Gonçalo Morais concedeu ainda conjuntamente com a Câmara e El-rei, licença para que se estabelecessem na cidade, os Padres Carmelitas Descalços que pretendiam edificar ali mosteiro.

D. Frei Gonçalo de Morais foi o único monge beneditino Bispo do Porto.

in, FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO, Departamento de Ciências e Técnicas do Património.

INVENTARIAÇÃO DE RETRATOS PICTÓRICOS DOS BISPOS DO PORTO Vol. II

INVENTÁRIO

Maria Manuela Ribeiro Conde da Silva

Foi quem mandou fazer a Casa de Sellores ou Selores em Bragança / Carrazeda de Ansiães / Lavandeira, Beira Grande, Selores, para seus pais e seu irmão António de Morais:

…[%E2%80%A6Casa de Selores foi classificada como Imóvel de Interesse Público. Foi mandada erigir em 31 de Janeiro de 1628 por D.Gonçalo de Moraes, Bispo do Porto, juntamente com seu irmão António de Moraes Pimentel, capitão-mor de Ansiães, casado com D. Inês da Mesquita, filha de João do Prado da Silveira, senhor da Quinta do Prado e de sua mulher D. Alda da Mesquita...

A varanda e capela datam do início do século XVII, o corpo central (de habitação) terá sido reconstruído no século XVIII. A cada um destes corpos corresponde a sua pedra de armas, tendo as três em comum a torre e a amoreira arrancada dos Moraes. A espectacular varanda, tem uma colunata de dez colunas salamónicas a sustentar o telhado…], in Casa de Selores Miguel Quiroz Santos

…[%E2%80%A6De acordo com a inscrição presente sobre a porta da capela, esta foi construída por iniciativa do Bispo do Porto, D. Gonçalo de Morais, em 1616, e destinava-se aos seus pais e ao seu irmão António de Morais Pimentel, morgado de Parada, cuja sepultura se encontra no interior do templo. Edificada num plano ligeiramente recuado em relação ao corpo da casa, a capela é aberta por um portal central, de linhas rectas, e que se liga ao brasão dos Morais, rematado por um frontão semicircular. Este brasão apresenta uma cruz, que "transforma as armas familiares em armas de fé, no caso de Frei Gonçalo de Morais" (LOPES, 1996, p. 39), a que se acrescentam as seis borlas alusivas à sua dignidade episcopal (IDEM). O corpo que se desenvolve no extremo oposto, e que se destaca pela varanda alpendrada suportada por colunas salomónicas (e assente sobre um embasamento de grandes dimensões), deverá ser contemporâneo da capela. Apesar da tradição clássica e renascentista em que este género de varanda se filia, alguns elementos, como as colunas torsas, denunciam a transição para o barroco (AZEVEDO, 1969, p. 168). Ao centro, e interrompendo o ritmo da colunata, um outro brasão esquartelado, com decoração vegetalista, evoca as famílias Morais, Mesquita, Vieira e Azevedo (IDEM, p. 41). A primeira campanha de obras na Casa de Selores não deverá ter ido muito além do que acabámos de descrever, pois o interior deste corpo é muito posterior, e bem mais próximo da cronologia apontada para o edifício central. Não sabemos, no entanto, quais as razões da eventual interrupção dos trabalhos, ou da conclusão menos cuidada dos mesmo, que exigiu uma profunda reforma no século XVIII, que abrangeu também os interiores da edificação seiscentista. O corpo central, com portal axial flanqueado por duas janelas, e aberto por outras seis ao nível do andar nobre, caracteriza-se pela simetria, onde se destaca, naturalmente, o brasão que encima a porta principal (esquartelado com as armas dos Morais, Caldeirões, Mesquita e Sousas do Prado). Todas as janelas exibem moldura, com avental decorado com elementos rococó, ligando-se à cornija, na zona superior. O interior encontra-se, hoje, bastante alterado. (Rosário Carvalho)…]…

http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pe...

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D. Gonçalo de Morais, bispo do Porto's Timeline

1543
1543
Vila Franca de Lampaças, Bragança, Portugal
1617
October 26, 1617
Age 74
Porto, Porto District, Portugal
????
Sé catedral, capela-mor, Porto, Porto District, Portugal