D. Jerónima Ferreira de Eça

Ler o que consta na Lápide tumular na Igreja do Convento da Encarnação em Vila do Conde, tem as datas de morte dos dois e brasão misto.

JERÓNIMA FERREIRA DE EÇA (D. Jerónima Ferreira de Eça ou D. Guiomar Ferreira de Eça como se diz no ttº. de Pinheiros § 77 N 27) filha H. de Estevão Ferreira de Eça N 18 deste § 57. Casou por amores com seu primo Manuel Machado de Miranda fº. de D. Ana Machado e seu marido Gaspar Rebelo no ttº. de Machados § 33 N 23 onde corre esta descendência. (Gayo, tit. Pereiras § 57 N 19).

_____________________ Escrita pela mão de Maria Adelaide Pereira de Moraes. Foi extraída de Velhas Casas de Guimarães (2º Vol.) e refere-se ao rapto de D. Jerónima Ferreira de Eça, da casa do Arco, Guimarães.

Dona Jerónima Ferreira de Eça, senhora de Cavaleiros, muito nova, quase menina vai casar com um grande fidalgo: Fernão Moniz, filho segundo de Vasco Martins Moniz, senhor de Angeja. Na (batalha) de Salinas indo D. Luis Fajardo no ano de 1605 a pelejar na Armada contra os holandeses (…) morre Fernão Moniz. Ainda a notícia não chegou a Guimarães outra nova corre as ruas, abre as portas, assombra as gentes. Manuel Machado de Miranda (…) do morgado da rua Escura, nos seus 16 anos incompletos rapta Dona Jerónima Ferreira de Eça, morgada de Cavaleiros (…) Tingem-se envergonhadas as paredes da Casa do Arco, olhadas com algum desdém pela gente que passa: «Olha a fidalga…». Pelos soutos e carvalheiras soam risadas contentes. Os fugitivos! Novos, felizes, despreocupados, galopam por terras raianas. Devassa o caso, administra justiça, a alçada de Guimarães. Por ajudarem a esta fuga (…), há prisões. Dona Ana Machado de Miranda, mãe de Manuel Machado de Miranda, é presa em sua casa, dada em homenagem (lugar que se dá como prisão) Tiram-lhe a homenagem, tornam a condená-la. E Dona Brites Pereira, mãe de Dona Jerónima tem a mesma sorte. Cosme Machado de Miranda, preso em Ponte de Lima, pela morte de Miguel de Miranda, Chantre de Braga (…) é interrogado. Libertam-no; já tinha estado preso por crimes mais vezes. Dizia não ter dado auxilio aos delinquentes. Encarceraram-no na correição (…) dão-lhe depois «homenagem em sua casa». Negam-lhe a 2.1.1607, condenam-no «em hum anno de degredo para álem dos lugares de álem». Transcorridos dois dias. «é-lhe permitido cumprir a pena em sua casa donde não sahiria». (…) Manuel Machado de Miranda continua pela Galiza onde recebe como sua mulher a Dona Jerónima Ferreira de Eça. Por fim «tudo sossegou»; voltam para Portugal «e elle ficou fazendo vida com ella». Trazem já o primogénito, Gregório, nascido no dizer dos nobiliários por terras galegas. Durante vinte e um anos, Dona Jerónima Ferreira de Eça presenteará, quase anualmente, seu marido com um filho. É a primeira geração dos Ferreira de Eça a nascer na Casa do Arco….

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