D. Pedro Afonso de Portugal, Conde de Barcelos

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D. Pedro Afonso de Portugal, Conde de Barcelos

Also Known As: "1355", "estando sepultado no Mosteiro de S. João de Tarouca"
Birthdate:
Birthplace: Reino de Portugal
Death: 1355 (63-73)
Place of Burial: Lamego, Lamego, Viseu, Reino de Portugal
Immediate Family:

Son of Afonso Dinis and Maria Pais Ribeira, 15ª senhora da casa de Sousa
Brother of Pedro Afonso de Sousa, senhor de Arraiolos e Paiva; D. Rodrigo Afonso de Souza, senhor de Arraiolos e Pavia; Diogo Afonso de Sousa, senhor de Mafra e Ericeira; D. Maria Afonso; D. Garcia Mendes de Sousa and 1 other
Half brother of Diogo Afonso Rei de Portugal

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Last Updated:

About D. Pedro Afonso de Portugal, Conde de Barcelos

D. Pedro Afonso, filho natural do rei D. Dinis.

Pedro Afonso, filho natural do rei D. Dinis de Portugal, fruto do relacionamento do monarca com Grácia Anes Fróis (que segundo D. António Caetano de Sousa seria natural de Torres Vedras), terá nascido por volta do ano de 1289, como nos elucida uma carta de doação de bens localizados em Estremoz, datada de 10 de dezembro desse ano, que o pai lhe fez em Évora.

Todavia, a sua primeira aparição pública só se terá verificado por volta do ano de 1303, quando testemunha na corte do pai uma doação à Ordem de Avis.

Esta doação a Pedro Afonso, consista em bens móveis e imóveis que haviam pertencido a Pedro Fernandes, almoxarife de D. Afonso III (seu avô) em Lisboa. Embora o documento não diga quais seriam, também recebeu, nos termos de Estremoz e de Évora monte, os bens que tinham pertencido a Martim Homem, bem como uma adega com as suas cubas e seus pertences em Estremoz que tinham estado na posse de Vicente Martins, antigo tesoureiro de D. Dinis.

Trovador como seu pai e cronista e linhagista como seu irmão Afonso Sanche, Pedro Afonso teve como mordomo Vasco Martins da Cunha, “O Seco”, senhor do Morgado de Tábua entre 1309 e 1323 e tal como Afonso Sanches (um outro filho de D. Dinis), também Pero Afonso Ribeiro foi seu Tutor.

Com a discórdia instalada entre D. Jaime II de Aragão e D. Fernando IV de Castela por, alegadamente, o primeiro ter na sua posse terra que pertenciam por direito ao segundo, D. Dinis, com ligações familiares a ambos, uma vez que era cunhado de um, e sogro de outro, foi nomeado árbitro da contenda, o que o leva a partir da Guarda em direção a Aragão em 1304, na companhia da esposa, a rainha D. Isabel, levando no séquito que o acompanhou, o seu filho Pedro Afonso, único dos seus descendentes que o acompanhou nesta viagem, como vem relatada na “Crónica Geral de Espanha de 1344”.

A boa relação entre Pedro Afonso e D. Dinis, está bem patente não só nesta viagem, como nas doações que o rei lhe vem a fazer posteriormente.

Mas não era só com o pai que tinha um ótimo relacionamento, o mesmo também acontecia com o seu meio irmão o infante D. Afonso, e em 1307, o herdeiro da coroa, não levantou qualquer tipo de objeções quando Pedro Afonso foi nomeado Mordomo-mor da infanta D. Beatriz.

Pedro Afonso, com a prematura morte da sua primeira mulher, D. Branca Pires de Sousa, filha de D. Pedro Anes de Aboim, senhor de Portel, e de D. Constança Mendes de Sousa, e neta de João Peres de Aboim, com quem ainda chegou a gerar um filho que veio a falecer muito novo, herdou a maior parte dos bens da família Sousa por falta de herdeiros diretos, pois o seu cunhado, João Pires de Portel, havia falecido em 1304.

Mas Pedro Afonso não esteve viúvo por muito tempo e, ainda não tinha feito um ano que enviuvara e já as negociações para um novo matrimónio tiveram início. A escolha recaiu sob uma donzela aragonesa, D. Maria Ximenes Cornell, filha de Pedro Cornell e de D. Urraca Artal de Luna. Aia de D. branca de Aragão, mulher de D. Jaime II, irmão da rainha D. Isabel, esposa de D. Dinis. Não sendo descabido afirmar, que a iniciativa deste casamento, terá partido da própria rainha de Portugal, D. Isabel.

Frei Fernando Félix Lopes, na sua “Colectânea de Estudos de História e Literatura”, dedicou um pequeno capítulo exclusivamente a este casamento, usando como fonte primordial a correspondência trocada entre D. Dinis, D. Isabel e D. Jaime II, relacionada com o casamento. Assim que o contrato de casamento foi assinado, seguiu-se a cerimónia do casamento por procuração.

A 27 de Janeiro de 1309, sabe-se que D. Maria Ximenes já se encontrava na corte portuguesa, uma vez que D. Isabel escrevera a seu irmão, D. Jaime II, a anunciar esse facto.

Mas certo é, que também este casamento não durou muito tempo. As razões são desconhecidas, mas a falta de pagamento do dote por parte de D. Jaime II, que se tinha comprometido com o mesmo, e outras várias razões, levaram a um desfecho infeliz a esta união. Apesar de não viver mais com o marido, a verdade é que também não regressou de imediato a Aragão, só alguns anos mais tarde é que tal veio a acontecer.

A 1 de maio de 1314, Pedro Afonso recebe a vila de Barcelos, juntamente com o título de conde que lhe estava associado, mas ao contrário de outras doações que havia recebido, esta não era transmissível aos seus descendentes quando falecesse, mas retornaria à Coroa. O que demonstrava algum cuidado por parte do Rei português em não tornar hereditário um título por si criado.

Pedro Afonso em 1315 recebe um do cargos mais importantes do seu tempo, o de Alferes-mor do reino. Além de ser também fronteiro-mor na Ribeira do Minho. Contudo, a partir de então, as coisas começam a correr-lhe mal.

Os conflitos entre D. Dinis e o infante D. Afonso tornaram-se cada vez mais frequentes e agressivos, o que deixava o conde de Barcelos numa posição bastante complicada. Se por um lado, devia lealdade e respeito ao rei português, não só porque era seu pai, mas sobretudo porque era o seu rei e senhor e, se era alguém na vida, a ele o devia. Mas. Por outro lado, também devia obediência ao infante herdeiro, uma vez que os filhos bastardos deviam servir e acatar todas as ordens provenientes dos irmãos legítimos.

A verdade é que Pedro Afonso não conseguiu gerir a situação da melhor forma e, em 1317, viu-se obrigado a abandonar o reino de Portugal, perdendo todas as suas possessões, bem como o cargo de alferes-mor, que a partir de então passou a ser exercido por João Afonso.

Como vem referido na sua própria cronica: “E entom Joham Affonso mãdou desaffiar o conde e mãdoulhe dizer que o esperasse IIII dias en certo logar, ca se queria veer com elle. E o conde era muyto amado dos filhos d’algo e ajuntou tãtos vassallos e amigos que foram mais que os outros e esperou em hữm logar que há nome Pinheiro d’Azer (Pinheiro de Ázere), a par de Sancta Cõoba Dão, acerca de tres domaas, ataa que veo o iffante dom Affonso de Lixboa por partir a cõtenda e tragia tam grande aguça, segundo dizẽ algữun, que o caminho que podera amdar en IIII dias, pos ẽ elle tres domaas.”

Não se sabe se realmente o confronto se deu ou quem foi o vencedor, pois Pedro Afonso optou por não o narrar.

A sua passagem pelo reino vizinho durou até 1322. Nesse meio termo, mesmo andando por terras castelhanas, a verdade é que a rainha D. Isabel nunca deixou de ter pistas relativamente ao seu paradeiro.

Pedro Afonso acabou por regressar a Portugal a pedido do infante D. Afonso, mal este conquistou Coimbra, durante a guerra civil, que, entretanto, se tinha instalado no reino.

O ponto de encontro dos dois meios-irmãos foi o Porto, que tinha sido conquistado pelo exército do infante. Durante a guerra, o infante deu outra prova de plena confiança no irmão, ao deixar a seu cargo a sua mulher D. Beatriz, enquanto enfrentava o pai.

Porém, com o seu regresso, é bem notória a mudança de posição de Pedro Afonso. Com certeza, o desterro fez com que percebesse que a sua total lealdade ao infante lhe tinha trazido consequências desagradáveis. E por isso mesmo vai procurar, em conjunto com a rainha D. Isabel, que pai e filho se entendam.

Mas a paz entre pai e filho só veio a acontecer a 26 de Fevereiro de 1324, com a assinatura do acordo em Santarém, que resultou no desterro de Afonso Sanches.

Nesse mesmo acordo, Pedro Afonso e os seus vassalos foram perdoados e ilibados do crime de traição contra o rei, bem como o infante D. Afonso

Ao que tudo indica, as relações entre pai e filho teriam voltado a normalizar-se, porque, se assim não fosse, a 24 de Junho de 1324, D. Dinis não lhe teria confirmado, a pedido deste, um acordo que fora realizado havia muito tempo, mas de que nenhuma das partes possuía qualquer tipo de documento que pudesse comprova-lo.

D. Dinis acabou por outorgar e mandou lavrar as ditas cartas. Este pode muito bem ter sido um dos últimos atos do monarca no que aos seus filhos dizia respeito, visto que veio a falecer a 7 de Janeiro de 1325.

A partir da morte do pai, e com a subida ao trono de D. Afonso IV, a presença de Pedro Afonso na corte é cada vez menos notória. Mas isso não significa menos importante.

Entretanto, neste meio termo, Pedro Afonso produziu um dos livros de linhagens mais completo do seu tempo e que ainda nos dias de hoje é utilizando pela maior parte dos historiadores como fonte primordial: o Livro de Linhagens do Conde D. Pedro. Terá sido redigido entre 1340 e 1344. Também por essa altura, o então conde de Barcelos terá escrito a Crónica Geral de Espanha de 1344.

A 30 de Março de 1350, Pedro Afonso mandou lavrar um dos seus últimos testamentos nos seus Paços em Lalim, nele roga ser enterrado em S. João da Tarouca, que pertencia à Ordem de Cister.

Apesar de Teresa Anes, a sua última mulher, ter falecido em 1350, ano em que o testamento foi redigido, tudo leva a crer que o mesmo deve ter sido composto meses antes, pois Pedro Afonso nomeou-a como sua testamenteira, juntamente com Gonçalves Pereira, cavaleiro seu vassalo e Pêro Esteves, vedor da sua casa.

Pedro Afonso acabou por falecer em 1355, estando sepultado no Mosteiro de S. João de Tarouca, tal como tinha pedido no seu último testamento.

Texto de: Luís M. Cunha

D. Pedro Afonso, Conde de Barcelos, filho natural de D. Dinis. (Retrato feito sobre na sua estátua tumular existente no Mosteiro de São João de Tarouca)

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D. Pedro Afonso de Portugal, Conde de Barcelos's Timeline

1287
1287
Reino de Portugal
1355
1355
Age 68
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Mosteiro de S. João de Tarouca, Lamego, Lamego, Viseu, Reino de Portugal