Diogo Gomes da Silva, I senhor da Chamusca

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Diogo Gomes da Silva, I senhor da Chamusca

Spanish: Diego Gómez de Silva, I señor de Chamusca
Birthdate:
Birthplace: Santarem, Portugal
Death:
Immediate Family:

Son of D. Gonçalo Gomes da Silva and Leonor Gonçalves Coutinho
Husband of Isabel Vasques de Sousa
Father of Gaspar Gomes da Silva, capitão de Chaul; João Gomes da Silva; Gonçalo Gomes da Silva, alcaide-mór de Soure; Diogo da Silva; Rui Gomes da Silva, 2º senhor da Chamusca and 1 other
Brother of João Gomes da Silva, 2º senhor de Vagos; Joana Gomes da Silva; Gomes da Silva, alcaide-mór de Noudar and Fernão da Silva

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About Diogo Gomes da Silva, I senhor da Chamusca

Lá muito acima, no cap. V, deixei nomeado Diogo Gomes da Silva, filho segundo de Gonçalo Gomes da Silva, alcaide mor de Montemor o Velho, e irmão de Joao Gomes da Silva, 1.° senhor de Vagos e alferes mor. Serviu Diogo Gomes em 1416 na expedição de Ceuta e lá, após a conquista da cidade, foi armado cavaleiro pelo infante D. Henrique a cuja casa pertencia, segundo parece. Foi senhor da terra de Mação e de Vila Nova de Fozcoa, com a jurisdição, as quais terras, por seu prazer, el Rei doou a*seu filho Rui Gomes da Silva, por carta de 12 de Janeiro de 1440 (4). Parece ter também possuído o reguengo de Orgens junto de Viseu, e no convento de S. Francisco do Monte havia sepultura destes Silvas, sobre a qual estava esculpido o lião das suas armas (5). Casou Diogo Gomes da Silva com Isabel Vasques de Sousa, filha de Vasco Martins de Sousa, chanceler mor e 1.o senhor de Mortágua, e de sua mulher Inês Dias, e deste casamento nasceram, alem doutros, os seguintes filhos:

1.º — Rui Gomes da Silva, 1.o senhor da Chamusca e Ulme, adiante.

2.º — Gonçalo Gomes da Silva, 1.º alcaide mor de Soure por mercê de D. João II (6), casou com D. Maria de Goios, filha de D. Fr. Pedro de Goios,

(4) Chancelaria de D. Afonso V, liv. 20.°, fl. 29 v. — Salazar y Castro, na Historia de la casa de Silva, vol. If, pág. 421, fundando-se em genealogias, aliás não confirmadas pela Crónica de D. João I, êle próprio o assevera, dá o posto de alteres mor a Diogo Gomes da Silva e até marca o ano de 1416 para o começar a servir. É pura fantasia, sem fundamento documental nem histórico.

(5) Fr. Martinho do Amor de Deus, Escola de Penitencia, pág. 227, § 253.

(6) Salazar y Castro, Historia de la casa de Silva, II, 779. — Os livros existentes na Chancelaria da Ordem de Cristo, à qual pertencia a vila de Soure, não alcançam os tempos do reinado de D. João II.

comendador da Vera Cruz na Ordem do Hospital, e dela teve, entre outros, a Manuel da Silva e Lisuarte da Silva. Este casou, antes de 1498, com D. Felipa de Lordelo, filha de Lopo Dias, provedor das Capelas de D. Afonso IV, e parece ter morrido em 1549, segundo indica o seu epitáfio na igreja de Santiago de Soure, nestas palavras: Aqui jaz Lisuarte da Silva e sua molher D. Filipa. 1549 (1). Manuel da Silva foi 2.° alcaide mor de Soure e aposentador mor de D. Manuel, por carta de 11 de Janeiro de i505(2), posto que já antes exercesse o ofício (3). Conservou-o durante todo o reinado daquele soberano, sendo substituido, logo no começo do reinado seguinte, por D. Phelipe Lobo (4). O filho de Manuel da Silva ainda possuiu a alcaidaria mor de Soure; seu neto porém já não a chegou a ter e ela vagou para a Coroa, extinguindo-se esta linha e toda a sua descendência varonil, creio. Na referida igreja de Santiago de Soure ainda se encontram, ou encontravam, outras sepulturas desta gente com os seguintes letreiros (5):

Aqui jazem António da Silva e D. Leonor de Villalobos sua mulher, e Gonçalo Gomes da Silva seu filho e D. Francisca da Silva sua mulher, illuslres Fidalgos deste Reyno, e D. António de Meneses seu genro., filho de D. António de Meneses Sottomaior e D. Cecilia de Mendoça Senhores que foram neste Reyno do Couto de Fermoselhe e em o de Castella do Estado das Villas de Alconchel e Painos e em ellas Senhores de baraço e cutello. Falleceu em 13 de Novembro em a Era de 1642.

Aqui jaz António da Silva Fidalgo da Caza de S. Mag. e de sua mulher D. Leonor de Villalobos em a era de 1600.

Aqui jaz Afonso da Silva Fidalgo da Caza de sua Mag. em a Era de 1627.

Gonçalo Gomes da Silva teve um filho bastardo chamado Jorge da Silva, do qual foi filha, também ilegítima, Inés Gomes da Silva, mulher de João Vaz de Camões e bisavó do grande poeta Luís de Camões. Assim o afirma o douto Severim de Faria nos Discursos vários politicas (6); não sei porém se esta afirmativa merecerá inteiro crédito. Vejamos.

Tenho um nobíliário ms., original, creio, e composto nos fins do primeiro quartel do século xvii, quando já tinha aparecido a chamada Vida de Luis de Camões de Pêro de Mariz, impressa em 1613, da qual, segundo se diz,

(1) A gente do Cancioneiro, vol. XI da Revista lusitana, pág. 337.

(2) Chancelaria de D. Manuel, liv. 23.°, fl. 47.

(3) Numa carta de Maio de 1498 aparece Manuel da Silva intitulado fidalgo da casa dei Rei e seu aposentador mor.—Lousada, Sumários da Torre do Tombo, vol. I, fl. 427 mihi.

(4) D. Felipe Lobo teve, em 9 de Janeiro de 1522, carta de aposentador mor como até aí o fora Manuel da Silva. — Chancelaria de D. João III, liv. 51º de Doações, fl. 10 v.

(5) P.e Luís Montês Matoso, Memorias sepulchraes, fls. 159 v. e 160.

(6) Ed. de 1624, fl. 92.

tirou Severim aquela informação. Intitula-se o códice: Liuro de linaguens da uobre\a deste Reino de portugal tirado do L" do conde Dom pedra, que esta na torre do tombo, e de memorias antiguas e informacois de pessoas curiosas Pêra a continuação do moderno. Começa no «tl.º da gueracão dos Sousas» e consta de 278 folhas numeradas pela frente. Tem em vários sítios emendas e acrescentamentos da mesma letra, dando-lhe a aparência de original; noutras partes tem algumas notas de diferente mão. Não traz indicação nenhuma de autor e só no fim, no verso da última folha, se lê: «Deste liuro me fez m.e (mercê) o sr Martim Cota Falcão Ev.ª (Évora) 31 de X.bro de 652». A estas palavras segue-se uma rubrica composta de um M e um J. O nobiliário é bastante exacto sobretudo nas noticias dos tempos mais próximos, e nele lê-se, na fl. i55 v.: «Gonçalo Gomes da Silua... e ouue bastardos frei goncalo da silua frade da ordem de S. bento e jorgue da silua, que não casou mas ouue bastardas .3. filhas jnes da silua casada com hú criado de seu pai, por nome joão Róis...» Análoga informação colheu dos nobiliários portugueses Salazar y Castro ao compor esta passagem na sua Historia de la casa de Silva, impressa em 1685.

3.o —João Gomes da Silva, claveiro da Ordem de Cristo, teve filhos bastardos; mas, se teve netos, vieram por linha feminina.

4.° — Diogo da Silva foi avô de Gaspar da Silva, senhor da ilha de Ano Bom pelo seu casamento com D. Maria de Almeida, filha de Manuel de Almeida, corregedor da corte, irmão de Luís de Almeida, senhor da dita ilha e «marido da famosa preta D. Simoa Godinho». Por linha feminina houve descendência na qual se continuou o senhorio da referida ilha até 1778, quando ela passou para o domínio espanhol.

Da «famosa preta D. Simoa Godinho» encontro esta notícia:

«Vendo os Religiosos [da Cartuxa] o embaraço, que havia para se augmentar o edifício [da Pampulha], tratarão de se mudar para huma quinta de Laveiras, termo de Lisboa, no anno de 1598, a qual quinta tinha sido de D. Simoa Godinho, mulher de cor preta, mas muy rica, nobre, e principal da Ilha de S. Thomé, com quem casara certo fidalgo Portuguez, e vindo para Lisboa, havia ficado viuva, e sem successaó. Distribuindo os seus bens em obras pias, deixou a quinta de Laveiras para se fundar hum Convento de Frades pobres a arbítrio da Mesa da Misericórdia. Houve muitos empenhos, porque cada huma das Religiões mendicantes a pretendia, até que El-Rey Filippe IL alcançou de Roma licença de transacção para os Padres da Cartuxa, e a confirmação de hum censo de cem mil reis, que todos os annos pagava a Coroa a dita D. Simoa» (1).

(1) João Bautista de Castro, Mappa de Portugal, II, CS.

(in: Anselmo Braamcamp Freire, Brasões da Sala de Sintra, VIII SENHORES DA CHAMUSCA, DUQUES DE PASTRANA, Lv.2, 2ª ed., Univ. Coimbra, 1927)