Domingos António de Sousa Holstein, 2.º Duque de Palmela

Nome completo: D. Domingos António Maria Pedro de Sousa Holstein.

Biografia

Aos dois anos e meio já falava e compreendia tanto a língua portuguesa, como a inglesa, segundo narra a sua mãe ao marido, em carta datada de 28 de Dezembro de 1820, onde lhe faz os maiores elogios: “(…) O Domingos parece-me que ainda está mais bonito e é sempre o mais meu amigo que é possível, estávamos ambos eles no meu quarto esta manhã e o Manuel descuidou-se, e o Domingos ralhou-lhe, e disse-lhe que a Mamã não havia de gostar dele, achei-lhe muita graça; há dias estava-lhe a Ana Joaquina pedindo um dos seus canudos e ele não lhos queria dar, e a Dove que tão bem ali estava perguntou-me em inglês que lhe estava a Ana pedindo, esta falava-lhe português, o pequeno no mesmo instante lhe traduziu em inglês o que a Ana lhe estava pedindo (...).”
Tal como os irmãos recebe uma educação doméstica, até frequentar aulas num estabelecimento a que chamavam pensão, com o irmão mais novo, Manuel, e com os primos, por decisão materna.

Também por isso e pela sua saúde, a escolha de uma carreira foi bastante discutida pelos seus pais, decidindo-se afinal pela Academia Real da Marinha, onde entra como Guarda da Marinha em Janeiro de 1833, seguindo o curso de Matemática, ocupando o lugar de segundo Tenente, até que em 1844 passa a Capitão Tenente honorário, sem vencimento ou soldo algum. Foi agraciado com o título de Conde de Calhariz, por decreto de 21 de Julho de 1832, à morte de seu irmão primogénito, título que lhe pertencia. O título de Marquês do Faial seguiu-se à outorga do título de Duque a seu pai. Por portaria de 15 de Janeiro de 1840 foi agraciado com a comenda da Ordem de Cristo.

Após a morte de seu pai, herdou o título de Duque de Palmela e o de Capitão da Guarda Real, função que já tinha anteriormente exercido, no impedimento do pai, assim como tomou posse no cargo de Par do Reino. No entanto, não teve qualquer papel relevante nesta matéria, não tendo feito de parte de nenhuma comissão nem tido qualquer intervenção em debates políticos. A nível de funções que tenha desempenhado, devem-se destacar as de adido honorário à legação em Londres por ocasião da coroação da Rainha Vitória, onde acompanhou o seu pai; Presidente da Direcção do Club Lisbonense em 1841; Presidente da Comissão Administrativa da Santa Casa da Misericórdia e Hospital Real de S. José, desde 1841 e até, pelo menos, 1851. Neste ano exerceu o cargo de Tesoureiro do Conselho Geral de Beneficência e de Provedor da Irmandade de Santa Cecília.

Foi também um empreendedor, com a criação da Companhia dos Canais da Azambuja, em 1844, onde desempenhou as funções de director e principal accionista singular da mesma.

D. Domingos casou, a 3 de Julho de 1836, com D. Luísa Maria de Noronha e Sampaio, filha do Conde da Póvoa e Barão de Teixeira, Henrique Teixeira de Sampaio, tendo duas filhas. Faleceu aos 45 anos.

In: [https://run.unl.pt/bitstream/10362/63682/1/Tese_de_mestrado%20A%20C...]