Domingos Leite Penteado

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About Domingos Leite Penteado

His nickname was "O Ruivo", or "the Red one"  He only has a Mother on record, but he was a rich man, so he was likely the son of some powerful man or priest.????</p>

Transcrição de um jornal de Campinas (de 30 de setembro de 1952) que contém a biografia de seu filho SALVADOR LEITE PENTEADO, que é pai do Governador de São Paulo, HEITOR PENTEADO:

Domingos Leite Penteado nasceu em Campinas aos 9 de novembro de 1805, isto é, no início de nossa vida municipal, menos de um decêndio após a criação da Vila de S. Carlos.
Viúvo, ainda bem moço, e empregado de um fazendeiro importante, como diremos ao diante, seu zelo, atividade e aptidão para o trabalho justificam o fato de haver ele contraído segundas núpcias em 1836, com d. Maria da Rocha Camargo, por sua vez de ilustre ascendência, várias vezes citada na história da vila de São Carlos.
Esta senhora era filha do capitão SALVADOR DA ROCHA CAMARGO, falecido nesta cidade em 1843 e tendo tido de seu consórcio com d. Ana Esméria Arruda Cesar nada menos que 12 filhos.
O capitão Salvador descendia diretamente de Pedro da Rocha de Souza, de igual patente na milícia do tempo, filho de Antonio Garcia da Rocha e Helena Machado de Souza, falecido em 1792. Casara-se com Benta Pais de Camargo, filha do sargento mór Tomáz Lopes de Camargo, um dos fundadores de Outro Preto (Minas), mais tarde domiciliado na vila de Parnaíba (S. Paulo), a que prestou benefícios.
Tomaz Lopes foi das principais figuras da família poderosa dos Camargos, de tanto ilustre nos anais de S. Paulo (Geneal. Cit. Vol. 1.0, pags 245 e segs).
Pelo que se colige desse livro, morto o esposo de Benta Pais de Camargo transportou seus penates para a freguesia das Campinas, logo tornada vila de S. Carlos (1797), pois aqui se casaram filhos seus em fins do século XVIII e começos do século seguinte. Entre ele avultam o sargento mór José da Rocha Camargo, consorciado em 1795, homem de serviços e de lutas, apontado como um dos bons para “servir os cargos da república” ao ser pedida a criação da vila; vereador à primeira câmara local, que não tomou posse por se achar em divergência com o governador e capitão general de S. Paulo; juiz ordinário em 1805 e 1811; e mencionado capitão Salvador da Rocha Camargo, também juiz ordinário em 1824.
Esses dois dignos irmãos se salientaram em todos os sucessos relativos à independência e criação do Império e à promulgação da Constituição, pois seus nomes se acham inscritos nos documentos a respeito (Vide almanaques, para 1900, de L. Amaral, e para 1912, de V. Mello e B. Otávio).
Não admira, portanto, que Domingos Penteado, oriundo de tronco famoso por serviços à causa pública e aliado aos Camargos, de não menor destaque nos feitos de antanho, houvesse por seu turno contribuído para o bem estar do Município onde nascera.
Seu sogro, que possuía a propriedade agrícola ainda hoje denominada Aracajú, lhe cedeu parte dela, para que ele abrisse aí uma fazenda, em terras incultas e em meio de espessas matas.
Tal começo da fortuna de Domingos Penteado, avaliada em mais de mil contos ao tempo de sua morte.
E eis o surto da célebre fazenda do “Pico”, estância cuja denominação provém de sua situação topográfica, num dos contrafortes da serra das Cabras (Arraial dos Souzas) a L do Município de Campinas.
Foi aí que o lavrador, no remanso de sua vida agrícola, soube criar uma prole composta, cremos, de oito filhos e uma filha, descendentes avezados ao trabalho e ao amor a seus semelhantes, e por isso estimadíssimos no meio social em que se desenvolveram e agiram. Citaremos entre eles o coronel Penteado, que veio a ser, muito legitimamente, uma das maiores influências políticas de Amparo, terra em que reside.
Entretanto, Domingos Penteado, espírito esclarecido se não ilustrado, soube deixar um dia o arraial monárquico, o ideal de governo de sua época e, penetrando os véos do futuro, se tornou combatente na fileiras da República, logo após o famoso manifesto de 3 de dezembro de 1870 e a subsequente convenção de Itu, a 19 de abril de 1873, data áurea na história do partido republicano da então província de São Paulo.
Imagine-se o efeito dessa importante adesão de um vulto respeitável ao programa de uma falange contrária ao regime constituído, consolidado e glorioso até após a guerra da Tríplice Alliança contra o Paraguai (1865 – 1870).
Mas, como os demais proceres da República e seus adeptos, Domingos Penteado não descansou, como não descansaram seus filhos sempre combatendo e hostilizando sempre o segundo Império. E se o venerando velho não viu, viram seus descendentes a radiante aurora de 15 de novembro de 1889.
Afagando sempre um ideal querido e de proveitosa realidade, quando os povos que o efetivaram têm a exata compreensão de seus deveres, Domingos Leite Penteado cerrou os olhos à vida num sábado, 1 de julho de 1882, pelas quatro horas da tarde.
E o melhor necrológio do que poderíamos fazer, disse de seu trespasse a “Gazeta de Campinas”, na edição do dia seguinte:
“O finado chegou à idade de 78 anos, gosando a rara felicidade de haver constituído uma família notável pela virtude, e de haver feito uma grande fortuna, tendo começado a sua vida agrícola obscuramente e sem recursos e de haver sido um cidadão que em tempo algum recusou o seu concurso para o interesse geral.
Filiado desde 1870 ao partido republicano, o distinto velho dedicara a mais completa adesão à causa política de seus amigos, com entusiasmo de moço.
Entre seus numerosos filhos, todos leais servidores da bandeira republicana, o velho Domingos Penteado não se esquecia dos conselhos da prudência, sem ocultar o entusiasmo de sua firmeza política.
À beira de sua campa, a sociedade campineira se curva respeitosa para acompanhar sua respeitável família, na justa dor que ora sente.”

A biografia acima chama a atenção por um detalhe curioso: é esmerada no contar a vida de Domingos, mas nada diz respeito de sua ascendência, em contraste ao fato de que o biógrafo tenha se preocupado em revelar a “ilustre ascendência” de sua mulher, MARIA DA ROCHA CAMARGO, debruçando de forma detalhada sobre seus antepassados.
Mas o fato de não dedicar uma só linha a propósito da ascendência do próprio biografado, aliado ao fato de que em nenhuma genealogia se esclarece quem seria o seu pai, nos leva crer que alguma coisa obscura existe na ascendência de Domingos.
As pesquisas em diversas genealogias revelam que o Domingos é filho de MARIA SANT’ANA LEITE mas de um pai desconhecido – Consulte-se a esse propósito os registros de Silva Leme.
Ora, ainda que MARIA SANT’ANA LEITE fosse uma PENTEADO por parte de pai – o que pode justificar o sobrenome de Domingos -, uma informação intrigante emerge ao se conhecer sua história. Anote-se que essa mulher casou-se uma única vez com uma figura bastante ilustre da Vila de São Carlos (futura Campinas), o FRANCISCO BARRETO LEME, com quem teve, naquela Vila, nove filhos, dentre os quais, VICENTE, nascido em 1799, MARIA, de 1801, ANA, de 1804 e JOSÉ JOAQUIM, nascido em 1807. Todos os assentos de batismo dos filhos de FRANCISCO BARRETO LIMA e MARIA SANT’ANNA LEITE podem ser encontrados na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Campinas. Exemplo disso é o assento de batismo de VICENTE, o primogênito, parcialmente reproduzido abaixo, onde se lê:
Vicente - Aos vinte e um de novembro de mil sette centos e noventa e nove nesta Matriz de São Carlos pus os Santos Óleos a Vicente por ter sido baptizado in extremis... filho de Francisco Barreto Leme e sua mulher Maria de Santa Anna Leite. Foram padrinhos Miguel de Almeida Justiniano e sua mulher Apolonia Maria ...”

O que é intrigante é que DOMINGOS, nascido em 1805, teria vindo ao mundo entre a terceira (ANA) e o quarto (JOSÉ JOAQUIM) dos nove filhos que MARIA SANT’ANNA LEITE teve com seu legítimo esposo, FRANCISCO BARRETO LEME, sendo certo que a este tempo era inadmissível que uma mulher casada pudesse ter um filho fora do matrimônio e permanecesse casada (!!).

		Mas não é só. Todos os filhos de FRANCISCO BARRETO LEME e MARIA SANT’ANNA LEITE nasceram no mesmo local (Campinas - com registros de batismos localizados na Matriz). Já DOMINGOS nasceu em Itu, sendo certo que nos registros da Matriz de Campinas, onde foi batizada toda a prole BARRETO LEME, não foi possível encontrar o batismo de uma criança de nome DOMINGOS no período de seu nascimento...

Essa estranha situação nos levou a pesquisar os registros de nascimento na Igreja Matriz de Itu, e nesta busca se encontrou o seguinte registro em data próxima ao nascimento de DOMINGOS:
Domingos - Aos dezoito de Novembro de mil oito centos e cinco nesta Matriz de Ittu baptizei e opus os Santos Oleos a Domingos innocente de idade de oito dias filho de pais incógnitos exposto em casa de Mariana Rosa; foram padrinhos Joaquim Francisco da Cruz, solteiro e Maria Rosa solteira desta Villa.

Coincidência ou não, uma criança, com oito dias de idade, filha de pais “incógnitos”, foi batizada aos dezoito de novembro de 1805 pelo vigário de Itu com o nome de DOMINGOS...
DOMINGOS LEITE PENTEADO, é bom lembrar, teria nascido em Itu aos nove de novembro de 1805.
Não é absolutamente imprópria a inferência de que esse registro de batismo seja mesmo de DOMINGOS LEITE PENTEADO, mas a reconstrução de sua saga, para chegar aos braços de MARIA SANT’ANNA LEITE, com o patronímico “LEITE PENTEADO” já passa por um processo que vai um pouco além da dedução, chegando às raias de um certo artifício intuitivo.
Ei-lo:
MARIA SANT’ANNA LEITE nasceu em Itu, local onde também seu pai, MIGUEL DE ARRUDA JUSTINIANO, era natural, sendo certo que este último teve uma prole de três filhas, MARIA SANT’ANNA, JOSEFA MARIA e ISABEL, das quais apenas as duas primeiras foram casadas.
É sabido, ainda, que muito embora MIGUEL ostentasse os patronímicos “ARRUDA JUSTINIANO”, sua família paterna era, na verdade “LEITE PENTEADO” (!). Eis a estirpe:
• MIGUEL ARRUDA JUSTINIANO era filho de PEDRO VAZ JUSTINIANO
• PEDRO VAZ JUSTINIANO era filho de PASCHOAL LEITE PENTEADO
• PASCHOAL LEITE PENTEADO era filho de FRANCISCO RODRIGUES PENTEADO, o primeiro Penteado brasileiro de nossa estirpe, único filho do Português MANOEL CORREIA que havia se estabelecido em Recife, no Pernambuco, até aquela capitania ser invadida pelos holandeses em 1630.
Com a licença para um processo intuitivo ousado, não achamos impróprio supor que a irmã solteira de MARIA SANT’ANNA LEITE, ISABEL, ambas filhas de MIGUEL, possa ter tido, lá em Itu, onde morava, um filho ilegítimo com um homem que vai ficar para todo o sempre desconhecido. Essa criança, filha de uma moça solteira de família “fidalga” foi entregue a terceiros, batizada como DOMINGOS e foi entregue à criação de sua tia MARIA SANT’ANNA Leite que, como já sabemos, já tinha uma família e constituída e uma prole de três filhos, até então.
Para que DOMINGOS não fosse criado como se fosse ostensivamente um bastardo no seio de uma prole legítima e bem posicionada, lhe apuseram os nomes de sua família de Itu, “LEITE PENTEADO”, reeditando os patronímicos de seus antepassados, os parentes ancestrais de seu avô Miguel.
Seja improvável esta versão, não é ela impossível, visto que a única certeza que se tem é que parece incontestável que DOMINGOS LEITE PENTEADO não era filho biológico de MARIA SANT’ANNA LEITE, conforme tem aparecido em diversas árvores genealógicas que encontramos, incluindo a Genalogia Paulistana do consagrado LUIZ GONZAGA DA SILVA LEME.
Deveras, é virtualmente impossível que MARIA SANT’ANNA LEITE o tenha concebido fora do casamento e tenha prosseguido casada, gerando muitos filhos ao depois com o seu legítimo esposo, FRANCISCO BARRETO LEME, um prócer da Vila de São Carlos (Campinas), descendente do fundador da cidade, FRANCISCO BARRETO LEME DO PRADO.

Sobre (nome) (Português)

Seu apelido era "O Ruivo".

Transcrição de um jornal de Campinas (de 30 de setembro de 1952) que contém a biografia de seu filho SALVADOR LEITE PENTEADO, que é pai do Governador de São Paulo, HEITOR PENTEADO:

Domingos Leite Penteado nasceu em Campinas aos 9 de novembro de 1805*, isto é, no início de nossa vida municipal, menos de um decêndio após a criação da Vila de S. Carlos.
Viúvo, ainda bem moço, e empregado de um fazendeiro importante, como diremos ao diante, seu zelo, atividade e aptidão para o trabalho justificam o fato de haver ele contraído segundas núpcias em 1836, com d. Maria da Rocha Camargo, por sua vez de ilustre ascendência, várias vezes citada na história da vila de São Carlos.
Esta senhora era filha do capitão SALVADOR DA ROCHA CAMARGO, falecido nesta cidade em 1843 e tendo tido de seu consórcio com d. Ana Esméria Arruda Cesar nada menos que 12 filhos.
O capitão Salvador descendia diretamente de Pedro da Rocha de Souza, de igual patente na milícia do tempo, filho de Antonio Garcia da Rocha e Helena Machado de Souza, falecido em 1792. Casara-se com Benta Pais de Camargo, filha do sargento mór Tomáz Lopes de Camargo, um dos fundadores de Outro Preto (Minas), mais tarde domiciliado na vila de Parnaíba (S. Paulo), a que prestou benefícios.
Tomaz Lopes foi das principais figuras da família poderosa dos Camargos, de tanto ilustre nos anais de S. Paulo (Geneal. Cit. Vol. 1.0, pags 245 e segs).
Pelo que se colige desse livro, morto o esposo de Benta Pais de Camargo transportou seus penates para a freguesia das Campinas, logo tornada vila de S. Carlos (1797), pois aqui se casaram filhos seus em fins do século XVIII e começos do século seguinte. Entre ele avultam o sargento mór José da Rocha Camargo, consorciado em 1795, homem de serviços e de lutas, apontado como um dos bons para “servir os cargos da república” ao ser pedida a criação da vila; vereador à primeira câmara local, que não tomou posse por se achar em divergência com o governador e capitão general de S. Paulo; juiz ordinário em 1805 e 1811; e mencionado capitão Salvador da Rocha Camargo, também juiz ordinário em 1824.
Esses dois dignos irmãos se salientaram em todos os sucessos relativos à independência e criação do Império e à promulgação da Constituição, pois seus nomes se acham inscritos nos documentos a respeito (Vide almanaques, para 1900, de L. Amaral, e para 1912, de V. Mello e B. Otávio).
Não admira, portanto, que Domingos Penteado, oriundo de tronco famoso por serviços à causa pública e aliado aos Camargos, de não menor destaque nos feitos de antanho, houvesse por seu turno contribuído para o bem estar do Município onde nascera.
Seu sogro, que possuía a propriedade agrícola ainda hoje denominada Aracajú, lhe cedeu parte dela, para que ele abrisse aí uma fazenda, em terras incultas e em meio de espessas matas.
Tal começo da fortuna de Domingos Penteado, avaliada em mais de mil contos ao tempo de sua morte.
E eis o surto da célebre fazenda do “Pico”, estância cuja denominação provém de sua situação topográfica, num dos contrafortes da serra das Cabras (Arraial dos Souzas) a L do Município de Campinas.
Foi aí que o lavrador, no remanso de sua vida agrícola, soube criar uma prole composta, cremos, de oito filhos e uma filha, descendentes avezados ao trabalho e ao amor a seus semelhantes, e por isso estimadíssimos no meio social em que se desenvolveram e agiram. Citaremos entre eles o coronel Penteado, que veio a ser, muito legitimamente, uma das maiores influências políticas de Amparo, terra em que reside.
Entretanto, Domingos Penteado, espírito esclarecido se não ilustrado, soube deixar um dia o arraial monárquico, o ideal de governo de sua época e, penetrando os véos do futuro, se tornou combatente na fileiras da República, logo após o famoso manifesto de 3 de dezembro de 1870 e a subsequente convenção de Itu, a 19 de abril de 1873, data áurea na história do partido republicano da então província de São Paulo.
Imagine-se o efeito dessa importante adesão de um vulto respeitável ao programa de uma falange contrária ao regime constituído, consolidado e glorioso até após a guerra da Tríplice Alliança contra o Paraguai (1865 – 1870).
Mas, como os demais proceres da República e seus adeptos, Domingos Penteado não descansou, como não descansaram seus filhos sempre combatendo e hostilizando sempre o segundo Império. E se o venerando velho não viu, viram seus descendentes a radiante aurora de 15 de novembro de 1889.
Afagando sempre um ideal querido e de proveitosa realidade, quando os povos que o efetivaram têm a exata compreensão de seus deveres, Domingos Leite Penteado cerrou os olhos à vida num sábado, 1 de julho de 1882, pelas quatro horas da tarde.
E o melhor necrológio do que poderíamos fazer, disse de seu trespasse a “Gazeta de Campinas”, na edição do dia seguinte:
“O finado chegou à idade de 78 anos, gosando a rara felicidade de haver constituído uma família notável pela virtude, e de haver feito uma grande fortuna, tendo começado a sua vida agrícola obscuramente e sem recursos e de haver sido um cidadão que em tempo algum recusou o seu concurso para o interesse geral.
Filiado desde 1870 ao partido republicano, o distinto velho dedicara a mais completa adesão à causa política de seus amigos, com entusiasmo de moço.
Entre seus numerosos filhos, todos leais servidores da bandeira republicana, o velho Domingos Penteado não se esquecia dos conselhos da prudência, sem ocultar o entusiasmo de sua firmeza política.
À beira de sua campa, a sociedade campineira se curva respeitosa para acompanhar sua respeitável família, na justa dor que ora sente.”

OBSERVAÇÕES POR RICARDO PENTEADO seu tataraneto:
A biografia acima chama a atenção por um detalhe curioso: é esmerada no contar a vida de Domingos, mas nada diz respeito de sua ascendência, em contraste ao fato de que o biógrafo tenha se preocupado em revelar a “ilustre ascendência” de sua mulher, MARIA DA ROCHA CAMARGO, debruçando de forma detalhada sobre seus antepassados.
Mas o fato de não dedicar uma só linha a propósito da ascendência do próprio biografado, aliado ao fato de que em nenhuma genealogia se esclarece quem seria o seu pai, nos leva crer que alguma coisa obscura existe na ascendência de Domingos.
As pesquisas em diversas genealogias revelam que o Domingos é filho de MARIA SANT’ANA LEITE mas de um pai desconhecido – Consulte-se a esse propósito os registros de Silva Leme.
Ora, ainda que MARIA SANT’ANA LEITE fosse uma PENTEADO por parte de pai – o que pode justificar o sobrenome de Domingos -, uma informação intrigante emerge ao se conhecer sua história. Anote-se que essa mulher casou-se uma única vez com uma figura bastante ilustre da Vila de São Carlos (futura Campinas), o FRANCISCO BARRETO LEME, com quem teve, naquela Vila, nove filhos, dentre os quais, VICENTE, nascido em 1799, MARIA, de 1801, ANA, de 1804 e JOSÉ JOAQUIM, nascido em 1807. Todos os assentos de batismo dos filhos de FRANCISCO BARRETO LIMA e MARIA SANT’ANNA LEITE podem ser encontrados na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Campinas. Exemplo disso é o assento de batismo de VICENTE, o primogênito, parcialmente reproduzido abaixo, onde se lê:

"Vicente - Aos vinte e um de novembro de mil sette centos e noventa e nove nesta Matriz de São Carlos pus os Santos Óleos a Vicente por ter sido baptizado in extremis... filho de Francisco Barreto Leme e sua mulher Maria de Santa Anna Leite. Foram padrinhos Miguel de Almeida Justiniano e sua mulher Apolonia Maria ...”

O que é intrigante é que DOMINGOS, nascido em 1805, teria vindo ao mundo entre a terceira (ANA) e o quarto (JOSÉ JOAQUIM) dos nove filhos que MARIA SANT’ANNA LEITE teve com seu legítimo esposo, FRANCISCO BARRETO LEME, sendo certo que a este tempo era inadmissível que uma mulher casada pudesse ter um filho fora do matrimônio e permanecesse casada (!!).

Mas não é só. Todos os filhos de FRANCISCO BARRETO LEME e MARIA SANT’ANNA LEITE nasceram no mesmo local (Campinas - com registros de batismos localizados na Matriz). Já DOMINGOS nasceu em Itu, sendo certo que nos registros da Matriz de Campinas, onde foi batizada toda a prole BARRETO LEME, não foi possível encontrar o batismo de uma criança de nome DOMINGOS no período de seu nascimento...
Essa estranha situação nos levou a pesquisar os registros de nascimento na Igreja Matriz de Itu, e nesta busca se encontrou o seguinte registro em data próxima ao nascimento de DOMINGOS:

"Domingos - Aos dezoito de Novembro de mil oito centos e cinco nesta Matriz de Ittu baptizei e opus os Santos Oleos a Domingos innocente de idade de oito dias filho de pais incógnitos exposto em casa de Mariana Rosa; foram padrinhos Joaquim Francisco da Cruz, solteiro e Maria Rosa solteira desta Villa."

Coincidência ou não, uma criança, com oito dias de idade, filha de pais “incógnitos”, foi batizada aos dezoito de novembro de 1805 pelo vigário de Itu com o nome de DOMINGOS...
DOMINGOS LEITE PENTEADO, é bom lembrar, teria nascido em Itu aos nove de novembro de 1805.
Não é absolutamente imprópria a inferência de que esse registro de batismo seja mesmo de DOMINGOS LEITE PENTEADO, mas a reconstrução de sua saga, para chegar aos braços de MARIA SANT’ANNA LEITE, com o patronímico “LEITE PENTEADO” já passa por um processo que vai um pouco além da dedução, chegando às raias de um certo artifício intuitivo.
Ei-lo:
MARIA SANT’ANNA LEITE nasceu em Itu, local onde também seu pai, MIGUEL DE ARRUDA JUSTINIANO, era natural, sendo certo que este último teve uma prole de três filhas, MARIA SANT’ANNA, JOSEFA MARIA e ISABEL, das quais apenas as duas primeiras foram casadas.
É sabido, ainda, que muito embora MIGUEL ostentasse os patronímicos “ARRUDA JUSTINIANO”, sua família paterna era, na verdade “LEITE PENTEADO” (!). Eis a estirpe:
• MIGUEL ARRUDA JUSTINIANO era filho de PEDRO VAZ JUSTINIANO
• PEDRO VAZ JUSTINIANO era filho de PASCHOAL LEITE PENTEADO
• PASCHOAL LEITE PENTEADO era filho de FRANCISCO RODRIGUES PENTEADO, o primeiro Penteado brasileiro de nossa estirpe, único filho do Português MANOEL CORREIA que havia se estabelecido em Recife, no Pernambuco, até aquela capitania ser invadida pelos holandeses em 1630.
Com a licença para um processo intuitivo ousado, não achamos impróprio supor que a irmã solteira de MARIA SANT’ANNA LEITE, ISABEL, ambas filhas de MIGUEL, possa ter tido, lá em Itu, onde morava, um filho ilegítimo com um homem que vai ficar para todo o sempre desconhecido. Essa criança, filha de uma moça solteira de família “fidalga” foi entregue a terceiros, batizada como DOMINGOS e foi entregue à criação de sua tia MARIA SANT’ANNA Leite que, como já sabemos, já tinha uma família e constituída e uma prole de três filhos, até então.
Para que DOMINGOS não fosse criado como se fosse ostensivamente um bastardo no seio de uma prole legítima e bem posicionada, lhe apuseram os nomes de sua família de Itu, “LEITE PENTEADO”, reeditando os patronímicos de seus antepassados, os parentes ancestrais de seu avô Miguel.
Seja improvável esta versão, não é ela impossível, visto que a única certeza que se tem é que parece incontestável que DOMINGOS LEITE PENTEADO não era filho biológico de MARIA SANT’ANNA LEITE, conforme tem aparecido em diversas árvores genealógicas que encontramos, incluindo a Genalogia Paulistana do consagrado LUIZ GONZAGA DA SILVA LEME.
Deveras, é virtualmente impossível que MARIA SANT’ANNA LEITE o tenha concebido fora do casamento e tenha prosseguido casada, gerando muitos filhos ao depois com o seu legítimo esposo, FRANCISCO BARRETO LEME, um prócer da Vila de São Carlos (Campinas), descendente do fundador da cidade, FRANCISCO BARRETO LEME DO PRADO.

  • De acordo com documentos agora encontrados a respeito do batismo de Domingos, é bem provavel que a data correta de seu nascimento seja 10 de novembro, que, por sinal, foi um domingo.
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Domingos Leite Penteado's Timeline

1805
November 10, 1805
Itu, São Paulo, Brazil
November 18, 1805
Itu, SP, Brazil
1838
1838
Rio Claro, São Paulo, Brasil (Brazil)
1839
October 1839
São Carlos, São Carlos, SP, Brazil
1841
1841
Campinas, São Paulo, Brasil (Brazil)
1841
São Carlos, São Paulo, Brazil
1842
1842
Campinas, Campinas, São Paulo, Brazil
1843
November 19, 1843