Fausta Maia

" Família Carlos - Livro de Registros Genealógicos " do autor Jaécio de Oliveira Carlos - Natal/RN - 2005

"Os Carlos do Logradouro" da autora Luciana Carlos Gurgel - Registro Histórico e Biográfico da Família Carlos RN - Natal-RN, 2015.

CIDADES EDIÇÃO DOMINICAL DO DIÁRIO DE NATAL,18 DE DEZEMBRO DE 2005 Editor :m ulatinho@diar iodenatal.com.br

 Atualmente “Mãe Fausta” está em uma cadeira de rodas,mas mantém atividades como cuidar das plantas e orientar os empregados da fazenda

 M ATRIARC A FAMÍLIA MAIA PREPARA PARA HOJE UMA GRANDE FESTADEANIVERSÁRIOEMALMINOAFONSO,REGIÃOOESTE Chegaraos100anosnãoépri- SHEYLA DE AZEVEDO DA EQUIPE DE O POTI Atualmente está em uma cadeira de rodas mas mantém atividades como cuidar das plantas (uma paixão) e orientarosempregadosnaFazenda’’. Outra neta, a também jornalista Nelly Carlos, conta que Fausta Carlos casou-se razoavelmente tarde para a época, com 27 anos, com Mário Bení- cio Maia, com quem viveu por 60 anos. ‘‘Ela lembra dele todos os dias. E tam- bém comenta sobre outros namora- dos que teve, ou melhor, lembra de que era cortejada. E que escolheu seu marido, que havia conhecido aos 19 anos e só oito anos depois se casou com ele. Ela diz que não casou antes porque estava esperando por ele’’. Já viúva, Fausta Carlos nunca saiu do lugar onde criou filhos, netos e viu a prole se multiplicar: foram 10 filhos, 80 netos, algo em torno de 30 bisnetos e dois tataranetos. A qualidade de vida parece ser um elemento forte para a longevidade dela. ‘‘Vovó não come carne de nenhum tipo há mais de 25 anos. Sempre viveu na Fazenda - nunca quis sair de lá - e sempre cultivou bons hábitos’’, diz Carlos Maia. Para quem nasceu no século 19, atravessou o 20 e já está há cinco anos no 21, Fausta Carlos não aderiu muito à tecnologia. Mas, não deixa de se ad- mirar das mudanças e facilidades que omundo‘‘moderno’’podeproporcio- nar. Os netos contam que ela gostou muito da chegada da luz elétrica. A mesma admiração se deu com a gela- deira: ‘‘Certa vez ela perguntou onde havia o botão para desligar a geladei- ra porque estava fazendo muito barulho’’, lembra Nelly Carlos. O tele- fone só chegou à fazenda quando ela já tinha 102 anos e televisão também existe, mas ela não é muito chegada. Um dia como hoje, é comum que ela fique rouca de tanto falar com pes- soas que vêm de todas as partes para cumprimentá-la. Carinho que ela re- cebe com muita disposição e ainda toma as rédeas de festa querendo lim- par a casa, perguntando se haverá mú- sica e pedindo às netas que lhe tragam roupa nova e ‘‘meias finas’’. ‘‘Na verdade o aniversário de vovó acaba sendo uma grande confraterni- zação da família Carlos e Maia, que é muito grande, assim como também uma alegria para a população de Almi- no Afonso que prestigia sua morado- ra mais velha’’, disse Carlos Maia.

 Mãe Fausta, vilégio de muitos. E aos olhos de muita gente sempre parece um grande feito. Mas, chegar aos 106 anos e ter atravessado três séculos se- guidos é privilégio de Fausta Carlos Maia, ou ‘‘Mãe Fausta’’ como gosta de ser chamada. Ela nasceu em 19 de de- privilegiada zembro de 1899, num distrito do Oeste do estado e atualmente mora na Fa- zenda Oriente, em Almino Afonso (RN), distante 350 quilômetros da ca- pital. A família, que prepara anual- mente uma grande festa para come- com 106 anos morar o aniversário da matriarca, rea- liza hoje na Fazenda Oriente um almo- ço e reúne cerca de umas 200 pessoas entre filhos, netos, bisnetos e até ta- taranetos. A comunidade da cidade também se orgulha da moradora de maior longevidade e sempre presti- cheios de vida gia o evento. Segundo o neto Carlos Maia, em- presário, Fausta Carlos tem momentos de lucidez e em outros, ‘‘viaja’’ em suas lembranças. ‘‘Quando ela fez 100 anos mostrava ainda muita vontade de viver.

  Emanuel Amaral/DN