Fernão Anes Tavares

Nota 1: (Gaspar Frutuoso, Livro IV, capº XV) - "no princípio da governação desta ilha S. Miguel, sendo terceiro capitão dela Rui Gonçalves da Câmara 1474-1497(...), veio a ela um Fernão de Anes Tavares que era primo-irmão de Simão de Sousa Tavares, filhos de dois irmãos, naturais de Portalegre. Este Simão de Sousa Tavares foi alcaide-mor de Aveiro, depois de viúvo deixou o morgado ou senhorio e também a alcaida-mor ao seu filho D.Francisco de Sousa Tavares". "Quando começou a reinar D. João, terceiro do nome, tinha Fernão Tavares, pai de Fernão de Ãnes Tavares, dois irmãos, sendo moços fidalgos da casa do Infante D. Fernando. (NFP) ainda acrescenta, quando diz que este Simão foi Senhor de Mira e da dízima do pescado de Aveiro, o Livros de Linhagens de Damião de Góis diz também a mesma informação, que seguimos.

Outras fontes - CARDOSO, George. Agiologio lusitano dos santos e varões ilustres em virtude do reino de Portugal. Lisboa: 1666 CACEGAS, Luís de. Segunda parte da história de S. Domingos, volume 3, 3ª edição. Lisboa: Tipografia do Panorama, 1866. pp. 381-382. COSTA, António Carvalho da. Corografia portuguesa, volume 2, 2º edição. Lisboa: D. Gonçalves Gouveia, 1868. HENRIQUES, Nuno Gorjão; GORJÃO-HENRIQUES, Miguel. Gorjão Henriques, volume I. 2006. pp479-480 - dizem que um D. Pedro de Tavares, o primeiro dos Tavares (Alcaidarias-mores de Portalegre, Assumar e Alegrete, no Alentejo), que depois estabeleceram-se em Aveiro no ano 1500, tendo sido o filho de D. Pedro Tavares, D. Gonçalo de Tavares o primeiro Senhor de Mira e o segundo o seu filho Simão de Sousa Tavares.

1. "no princípio da governação desta ilha [S. Miguel], sendo terceiro capitão dela Rui Gonçalves da Câmara [1474-1497] (...), veio a ela um Fernão de Anes Tavares que era primo-irmão de Simão de Sousa Tavares, filhos de dois irmãos, naturais de Portalegre. Este Simão de Sousa Tavares foi alcaide-mor de Aveiro [Senhor de Mira e da dízima do pescado de Aveiro, filho de Gonçalo Tavares, Senhor de Mira] ..."

2. "Quando começou a reinar D. João, terceiro do nome [s%C3%B3 poderá ser no reinado de D. Duarte I (1433-1438)], tinha Fernão Tavares [ou Pedro Esteves Tavares?], pai de Fernão de Anes Tavares, dois irmãos, chamados um e outro João Tavares; e, sendo criados do Infante D. Fernando [Duque de Viseu], moços fidalgos de sua casa..."

3. "Houve em Portalegre grandes diferenças e bandos antre duas gerações. Tavares e outra a que não soube o nome, sobre uma mulher [Constan%C3%A7a de Sousa?] fidalga e muito rica, da geração dos Tavares, que foi tirada falsamente de casa de seu pai [Pedro Esteves Tavares, Alcaide-mór de Portalegre?] e contra vontade de todos os seus parentes; e por força a fizeram casar com um filho do fidalgo que a tirou [Jo%C3%A3o Mendes de Vasconcelos?], que era muito pobre e de menos valia que o pai da moça; onde se mataram sete ou oito pessoas e feriram mais de trinta. E porque o dito Fernão de Anes Tavares era irmão do pai da moça, foi culpado na morte destes homens, que também eram pessoas de muita qualidade e muito aparentados, e se absentou como outros parentes para diversas partes. Ele foi para a ilha da Madeira, onde se casou com Isabel Gonçalves de Morais, mulher nobre, natural da dita ilha, das principais dela; com que sabendo quem ele era, lhe deram bom dote; e daí veio ter com o dito Capitão Rui Gonçalves da Câmara, que comprou esta ilha, para ela, com grande família que o servia; onde, pelo não conhecerem que era Tavares, se chamou Fernão de Ãnes, sómente, por serem os Tavares buscados e mandados por el-Rei prender; e achando alguns destes, que sabiam haver fugido de Portalegre, faziam justiça neles, porque traziam seus contrários solícitos requerimentos na corte; e pela mesma razão foi Fernão Ãnes de Tavares morar à Ribeira Seca, termo da Ribeira Grande, que ainda não era Vila, por ser sertão apartado do porto do mar, por não ser conhecido, onde teve suas fazendas e casas, que agora possuem seus descendentes (...) E como era generoso, não curava de adquirir tanto para guardar, quanto para gastar, que segundo era aceito ao capitão, por saber secretamente quem ele era e ver nele partes para isso, seus descendentes foram os mais ricos de toda a ilha; mas ele não procurava muito para si, nem descobria a ninguém quem era, ainda que suas obras mostravam sua nobreza e fidalguia." (Frutuoso, Livro IV, capº XV)