Fernão Gonçalves de Queiroz

FERNANDO ÁLVARES DE QUEIRÓS fº. 2º de Gonçalo Bernardo Queirós N 6 do § 1 foi o 1º fidalgo que das Asturias passou para este Reino em tempo de El Rei D. Fernando de Portugal e dele se faz menção nas Crónicas dos Reis deste Reino por Duarte Nunes de Leão na mesma Crónica do Rei D. Fernando a fls. 161 fazendo digo, e se vê nos Livros dos Registos do mesmo Rei no Real Arquivo da Torres do Tombo Livro 2 a fl. 36 fazendo mercê a Fernando Álvares de Queirós de uns Pizoins e azenhas no termo de Alcácer aos 20 de Novembro de 1416 tratando-o por Conselheiro seu e fazendo-lhe mais outras mercês como também El Rei D. João I que lhe deu o senhorio das vilas da Guarda e Sortelha por carta que está no Real Arquivo dos seus registos no livro 2º a fl. 9 e fls. 10 foi vassalo do mesmo Rei cuja Crónica composta por Fernão Lopes faz dele menção no cap. 3 parte 1ª fl. 6 por comum opinião tem assentado os genealógicos ser este Fernando Álvares de Queirós o tronco dos Queirozes deste Reino de que tem nobilíssimos e antigos instrumentos e Brasões Tristão Guedes de Queirós Alcaide Mor de Valença e Comendador da Ordem de Cristo assistente na cidade de Lisboa e com tal clareza que está fazendo imprimir um livro só pertencente à família de Queirozes. Casou este fidalgo neste Reino com D. Elvira de Castro da 1ª nobreza deste Reino filha de D. Álvaro de Castro de que veio o 1º Conde de Monsanto e D. Maria Ponce de Leão no ttº. de Castros § 33 N 10

8 João de Queirós de Almendra morreu s.g.

8 D. Leonor Álvares de Queirós segue

8 D. Maria de Queirós § 64

(NFP, Gayo, Queirozes § 2 N 7).

D. Fernando doou-lhe uns moinhos e pizões no termo de Alcácer a 20.11.1378.

Queiroz não é nome de uma família, mas pelo menos de duas. E o que diz a bibliografia genealógica não é credível.

Já nos finais do séc. XIV se documentam em Portugal indivíduos com o nome Queiroz de estatuto muito diferente, o que pressupõe nome antigo e provavelmente de origem diversa. Queiró/Queirós era o nome da urze e da sua flor.

Um Afonso Garcia de Queiroz foi capitão de uma fusta que fazia serviço em Ceuta logo em 1415. E em Ceuta prestou também serviço, entre 1416 e 1418, um marinheiro de nome João de Queiroz. Em meados do séc. XV encontro pelo menos estes Queiroz: uma Maria de Queiroz que vivia em Abrantes com seu marido Fernão Ferreira, escudeiro; uma Maria Fernandes de Queiroz que era criada da rainha; um Álvaro de Queiroz que era fidalgo da Casa Real e escrivão da Chancelaria, sendo sobrinho de Fernão de Almeida; e um Fernão de Queirós, também fidalgo da Casa Real, que era filho de uma Mor Rodrigues.

Mas o primeiro nobre que se documenta como tal é Fernando Álvares de Queiroz, nascido cerca de 1350 e falecido em 1421, que Fernão Lopes refere. Teve um filho, João de Queiroz, que lhe sucedeu nos senhorios mas morreu sem geração, sucedendo a irmã, Leonor, que casou com Vasco Fernandes de Gouveia, o «Moço». Deste Vasco Fernandes e sua mulher diz Alão que «dizem» que descende um João de Queiroz, progenitor dos de Amarante, mas isso não se confirma.

Quanto ao mais, nada do que diz a bibliografia genealógica sobre as origens é minimamente aceitável: aquele Fernando Álvares de Queiroz era português e, por essa e outras razões, não podia ser filho do asturiano Gonçalo Bernardes de Quiros, nem tão-pouco casou com uma filha do 1º conde de Arraiolos.

Mas muitos Queiroz portugueses descendam de facto dos Quiroz, nomeadamente do antedito João de Quiroz, mas também, por exemplo, de Gabriel de Quiros y Sottomayor que veio casar a Viana, no séc. XVI, com D. Violante de Souza de Menezes, com geração nos marqueses de Mós, na Galiza, e em algumas linhas portuguesas de Queiroz.

De resto, as armas dos Queiroz portugueses e dos Quiros não têm nada a ver.

Os portugueses usam um escudo esquartelado, no 1º e 4º o que parece ser uma variante das armas Amaral/Homem, e no 2º e 3ª praticamente as armas dos Silva.

Fontes: - pessoa: Manuel Abranches de Soveral