Francisco Barreto, governador da Índia

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Francisco Barreto, governador da Índia

Birthdate:
Birthplace: Faro, Faro, Portugal
Death: July 09, 1573 (52-53)
Moçambique, Portugal
Immediate Family:

Son of Rui Barreto, 4º senhor do Morgado da Quarteira e fronteiro-mor do Algarve and Branca de Vilhena
Husband of Francisca (ou Filipa) de Menezes and Brites de Ataíde
Partner of NN
Father of Luis da Silva Barreto; Rui Nunes Barreto and Luis da Silva
Brother of Maria de Vilhena; Francisca de Vilhena; Brites de Vilhena and Nuno Rodrigues Barreto, 5º senhor do morgado da Quarteira

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About Francisco Barreto, governador da Índia

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Francisco Barreto (Faro, 1520 — Sena, 9 de julho de 1573) foi um militar português.

Ao comando de uma pequena frota, partiu para a Índia Portuguesa em 1547 e, mais tarde, em 1552, foi enviado para Cochim a fim de controlar o comércio da pimenta que a guerra impedia de ser embarcada nas naus portuguesas.

Em 16 de Junho de 1555 assumiu o cargo de 18.º governador da Índia, em substituição de D. Pedro Mascarenhas, entretanto falecido.

Incendio da Armada

«E não havendo mais de que oito dias, que o Governador estava de posse, succedeo a mór perda, e desaventura, que nunca a India teve, e foi, que vespera de S. João, já de noite, lançou hum homem hum foguete de humas casas, junto a nossa Senhora do Rosario, que o demonio encaminhou pera a ribeira das Armadas, e foi cahir sobre o galeão S. Mattheus, que estava varado, cuberto de palha, que tomou logo fogo com tanta braveza, que foi espanto ; e como estava a balravento dos mais galeões, que estavam varados tambem junto delle, e o vento era rijo, foi-se pegando o fogo de galeão em galeão com tamanho estrondo, e terremoto, que parecia que se assolava toda a Cidade. O Governador vendo aquelle incendio, acudio á ribeira com todos os Fidalgos, moradores e soldatesca que havia (...). E foi esta diligencia que poz, tal, que foi parte pera se salvar toda a mais Armada? Durou este incendio toda aquella noite, e o dia seguinte, em que se queimáram, e consumíram seis galeões Reaes, quatro caravelas, e duas formosas galés, cousa que todos sentiram muito, porque era a mór força que o Estado tinha.»

Manteve-se no cargo até 1558, altura em que partiu de regresso ao reino, tendo só chegado a Lisboa três anos depois, devido a contratempos que o fizeram escalar em Moçambique.

Já em Portugal foi nomeado general das galés do reino até 1569, ano em que foi enviado para Moçambique como governador de Monomotapa para conquistar as minas de ouro. Morreu em Moçambique, mas os seus restos mortais foram mais tarde trasladados para Portugal.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Barreto)

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Governador da Índia (1555-1558). Nascido em 1520, em Faro, pertenceu ao Conselho Real e foi cavaleiro da Ordem de Cristo. Era filho segundo de Rui Barreto, 4º senhor do morgado de Quarteira e fronteiro-mor do Algarve, e de D. Branca de Vilhena, filha do alcaide-mor de Olivença. Foi o seu irmão, Nuno Rodrigues Barreto, o herdeiro daquele morgado. Casado duas vezes, a primeira com D. Filipa de Meneses, filha do 1º conde de Tarouca, D. João de Meneses, e a segunda com D. Brites de Ataíde, irmã de D. Luís de Ataíde, 3º conde de Atouguia e futuro vice-rei da Índia, torna-se possível entrever nos seus casamentos uma lógica de ascensão social, que pretenderia complementar com uma carreira militar e política. Partiu para a Índia, em 1547, onde aportou em 1548, já provido da capitania de Baçaim (1549-1552). Destacou-se nos vice-reinados de D. Afonso de Noronha e de D. Pedro Mascarenhas como enviado a Cochim (1552) incumbido de carregar as naus de pimenta, e participando na expedição a Pondá (Fevereiro de 1555). Sucedeu como governador da Índia por morte de D. Pedro Mascarenhas, nomeado nas vias de sucessão. Foi também o último governador da Índia do reinado de D. João III e o primeiro do reinado de D. Sebastião.

Iniciando o seu governo a 16 de Junho de 1555, Francisco Barreto logo teve de acudir a um incêndio em Goa, à época encarado como mau presságio. Pouco depois deslocava-se pela segunda vez, naquele ano, a Pondá a fim de confirmar a entrega do trono de Bijapur, ao Maleacão das fontes portuguesas. Uma vez ali chegado, enviou D. Antão de Noronha com 600 homens para tomar posse de todo o Concão e proveu D. Fernando de Monroi como capitão de Pondá. Contudo, em Bijapur, havia sido entronizado um novo rei com apoio de Vijayanagar, o chamado Meale, tendo D. Antão derrotado as forças deste, mas não logrando impedir a deposição do Maleacão. O Meale, insatisfeito com as cedências territoriais operadas anteriormente pelo Maleacão, atacou a fortaleza de Pondá. Em Diu, o capitão D. Diogo de Noronha, apesar de descontente com a nomeação de Francisco Barreto, resignou-se. No Ceilão, o Tribuly Pandar das fontes portuguesas, pai do rei de Kotte, após libertação da prisão e com o apoio do Madune, rei de Sitawaka, voltou-se contra os Portugueses, atacando as praças lusas mal defendidas, e matando vários cristãos. Na Índia, as guerras contra o Idalcão prosseguiam, tendo a armada partida do reino no início daquele ano importante papel na nova derrota infligida àquele. Ainda assim, Francisco Barreto ordenou o recuo de D. Antão do Concão e de D. Fernando de Pondá.

Em 1556, a conjuntura política e militar permaneceria agitada. Com os reforços da armada vinda do Reino no ano anterior, foi possível a D. Álvaro da Silveira, capitão do Malabar, causar grande dano comercial ao Samorim de Calecute e forçar este a pedir a paz. Simultaneamente, a fortaleza de Mangalor, posse da rainha de Olaha, era atacada e esta obrigada a pagar tributo aos Portugueses. Francisco Barreto encarregou de seguida D. Álvaro da Silveira do comando de uma expedição ao Mar Vermelho pela qual se faria regressar o padre mestre Gonçalo da Silveira das terras do Preste e, em seu lugar, enviar o bispo D. André de Oviedo, futuro patriarca da Etiópia, acompanhado de embaixada de Fernão de Sousa e Castelo-Branco. Com a partida de D. André de Oviedo deu-se início ao estabelecimento da primeira missão jesuítica em terras do Preste. Os incidentes sofridos por esta armada em Suaquém acabariam por motivar as conquistas turcas na região e posteriores ameaças ao Preste. Por esta fase, o rei de Baçorá fez nova proposta de ataque aos Turcos com apoio português. D. Álvaro da Silveira ainda se deslocou àquela cidade mas acabaria por se retirar sem auxiliar aquele soberano, após desavenças com o capitão de Ormuz. Na sequência daquela nomeação, Francisco Barreto deslocou-se às praças do Norte e enviou Tristão de Paiva como embaixador ao sultão do Guzerate, procurando obter a cedência de Damão, embora não lograsse atingir tal objectivo. Novamente, D. Diogo de Noronha mostrou o seu descontentamento para com o governador por não ter sido informado daquela embaixada, uma vez que a proposta de cedência de Damão, em troca dos rendimentos da alfândega de Diu, já tinha sido feita anteriormente a D. Diogo, que a havia recusado. A proposta foi declinada pelo governador. Entretanto, Francisco Barreto conquistou as fortalezas de Assarim e Monorá cujas capitanias atribuiu a António Moniz Barreto. Foram lançadas expedições que arrasaram Dabul e outras cidades e vilas na região do Sind. Também nesta fase, o mesmo rei do Sind pediu auxílio aos Portugueses para não ser anexado pelo expansionismo mogol, sendo enviados 700 homens para o socorrer, entre os quais D. Antão de Noronha. No Ceilão, a morte de Tribuly Pandar alentou Madune a reacender a guerra com o rei de Kotte, tradicional aliado dos Portugueses.

Regressado a Goa pelos começos de 1557, Francisco Barreto enfrentou novos ataques ordenados pelo Hidalcão às províncias de Bardêz e Salsete. Goa esteve cercada mas tudo se resolveu com a chegada da armada do reino. Exausto de anos seguidos de guerra e procurando recuperar do ponto de vista financeiro, o Idalcão aceitou a proposta de paz que lhe foi dirigida pelo Estado da Índia. Francisco Barreto concentrou então a sua atenção no norte. Interessado em fortificar Chaul, enviou um embaixador ao rei Nizamuxá na zona central da Índia. Na sequência da prisão do embaixador, despachou uma armada, comandada por Álvaro Peres de Sotomaior, com ordem para bloquear a barra daquela cidade. Após deslocação do governador à região, Nizamuxá autorizou a construção da fortaleza. Pouco depois, Barreto provia D. António de Noronha na capitania vacante de Diu. Nas Molucas, a situação era também tensa. D. Duarte de Eça, capitão de Ternate, manteve sobre prisão o rei daquela ilha e a sua mãe, facto que motivou uma revolta da população local aliada com reforços do rei de Tidore. Perante tão complexa e ameaçadora situação, os Portugueses prenderam D. Duarte e nomearam para novo capitão, D. António Pereira Brandão, libertando o rei preso. Ainda nas Molucas, o rei de Bachão converteu-se ao Cristianismo por acção do jesuíta António Vaz, exactamente na mesma altura em que sucediam os eventos referidos em Ternate. Entretanto, D. João de Ataíde, capitão de Ormuz, foi desapossado pelo governador daquela capitania em prole de D. Antão de Noronha, personagem de destaque durante este governo da Índia, enquanto no Extremo Oriente, era formalizada a cedência de Macau aos Portugueses.

Após um ano agitado, Francisco Barreto regressou a Goa, em inícios de 1558, para se dedicar à organização de uma armada capaz de neutralizar os regulares ataques do sultão do Achém a Malaca. Embora não viesse a prosseguir com este seu intento, devido à chegada do vice-rei D. Constantino de Bragança, em Setembro, nomeado por D. Catarina, então regente do reino, as fontes da época referem que esta foi a maior armada que alguma vez a Índia havia visto até então. Na área religiosa, data deste ano a fundação da diocese de Cochim e de Malaca, bem como o provimento dos seus primeiros bispos, sinal da crescente importância das dinâmicas missionárias no império. Para essa importância contribuiu também decisivamente a introdução da tipografia da Companhia de Jesus em Goa, ainda em 1556. A 3 de Setembro, Barreto entregou o governo ao sucessor, D. Constantino de Bragança, após sensivelmente 3 anos e 3 meses de governação. Retratado como um valoroso militar na opinião de Manuel de Faria e Sousa: “Foi Francisco Barreto prudente, valoroso e liberalíssimo cavaleiro, e o seu governo na Índia um daqueles por que ela suspira ainda.” (SOUSA, Manuel de Faria e, Ásia Portuguesa, tradução de Manuel Burquets de Aguiar, vol. III, Parte 2, Cap. XI, Porto, Livraria Civilização, 1945). Mas nem por isso a sua carreira terminou no final daquele ano. Governou a Índia durante três anos e três meses.

Partido da Índia em 1559, mas apenas chegado ao Reino em 1561, participou, já em 1564, após alguns anos de alguma obscuridade, na conquista castelhana da fortaleza de Pinhão de Beles, ao serviço de Filipe II, tendo sido nomeado em 1569 para capitão-mor das galés. Porém, não viria a exercer este cargo em virtude de ter sido encarregue, poucos meses depois, de conquistar as minas de ouro do Monomotapa, partindo para a região com o título de “capitão-mor da empresa do senhorio do Monomotapa”. Para o efeito foi-lhe concedido um detalhado regimento bem como mineiros e outros técnicos. Tal facto não pode deixar de se interligar com a contaminação dos mitos castelhanos do El-dourado e a crescente afirmação daquilo que seriam bases de uma posterior tendência para a territorialização do Império que então começava a tomar forma. A desejada acção de Francisco Barreto na África Oriental (1570-1573), não só se enquadra no período do vice-reinado de D. António de Noronha, como também corresponde aos primeiros tempos do reinado efectivo de D. Sebastião, empenhado em diversas reformas. Nesta conjuntura se entende a divisão do Estado da Índia em três governos autónomos, sendo um desses governos, neste caso o mais ocidental que compreendia todos os territórios africanos dominados pelos Portugueses, no âmbito do Estado da Índia, atribuído a Francisco Barreto. Neste contexto, partiu Barreto com três naus e 1000 homens de guerra, na companhia do jesuíta Francisco de Monclaros, sendo mandatado para “vingar” a morte do missionário D. Gonçalo da Silveira e para disciplinar os povos locais. Contudo, a referida divisão só ocorreu em 1571 quando o fidalgo se encontrava já em Moçambique, sendo então nomeado “governador de Sofala e Moçambique e de todas as partes da conquista do senhorio do Monomotapa”. Apesar de ter derrotado o rei de Pate e de aventurar-se pelo rio Zambeze com grandes dificuldades logísticas, a par dos desentendimentos com aquele jesuíta, não conseguiria ir muito mais além por ter adoecido. Apesar de tal facto, teve ainda tempo de encetar importantes negociações com o imperador do Monomotapa que o autorizou a partir em busca das ansiadas minas de ouro. A expedição, relevante por se tratar da primeira tentativa da Coroa portuguesa para penetrar no interior africano, teria prosseguimento na pessoa de Vasco Fernandes Homem. Falecido na segunda quinzena de Maio de 1573, foi sepultado na ermida de São Marçal, sendo, mais tarde, trazidos para o Reino os seus restos mortais.

Bibliografia: COUTO, Diogo do, Da Ásia, VII, ii-v, Lisboa, Livraria San Carlos, 1974, década VII, livros ii-v e década IX, caps. xxi-xxiii; EÇA, Duarte de, Relação dos Governadores da Índia (1571), edição de R. O. W. Goertz (Codex Goa 38), Calgary, University Printing Series, 1979, pp. 12-13; MARQUES, João Pedro, “Francisco Barreto” in Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses, dir. Luís de Albuquerque, vol. I, s.l., Caminho, 1994, pp. 123-124; SOUSA, Manuel de Faria e, Ásia Portuguesa, tradução de Manuel Burquets de Aguiar, vol. III, Parte 2, cap. XI, Porto, Livraria Civilização, 1945, vol. III, Parte 2, cap. XI e volume IV, Parte 1, caps. XV-XVI; ZÚQUETE, Afonso, Tratado de todos os Vice-Reis e Governadores da Índia, Lisboa, Editorial Enciclopédia, 1962.

Autor: Nuno Vila-Santa in, http://www.fcsh.unl.pt/cham/eve/content.php?printconceito=162

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