Hilário Soares de Gouveia

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Hilário Soares de Gouveia

Birthdate:
Birthplace: Caeté, Minas Gerais, Brazil
Death: October 25, 1923 (80)
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, State of Rio de Janeiro, Brazil
Place of Burial: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, State of Rio de Janeiro, Brazil
Immediate Family:

Son of Lucas Soares de Gouveia and Inácia Carolina Horta
Husband of Rita de Cássia Barreto Nabuco de Araújo
Father of Inácia Carolina Nabuco de Gouveia; Col. Dr. (MD) José Tomás Nabuco de Gouveia, Brazilian Army - WWI; Ana Benigna Nabuco de Gouveia; Maria José Nabuco de Araújo Gouveia; Laura Francisca Nabuco de Gouveia and 2 others
Brother of Francisco Soares de Gouvêa; Antonia Soares de Gouveia; Lucas Soares de Gouveia, Filho; Manoel Soares de Gouveia; Luiz Soares de Gouveia and 1 other

Managed by: Private User
Last Updated:

About Hilário Soares de Gouveia

Hilário Soares de Gouvêa nasceu na cidade de Caeté, na antiga província de Minas Gerais, em 23 de setembro de 1843. Era filho de Lucas Soares de Gouvêa e Ignacia Carolina Soares de Gouvêa. Casou-se com Rita de Cássia Nabuco de Araújo, irmã do diplomata e político Joaquim Nabuco.

Recebeu os títulos de Comendador da Ordem da Rosa e de Cavalheiro de Cristo de Portugal.

Devido a complicações de saúde, principalmente por sua diabete, teve amputado um de seus membros inferiores à altura da coxa, e veio a falecer poucos dias após ter sido submetido a esta cirurgia. Faleceu no Rio de Janeiro em 25 de outubro de 1923.

TRAJETÓRIA PROFISSIONAL

Hilário Soares de Gouvêa matriculou-se, no ano de 1864, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, e doutorou-se em 26 de novembro de 1866, com a tese intitulada “Do glaucoma: dos sucos digestivos, estudo chimico-pharmacológico sobre a strychinina, veratrina e brucina, operações reclamadas pelos tumores hemorroidaes”.

Após formar-se em medicina, Hilário Soares de Gouvêa viajou para a Europa, tendo permanecido um ano em Paris e quatro em Heidelberg (Alemanha). Na Universidade de Heidelberg, onde revalidou seu diploma, realizou estudos especiais sobre as moléstias dos olhos, foi estagiário e depois chefe de clínica naquela universidade, e partilhou da convivência com Friedrich Wilhelm Ernst Albrecht von Graefe (1828-1870), oftalmologista alemão considerado o fundador da oftalmologia científica. Seu nome foi citado na obra sobre a história da oftalmologia do oftalmologista alemão Julius Hirschberg (1843-1925), e em outros trabalhos sobre a oftalmologia na Europa (BLAKE, 1893, v. 3, p. 244).

Ao retornar a seu país de origem, em 1870, Hilário Soares de Gouvêa passou a se dedicar à clínica na área de oftalmologia e de otorrinolaringologia. Realizou consultas e operações em seu consultório particular, denominado Consultório Oculistico do Dr.Hilário de Gouvêa, que funcionava todos os dias das onze horas da manhã às duas da tarde, na rua dos Ourives nº 151. O anúncio de seu consultório, divulgado no Almanak Laemmert (1875), sinalizava também a realização de um curso público de moléstias de olhos no seu Instituto Oftalmológico. Este instituto funcionava na Casa de Saúde de Nossa Senhora da Ajuda, de propriedade de Manoel Joaquim Fernandes Eiras, na rua da Ajuda nº 66 e 68 e na rua de Olinda (em Botafogo). Atuou também em diversas casas de saúdes do Rio de Janeiro, tendo residido temporariamente na Casa de Saúde do Senhor Bom Jesus do Calvário, dirigida por João Baptista dos Santos (Barão de Ibituruna), instalada em 6 de janeiro de 1869 na rua São Pedro nº 125. Nesta casa de saúde, Hilário Soares de Gouvêa era o responsável pelo serviço médico-cirúrgico, ao lado do proprietário e de João Pedro de Miranda, Sebastião José Saldanha da Gama, João Carlos Mayrink, Francisco Lopes de Oliveira Araújo, Cypriano da França Mascarenhas, Jacintho de Freitas Rodrigues Braga e Henrique da Rocha Lima. Na data de criação desta casa de saúde, embora Hilário Soares de Gouvêa ainda se encontrasse na Europa, seu nome já constava como integrante do quadro médico desta instituição. Neste período foi substituído por Manoel Pereira da Silva Continentino, que ingressou em 1872, prestando serviços oftalmológicos.

Sua residência, em 1872, localizava-se na rua da Princeza nº 7, no bairro do Catete, cidade do Rio de Janeiro.

Desde o ano de 1873 integrou, como oculista, o quadro médico da Casa de Saúde de Santa Thereza, que se localizava na Rua do Riachuelo nº 88, de propriedade e dirigida por Glycerio Thaumaturgo da Silva, na função de oculista, juntamente com Francisco Praxedes de Andrade Pertence, Joaquim Marcos de Almeida Rego, Manoel Rodrigues Monteiro de Azevedo, Alfredo Magno d'Almeida Rego, José Francisco Manso Sayão, Bueno Marmoré, José Pereira Rego, Manoel Pereira da Silva Continentino, Francisco Ferreira de Abreu (Barão de Teresópolis), Antônio Ferreira França, Luiz Gurgel de Souza Gomes, João José da Silva e Joaquim José da Silva.

Observou diversos distúrbios e enfermidades relacionadas à visão, como a relação entre os distúrbios da nutrição com a xeroftalmia e a cegueira noturna, a destruição de córneas (ceratomalacia), e a prevenção da cegueira. Registrou, em 1869, seu primeiro caso de xerosis conjunctivae bulbi de desfecho fatal, enfermidade esta anteriormente denominada por Manoel da Gama Lobo de ophtalmia brasiliana, ao relacioná-la com o clima (GOMES, 2001).

Participou das Conferências Populares da Glória, realizadas em escolas públicas localizadas na Freguesia da Glória, no então Município da Corte, sob a coordenação do Conselheiro Manoel Francisco Correia, com a apresentação da conferência intitulada “Ensino Superior. Organização do ensino médico na Alemanha”, em 19 de agosto de 1880. Hilário Soares de Gouvêa integrou o grupo professores e médicos, como Francisco Praxedes de Andrade Pertence, Nuno Ferreira de Andrade, João Baptista Kossuth Vinelli, Cypriano de Souza Freitas, João Martins Teixeira, Benjamin Franklin Ramiz Galvão, Joaquim Monteiro Caminhoá, Antônio José Pereira da Silva Araújo e Luiz Joaquim Duque-Estrada Teixeira que, liderados por Francisco Praxedes de Andrade Pertence, ocupou a tribuna das Conferências Populares da Glória com palestras sobre a situação do ensino médico praticado no país.

Foi designado em 5 de julho de 1881 para reger, a título provisório, a recém criada cadeira de clínica oftalmológica na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, e em fevereiro de 1883 prestou concurso para a mesma disciplina, tendo sido aprovado. Em 6 de março de 1883 foi nomeado lente proprietário desta disciplina, cargo este que ocupou até o ano de 1895.

Na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro integrou, juntamente com Erico Marinho da Gama Coelho, João da Costa Lima e Castro, Domingos de Almeida Martins Costa e Cypriano de Souza Freitas, a primeira Comissão Redatora da Revista dos Cursos Práticos e Theoricos, revista bimestral daquela instituição criada pelo decreto nº 9.311, de 25/10/1884.

Foi médico do consultório oftalmológico do Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro entre os anos de 1885 e 1889 (ALMANAK, 1889).

Hilário Soares de Gouvêa fundou, juntamente com Lucas Antônio de Oliveira Catta Preta, Henrique Alexandre Monat e Marcos Bezerra Cavalcanti, a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, que foi inaugurada em 14 de fevereiro de 1886. Nesta sociedade também foi 2º secretário (1887/1888), redator do Boletim da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (1887/1889), 1º secretário (1892), vice-presidente (1894) e presidente (1888, 1889 e 1893). Participou ainda da elaboração das primeiras reformas dos estatutos desta sociedade, em 1887, ao lado de importantes figuras médicas da época como Oscar Adolpho de Bulhões Ribeiro, Antônio Augusto de Azevedo Sodré, Henrique Guedes de Mello, Júlio Rodrigues de Moura e João Carlos Teixeira Brandão, aprovando no mesmo ano a realização de congressos nacionais de medicina e cirurgia, sendo previsto o primeiro para o ano de 1888.

No 1º Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia, realizado em 1888 no Rio de Janeiro, Hilário Soares de Gouvêa ocupou lugar na mesa diretora no cargo de 1º vice-presidente, ficando a presidência para Lucas Antônio de Oliveira Catta Preta. Neste Congresso apresentou o trabalho intitulado “Maturação artificial das cataratas”, que tinha como objetivo principal demonstrar o perigo do método proposto por David Ottoni Bittencourt, contraponto o método que consistia “na discisão simples da cápsula anterior, abrindo largamente a mesma, de modo a obter o contacto com toda a massa da lentilha e praticar a extração combinada decorridas 36 horas” (Apud FIALHO, 1984, p.219). Sua comunicação polarizou o evento, de um lado José Cardoso de Moura Brazil e Henrique Guedes de Mello contrários à iridectomia prévia, e do outro Joaquim Xavier Pereira da Cunha, que apoiava a proposição de Hilário Soares de Gouvêa.

Presidiu ainda o 2º Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia (Rio de janeiro, 1889), no qual proferiu um discurso fazendo críticas à política sanitária e à política de formação de profissionais de medicina, conduzidas pelo governo Imperial, destacando que pouco havia sido feito em relação à higiene pública.

No ano de 1888 fundou, juntamente com José Cardoso de Moura Brazil, Henrique Guedes de Mello, e Paula Fonseca, a Revista Brazileira de Ophtalmologia, que embora tenha lançado apenas dois volumes, pois encerrou suas atividades em 1889, foi considerada como “o despertar da imprensa oftalmológica em nossa terra” (FIALHO, 1984, p.223).

Integrou, desde 1888, o corpo de médicos efetivos do Hospital da Sociedade Portuguesa de Beneficência, que funcionava na rua Santo Amaro, nº 24, na cidade do Rio de Janeiro.

Em 1893, Hilário Soares de Gouvêa organizou, seguindo o modelo de assistência a feridos de guerra da Cruz Vermelha, uma comissão que prestou socorros médicos durante a Revolta da Armada (1893-1894) e a Revolução Federalista do Rio Grande do Sul (1893-1895). Devido a sua participação nestes eventos e a sua posição contrária a Floriano Peixoto, então Presidente da República, Hilário Soares de Gouvêa foi acusado de prestar auxílio aos rebeldes, sendo encarcerado na Casa de Correção e depois removido para um prédio improvisado como prisão de presos políticos, na rua do Catete, cidade do Rio de Janeiro. Conseguiu fugir da prisão, abrigou-se em uma casa na rua Paissandu, pertencente a uma família inglesa de suas relações de amizade (FIALHO, 1984). Em seguida solicitou asilo ao Encarregado de Negócios da França, tendo seu pedido deferido, e assim foi autorizado a embarcar na fragata “Arethuse”, da Divisão Naval francesa. Depois embarcou no paquete “Brésil”, que seguia para a cidade Buenos Aires, de onde rumou para a Europa, fazendo uma escala no Rio de Janeiro para buscar sua família. Hilário Soares de Gouvêa chegou à Paris em 1º de dezembro de 1893, onde, por exigência da legislação francesa, prestou exame em algumas matérias do curso médico, como condição para poder clinicar. Após o cumprimento desta exigência, defendeu, em 1895, uma tese intitulada “La distomose pulmonaire par la douve du foie”. Ainda em Paris fez um curso no Instituto Pasteur e um outro de otorrinolaringologia, área que posteriormente se tornaria sua especialidade.

Participou dos Congressos Internacionais de Medicina, realizados em Londres (1880), em Roma (1894), e em Berlim (1898).

No Congresso Internacional de Medicina, em Roma em 1894, Hilário Soares de Gouvêa presidiu uma das sessões e apresentou os trabalhos “Sobre um caso raro de amaurose química” e “Dismatose pulmonar pelo distomo hepático”. No ano seguinte presidiu, também, uma das sessões da Société d´Ophtalmologie de Paris, dissertando sobre a “Profilaxia do paludismo pelo uso interno do ácido arsenioso”. Ainda em 1895, proferiu uma conferência sobre a profilaxia do impaludismo, na Faculté de Medecine de Paris. No Congresso Internacional de Berlim, realizado em 1898, participou dos debates sobre a lepra e seu problema social.

Ao retornar ao Brasil, em 1899, solicitou sua recondução ao cargo de catedrático de clínica oftalmológica, na então Faculdade de Medicina e Farmácia do Rio de Janeiro, cargo este do qual havia sido demitido anteriormente pelo Presidente Floriano Peixoto. O ato de sua demissão foi anulado, e ele foi reinvestido no cargo pela Congregação da faculdade. Porém foi novamente afastado do cargo por decisão governamental, sob a alegação de abandono. Hilário Soares de Gouvêa contestou esta decisão, apresentando atestados que justificavam sua licença renovada por motivo de doença, mas não obteve êxito.

Em 7 de outubro de 1899, colegas e amigos de Hilário Soares de Gouvêa, aproveitando seu retorno após longa estadia na Europa, promoveram um banquete em sua homenagem na Pensão Beethoven, que funcionava na rua da Glória, nº 62. Nesta ocasião discursaram Carlos Pinto Seidl e outros oradores, e entre estes discursos destacou-se o de Cypriano de Souza Freitas, lente de anatomia patológica na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, que além de saudar o colega, ressaltou o quadro grave de tuberculose na cidade e a necessidade de um órgão específico para cuidar do combate a esta enfermidade. Atendendo ao apelo do colega, Hilário Soares de Gouvêa organizou uma reunião na Academia Nacional de Medicina , na qual aquela proposta foi apresentada e aprovada, e foi constituída uma comissão, composta de 25 membros, designada para estruturar o órgão proposto, ou seja, a Liga Brasileira contra a Tuberculose. Em 4 de julho de 1900, tendo em vista a demora nas providências para a criação daquele órgão, José Jeronymo de Azevedo Lima, Manuel Velloso Paranhos Pederneiras, Francisco Baptista Marques Pinheiro e Alcindo Guanabara convocaram uma reunião no Conselho Municipal do Rio de Janeiro.

Nesta reunião, que contou também com a presença de Cypriano de Souza Freitas, Antonio Pereira Leitão, Ismael da Rocha, Carlos Pinto Seidl entre outros, foi lavrada uma ata sobre a fundação da Liga Brasileira contra a Tuberculose (atual Fundação Ataulpho de Paiva), e em 4 de agosto foi lavrada sua ata de instalação em uma sessão solene na Academia Nacional de Medicina. Na definição da primeira diretoria da Liga, Hilário Soares de Gouvêa foi designado seu Secretário Perpétuo.

Hilário Soares de Gouvêa participou do 1º Congresso da Liga Nacional contra a Tuberculose (Lisboa,1901), foi delegado na 1º Congresso Internacional para a Luta contra a Tuberculose (Berlim, 1902), e representante do Brasil no 2º Congresso Internacional para a Luta contra a Tuberculose (Copenhague, 1904) e no 3º Congresso Internacional para a Luta contra a Tuberculose (Paris, 1905).

Na Conferência Internacional de Copenhague sobre a Tuberculose, realizada de 26 a 29 de maio de 1904, foi delegado e apresentou um Relatório sobre esta conferência apresentado ao Ministro da Justiça e Negócios Interiores, José Joaquim Seabra (RELATORIO, 1905).

Hilário Soares de Gouvêa em seu discurso na abertura dos trabalhos no 3º Congresso Internacional para a Luta contra a Tuberculose, em 1905 em Paris, destacou, como delegado oficial do governo brasileiro, a importância da participação do Brasil naquele evento:

“Sr. Presidente, minhas senhoras e meus senhores. – Pela primeira vez se faz o Brasil representar em um congresso contra a tuberculose nesta parte do Atlântico, acontecimento este de bom augúrio para as futuras campanhas contra o terrível mal, e que se explica naturalmente pelo preparo prévio da opinião pública, pela continua e tenaz propaganda das ligas brasileiras, pondo em evidência os desastrosos estragos entre nós causados pelo temeroso flagelo social e apontando o caminho a seguir para os conjurar. (...) Foi, pois, no intuito de recolherem todos os dados de que têm necessidade para cumprir sua missão, da maneira mais prática e mais real, que os Governos da União e de vários Estados brasileiros tomaram a resolução de enviar a esta grande lição de cousas um crescido número de delegados e destinado a grande repercussão em todo o mundo pelo caráter prático de sua organização, e também porque o Congresso se reúne nesta imensa e incomparável cidade, cujo prestígio no mundo moderno não tem igual senão em Atenas e Roma no mundo antigo”. (CONGRESSO, 1906, p.5-7)

A comissão, sob a presidência de Hilário Soares de Gouvêa, que representou o Brasil no 3º Congresso Internacional para luta contra a Tuberculose, foi constituída pelos médicos José Jeronymo de Azevedo Lima, Alfredo de Britto, José Plácido Barbosa da Silva, Júlio Afrânio Peixoto, Oscar Rodrigues Alves e Eduardo de Moraes. Em 30 de março de 1905, Hilário Soares de Gouvêa foi nomeado, pelo governo brasileiro, membro ordinário da Associação Internacional contra a Tuberculose, juntamente com Clemente Ferreira e José Jeronymo de Azevedo Lima.

Em 1905 participou do 6º Congresso de Medicina de São Paulo, apresentando um trabalho sobre o tratamento da tuberculose pulmonar pela tuberculina.

Foi eleito membro titular da Academia Nacional de Medicina na sessão de 19 de outubro de 1899, tornou-se membro titular honorário em 4 de setembro de 1903, e posteriormente patrono da cadeira nº 73 da mesma instituição. Integrou várias associações científicas, tanto nacionais quanto estrangeiras, como a Société d´Ophtalmologie de Paris.

Participou da Cruz Vermelha Brasileira, fundada em 5 de dezembro de 1908.

Em 27 de novembro de 1910 assumiu a direção da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, cargo que exerceu até 1911. Apresentou na Academia Nacional de Medicina um plano de estudos, que poderia fundamentar a elaboração da Lei Orgânica do Ensino Superior. Esta Lei foi aprovada por meio dos decretos nº 8.659 e nº 8.661, de 05/04/1911, pelo Presidente Hermes da Fonseca e referendada pelo Ministro do Estado da Justiça e Negócios Interiores Rivadávia da Cunha Corrêa, e ficou conhecida como Lei Rivadávia Corrêa. Hilário Soares de Gouvêa, conhecedor da experiência alemã de ensino, havia projetado um plano de estudos “nos moldes das universidades alemãs, mas o conceito positivista do Ministro favoreceu a nota silenciosa da reforma, e a intromissão subterrânea de contribuições várias turvou a harmonia da obra, destinada a uma estrutura bastante característica, mas terminando em composição heterogênea de princípios e de intuitos” (MAGALHÃES, 1932, p.160).

Em 1911 foi designado, pela Congregação da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, para exercer a cátedra de otorrinolaringologia, recém criada a partir da Reforma Rivadávia Corrêa, função esta que exerceu até o ano de 1918, ano de sua jubilação da faculdade. Considera-se que a partir da regência de Hilário Soares de Gouvêa nesta cátedra foram introduzidos “os fundamentos da especialidade no Brasil” (QUEIROZ, 1986, p.745).

Em 1922 foi um dos fundadores, e primeiro presidente, da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (QUEIROZ, 1986).

Hilário Soares de Gouvêa faleceu em 1923, e em sua homenagem teve seu nome atribuído a uma rua no bairro de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro.

PRODUÇÃO INTELECTUAL

- “Do glaucoma: dos sucos digestivos, estudo chimico-pharmacológico sobre a strychinina, veratrina e brucina, operações reclamadas pelos tumores hemorroidaes”. Rio de Janeiro, 1866. Tese (Doutoramento) – Faculdade de Medicina do Rio de janeiro, 1866.
- “Resultat einiger Versuche uber die Entstehung der Abloesung in Folge von Glaskoerperverlust”. Archiv. F. Ophtalmologie, v.XV, 244, 1869. - “Contributions to the Pathology of burns of the Cornea from lime”. Archives of Ophtalmology and Odontology. tomo I, [s.n.], 1869. - “Contribution à la pathologie et à anatomie pathologique de la cornée brulée par la chaux”. Annales d´Oculistique, tomo LXV, 1871. - “Instituto ophtalmologico. Das anomalias da accommodação e refracção: conferencia feita a 19 de agosto de 1873. Revista Médica, Rio de Janeiro, tomo 1, n. 7, 15-17, 24, 1873-1874. - “Contribuição para a terapêutica das úlceras da córnea”. Revista Médica, Rio de Janeiro, tomo 1, n.20, 1873-1874. - “A iridiotomia”. Rio de Janeiro: Revista Médica, 1874-1875. - “An interesting case of congenital Aneridia”. Transactions of the London Congress, p. 120, 1880. Comunicação apresentada no Congresso Internacional de Medicina (Londres). - “Contribuição para o estudo da hemeralogia e xerophtalmia por vicio de nutrição”. Rio de Janeiro: Gazeta Médica Brasileira, 1882. - “Beitraege zur Kenntniss der Hemeralogie und Xerophthalmie aus Ernaehrungs-Stoerungen”. Archives de Ophtalmologie, v.XXIX, p.167-200, 1883. - “Um caso de blefaroplastia pelo processo de Gradenigo”. “Ectropion cicatricial circunscrito curado pela ressecção subcutânea da cicatriz”. “Corpo estranho intra-orbitrário e abscesso retrobulbar, extração e cura”. “Novas indicações terapêuticas da cocaína”. Revista dos Cursos Práticos e Theoricos, Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, ano II, n.2, 1885. - “Miscellanea ophtalmologica. Caso de cura de deslocamento da retina por punção esclerotical e esclerótico-retinal”. “Caso de prolapso da iris seguido de estafiloma parcial e glaucoma consecutivo”. “Estatistica das últimas 33 operações de catarata praticadas na clínica da Faculdade durante o corrente anno letivo”. Revista dos Cursos Práticos e Theoricos, Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, ano III, n.2, 1886. - “Descolamento da retina”. Journal de Medecine et Pharmacie, Paris, 1887. - “Fistula orbitária com deformação consecutiva da pálpebra superior”. Brasil Médico, Rio de janeiro, 156, 1887. - “Maturação artificial das cataratas”. Memória apresentada no 1º Congresso Brazileiro de Medicina e Cirurgia. Rio de Janeiro: [s.n.], 1888. - “O melhor processo para a operação das cataratas”. Brasil Médico, Rio de Janeiro, 10, 1889. - “Discurso pronunciado na sessão inaugural do 2º Congresso Brazileiro de Medicina e Cirurgia pelo seu presidente”. Rio de Janeiro, [s.n.], 1889. - “Hygiene publica. O saneamento da cidade do Rio de Janeiro. Replica aos pareceres do Ministério da Fazenda sobre o projecto dos drs. Hilário de Gouvêa e João da Costa Lima e Castro relativamente ao saneamento do solo da cidade do Rio de Janeiro pela drenagem profunda e calçamento estanque, seguida do parecer da intendência municipal da capital federal sobre o valor hygienico do referido projecto”. Rio de Janeiro, 1890. - “O contracto de saneamento do solo do Rio de Janeiro pelos Drs. Hilário de Gouvêa e J.C. de Lima e Castro”. Rio de Janeiro: Typographia do Jornal do Brazil, de Henrique Villeneuve & C., 1891. - “Sobre um caso raro de amaurose química”. Annales d'Oculistique, t. CXI, 1894. Comunicação apresentada no Congresso Internacional de Medicina (Roma, 1894). - “Dismatose pulmonar pelo distomo hepático”. Annales d'Oculistique, t. CXI, 1894. Comunicação no Congresso Internacional de Medicina (Roma, 1894). - “Comunicação feita à Academia de Medicina de Paris, por intermédio do professor Potain, sobre a profilaxia do paludismo pelo uso interno do ácido arsenioso”. Bulletin de l'Academie de Medecine de Paris, 1895. - “Étude clinique sur les manifestations oculaires de la lèpre”. Memória apresentada na Academie de Medicine de Paris. [s.n.]. 1895. - “Le distomose pulmonaire par la douve du foie”. Thèse pour le doctorat de la Faculté de Médicine de Paris. [s.n.], 1895. - “Valor profilático do ácido arseinoso no impaludismo”. Memória apresentada na Academie de Medicine de Paris. [s.n.]. 1895. - “Les manifestations oculaires de l'épilepsie”. Memória apresentada na Société Française d'Ophtalmologie, e publicada no respectivo relatório anual. Paris: [s.n.], 1897. - “Traitement opératoire de leucomes adhérentes e du Stophytome que en resulte”. Comunicação apresenta na Société Française d'Ophtalmologie, publicada no respectivo relatório. Paris: [s.n.], 1898. - “La cure radicale du lupus palpebral par l'excision de la portion de da peau atteinte et son remplacement par un lambeau dermique pris a distance”. Comunicação apresentada na Société Française d'Ophtalmologie. Paris: [s.n.], 1899. - “Communication sur la fièvre jaune au Brésil”. Congrès d'Higiène Internationale. Paris: [s.n.], 1900. - “Les moustiques et la fièvre jaune”. Bulletin Médical, n. 18, 12 de outubro de 1901. - “Os mosquitos e a febre amarela”. Porto: Tip. Central, 1902. - “Relatório sobre a 1a Conferência Internacional para a Luta contra a Tuberculose. Berlim, 1902”. [s.l.], [s.n.], 1903. - “Comunicação feita na 2a Conferência Internacional para a Luta contra a Tuberculose. Conpenhague, 1903”. [s.l.], [s.n.]. 1904. - “Tradução e Comentários das Leis alemãs de seguro obrigatório de operários contra as doenças, a invalidez e os acidentes de trabalho. Relatório oferecido ao Governo Brazileiro”. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1905. - “Discurso como representante do Brazil na abertura da 3ª Conferência Internacional para a Luta contra a Tuberculose. Paris, 1905”. 1905. - A Conferencia Internacional de Copenhague sobre a Tuberculose (de 26 a 29 de maio de 1904). Relatório apresentado ao Exmo. Snr. Dr. J.J. Seabra Ministro da Justiça e Negócios Interiores pelo Dr. Hilário de Gouvêa secretario perpetuo da Liga Brazileira contra a Tuberculose e Delegado do Brazil na Conferencia Internacional de Copenhague. In: Relatorio apresentado ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brazil pelo Dr. J. J. Seabra Ministro de Estado da Justiça e Negócios Interiores em março de 1905. v.III. Diretoria de Saúde Publica. Annexo C. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1905. - “Memória sobre o tratamento da tuberculose pulmonar pela tuberculina. Apresentada no Congresso de Medicina de São Paulo, 1906. - “Tratamento da tuberculose humana pela tuberculina”. Rio de Janeiro: Tip. Bernard, 1907. - “Memória apresentada ao Congresso Latino-Americano, reunido no Rio de Janeiro sobre os empiemas do seio da face”. [s.n.].1909. - “A cura das irites serosas pela tuberculina”. Comunicação apresentada na Academia Nacional de Medicina. Rio de Janeiro: [s.n.].1909. - “Comunicação à Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro sobre o processo Lagrange para o aperfeiçoamento da prótese ocular, com a apresentação de um operado”. Rio de Janeiro: [s.n.]. 1919. - “Comunicação à Academia de Medicina do Rio de Janeiro sobre a cura rápida e radical dos epiteliomas cutaneos e da mucosa bucal pela cauterização, com a apresentação de um operado”. Boletim da Academia Nacional de Medicina, Rio de Janeiro, 90, ano n. 26. [s.d.]. - “Da cura da ozena pelo iodoformio”. Comunicação previa ao Congresso de Otorinolaringologia de Buenos Aires. [s.n.]. [s.d.]. - “L'hérédité des glyomes de la rétine”. Annales d'Oculistique, Paris, tome CXLIII, p. 32. [s.d.]. - “Discurso proferido como representante do Brasil por ocasião da inauguração do Congresso sobre a Tuberculose, de Paris, Publicado no 1º volume do referido Congresso”. [s.l.], [s.n.]. [s.d.]. - “Die tuberculose in Brasilien”. Comunicação feita à Conferência da Associação Internacional sobre a Tuberculose, reunida em Berlim. [s.n.]. [s.d.]. - “Novo processo para a cura dos estafilomas anteriores aderente da córnea, produzida por prolapsos da íris”. Revista dos Cursos Práticos e Theoricos, Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, [s.d.].

Fonte: http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/iah/pt/verbetes/gouhilso...

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Hilário Soares de Gouveia's Timeline

1843
September 23, 1843
Caeté, Minas Gerais, Brazil
1871
1871
1872
October 11, 1872
Leopoldina, State of Minas Gerais, Brazil
1873
June 4, 1873
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, State of Rio de Janeiro, Brazil
1874
August 17, 1874
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, State of Rio de Janeiro, Brazil
1875
1875
1878
1878
1886
October 24, 1886
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, State of Rio de Janeiro, Brazil
1923
October 25, 1923
Age 80
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, State of Rio de Janeiro, Brazil