João Paulino de Barros Leal

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About João Paulino de Barros Leal

Nasceu a 22 de junho de1840, em Quixeramobim, Ceará, e faleceu em abril de 1914, naquela mesma cidade. Tenente-Coronel e Político; Comandante do Batalhão n° 14 da Guarda Nacional de Quixeramobim (nomeado por decreto imperial em 3 de outubro de 1868, remetido ao presidente da Província pelo Ministro da Justiça, o Conselheiro José de Alencar). Nesse mesmo ano, teve nomeação de Delegado de Polícia daquele termo, por título de 3 de agosto, e novamente em 1869; Presidente da Câmara Municipal; Intendente e Promotor de Justiça no regime republicano. Foi deputado durante as legislaturas de 1882 a 1889.

    A Constituição Estadual, outorgada em 1891, instalou, além da Assembléia Legislativa, um Senado Federal, composto de um terço do número de deputados. João Paulino de Barros Leal estava entre os senadores eleitos.
    Era homem ilustrado, bom orador e causídico dos mais acatados de seu tempo. Sustentou na Assembléia debates memoráveis, frequentando, assiduamente, a tribuna parlamentar na defesa dos interesses gerais, tendo apresentado, no entanto, um projeto que transferia a capital da Província para Quixeramobim, o que causou sensação por parte da imprensa. Na grande seca de 1877 prestou relevantes serviços à causa dos indigentes.

Autobiografia

    Nasci nesta cidade de Quixeramobim, Ceará, às 8 horas da noite do dia 22 de junho (segunda-feira) de 1840, na casa da rua 15 de novembro, antigamente - Joazeiro - esquina, na qual atualmente reside o meu filho João Paulino de Barros Leal Filho, médico, edificada por meu avô Jacinto Pimentel e dada em dote a minha mãe. 
    Foram meus pais, José Antônio de Barros Leal e D. Jacinta Marinho de Barros Pimentel, aquele português naturalizado por ter aderido à independência do Brasil, e esta, filha do português (dos Açores), também naturalizado pela mesma forma, Jacinto José de Souza Pimentel e Dona Ana Margarida Ramalho Pimentel, brasileira, filha do português Bento Luís Ramalho. 
    Meu pai, nascido em 1804 em Portugal, (Criaz) na Freguesia de Apúlia, Concelho de Esposende, Distrito de Braga, não longe da cidade de Porto, filho de Manuel Antônio de Barros, proprietário - agricultor, dispôs-se a tentar fortuna no Brasil pouco depois do ano de 1820, mas dessa vez não logrou o seu intento por ter sido a nau, que com outros o trazia, presa de piratas espanhóis, que após o saque ambicionado o deixaram a ele e aos seus companheiros em uma praia da Espanha, vestidos com camisa e ceroula tão somente, pés descalços, cabeça ao sol, tendo por leito a areia da dita praia. Socorrida pelo Cônsul, voltou com os aludidos companheiros a Portugal em uma catraia, que lhes deram. Um pouco mais tarde, de novo tentou fortuna no Brasil, aportando em Fortaleza, capital deste estado, então província, onde se estabeleceu com a loja de miudezas, secos e molhados. 
    Meu avô materno, retro declarado, comerciante, proprietário e criador abastado nesta cidade, tinha por costume passar a estação seca de cada ano na capital, para o que ali edificou uma casa, que é a em que comerciou o abastado português Luís Ribeiro da Cunha, à Rua Formosa; e porque lhe agradasse o comportamento do pequeno negociante - José Antônio de Barros Leal - o adquiriu para genro. Aparecendo a estação invernosa, o dito meu avô, como de costume, regressou com a sua família a esta cidade de Quixeramobim, vindo em sua companhia o novo casal , que me deu o ser. Aqui chegados contraíram, sogro e genro, uma sociedade comercial, estabelecida na casa que, para fins comerciais, havia o dito meu avô edificado na praça Visconde do Rio Branco, então - Cotovelo - a qual é a em que reside o meu genro José Frutuoso Dias Neto, médico, e esta por mim reedificada, - esquina para a rua 15 de Novembro. Durou essa sociedade comercial até o princípio do ano do 1840, quando meu pai mudou-se para a casa que lhe tinha sido dada, no dote que recebera, e onde se estabeleceu de conta própria. 
    Compunha-se então a família dos meus pais, do casal, dos filhos Maria, José, Manuel e criados (escravos). Outros filhos havia tido, mas faleceram. Era eu apenas embrião. 
    Na nova residência nascemos, além dos que faleceram, em criança, eu, Antônio, Isabel, Ana, Rosalina e Abel. 
    Ali continuou meu pai a negociar até janeiro de 1857, quando tendo falecido meus avós maternos, e cabido em legitima, aos meus pais, a fazenda – Bom Jesus – para ela se mudaram estes, no intuito de darem-se à indústria pastoril, e à lavoura, a que convidava o açude da fazenda. 
    Era meu pai homem honrado, trabalhador, econômico e sobretudo grave, circunspecto e refletido. Dizia-se dele, e eu confirmo, que jamais teve ele ocasião de arrepender-se de ter externado um pensamento. Neste particular, era um fato observar-se que refletia sempre antes de falar. Apesar do que fica dito, nunca pôde ele acumular fortuna, exceder ao menos em haveres ao que era, quando se estabeleceu de conta própria, ao que atrás aludi. Era isto devido à profunda estima que ele congregava à esposa, minha nunca esquecida e boa mãe, a quem permitia, contra o seu sistema de cuidadora economia, exercer a virtude santa da caridade, até o ponto de ser geralmente cognominada – mãe da pobreza, despendendo muito mais do que o permitiam as circunstâncias. 
    Deve ter sido este o principal motivo que o levou a trocar a vida de comerciante pela de criador, a vida da cidade pela do campo; pois a fazenda Bom Jesus, onde foi residir, é situada fora de qualquer estrada: “ a ela só vai quem tem negócio ”. 
    Ali, porém, continuava a ser ela o que era. Não satisfeita de franquear a sua mesa a todas as pessoas que tomavam a casa; obrigava os vaqueiros estranhos que, campeando, iam à casa em busca de informações, a aceitarem refeições, por não admitir que deixasse de ter fome quem campeava longe da própria residência. Na bebida dos gados, mandava ela sempre levar comida aos vaqueiros, que ali se achassem, esperando os bichos, que queriam pegar. 
    Não era raro, nem mesmo pouco comum, o fato de chegar à casa pessoa enferma, transportada em rede, para ser tratada. 
    Dava-se isto todas as vezes que pessoas pobres da circunvizinhança, não tendo meios para tratar-se da enfermidade, que lhes ameaçava a vida, lembravam-se de que perto existia a “Mãe dos Pobres”. 
    Um fato bem característico comprova o que venho de dizer, quanto a causa de não progredirem os haveres do casal. 
    Tendo partido desta vida para gozar da Bem-aventurança eterna a minha boa e querida mãe, no dia 11 de dezembro de 1877, o meu venerando Pai, pouco depois, cegou, tanto assim que chegou a acreditar ter-lhe sobrevindo esse infortúnio do muito chorar a ausência da fiel e amorosa companheira. Pois bem, não obstante esse grande estorvo ao desenvolvimento de qualquer fortuna, que não se baseie em rendas próprias de bens produtores, por sua própria natureza, falecendo desconsolado e cego, em 23 de julho de 1874, o inventário dos seus bens, sem que tenha havido elevação dos valores elevou-se a quantia igual á do primeiro inventário, de que dera metade aos filhos, sem nada ter ocultado. ...Continua... 

Fonte: (http://www.angelfire.com/linux/genealogiacearense/index.html)

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João Paulino de Barros Leal's Timeline

1840
June 22, 1840
Quixeramobim, Ceará, Brasil (Brazil)
1863
June 22, 1863
Quixeramobim, Ceará, Brasil (Brazil)
1864
December 7, 1864
Quixeramobim, Ceará, Brasil (Brazil)
1865
September 29, 1865
Quixeramobim, Ceará, Brazil
1871
May 24, 1871
Quixeramobim, Ceará, Brazil
1873
November 30, 1873
Quixeramobim, Ceará, Brazil
1914
April 1914
Age 73
Quixeramobim, Ceará, Brasil (Brazil)
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