Joaquim Vieira da Silva e Souza

"Magistrado e político, fez seus estudos em Portugal, para onde seguiu aos 16 anos. Completou os estudos secundários e tornou-se bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra (junho de 1822).

Retornando ao Brasil, encontrou o Maranhão ainda sob o domínio da junta provisória e da guarnição portuguesa que se opunham à independência, quando ela já havia sido proclamada e aceita em quase todas as regiões do Brasil. Silva e Souza participou da conjuração maranhense que tinha como objetivo anular o domínio português nessa província. Em julho de 1823, entrou pela Baía de S. Marcos, o barco de guerra “Pedro I”, comandado pelo almirante inglês Cochrane (servindo à esquadra brasileira). Isto bastou para que os portugueses desistissem de seu primeiro intento.

Por essa ocasião conseguiu atenuar os atos de violência que a população ia perpetrar contra os portugueses residentes na cidade. Em 1824, Silva e Souza era juiz de ausentes da comarca da capital, quando Cochrane, retornando ao Maranhão, exigiu-lhe fossem pagos em dinheiro o valor das presas que fizera, e cujo pronto reembolso exigia. Cochrane, notando resistência das autoridades, predeu-as a bordo e ia conseguido seu intento, quando o juiz de ausentes se opôs, recusando a entrega dos dinheiros públicos. Reconhecido pelo gesto, o Governo Imperial fê-lo juiz de fora em Fortaleza, em 1826, e, em 1829, promoveu-o a ouvidor da mesma comarca.

Após o Sete de Abril, estando o povo revoltado contra a abdicação do Imperador, o ouvidor logrou acalmar os ânimos. Nomeado presidente do Rio Grande do Norte por decreto de 2/9/1831, tomou posse em 22/2/1832, e, ainda no mesmo ano, a 13 de outubro foi nomeado presidente do Maranhão, tomando posse em 20 de novembro. Por essa época apoiou e propiciou a disseminação da maçonaria em sua província, que governou durante dezessete meses.

De 1834 a 1837 foi deputado. Participou do Gabinete de 20/1/1835, sendo ministro do Império, o último da Regência Permanente. Ascendendo ao poder o padre Feijó, decidiu afastar-se da vida pública e recolheu-se, desde 1836, à fazenda Pirangi, na margem do Itapicuru, mas o povo elegeu-o deputado-geral na legislatura de 1838-1841. Em 2/12/1839 reassumiu as funções de magistrado, como desembargador da Relação do Maranhão. Em 1845, criou com outros cidadãos a Sociedade Filomática e, depois, a de Agricultura. Protegeu, igualmente, a Santa Casa de Misericórdia em todo tempo em que foi seu vice-provedor. Em 1854 foi eleito presidente do Tribunal e, em 1864, ministro do Supremo Tribunal de Justiça.

Senador em 1859, fora um dos criadores da Academia Imperial de Medicina, da qual era membro honorário; comendador da Ordem de Cristo.

Sócio correspondente do IHGB em 20 de novembro de 1839."

Fonte: https://ihgb.org.br/perfil/userprofile/JVSSousa.html