Matching family tree profiles for Johann Georg Maurer
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About Johann Georg Maurer
O início
Segundo Darcy Ribeiro, o movimento mucker, no Brasil, foi consequência do processo de anomia em que entraram algumas comunidades alemãs, influenciado por tradições populares, de orientação bíblico‐protestante.
Em 1868, João Maurer supostamente teve uma "visão divina", dizendo-lhe para abandonar a agricultura e tornar-se médico. Logo depois, ele conheceu o curandeiro Buchhorn, que lhe ensinou os segredos das ervas medicinais. Esses alemães viviam em uma comunidade rural isolada, sem acesso a cuidados médicos. Por isso, muitas pessoas consultavam os curandeiros locais. Em 1870, o casal começou a receber, em casa, pessoas para reuniões de leitura da Bíblia, feitas por Jacobina. Jacobina sofria de crises de desmaio desde que ela tinha doze anos, e as pessoas associavam o seu sonambulismo a poderes especiais. Logo, centenas de pessoas começaram a seguir Jacobina e seus ensinamentos. Muitas pessoas deixaram as igrejas católicas ou luteranas locais e estabeleceram uma seita fanática, com Jacobina como líder. Essa situação preocupou os sacerdotes locais e os membros da comunidade que não seguiam Jacobina. Em seguida, a comunidade dividiu-se em duas: aqueles que se juntaram a Jacobina eram conhecidos como mucker (alemão para "falso santo") e aqueles que eram contra Jacobina conhecidos como spotter (debochadores).
Os mucker tornaram-se um grupo socialmente isolado, que não bebia, não fumava e não usava dinheiro para as trocas comerciais. Eles encontraram no sectarismo e no fundamentalismo religioso uma resposta às condições de miserabilidade em que viviam. Jacobina era vista por seus seguidores como uma nova Jesus Cristo e passou a ser a porta-voz dos menos favorecidos.
Jacobina ordenou que seus seguidores deixassem de ir à igreja ou à escola, porque "as instituições não estariam ensinando mais o verdadeiro evangelho".
Os conflitos
Em maio de 1873, sob liderança do pastor Frederico Boeber, foi enviado um abaixo-assinado ao delegado de São Leopoldo pedindo imediata intervenção policial contra os Muckers. O documento acusava Jacobina de ter nomeado seus irmãos e esposo como discípulos; afirmava que os colonos anunciavam que Jacobina era manifestação de Deus; que seus seguidores não pagavam mais as taxas da Igreja e da escola; que estavam estocando armas e que o movimento estava dividindo casais e famílias. A polícia invade a casa de Jacobina, mas não encontra as armas. No mesmo mês, João Maurer, esposo de Jacobina, foi preso. No dia seguinte, Jacobina foi presa, sob estado de letargia, e foi conduzida numa carreta, dormindo, até São Leopoldo. Em São Leopoldo, foi exposta ao público e insultada. O casal foi posteriormente libertado, sob alegação de não terem cometido crime algum.
Em dezembro de 1873, Carlos von Koseritz sugere, por meio da imprensa, a deportação dos Muckers para uma ilha oceânica. Diversos colonos mostraram-se dispostos a colaborar no custeio do projeto.
Em 10 de dezembro de 1873, João Maurer, juntamente com outros dois colonos, foram para a então capital do Brasil, o Rio de Janeiro, para entregar uma petição ao imperador Pedro II, com queixa de assédio policial, agressões e insultos aos colonos. Representantes do Império solicitaram explicações às autoridades do Rio Grande do Sul sobre o caso.
Pessoas que eram contra os muckers passaram a ser assassinadas, e os crimes foram atribuídos aos muckers. Em 4 de maio de 1874, aconteceu a grande reunião na casa dos Maurer, com a presença estimada de 100 a 500 pessoas. Jacobina anunciou o fim do mundo e ordenou o extermínio de dezesseis famílias inimigas. Em 15 de junho, aconteceu o massacre da família Kassel. O casal Maurer teve mandado de prisão decretado. Em 25 de junho, catorze casas de inimigos foram queimadas e dez pessoas foram mortas, inclusive crianças.
O ataque do exército e desfecho
Em 28 de junho de 1874, o exército atacou o reduto mucker, mas os muckers venceram o conflito e 130 soldados recuaram. Isso contribuiu para a crença da divindade de Jacobina. Em 19 de julho de 1874, as forças legais e 300 soldados atacaram novamente o reduto mucker. A casa do casal Maurer foi incendiada e cinco filhos de Jacobina foram presos e posteriormente encaminhados para a adoção. O casal Maurer e seus principais colaboradores conseguiram escapar.
Em 20 de julho, a imprensa gaúcha comemora o fim do episódio Mucker. De noite, o exército ataca novamente, mas os muckers revidam e o coronel Genuíno Olimpio Sampaio, comandante das forças legais, é morto. Em 25 de julho, após saberem que os muckers estavam refugiados na floresta, as forças legais, com 506 homens e sob lideranças do Capitão Dantas, iniciam combate contra os Muckers.
O fim do conflito ocorreu em 2 de agosto do mesmo ano, quando um traidor, Carlos Luppa, levou os soldados ao esconderijo de Jacobina Mentz, que foi morta com a maioria dos muckers. Os muckers que sobreviveram foram julgados e libertados ou absolvidos, em 16 de junho de 1880.
Os muckers sobreviventes voltam para a região de Nova Petrópolis e Lajeado. Muitos mudaram de sobrenome para não serem reconhecidos.
Mesmo após a morte de Jacobina, há registros da presença de muckers já em 1897 e 1898. Em outubro de 1897, três pessoas foram mortas e o crime foi atribuído aos muckers liderados por Aurélia Maurer, a filha de Jacobina. Em 1898, um grupo de cem alemães assassinaram cinco muckers na região de Nova Petrópolis e Lajeado.
Fonte: WP
- Reference: FamilySearch Family Tree - SmartCopy: Mar 22 2020, 1:40:56 UTC
Johann Georg Maurer's Timeline
1840 |
February 28, 1840
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São José do Hortêncio, Rio Grande do Sul, Brasil
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October 8, 1840
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1867 |
May 19, 1867
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Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, Brasil
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1868 |
August 12, 1868
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Sapiranga, Rio Grande do Sul, Brasil
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1868
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Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, Brasil
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1869 |
August 11, 1869
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Sapiranga, Rio Grande do Sul, Brasil
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1870 |
December 25, 1870
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Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, Brasil
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1872 |
April 9, 1872
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Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, Brasil
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1874 |
May 1874
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Hamburgo Velho,Rio Grande do Sul,Brasil
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