José Clarindo de Queiroz, Gov Ceará e Amazonas

José Clarindo de Queirós nasceu em Fortaleza a 22 de janeiro de 1841, filho de Inácio Lopes de Queirós e de Ana Lopes de Queirós. Desde cedo inclinado à vida militar, assentou praça em janeiro de 1856, aos 15 anos de idade, e em 1865 partiu para a Guerra do Paraguai, da qual voltou com a patente de tenente-coronel. Servindo na província do Amazonas, em 1874 recebeu dos cearenses ali residentes a “Espada de Honra” por serviços prestados na fortificação das fronteiras brasileiras na região. Em novembro de 1879 foi efetivado como presidente e comandante de armas da província, cargos que exerceu até o ano seguinte. Ainda em 1880 foi promovido a coronel, em 1883 a brigadeiro, e em 1890, após o advento da República, a general de divisão. Em 28 de abril de 1891 assumiu o governo do Ceará das mãos do coronel Feliciano Benjamin, governador interino, e em 7 de maio seguinte foi eleito pelo Congresso Constituinte presidente do estado. Exerceu o cargo até 16 de fevereiro de 1892, quando foi deposto pelas forças federais e pelos cadetes do Colégio Militar do Ceará. Sua deposição foi apoiada pelo marechal Floriano Peixoto, que havia substituído Deodoro da Fonseca na presidência da República em 23 de novembro de 1891 e a quem convinha o afastamento dos governantes estaduais ligados ao antecessor. Assumiu então o poder no Ceará, por dois dias, o general João Nepomuceno Medeiros Mallet, que logo passou o governo a Benjamin Liberato Barroso. No Rio de Janeiro, foi um dos 13 generais que em 6 de abril de 1892 lançaram um manifesto dirigido a Floriano Peixoto criticando a ação do governo nos estados e defendendo a realização de novas eleições para a presidência da República como o único caminho para superar a crise. Em consequência foi desterrado em Cucuí, no Amazonas, onde se agravaram os problemas de saúde que causariam sua morte em 28 de dezembro de 1893, no Rio de Janeiro. Foi também comandante do batalhão de engenheiros da Escola Militar e comandante geral da Artilharia. Recebeu por serviços prestados como soldado o hábito de Cristo e a grã-cruzes de Avis e Cruzeiro. Sua filha Maria Adelaide de Queirós casou-se com Marcos Franco Rabelo, presidente do Ceará de 1912 a 1914.

Fonte: Fundação Getúlio Vargas