José Félix Pereira de Burgos, barão de Itapicuru-Mirim

José Félix Pereira Pinto de Burgos, o barão de Itapicuru-Mirim (Maranhão, 1780 — Rio de Janeiro, 9 de abril de 1854) foi um militar brasileiro.

Foi presidente da província do Pará, de 28 de maio de 1825 a 14 de abril de 1828 e de 18 de julho de 1830 a 19 de julho de 1831.

Foi ministro da Guerra de 16 de março de 1835 a 1836, na regência de Diogo Antônio Feijó.

Fonte: WP

“José Félix Pereira de Burgos estudou Filosofia e Matemática na Universidade de Coimbra, onde foi discípulo e amigo de José Bonifácio. Em 23/10/1813, era Tenente da 4ª Companhia do Regimento de Infantaria de Linha do Maranhão. No mesmo ano (17/12/1813), foi promovido a Sargento-Mor do Regimento de Infantaria de Milícias da Ribeira do Itapecuru (NA – Coleção 137, livros 26 e 32, respectivamente fls. 181 e 84). Seguiram-se daqui todos os sucessos da sua carreira militar, sendo, por fim, Governador das Armas e Presidente da Província do Pará e, depois , Ministro da Guerra (Decreto de 16/3/1835). Seus irmãos Carlos, Antônio e Honório Belford Pereira de Burgos, também militares, destacaram-se, ao seu lado, na luta pela Independência. Quando deixou o Maranhão, ‘a bordo do navio, com licença para ir estudar em Coimbra’ (ofício de D. Diogo de Sousa de 8/2/1800), Pereira de Burgos era Alferes do Regimento de Linha (IHGB, 1.1.6, p. 165), onde havia assentado praça, como voluntário, em 4 de maio de 1797. No dia 9, foi reconhecido como Cadete sendo promovido a Alferes por Decreto de 19 de maio de 1798. Em Coimbra, fez sua matrícula em 10 de outubro de 1801, tendo concluído o curso em 1807 nos momentos mais difíceis do povo português, sob ameaça de Junot.” (SILVA, 1972)

SILVA, L. A. V. da. Chega do Pará uma força de 124 praças – Prisão dos Brigadeiros Palmeirim, Falcão, Gama e de outros cidadãos – Edital de 8 de abril – O Coronel Magalhães, à requisição dos habitantes e da Câmara de Caxias, regressa à capital – Desarmamento dessa Tropa, que é remetida para Lisboa com o seu Comandante. In:___. História da Independência da Província do Maranhão 1822-1828. 2. ed. Rio de Janeiro: Companhia Editora Americana, 1972. cap. 4. p. 113. (Nota 38).

“Pela Carta Imperial de 26/1/1825, José Félix Pereira de Burgos foi nomeado Presidente do Pará, onde, durante algum tempo, também assumiu o Comando das Armas. Por Carta Imperial 20/11/1829, voltou a governar o Pará. Em 1835, foi Ministro da Guerra. Em 1836, visitou o Maranhão e, logo em seguida, os Estados Unidos, França e Inglaterra. Em 1844, foi Diretor do Arsenal de Guerra, no Rio de Janeiro. Em 1845, foi Diretor da Fábrica de Ferro de São João de Ipanema. Em 1851, foi promovido a coronel e classificado no Estado Maior do Exército. O título de Barão de Itapecuru-Mirim, concedido por Dom Pedro I por Decreto de 18/10/1829, foi renovado, com grandeza, por D. Pedro II (Decreto de 7/4/1846). Também era dignitário da Imperial Ordem do Cruzeiro, sendo ainda agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem de São Bento e Avis. Faleceu em 9/4/1854.”

SILVA, L. A. V. da. Chega José Félix Pereira de Burgos ao Maranhão com a Patente de Governador das Armas – Revolução de 1º de Junho – Contra-revolução: morte do Capitão Carlos Burgos e prisão de José Félix Pereira de Burgos. In:___. História da Independência da Província do Maranhão 1822-1828. 2. ed. Rio de Janeiro: Companhia Editora Americana, 1972. cap. 12. p. 274. (Nota 114).

“As lideranças políticas da capital e da ribeira do Itapecuru estavam profundamente ligadas por laços de sangue. José Félix Pereira de Burgos, filho de Ana Tereza Belfort, após formar-se em Matemática e Filosofia em Coimbra, voltou ao Maranhão em 1807, assumindo seu posto no regimento de linha do Itapecuru, chegando ao posto de sargento-mor, sob as ordens do cunhado de sua mãe, o mestre de campo Aires Carneiro Homem de Souto Maior. Herdeiro de propriedades rurais deixadas por seus pais e na mesma trilha dos fazendeiros da época, alargou seus domínios para as bandas do Coroatá onde adquiriu novas propriedades. Sua ascensão na carreira militar se fez mais rápida após o consórcio com uma das filhas de seu comandante, Rita Carneiro Homem de Souto-Maior, sua prima. A união durou pouco devido à morte prematura da jovem, mas logo o militar contraiu novas núpcias, com outra das filhas de Aires Carneiro, Mariana, cuja cerimônia foi realizada na fazenda de José Félix, em Coroatá, frguesia de N. Sra. das Dores do Itapecuru-Mirim.” (MOTA, 2007, p. 121-122)

“José Félix Pereira de Burgos, uma vez desembaraçado do processo no Rio de Janeiro, foi aquinhoado pelo imperador com o governo da província do Pará, ocupando-o até 1828. Em 1829, Burgos recebeu do Imperador o título de barão de Itapecuru-mirim. Também foi dignitário da Imperial Ordem do Cruzeiro e agraciado com o Grau de Cavaleiro da Ordem de São Bento de Avis. José Félix Pereira de Burgos seguiu sua carreira militar no Rio de Janeiro quando foi ministro da guerra (1835), diretor do arsenal da guerra (1844), diretor da fábrica de ferro de São João do Ipanema (1845). Em 1851, foi promovido a coronel e classificado no Estado Maior do Exército brasileiro” (MOTA, 2007, p. 124)

MOTA, A. da S. A dinâmica colonial portuguesa e as redes de poder local na Capitania do Maranhão. 2007. 188 f. Tese de Doutorado. (1. Maranhão – História – Período Colonial. 2. Família -História – Maranhão.). Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.

“José Félix Pereira de Burgos, Barão de Itapecuru-Mirim. A Baronesa, Dona Mariana Carneiro Pereira de Burgos, era também maranhense. O casal teve três filhas: Maria Rita Leocádia, Rita Adelaide e Maria Emília Carneiro Pereira de Burgos”.

SILVA, L. A. V. da. O Coronel Antônio de Sales Nunes Belfort tem ordem de recolher-se à capital – É nomeado Comandante Geral de Itapecuru-Mirim o Tenente-Coronel José Félix Pereira de Burgos – Outras demissões – A Junta faz reforçar a guarnição da vila – Os independentes sitiam Caxias – Ataque de Itapecuru-Mirim – Capitulação do Tenente-Coronel Ricardo José Coelho – Eleição dos primeiros membros da Junta Independente do Governo da Província. In:___. História da Independência da Província do Maranhão 1822-1828. 2. ed. Rio de Janeiro: Companhia Editora Americana, 1972. cap. 6. p. 141.