José Maria da Silva Campos e Melo

Pertencente a uma família que se destacou durante as guerras civis, pelo apoio dado à causa liberal;

José Maria Campos Melo, foi um dos mais importantes industriais da região da Covilhã.

Um dos fundadores da Fábrica Campos Melo, juntamente com o irmão, Visconde da Coriscada e sócio Gregório Nunes Geraldes.

FÁBRICA CAMPOS MELO

Foi a sede de um grupo empresarial, que marcou profundamente a história dos lanifícios, tanto a nível regional, como a nível nacional.

Juntamente com a Companhia Nacional de Lanifícios, a Fábrica Mendes Veiga, e a de Custódio e Silva, era das poucas com mais de 100 operários.

A partir de 1845, os irmãos José Maria da Silva Campos Melo e Francisco Joaquim da Silva Campos Melo, (1º Visconde da Coriscada), instalam a empresa que detinham desde 1835, na Rua Direita. Adquirem um engenho no Sítio da Califórnia (Engelho dos Mello), que passa a ser explorado sob a designação comercial de “Gregório Nunes Geraldes & Sócios” desde 1844.

Em 1851, adquirem o complexo industrial denominado "Fábrica Velha", após um incêndio destruir as instalações desta empresa. O Complexo é submetido a uma reconstrução total.

A Fábrica Velha era na época, um antigo espaço arqueológico-industrial covilhanense, nas margens da Ribeira da Carpinteira; local onde em 1677, sob intervenção do 3.º Conde da Ericeira, se instalou a Fábrica Nacional de Sarjas e Baetas.

Em 1864, encontravam-se já criadas as firmas “Mello Geraldes & Cª.”, com uma fábrica completa, na Ribeira da Carpinteira, e onde laboravam 244 trabalhadores e a “Campos Mello & Irmão”, especializada em acabamentos, com 57 trabalhadores.

A empresa é difundida a nível nacional, criando casas filiais e depósitos em várias cidades, nomeadamente em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga e Santarém, dinamizadas pelos irmãos Campos Melo, enquanto que a direcção fabril se encontrava a cargo de Gregório Nunes Geraldes.

A 28 de Março de 1864, José Maria de Campos Melo é condecorado pelo Governo de sua Majestade D.Luis l, com o grau de Comendador de Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo.

José Maria Campos Melo, morre a 3 de Março de 1866, deixando em testamento, 1.500$000 Reis à Misericórdia da cidade da Covilhã.

O seu filho José Maria Veiga da Silva Campos Melo, continuará o seu trabalho, tornando-se também ele um destacado industrial no seu tempo, introduzindo novos mecanismos e aperfeiçoamentos no fabrico de panos.

Em 1881 a fábrica empregava já 460 operários.

Em 1889 é distinguida com a medalha de prata, na Exposição Internacional de Paris.

Em 1891, foi uma das quatro fábricas visitadas na Covilhã, pela comitiva real, a quando da inauguração do caminho-de-ferro. Em 1892 passou também a produzir fardamentos para o exército.

Em 1908, de sociedade familiar, transformou-se em sociedade por quotas, de responsabilidade limitada, sendo transferida a sede da administração da empresa para Lisboa.

Na década de 40 do séc. XX, houve um último esforço de modernização ,no âmbito do Plano Marshall, transformando a fábrica numa empresa modelo, a nível nacional; além de nova maquinaria, incluíu ainda uma renovação da fachada do edificío, com projecto da autoria de Alexandre Lopes Galvão.

Filhos:

-José Maria da Veiga da Silva Campos casado com Maria da Luz da Silva Campos e Melo

-Carolina Eugénia da Silva Campos casada com Francisco Joaquim da Silva Campos Melo

- Maria Adelaide da Silva Campos casada com António Pessoa Amorim Navarro

-Maria Emilía da Silva Campos Melo casada com Manuel Nunes Geraldes

-Maria Emília da Silva Campos * casada com Daniel António da Silva

-Carolina Augusta da Silva Campos

Referências:

http://mafiadacova.blogspot.com/2011/02/new-blog-on-blockcovilharev...

"Commercio e Industria" Lisboa 1884

http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=193137