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About Justa Rodrigues
O Convento de Jesus de Setúbal foi fundado por Justa Rodrigues Pereira, ama de D. Manuel, em 1490, ainda no reinado de D. João II. É este monarca quem no ano seguinte, após visita às obras, assume o encargo das mesmas e manda ampliar consideravelmente o projecto inicial (com novos alicerces e segunda fundação), entregando a condução das obras a Diogo de Boitaca, que aqui realiza o seu primeiro trabalho no país. A primeira cabeceira da igreja estaria concluída em 1495, aquando da morte de D. João II; o corpo foi terminado pouco tempo depois, contando já com o patrocínio de D. Manuel, que determinou serem erguidas três naves abobadadas, em vez da projectada nave única com tecto de madeira. A ocupação do convento anexo pelas freiras clarissas, em meados de 1496, atesta da rapidez com que a obra avançou, embora a cabeceira joanina ainda tenha sido refeita, por se considerar demasiado pequena, na primeira década de quinhentos. O conjunto conventual ergue-se no que era então zona extra-muros do burgo, conforme hábito dos edifícios mendicantes; a sua fachada recebeu considerável nobilitação com a doação feita por D. Jorge de Lencastre, filho bastardo de D. João II e Mestre da Ordem de Santiago, do extenso terreno fronteiro, ainda na primeira metade do século XVI, onde mandou erguer um cruzeiro (originalmente situado em frente da cabeceira da igreja). O largo assim caracterizado mantém-se até hoje de forma praticamente inalterada, permitindo uma melhor leitura do edifício, apesar da densa urbanização que o envolve (SILVA, J. Custódio Vieira, 1990, p. 56). A igreja apresenta alçados baixos, robustos e contrafortados, de acordo com a necessidade, surgida após a intervenção manuelina, de reforçar os panos murários de forma a suportar a abóbada de pedra. Entre dois contrafortes levanta-se o portal inscrito em gablete, voltado a Sul, e decorado com alusões ao modelo de vida conventual e à ordem franciscana, bem como, provavelmente, à própria fundadora, pela repetição da letra Y, alusão cristológica (a letra, equivalente ao J, representa o nome de Jesus) mas que remete igualmente para o nome de Justa Rodrigues. Rasgam-se ainda, na fachada principal, um janelão na nave e outro, maior e muito decorado, iluminando a capela-mor. O corpo da igreja liga-se ao quadrado da capela-mor, mais elevado em alçado, e coberto por uma impressionante abóbada estrelada em dois tramos; as suas elegantes nervuras curvas são talvez das primeiras usadas no país (PEREIRA, Paulo, 1995, p. 48). Na nave central, a solução escolhida pelo mestre construtor para lançar a abóbada é testemunha da tardia opção que esta representou: as mísulas de suporte da mesma foram colocadas um pouco acima dos capiteis das colunas da nave, projectada para apoiar um tecto de madeira, e foram então unidas a estes por meio de finos colunelos prismáticos, sem efeito estrutural, destinados apenas a harmonizar o conjunto. Uma das suas mais atraentes e singulares características, representando solução pioneira, é justamente a unidade do espaço, com as três naves abobadadas à mesma altura, permitindo uma iluminação uniforme do interior, ao modo das igrejas-salão; outra será a utilização, francamente original, de colunas formadas por três toros enrolados, evocando o modelo e o simbolismo da coluna salomónica, ou remetendo mais directamente para o dogma da Trindade (PEREIRA, J. António Baptista, 1989, p. 25). O peso da abóbada e as alterações do plano inicial justificam ainda a estreiteza das naves laterais, destinadas a aumentar a dignidade do templo, e a sua cobertura com meias abóbadas de canhão, funcionando como arcobotantes (PEREIRA, Paulo, 1995, p. 48) que se conjugam com os contrafortes da fachada. O sistema de sólida contrafortagem repete-se no claustro quadrangular, cujo chafariz central é já seiscentista. Também no início do século XVII foram fechadas as galerias do andar superior do claustro, e abertas as janelas que hoje se vêem. SML
Fonte: Governo de Portugal - Secretaria de Estado da Cultura - Patrimônio Cultural - Igreja do antigo Mosteiro de Jesus e claustro, incluindo a primitiva casa do Capítulo
http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pe...
Existem evidências de que Justa tenha sido a inspiração do poema "Justa fue mi perdición," depois musicado, tornando-se uma canção popular durante os séculos XV e XVI. O poema teria sido escrito pelo companheiro de longa data, D. João Manuel.
MacPherson, Ian (January 1985). "Secret Language in the Cancioneros: Some Courtly Codes". Bulletin of Hispanic Studies.
https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/1475382852000362051
A canção e a letra:
https://www.youtube.com/watch?v=0z3lzdOMijs
"Justa fue mi perdiçion
de mis males soy contento
ya no espero galardon
pues vuestro mereçimiento
satisfizo a mi pasion.
Es vitoria conosçida
quien de vos queda vençido
quen perder por vos la vida
es ganado el ques perdido
pues lo consiente Razon
consiento mi perdimiento
sin esperar galardon
pues vuestro mereçimiento
satisfizo a mi pasion."
Na sua mocidade manteve uma relação amorosa com Frei D. João Manuel, frade carmelita e bispo de Ceuta e da Guarda, de quem teve dois filhos, João Manuel e Nuno Manuel, legitimados por Carta Real de 15 de Novembro de 1475, como filhos de D. João, bispo da Guarda, do Conselho, e de Justa Rodrigues, mulher solteira, sendo a legitimação feita a pedido de seus pais.
Artigo: Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas, O testamento de Justa Rodrigues, ama de El-Rei D. Manuel e fundadora do Mosteiro de Jesus de Setúbal
https://web.archive.org/web/20080501121429/http://www.instituto-por...
"De uma Justa Rodrigues Pereira, «mulher solteira» e nobre, que depois fundou o Mosteiro de Jesus, em Setúbal, «em que acabou com vida exemplar» e com quem, sendo moço, o bispo «teve trato», houve dois filhos: D. João Manoel, alcaide-mor de Santarém, mordomo-mor de D. Manuel I e embaixador em Castela, e D. Nuno Manoel, guarda-mor do rei D. Manuel, almotacé-mor e senhor de Salvaterra de Magos. Ambos foram legitimados por D. Afonso V, em 1475, e tiveram copiosa e ilustre descendência."
Felgueiras Gayo, Nobiliário das Famílias de Portugal (Braga: Carvalhos de Basto, 1989), vol. VI, p. 544.
Justa Rodrigues's Timeline
1441 |
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Portalegre, Portalegre, Portugal
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1466 |
1466
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1469 |
1469
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Reino de Portugal
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1514 |
1514
Age 73
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