Ludovina Clara dos Santos

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About Ludovina Clara dos Santos

LUDOVINA CLARA DOS SANTOS

No último quartel do século dezoito, nasceu no Arraial de São Luiz e Santana das Minas do Paracatu, Ludovina Clara dos Santos, filha de pais ignorados, provavelmente gente do povo, de origem humilde. Em 1803, tem um filho natural, Teodósio Manuel Soares de Souza. O pai do menino, Antônio Carlos Soares de Souza, era filho do último Guarda - mor das Minas do Paracatu, o português Francisco Manuel Soares de Souza Viana e de Romana Francisca de Moura Portela, família das principais do lugar. Dentre seus irmãos, José Antonio Soares de Souza, nascido em Paracatu em1780, tornou-se médico pela Universidade de Paris em 1809, e foi o pai do Visconde do Uruguai, Paulino José Soares de Souza; outro irmão, Bernardo Belizário Soares de Souza, nascido em 1799, foi advogado e desembargador do paço imperial, deputado provincial pelo Rio de Janeiro. Foi o pai do Conselheiro do Império Francisco Belizário Soares de Souza. Portanto, o menino Teodósio, embora sem a presença da mãe, foi criado em uma família de homens letrados e cultos, tendo, por conseguinte, uma educação esmerada. Estudou as primeiras Letras e Gramática Latina em Paracatu com o professor padre João Gaspar Esteves Roiz, notável latinista. Posteriormente, tornou-se advogado, formado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco de São Paulo, em 1835. Nomeado o primeiro juiz de direito de Paracatu em 1838, participou ativamente dos embates políticos na cidade entre liberais e conservadores, ele do grupo conservador. Foi casado com sua prima Francisca Soares de Sousa, e em 1870 já era falecido. Voltando à Ludovina Clara dos Santos, ela vai aparecer no Arraial de Desemboque,quando tem o filho Antônio Elói Casimiro de Araújo,futuro Barão da Ponte Alta, fruto de seu relacionamento sacrílego com o Cônego Hermógenes Casimiro de Araújo Brunswick, natural do Serro do Frio, filho do português Manoel Ferreira de Araújo e de Joaquina Rosa de Santana. O cônego Hermógenes, nascido em 20 de Abril de 1785 foi ordenado padre em 1810 em São Paulo, se fixando no Arraial de Desemboque, onde foi pároco durante 47 anos, até sua morte em 1861. Homem culto foi professor, advogado provisionado e político. Latifundiário, dono da fazenda Nova Suécia, onde morava com a família, foi um típico sacerdote dos sertões mineiros, sendo um dos pioneiros desbravadores do Sertão da Farinha Podre. Tenente coronel da Guarda Nacional foi vereador em Desemboque, deputado provincial e geral do Império, entre os anos de 1850 e 1861. Em 1822 foi eleito deputado às côrtes de Lisboa, mas não tomou posse, porque Minas se recusou a enviar seus representantes devido a independência do Brasil. Como a maioria dos padres de sua época, teve nove filhos naturais com mulheres diferentes, reconhecendo todos eles. Com Ludovina, houve outros filhos, mas vamos citar somente a filha Maria Casimira de Araújo Sampaio, que foi a mulher do Tenente coronel Antonio Borges de Sampaio, considerado o primeiro historiador de Uberaba e biógrafo do Barão da Ponte Alta, seu cunhado. O coronel Sampaio, omitiu a verdadeira paternidade tanto de sua mulher, como a do Barão, citando-os como filhos naturais de Ludovina. Ignoramos as razões para tal atitude. Quanto a Antônio Elói Casimiro de Araújo, sabe-se que ele nasceu em 16 de maio de 1816 no Arraial de Desemboque, que teve somente instrução primária, e jovem ainda, radicou em Uberaba, onde casou com Marcolina Florinda da Silva e Oliveira, filha de Joaquim da Silva e Oliveira, considerado o homem mais rico do Brasil Central à época. Na sesmaria da Ponte Alta, fundou a fazenda Correguinho, próspera na criação de gado e lavouras, bem como no fabrico de produtos agrícolas de largo consumo. Comerciante, estabeleceu um entreposto na Ponte Alta, que era passagem obrigatória de mercadorias de São Paulo destinado a região e a Goiás. Tornou-se um verdadeiro potentado naquela vasta e rica área do sertão mineiro. Foi líder do partido liberal, ocupando diversos cargos nas esferas do poder em Uberaba. Na área militar, foi alferes e coronel da Guarda Nacional, tendo participação importante na Guerra do Paraguai. Deputado provincial em uma legislatura. Agraciado com as comendas da Ordem de Cristo, de Oficial da Ordem da Rosa, e finalmente por decreto imperial de 1879, com o título de Barão da Ponte Alta, pelos relevantes serviços prestados ao governo imperial. Casou duas vezes, e teve dezessete filhos de ambos os leitos. Faleceu em 1903. Mas, qual a relação entre as biografias desses personagens e Ludovina Clara dos Santos? Em primeiro lugar pelo simples fato de ela ter sido companheira, mãe e sogra das pessoas aqui mencionadas. Em segundo lugar, e não menos relevante, pelo fato de ela ser mais uma entre inúmeras mulheres de seu tempo, que viveram no sertão das Minas Gerais, subjugadas aos valores predominantemente patriarcais, de submissão e aceitação do “status quo” vigente na época. Assim como Dona Beja, cuja trajetória é semelhante, embora tenha alcançado certa projeção social, Ludovina, que passou a vida na obscuridade com a única função de procriar, teve relacionamentos com homens de boa condição social, e com padre que não respeitava o celibato, formando família, sob a complacência da igreja e do estado. Em geral eram mulheres oriundas de extrato social precário, sem nenhuma perspectiva de futuro, entregues à própria sorte, e que vislumbravam nesses relacionamentos a perspectiva de um trampolim para “subir na vida”. Ludovina Clara dos Santos, natural de Paracatu, em que se pese a escuridão que cerca a maior parte de sua vida, teve pelo menos o consolo de ter parido homens que se tornaram ilustres, e que contribuíram cada um a sua maneira com o desenvolvimento de sua comuna. Um deles letrado e culto, com formação superior; o outro, com instrução primária, Coronel do Sertão, mas com rara percepção para o comércio e capacidade para o trabalho, bem como para a política, foi um importante fator agregador e propulsor do desenvolvimento de toda uma rica região, antes denominada Sertão da Farinha Podre, hoje o próspero Triângulo Mineiro. Não sabemos onde e quando Ludovina Clara dos Santos morreu. A sua importância e a sua memória se deve aos filhos que concebeu. Não importa que ela não tenha convivido com o filho letrado, que deixou no Paracatu do Príncipe. Não importa se o filho Barão não tenha pertencido à nobreza brasileira por linhagem de sangue. Simplesmente ele foi Barão por merecimento, devido aos serviços relevantes prestados a sua pátria. O que importa é que Ludovina Clara dos Santos, filha de povoadores do ouro do antigo Arraial de Paracatu, foi uma grande mulher. Fontes consultadas: 1 – Uberaba: história, fatos e homens, Antônio Borges de Sampaio, Academia de Letras do Triângulo. 1971; 2 – Revista do Arquivo Público Mineiro; 3 – Memória Histórica de Paracatu, Olímpio Gonzaga, 1910; 4 – Folhas Antigas, manuscrito de Gastão Salazar Pessoa. 5 – Alunos antigos, www.arcadas.org.br; Texto: José Aluísio Botelho.

Fonte: http://araposadachapada.blogspot.com.br/2010_09_01_archive.html

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Ludovina Clara dos Santos's Timeline

1791
1791
Paracatu, State of Minas Gerais, Brazil
1810
1810
1816
May 16, 1816
Desemboque, Minas Gerais, Brazil
May 16, 1816
Desemboque, Minas Gerais, Brasil
1824
April 24, 1824
Desemboque, Sacramento, State of Minas Gerais, Brazil
1826
1826
Desemboque, Minas Gerais, Brasil
1828
1828
Desemboque, Sacramento, Minas Gerais, Brazil