Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco

O pai de Camilo, Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco, de alcunha hereditária "O Brocas", nasceu em Vila Real de Trás-os-Montes, em 1778. Estudou em Coimbra com um dos seus sete irmãos, Simão Botelho, onde foi autor de vários distúrbios. Em 1880 esteve como cadete no Regimento de Cavalaria de Miranda, mas desertou pouco tempo depois. Andou por Espanha até acabar com os recursos. De regresso a Portugal, envolveu-se, na cidade de Viseu, em actividades fraudulentas da família, com a cobertura do pai que exercia o cargo de juíz de fora. Em 1805 foi preso por deserção na Cadeia da Relação do Porto, de onde saiu por influências do pai. Manuel viveu em Vila Real até 1820, transferindo-se para Lisboa na companhia de Jacinta Rosa, de quem teve dois filhos. Pela morte desta, e vivendo em mancebia com Balbina Cândida, foi chamado, em 1830, para o cargo de correio assistente de Vila Real de Trás-os-Montes. O emprego não durou mais de um ano, por alegadas fraudes, e em 1831 Manuel estava de volta a Lisboa com os dois filhos e a manceba. Mudou a sua residência da Rua do Carvalho para a Rua dos Douradores, no Bairro Alto. Ao longo da sua vida foi um mulherengo que deu várias madrastas aos seus filhos. A última chamava-se Maria Carlota ou Carlota Joaquina. A sua morte data de 22 de Dezembro de 1835, na capital, na freguesia de Santa Justa, na Rua dos Douradores, 29. Segundo alguns, Manuel morreu de cólera, no entanto, outros, incluindo o filho, alegam que morreu louco. A morte do pai ocorreu quando Camilo tinha, apenas, dez anos e não lhe passou despercebida. Apesar dos devaneios, Manuel não deixou a sua prole desamparada. Está sepultado no Alto de São João.