Matching family tree profiles for Mariana Victoria of Spain, Queen consort of Portugal and the Algarves
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àcerca (Português)
Primeiros Anos
Mariana Vitória nasceu no Real Alcázar de Madrid e foi lhe dado seu nome em homenagem a sua avó paterna, Maria Ana Vitória de Baviera. Era Infante da Espanha por nascimento e filha mais velha de Filipe V da Espanha e de sua segunda esposa Isabel Farnésio. Na altura de seu nascimento, Mariana Vitória era a quinta na linha de sucessão ao trono espanhol atrás de seus meio-irmãos, o infante Luís, Príncipe das Astúrias, o infante Fernando, o infante Pedro, assim como seu irmão Carlos. Mariana foi a irmã favorita de Carlos, sendo chamada por este afectuosamente de "Marianina". Como uma infanta de Espanha, detinha o estilo de Alteza Real.
Noivado com Luís XV de França
Após a Guerra da Quádrupla Aliança, França e Espanha decidiram reconciliar-se mediante a um casamento entre a infanta Mariana Vitória com seu primo, o jovem rei Luís XV de França. Organizado por Filipe II, Duque de Orleães, regente da França durante a menoridade de Luís, o casamento fazia parte de uma série de alianças que também incluía o casamento de Luísa Isabel e Filipina Isabel de Orleães, ambas filhas do regente, com o Príncipe das Astúrias e o infante Carlos, respectivamente.
O embaixador francês, Luís de Rouvroy, Duque de São Simão, pediu a mão de Mariana Vitória em nome de Luís em 25 de novembro de 1721. A troca da jovem infanta teve seu lugar na Ilha dos Faisões, local onde os seus antepassados Luís XIV de França e Maria Teresa da Espanha tinham-se encontrado pela primeira vez antes do casamento. Mariana Vitória chegou a Paris no dia 2 de março de 1721, houve celebração e a mesma se instalou-se no Palácio do Louvre. Na França ela era chamada de l'infante Reine ("a Infanta Rainha"). Como era jovem demais, deveria atingir uma idade mais madura para se casar. Mariana Vitória era admirada e popular na corte, todavia seu marido o rei evitava a presença dela.
De acordo com a mãe do regente, Isabel Carlota do Palatinado, Mariana Vitória era a "coisa mais doce e mais bonita" e tinha grande inteligência para sua idade. Sua educação foi confiada aos cuidados de Madame de Ventadour, antiga governanta de Luís XV, e de Maria Ana de Bourbon, filha ilegítima de Luís XIV e Louise de La Vallière. Em fevereiro de 1723, Luís XV atingiu a maioridade e, assim, a regência chegou ao fim.
Sob a influência do primeiro-ministro Luís Henrique, Duque de Bourbon e a amante deste, Madame de Prie, foi decidido enviar a menina de sete anos novamente para a Espanha em 11 de março de 1725. O duque de Bourbon queria manter sua influência sobre o jovem Luís XV e ofereceu sua irmã Henriqueta Luisa de Bourbon como uma esposa em potencial, que ao contrário de Mariana Vitória, tinha idade suficiente para conceber um herdeiro ao trono.
A notícia foi muito mal recebida na Espanha, que decidiu enviar também de volta a França Luísa Isabel de Orleães, cujo marido tinha falecido após reinar como Luís I de Espanha durante apenas sete meses. Como seu casamento não havia sido consumado Luísa Isabel foi enviada de volta para a França, juntamente com sua irmã Filipina Isabel. Mariana abandonou Versalhes em 5 de abril de 1725 e viajou novamente para a fronteira e seguiu seu retorno para a Espanha. Posteriormente Luís XV casou-se com Maria Leszczyńska, filha de Estanislau I Leszczyński, rei deposto da Polónia. A irmã de Mariana Vitória, a infanta Maria Teresa Rafaela, casou-se com o filho de Luís XV em 1745 para tranquilizar a insultada corte espanhola.
Casamento
Em 1725, manifestou seu pai, Filipe V, o desejo de estabelecer uma aliança entre as coroas de Espanha e Portugal, a que estaria ligado o casamento de sua filha com D. José, herdeiro do trono português. Para tratar do assunto em Madrid, o rei D. João V nomeou José da Cunha Brochado, que também foi incumbido resolver questões pendentes entre os dois países, e Pedro Homem de Mariz Sarmento.
Para evitar novas controvérsias e fortalecer ainda mais a aliança que se pretendia, a diplomacia espanhola propôs então um duplo matrimónio: para além do casamento entre o príncipe herdeiro espanhol e Maria Bárbara, o príncipe herdeiro português poderia casar com a regressada Mariana Vitória. João V aceitou a proposta, e dois anos mais tarde, tendo os príncipes e infantas chegado a idade um pouco mais crescida, firmaram-se então os acordos pré-nupciais: o Príncipe do Brasil e Mariana Vitória a 27 de dezembro de 1727, e o Príncipe das Astúrias e Maria Bárbara de Portugal a 11 de janeiro de 1728.
Por fim, após demorada preparação, a Troca das Princesas realizou-se a 19 de janeiro de 1729. A troca foi feita no rio Caia, que faz fronteira entre Elvas no Alentejo, em Portugal, e Badajoz na Extremadura, em Espanha. A cerimónia fez-se literalmente a meio do rio, numa grande ponte-palácio de madeira ricamente decorada construída para a ocasião, com vários pavilhões em ambas as margens também. Praticamente toda a Corte participou, tendo todas as vilas e lugares entre Lisboa e Elvas sido enfeitadas com arte efémera, tal como arcos triunfais, jardins artificiais, fontes, etc., para receber os imensos cortejos na ida e na volta da fronteira. As preparações para a troca das princesas foram de tal modo detalhadas que já em Janeiro de 1727 a Coroa colocava encomendas de berlindas em Paris, e pedia contribuições extraordinárias dos quatro cantos do império para financiar todo o esplendor desejado ― incluindo da Capitania de Minas Gerais no Brasil.
De notar que todo este panorama de arte efémera se voltou a registar meio século mais tarde, aquando do novo consórcio duplo entre Portugal e a Espanha em 1785, com os casamentos do então apenas João e da irmã, Maria Ana Vitória, e foi descrito recentemente em pormenor.
Rainha de Portugal
Em 1750, falecia D. João V, e o marido de D. Mariana Vitória subia ao trono. A rainha tinha então trinta e dois anos e D. José I, trinta e seis anos.
O reinado do marido de Mariana Vitória é sobretudo marcado pelas políticas do seu secretário de Estado, o Marquês de Pombal, que reorganizou as leis, a economia e a sociedade portuguesa, transformando Portugal num país moderno. Em 1755, um terremoto abateu-se sobre Portugal na manhã do dia 1 de novembro (dia de Todos os Santos) de 1755. Nesta data, Lisboa foi abalada por um violento tremor de terra, com uma amplitude que em tempos actuais é estimada em cerca de nove pontos na escala de Richter. A cidade foi devastada pelo tremor de terra, pelo maremoto e ainda pelos incêndios que se seguiram. Isto piorou ainda a mais a saúde mental do marido de Mariana Vitória.
Na sequência do terramoto, em setembro de 1758, a carruagem do rei foi alvejada quando esse voltava da casa de sua amante, a esposa do Marquês de Távora. O monarca foi ferido e a rainha assumiu como regente. As investigações, durante o mês de dezembro, acusaram membros da alta nobreza, os quais foram imediatamente presos; entre eles integrantes da família dos Távoras (o número total de prisioneiros chegou a mais de mil, a maioria dos quais jamais foi julgada formalmente). Em 12 de janeiro de 1759, o José de Mascarenhas da Silva e Lencastre, então Duque de Aveiro, e diversos membros da família dos Távoras foram condenados à morte.
Regência
Quando seu marido foi declarado inapto para governar em 1774, devido a loucura, D. Mariana Vitória foi proclamada regente, uma posição que manteve até à morte de seu marido. Após isso, ela tornou-se regente de sua filha, futura D. Maria I. Quando a filha assume o poder, D. Mariana Vitória tentou melhorar as relações com a Espanha que era governada por seu irmão mais velho, Carlos III. Os dois países estavam em conflito em relação a posses territoriais nas Américas. Deixando Portugal, D. Mariana Vitória viajou para a Espanha, onde permaneceu por pouco mais de um ano, residindo entre o Palácio Real de Madrid e o Palácio Real de Aranjuez.
Por influência da rainha, assinou-se em 1778 o tratado que estipulou dois casamentos: o do infante Gabriel, filho de Carlos III, com a sua neta D. Maria Ana Vitória, e o da infanta Carlota Joaquina, neta mais velha de Carlos III, com o infante D. João, futuro D. João VI.
Morte e Legado
Enquanto se encontrava em Espanha, D. Mariana Vitória teve um ataque de reumatismo e foi confinada a uma cadeira de rodas por algum tempo. Regressou a Portugal em novembro de 1778. Mariana Vitória morreu na Real Barraca da Ajuda, um edifício onde hoje é o actual Palácio Nacional da Ajuda. Foi primeiramente sepultada na Igreja de São Francisco de Paula em Lisboa, a qual mandou restaurar. Foi depois trasladada para o Panteão Real da Dinastia de Bragança da Igreja de São Vicente de Fora também em Lisboa.
D. Mariana Vitória era a madrinha de Maria Antonieta, futura rainha da França, que nasceu um dia após o Terremoto de Lisboa que devastou a cidade. Mariana Vitória tem descendentes que vão desde o presente Rei de Espanha, Rei da Bélgica, ao Grão-Duque de Luxemburgo. Em 1822, seu bisneto D. Pedro de Bragança tornou-se o primeiro Imperador do Brasil.
Mariana Victoria of Spain, Queen consort of Portugal and the Algarves's Timeline
1718 |
March 31, 1718
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Real Alcázar de Madrid, Madrid, España (Spain)
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May 24, 1718
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Royal Alcazar of Madrid, Madrid, Madrid, Comunidad de Madrid, Spain
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1734 |
December 17, 1734
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Lisbon, Portugal
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1736 |
October 7, 1736
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Paço da Ribeira, Lisboa, Portugal
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1739 |
September 21, 1739
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Paço da Ribeira, Lisboa, Portugal
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1746 |
July 25, 1746
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Paço da Ribeira, Lisboa, Portugal
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