Melchisedech de Sousa Amado de Faria

Melchisedech de Souza Amado de Faria nasceu em Itaporanga aproximadamente em 1867, primeiro filho de José Amado "Taporanga", o Padim Amado, casou-se aos 19 anos com Ana de Lima Azevedo Souza Ferreira, a Donana, ou "a mocinha do sobrado" como ela era conhecida aos 16 anos, onde vivia com os avós paternos em Estância, já que a mãe viúva não tinha condições de criá-la. Ao casar, Melk se estabelece em Estância e fez questão que a sogra Maria Rosa de Lima, a Mãequinha fosse morar com eles. O casal teve 15 filhos. Em Estância nasceram Gilberto, Iaiá, Petina e Gileno. A família se transfere para Itaporanga e lá nasceram Maria Zulmira, Genoline, falecida antes de completar 7 anos, Gentil, Gildo, Gillete, Genolino, Gildásio e Genne. O caçula Gennyson nasce em Aracaju para onde a família posteriormente se transfere e Giuseppe nasce em Estância em períodos de "tempos fora".

Melk era comerciante e chefe político dos "cabaús" em Itaporanga, facção que tinha o apoio do governo estadual sob a oligarquia do Monsenhor Olímpio de Campos.

Em agosto de 1906, Fausto Cardoso, que havia sido eleito deputado federal com expressiva votação, lidera uma revolta popular e depõe o presidente do estado Guilherme Campos. Do prédio da Alfândega onde se recolhe junto com o Monsenhor Olímpio, Guilherme Campos telegrafa ao Presidente da República Rodrigues Alves informando a desordem popular. O Presidente Rodrigues Alves, então ordena o Ministro da Guerra que enviasse a Aracaju um dos batalhões estacionados na Bahia.

Em Itaporanga os adversários de Melk, conhecidos como os "pebas" se agitavam em torno da figura de Firmino Barreto, a vila fervia, Melk preocupado, evitou provocações até que Donana, grávida, recebe um bilhete de um capanga de Firmino. Pressentido o perigo, ela convence o marido a ir para a capital apoiar o presidente deposto. Há violências em Aracaju e cidades vizinhas.

No dia 28 chega o exército de návio, Fausto Cardoso convidado a se retirar do Palácio, desce a escadaria com insultos ao Exército e a soldadesca presente. Um tiro de fuzil é disparado. Coberto de sangue, Fausto pede água e sussurra agonizante "Bebo à alma de Sergipe"*. O presidente é reposto e Melk retorna a cavalgada com seus correligionários para Itaporanga, onde Donana conta a verdade.

Fonte: Um Menino Sergipano, Genolino Amado

• Manuel Cabral Machado