Ozorio Dias da Fonseca

Senhor de Figueiró da Granja S. Eufémia, Vieira, Arcos, Penaforte, e outras muitas terras, e sua mulher Brites da Fonseca neste ttº § 41 N 7

Escudeiro , Viveu em Trancoso, onde terá sido escudeiro e foi coudel de Figueiró da Granja, podendo ter tido as quintãs de Figueiró da Granja de Stª Eufémia de Matança, mas não o senhorio destas terras.

Casado cerca 1429 com

Brites da Fonseca, nascida cerca 1410 - na Torre do Sabugal, falecida

Ozorio Dias senhor de Figueiró da Granja e outros lugares, 2º marido de Brites da Fonseca filha de Afonso Vasques da Fonseca (Felgueiras Gaio).

Osorio Dias filho de Diogo Osores foi fidalgo muito rico, senhor de Figueiró da Granja S. Eufémia Veira, Arco e Penaforte. Casou com Brites da Fonseca filha de A. Vaz da Fonseca (B) irmão do Marechal Gonçalo Vaz Coutinho (Alão de Morais).

Dosoiro Diaz viveu em Trancoso e foi coudel de Figueiró da Granja.

Com efeito, a 7.10.1455 D. Afonso V nomeou por 5 anos Dosoiro Diaz, morador em Trancoso, para o cargo de coudel de Figueiró da Granja, por o cargo se encontrar vago (CAV, 15, 130v).

Esta nomeação, teria ele já quase 60 anos, impede que tivesse aqueles senhorios. Embora pudesse ter sido alcaide por delegação de Gonçalo Vasques Coutinho, tio de sua mulher, Beatriz da Fonseca, com quem casou cerca de 1429, ou já por seu filho o 1º conde de Marialva.

De resto, naquela nomeação Dosoiro Diaz não é referido sequer como escudeiro e não poderia ser pessoa de estatuto elevado, pois de outra forma, em princípio, não teria sido nomeado coudel.

Com efeito, nas Cortes de Santarém de 1451 ficou determinado que cavaleiros e «pessoas poderosas» não pudessem ser coudel, cargo que passou a ficar oficialmente reservado a cidadãos e escudeiros das cidades, vilas e lugares em que eram nomeados, tendo-se então assistido à substituição de muitos coudeis por essa mesma razão.

Isto, embora esta determinação ou não foi cumprida com rigor ou levou muito tempo a implementar, pois mais de 20 anos depois documentam-se nomeações para coudel de indivíduos que na própria nomeação são ditos cavaleiros e até alcaides (mas das sacas).

O certo é que o estatuto de Osório Dias não passava de um escudeiro local, podendo ter as quintãs de Figueiró da Granja de Stª Eufémia de Matança, mas não o senhorio destas terras.

O estatuto da sua descendência deve-se sobretudo à mulher, Beatriz da Fonseca. Descendência essa que, aliás, usou o nome Fonseca/Coutinho e respectivas armas, não tendo Dosoiro Diaz nenhuma heráldica, a avaliar pelas cartas de armas dos descendentes (MAS).

Outras fontes: Pedatura Lusitana - 6 vols., Cristovão Alão de Morais, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1997, vol. II - pág. 242 (ttº Osórios da Fonseca)

PL, Alão de Morais, pub. Alexandre Vasconcelos e outros, 1ª Ed., Porto, 1943-1948, tomo II - vol. I - pág. 436 (ttº Osórios Fonsecas, § 1º, nº 4) (ver http://purl.pt/12118/3/hg-18219-v/hg-18219-v_item3/index.html#/440)

NFP, F. Gayo, Agost. Meirelles, 1ª Ed., Braga, 1938-41, vol. X - pág. 34 (ttº Coutinhos, § 41º, N 7) (ver http://purl.pt/12151/3/hg-40106-v/hg-40106-v_item3/index.html#/230)

NFP, F. Gayo, Agost. Meirelles, 1ª Ed., Braga, 1938-41, vol. XXI - pág. 189 (ttº Ozorios, § 1º, N 3) (ver http://purl.pt/12151/3/hg-40112-v/hg-40112-v_item3/index.html#/194)

Manuel Abranches de Soveral - Pinto, Moura Coutinho e Carvalho (ver http://www.soveral.info/mas/Pinto%20e%20Moura%20Coutinho.htm)

Uma relação genealógica do século XV, Manuel Rosado de Camões e Vasconcelos, Armas e Troféus, II Série, Tomo I, 1959, pág. 54

Genea Portugal (ver http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=248675)

Fontes

Pessoa: Nobiliário das Famílias de Portugal, Felgueiras Gayo, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989, vol. IV - pág. 34 (ttº Coutinhos, § 41º, N 7) e vol. VII - pág. 641 (ttº Ozorios, § 1º, N 3)