Rodrigo da Silveira, 3º conde de Sarzedas

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About Rodrigo da Silveira, 3º conde de Sarzedas

"Saindo pelas barreiras de S. Sebastião da Pedreira, estrada de Benfica, a uns tres quilómetros da praça do Comercio, e em linha recta com a mesma, chega-se aos mais lindos subúrbios de Lisboa, situados no ameno e excelentíssimo vale que vai correndo para o norte em direcção á serra de Cintra.

Logo ao sair das barreiras está a QUINTA DA PALHAVÃ. - Esta propriedade, ainda não ha muitos anos, era celebre pela espessura de seus bosques, pela grandeza dos jardins e preciosa colecção das suas plantas, pela abundância de estatuas e vasos de mármore que a decoravam, d'entre as quais algumas sobressaíam por excelência d'arte, e finalmente pela bondade e frescura de suas aguas.

Esta quinta e palácio foram fundados na segunda metade do século XVII por D. Luiz Lobo da Silveira, segundo conde de Sarzedas.

Seu filho terceiro conde do mesmo titulo, fez-lhe muitos aumentos, entre outros o grande portão da entrada principal, onde avultam as armas desta antiga e illustre família, que vindo a extinguir-se no século passado.

Reverteram os seus bens para os condes da Ericeira, creados posteriormente marqueses de Louriçal; e pela extinção d'esta casa sucederam nos seus morgados os srs. condes de Lumiares.

No palácio de Palhavã morreu em 7 de dezembro de 1663 a rainha D. Maria Francisca Isabel de Saboya, filha do duque de Nemours, e mulher del-rei D. Pedro II, tendo ido para alli convalescer.

Serviu também aquele palácio de residência aos príncipes D. Antonio, D. Gaspar, e D. José, filhos naturais mas reconhecidos del-rei D. João V (o segundo veiu a ser arcebispo de Braga, e o terceiro inquisidor geral de Lisboa), aos quais o povo apelidava <<menimnos de Palhavã>>, epíteto que lhes conservou ainda mesmo na velhice.

Durante a longa residência d'estes príncipes em Palhavã chegou a quinta ao seu maior esplendor, e mais esmerada cultura. Adornavam-se os seus jardins com a mais rica e bela colecção de plantas exóticas que então havia na capital. Depois da morte dos príncipes começou a decadência da quinta, que aumentou posteriormente á invasão francesa de 1808.

Porém a grande ruína d'esta propriedade foi causada pelas lutas durante o cerco de Lisboa de 1833, na guerra da restauração da liberdade.

Foi teatro de um mortífero combate na tarde e noite de 5 de setembro d'aquelle ano.

Palacio e quinta tudo foi assolado. Desde então progrediu a devastação até ao ponto de reduzirem a terras de trigo os seus bosques, pomares, e jardins.

Passado tempo alguns dos seus vasos e as figuras de mármore mais pequenas vieram ornar a varanda do jardim que se prolonga com o palácio do sr. conde de Lumiares, ao Passeio Publico.

Porém ainda lá se conservam algumas estatuas colossais, erguendo-se em meio de cearas, e lagos ornados de figuras, tudo feito em Italia, havendo entre estas obras de arte algumas produções do celebre escultor Bernini.

Esta propriedade foi comprada ha pouco pelos srs. condes de Azambuja, que se propõem a restaurar o palácio e quinta, conservando ao primeiro todas as suas feições primitivas."

in Archivo pittoresco : semanario illustrado, 6.º Ano, n.º 11, 1863

mais fotografias, in, http://paixaoporlisboa.blogs.sapo.pt/quinta-da-palhava-28239