Estudos revelam a origem dos judeus na Paraíba. Imóveis, como em Galante, têm a estrela de Davi na fachada.
Davi gerou Salomão, que gerou Roboão, que gerou Abias e assim sucessivamente até chegar a José, marido de Maria, mãe de Jesus Cristo. É o que relata a Bíblia ao comentar a mais famosa árvore genealógica da história. Essa, no entanto, não é a única descendência do rei Davi. Estudos judaicos revelam que a linhagem dele é numerosa e muitos deles vivem na Paraíba, sem se darem conta da linhagem real.
O pastor judeu Davi André Meneses, da congregação Beit Teshuva (Casa de Retorno), com sede em Campina Grande, explica que o número de descendentes do rei Davi, na Paraíba, é difícil de precisar, porém, pode ser verificado através dos sobrenomes. O principal exemplo é o da família Nunes, que, segundo estudo genealógico desenvolvido na Holanda, descende diretamente de Davi.
No caso dos Nunes, o patriarca da família foi o rabino Abraham Senior, que viveu na Espanha no final do século XV. Ele, que por tradição familiar era tido como descendente do rei Davi, foi obrigado pela Inquisição a se converter ao catolicismo em 1492 e, com isso, mudou o nome para Fernán Núñez Coronel. Isso não foi suficiente para mantê-lo na Espanha e ele acabou fugindo com a família para a Holanda.
Os descendentes de Coronel chegaram primeiro a Pernambuco e depois à Paraíba no período do domínio holandês, atraídos pela liberdade de culto e prosperidade da colônia, com a produção do açúcar. Os dados fazem parte de uma pesquisa desenvolvida por Davi André para um livro sobre a presença judaica na Paraíba.
O estudo revela ainda que outras famílias comuns na Paraíba podem descender do rei judeu. São elas os Menezes, Barbosa e Sá, que em hebraico quer dizer príncipe. Estes últimos, no entanto, ainda não estão totalmente comprovados. “Muitos deles descendem através da união das famílias com os Nunes, que têm a árvore genealógica pronta”, disse o pastor judeu.
As conclusões, segundo Davi André, são fruto de estudos das árvores genealógicas dos judeus, que se espalharam pela Europa, principalmente na Península Ibérica (Espanha e Portugal), nos primeiros séculos da Era Cristã. Estes últimos são os judeus de tradição sefaradita e foram os principais responsáveis pela presença branca nos primeiros séculos da colonização brasileira.
“Devido a essa tradição, acredito que aproximadamente 75% da população paraibana é descendente de judeus e isso se vê nos sobrenomes e principalmente nas tradições de nosso povo, que têm ainda muito a ver com as judias”, explicou o pastor Davi André Meneses.
ROTEIROS DA FÉ Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, ser judeu não quer dizer ao pé da letra que a pessoa segue a religião judaica. De acordo com o pastor Davi André, apenas 15% do povo judeu é observante da religião. “ Depois do holocausto, que causou a morte de mais de 6 milhões de judeus da Alemanha e de países vizinhos, muita gente ficou decepcionada com a religião”, explicou, lembrando que muitos se perguntaram “onde estava Deus naquela hora”.
Um exemplo de judeu que se identifica com o povo, mas não com a religião é o engenheiro pessoense Maurício Goldfarb. “Me vejo como descendente de judeu, conheço a história da minha família, mas nunca segui religião alguma”, disse o neto de sobreviventes do holocausto. Goldfarb é neto de avô polonês e avó ucraniana. “Muitos dos meus parentes foram levados para o campo de Auschwitz, na Alemanha, durante a Segunda Guerra, e foram exterminados lá”, relatou.
Davi explica que hoje, em Israel, dois temas são muito discutidos. O primeiro diz respeito ao problema do terrorismo. O segundo é sobre quem é judeu. “Segundo os rabinos ortodoxos, para ser judeu, é preciso ter ascendência judaica e assumir o compromisso com a Torá (livro sagrado)”, disse o pastor judeu. As pessoas que observam a fé judaica fazem parte de cinco ramos do judaismo.
São eles: Ortodoxo; Construcionista; Reformista; Conservador e Messiânico.
Estudos revelam a origem dos judeus na Paraíba. Imóveis, como em Galante, têm a estrela de Davi na fachada.
Davi gerou Salomão, que gerou Roboão, que gerou Abias e assim sucessivamente até chegar a José, marido de Maria, mãe de Jesus Cristo. É o que relata a Bíblia ao comentar a mais famosa árvore genealógica da história. Essa, no entanto, não é a única descendência do rei Davi. Estudos judaicos revelam que a linhagem dele é numerosa e muitos deles vivem na Paraíba, sem se darem conta da linhagem real.
O pastor judeu Davi André Meneses, da congregação Beit Teshuva (Casa de Retorno), com sede em Campina Grande, explica que o número de descendentes do rei Davi, na Paraíba, é difícil de precisar, porém, pode ser verificado através dos sobrenomes. O principal exemplo é o da família Nunes, que, segundo estudo genealógico desenvolvido na Holanda, descende diretamente de Davi.
No caso dos Nunes, o patriarca da família foi o rabino Abraham Senior, que viveu na Espanha no final do século XV. Ele, que por tradição familiar era tido como descendente do rei Davi, foi obrigado pela Inquisição a se converter ao catolicismo em 1492 e, com isso, mudou o nome para Fernán Núñez Coronel. Isso não foi suficiente para mantê-lo na Espanha e ele acabou fugindo com a família para a Holanda.
Os descendentes de Coronel chegaram primeiro a Pernambuco e depois à Paraíba no período do domínio holandês, atraídos pela liberdade de culto e prosperidade da colônia, com a produção do açúcar. Os dados fazem parte de uma pesquisa desenvolvida por Davi André para um livro sobre a presença judaica na Paraíba.
O estudo revela ainda que outras famílias comuns na Paraíba podem descender do rei judeu.
São elas os Menezes, Barbosa e Sá, que em hebraico quer dizer príncipe. Estes últimos, no entanto, ainda não estão totalmente comprovados. “Muitos deles descendem através da união das famílias com os Nunes, que têm a árvore genealógica pronta”, disse o pastor judeu.
As conclusões, segundo Davi André, são fruto de estudos das árvores genealógicas dos judeus, que se espalharam pela Europa, principalmente na Península Ibérica (Espanha e Portugal), nos primeiros séculos da Era Cristã. Estes últimos são os judeus de tradição sefaradita e foram os principais responsáveis pela presença branca nos primeiros séculos da colonização brasileira.
“Devido a essa tradição, acredito que aproximadamente 75% da população paraibana é descendente de judeus e isso se vê nos sobrenomes e principalmente nas tradições de nosso povo, que têm ainda muito a ver com as judias”, explicou o pastor Davi André Meneses.
ROTEIROS DA FÉ
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, ser judeu não quer dizer ao pé da letra que a pessoa segue a religião judaica. De acordo com o pastor Davi André, apenas 15% do povo judeu é observante da religião. “ Depois do holocausto, que causou a morte de mais de 6 milhões de judeus da Alemanha e de países vizinhos, muita gente ficou decepcionada com a religião”, explicou, lembrando que muitos se perguntaram “onde estava Deus naquela hora”.
Um exemplo de judeu que se identifica com o povo, mas não com a religião é o engenheiro pessoense Maurício Goldfarb. “Me vejo como descendente de judeu, conheço a história da minha família, mas nunca segui religião alguma”, disse o neto de sobreviventes do holocausto. Goldfarb é neto de avô polonês e avó ucraniana. “Muitos dos meus parentes foram levados para o campo de Auschwitz, na Alemanha, durante a Segunda Guerra, e foram exterminados lá”, relatou.
Davi explica que hoje, em Israel, dois temas são muito discutidos. O primeiro diz respeito ao problema do terrorismo. O segundo é sobre quem é judeu. “Segundo os rabinos ortodoxos, para ser judeu, é preciso ter ascendência judaica e assumir o compromisso com a Torá (livro sagrado)”, disse o pastor judeu. As pessoas que observam a fé judaica fazem parte de cinco ramos do judaismo.
São eles: Ortodoxo; Construcionista; Reformista; Conservador e Messiânico.