Bonifácio José Ribeiro de Andrada

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About Bonifácio José Ribeiro de Andrada

IV - Bonifácio José Ribeiro de Andrada [26] - Nasceu em Santos a 14 de maio de 1726 e recebeu os santos óleos batismais na Igreja Matriz da mesma Vila, a 24 do referido mês. Foram seus padrinhos o juiz de fora de Santos, dr. Bernardino Rodrigues do Valle, por procuração passada de S. Paulo, onde no momento se achava; e d. Theodósia da Silva Borges, mulher de Bento de Castro Carvalho, e tia materna do batizando, por ser irmã de sua mãe, d. Anna da Silva Borges [27].

Como seus irmãos mais velhos, fez os estudos preliminares na própria terra natal, suprindo com a espontaneidade de sua viva inteligência as grandes lacunas da instrução da época. Seu pai destinou-o a seguir na vida uma carreira prática, bastando para a Religião, para o Direito e para a Medicina os outros irmãos que nesses ramos do saber teórico se encarreiraram.

Seu casamento com dona Maria Bárbara da Silva. Antepassados desta

Aos trinta e dois anos de idade, em agosto de 1758, em dia que se não pode ler no documento consultado, já muito desmerecido pelo tempo [28], casou-se com d. Maria Bárbara da Silva, filha legítima de Gonçalo Fernandes Souto e sua mulher d. Rosa de Viterbo da Silva, nascida em Santos a 27 de agosto de 1740 e batizada a 3 de setembro do mesmo ano [29].

Este Gonçalo Fernandes Souto era português, natural de S. Tiago da Torre do Pinhão, Câmara de Vila Real de Trás-os-Montes, Arcebispado de Braga, onde foi batizado a 1º de fevereiro de 1669, pelo padre Francisco Nunes de Balça. Seu pai, Gonçalo Fernandes, era do lugar do Souto, provindo daí o apelido que o filho incorporou depois ao nome da família, e sua mãe chamava-se Luísa Gonçalves.

A 6 de julho de 1733, casava-se Gonçalo Souto, à tarde, na Matriz de Santos, com a referida d. Rosa de Viterbo da Silva, filha legítima de Silvestre da Costa Almeida, natural da Freguesia de S. Miguel do Mato, no Bispado de Vizeu, e de sua mulher d. Maria de Araújo da Silva, já falecida ao tempo do matrimônio. "Natural desta Vila de Todos os Santos", e batizada "nesta Igreja Paroquial de Todos os Santos", a 12 de setembro de 1710, pelo padre custódio, frei Francisco do Desterro, d. Rosa teve como padrinhos o coronel José Ribeiro de Andrada e d. Luísa dos Reis, pai e avó materna daquele que vinte e cinco anos depois seria seu genro [30].

D. Maria Bárbara da Silva, esposa de Bonifácio José de Andrada, não era filha única. Tinha um irmão, o dr. Manuel Fernandes Souto, médico, também santista, mais velho que ela, pois que nascido em 1734, o qual, entre outros empregos públicos, exerceu o de escrivão da Alfândega de sua terra natal; e dos respectivos ordenados vivia, segundo se lê num documento da época [31].

De seu consórcio com d. Margarida Rosa de Castro, sua conterrânea, teve cinco filhos, entre os quais o reverendo padre Manuel Gonçalves Souto, que se ordenara a 3 de outubro de 1797 [32] e era, desde 1808, capelão do Regimento de Tropas de Linha; e o padre João Nepomuceno [33], mais moço que ele, e que em sua companhia morava, logo no começo da Rua Direita, a contar dos Quatro Cantos [34].

Era D. Maria Bárbara uma senhora primorosamente dotada de virtudes insignes. Companheira carinhosa e inteligente de Bonifácio José de Andrada, muito contribuiu para a esplêndida educação que tiveram todos os filhos do casal; e os pendores de sua alma bondosa e benfazeja não se manifestavam exclusivamente dentro do lar, assistindo com seus amorosos conselhos o chefe da família e sua prole, para que direitamente cumprissem na sociedade em que nasceram, e viviam, os deveres a que eram obrigados por sua alta posição.

Fora de sua casa, foi d. Maria Bárbara a consolação de todos os infelizes que apelavam para a inexcedível generosidade e seu coração magnânimo, aberto sempre a todas as solicitações dos desgraçados. Por isso lhe deu o povo de Santos reconhecido o expressivo cognome de Mãe da Pobreza [35].

Posição social de Bonifácio José. Suas ocupações e haveres

Além das rendas que auferia de vários empregos públicos, que em épocas diversas exerceu com inteligência e zelo, Bonifácio José de Andrada dedicava-se à exploração de diferentes gêneros de comércio, cujos lucros, adicionados àquelas rendas, lhe permitiam não somente viver em grande abastança, como adquirir imóveis que, com o correr dos anos, se valorizaram, e deixar à família, por sua morte, um patrimônio suficiente para se ela manter com a mesma largueza, dignidade e lustro do tempo de seu chefe.

Das terras que possuía, e que os escravos da casa lavravam e plantavam, colhia café, cana, arroz - além do fabrico de farinha e aguardente - frutos que, depois de retirado o necessário para o abastecimento doméstico, eram vendidos na Praça local a preços remuneradores.

As principais fortunas da Praça

Em 1765 era ele a segunda fortuna da Praça, avaliada oficialmente em 8.000$000 de réis, que correspondem a mais de 300.000$ de réis em moeda atual. Superior à dele só havia, calculada exatamente no dobro - 16.000$000 de réis, a do sargento-mor de Ordenanças, João Ferreira de Oliveira, que era o negociante atacadista mais forte daquele tempo [36]; igual, apenas uma: a do negociante António Gonçalves Ribas, Familiar do Santo Ofício, o que constituía prova segura de sangue fidalgo [37].

Abaixo havia as seguintes grandes fortunas: António José de Carvalho, também Familiar do Santo Ofício, solteiro, estabelecido com loja de mercador, à Rua de S. Francisco, depois de Santo António, lado esquerdo a contar do Convento (6.000$000); João Corrêa de Oliveira, casado, capitão de Ordenanças, negociante à Rua da Praia [38], lado esquerdo principiando do mar (6.000$000); Sebastião de Alvarenga Braga, solteiro, comerciante à Rua S. Francisco, principiando da parte do mar (6.000$000); Carlos Ferreira Gomes, solteiro, negociante à Rua Direita, primeira casa do lado esquerdo, a contar dos Quatro Cantos (5.600$000); Octavio de Alvarenga Braga, solteiro, comerciante à Rua de S. Francisco, lado esquerdo (4.800$000); sargento-mor de Infantaria Manuel Martins dos Santos, casado com d. Maria do Couto, e residente à Rua Direita, lado direito (4.000$000) e outras de 2.000$000 a 500$000 [39].

Outros documentos falam claramente da abastança em que vivia a família Andrada, como, por exemplo, a subscrição, a que noutro lugar já nos referimos, aberta na Praça de Santos, em 1767, com o fim de se incorporarem uma ou mais Companhias do Comércio, destinadas a estabelecer diretas relações entre aquela Praça e a de Lisboa, Porto e Ilhas, subscrição na qual assinou Bonifácio José a importante soma de 800$000 réis, que hoje equivale aproximadamente a 30.000$000 de réis.

Acima, só houve uma assinatura: a do sargento-mor João Ferreira de Oliveira, que era de fato mais rico, e subscreveu fabulosamente 1.200$000 réis; iguais, só houve três; as outras oscilavam entre a importância máxima de 600$000 réis e a mínima de 200$000 réis [40].

Outro documento abonatório de sua abastança é a informação que ao secretário d'Estado Martinho de Mello e Castro mandou 10 anos depois, a 5 de abril de 1777, o governador e capitão-general Martim Lopes, relativa à promoção de Bonifácio de Andrada, do posto de capitão de Infantaria ao de coronel do Estado-Maior dos Dragões Auxiliares, por ser "paulista das principais famílias da Vila de Santos, filho do coronel José Ribeiro de Andrada, com posses para sustentar o posto com luzimento, muito ágil, desembaraçado e inteligente" [41].

Isso, aliás, não impediu que o incompetente e irrequieto capitão-general, numa informação mais ampla enviada posteriormente à rainha, a 28 de setembro do ano seguinte - dissesse de seu compadre e amigo o contrário do que informara antes; e sugerisse à Coroa a não confirmação do Ato, em virtude do qual ele mesmo fizera a promoção de Bonifácio, dantes cheio de predicados pessoais e sociais, e agora "o único oficial que, esquecido de seus deveres, se não aprontou... pelo que me parece não é digno de que Vossa Majestade lhe confirme a Patente que lhe conferi, além de outros motivos que a modéstia cala" [42].

Empregos civis

AZEVEDO MARQUES [43] informa que foi ele "distinguido em 1746 com o emprego de Fiscal da Intendência das Minas de Paranapanema", informação que outros biógrafos reproduzem, inclusive o ilustre genealogista dos Andradas, no seu moderno e interessante opúsculo [44].

Nós não logramos descobrir em documento algum do tempo, que certamente haverá, a prova de que Bonifácio tenha servido naquele posto; o que podemos contudo é duvidar ou mesmo contestar que a sua nomeação fosse lavrada em 1746, ano em que ele contava apenas 20 anos de idade, não nos parecendo crível ou razoável que em tão verde quadra lhe confiassem um cargo cheio de responsabilidades e que requeria tanta experiência da matéria que ia fiscalizar.

O mesmo AZEVEDO MARQUES, sempre transcrito literalmente pelos demais biógrafos, conta-nos que, depois de fiscal das referidas minas, "passou ao cargo de almoxarife da Fazenda Real de Santos, pelos anos de 1759 a 1764".

Ainda neste pormenor há engano de datas, pois a sua nomeação para aquele cargo foi feita ao tempo do governador da Praça de Santos, Alexandre Luís de Sousa Menezes, em 1758, ano em que sucedeu ao antigo almoxarife João José da Silva; e serviu apenas até 1761, visto como de 1762 a 1764 o lugar esteve ocupado por João Corrêa de Oliveira [45], capitão dos Ordenanças e mercador importante.

Naqueles tempos, os governos só nomeavam para empregos públicos de certa ordem os republicanos abonados que pudessem responder pessoalmente com seus bens por quaisquer desvios, irregularidades ou fraudes verificadas no exercício de suas funções.

Diz ainda o mesmo ilustre escavador histórico do passado paulista que Bonifácio passou "finalmente, a escrivão da Junta da Real Fazenda da Cidade de S. Paulo, pelos anos de 1768 a 1772". Também nada achamos quanto à sua nomeação para tal emprego anteriormente a 1771. Neste ano, o citado governador proveu-o interinamente no lugar, a 4 de julho, em substituição do serventuário efetivo, José Anastácio de Oliveira, que fora mandado para Santos, "por conveniência do serviço de sua Majestade".

Ao "Capitam Bonifácio José de Andrada, que tem os requisitos necessários e cumprirá com suas obrigações" foi arbitrado um vencimento anual de 200$000 réis, durante o tempo em que exercesse o emprego [46].

O que parece ter motivado o erro de datas é uma simples semelhança de nomes. Quem desempenhava, em 1768, as funções de escrivão daquela Junta não era Bonifácio José de Andrada, e sim José Bonifácio Ribas [47], e daí a confusão dos biógrafos e cronologistas.

Em 15 de fevereiro de 1773, ainda estava o capitão Bonifácio no exercício do cargo [48] para o qual fora, como dissemos, nomeado interinamente. Depois dessa data, nada mais encontramos a esse respeito nos documentos que pudemos examinar.

Três anos antes de seu falecimento, arrematou ele, por um triênio, o contrato das passagens do Cubatão e do Rio Mogi do Pilar, a 15 de abril de 1786, pela quantia de 5:560$000 réis, ou sejam mais 260$000 réis que o preço do contrato anterior [49]; assim como obteve pelo prazo de um ano - 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1765 - e também por arrematação, o contrato dos subsídios, entregando à Provedoria da Real Fazenda, em Santos, por saldo de contas, a 11 de fevereiro do ano seguinte, a quantia de 1.210$000 réis [50].

Postos militares

Em 1766, em dia e mês que se ignoram, foi ele nomeado para o posto de capitão de Infantaria Auxiliar da Praça de Santos; e promovido, a 4 de abril de 1777, pelo governador e capitão-general Martim Lopes, a coronel do Estado Maior do Regimento de Dragões Auxiliares da Capitania de S. Paulo [51].

Falecimento de Bonifácio José e sua esposa

Faleceu Bonifácio José de Andrada em Santos, a 16 de setembro de 1789, mas não achamos documento algum relativo ao seu trespasse e causa determinante, e a outros pormenores ligados ao acontecimento, porque os livros paroquiais de óbitos de nossa terra natal, referentes àquele ano, desapareceram do Arquivo da Matriz.

Sua dedicada esposa ainda lhe sobreviveu cerca de trinta e três anos, pois somente veio a sucumbir, de um insulto apopléctico, a 28 de agosto de 1821, contando 83 anos de idade. Em seu testamento, legou ela deixas aos pobres; houve ofício solene na Igreja Matriz por intenção de sua alma; e o seu corpo, depois de recomendado pelo vigário da Paróquia, José António da Silva Barbosa, foi dado à sepultura na Igreja do Carmo [52]. Não teve portanto a veneranda matrona santista a ventura incomparável de testemunhar a glória política de seus três filhos mais notáveis.

Descendência do casal

Da sua união com o coronel Bonifácio nasceram os seguintes filhos, segundo a ordem cronológica adotada por AZEVEDO MARQUES [53], e seguida invariavelmente por outros pesquisadores, entre os quais destacaremos, por ser um dos descendentes atuais dos irmãos Andradas, o dr. JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA [54], deputado federal pelo estado de Minas Gerais:

1º - Patrício Manuel Bueno de Andrada, sacerdote, abastado proprietário em Santos, falecido em 1847;

2º - José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência do Brasil, casado com d. Narcisa O'Leary de Andrada, natural da Irlanda;

3º - António Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, conselheiro, senador, casado com sua sobrinha, d. Anna Josephina, filha de d. Anna Marcellina;

4º - Martim Francisco Ribeiro de Andrada, conselheiro, casado com sua sobrinha, d. Gabriela Frederica Ribeiro de Andrada, filha de José Bonifácio;

5º - D. Maria Flora de Andrada, que foi camareira-mor da primeira imperatriz do Brasil;

6º - D. Bárbara Joaquina de Andrada, casada com o capitão-mor, depois coronel Francisco Xavier da Costa Aguiar;

7º - Bonifácio José de Andrada, que faleceu solteiro;

8º - Francisco Eugênio de Andrada, negociante;

9º - D. Anna Marcellina Ribeiro de Andrada, casada com o coronel José de Carvalho e Silva.

Essa ordem cronológica que, como dissemos, tem sido seguida invariavelmente por quantos escreveram da família Andrada, além de muito deficiente em relação aos pormenores respectivos, claudica por suas numerosas inexatidões. Por questão de método não apresentamos agora as nossas documentadas retificações, o que faremos um pouco mais adiante, no lugar e ocasião oportunos.

http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0184z03.htm

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Coronel do Regimento de dragões auxiliares da capitania de S. Paulo, ocupou vários cargos públicos na vila de Santos, serviu desde 1746 como fiscal da Intendência das Minas de Paranapanema; de 1759 a 1764 como almoxarife da Fazenda Real.; exercendo ainda de 1768 a 1772 o lugar de escrivão da Junta da Real Fazenda da cidade de S. Paulo. Era irmão do dr. José Bonifácio de Andrada, que se distinguiu nas ciências físicas e médicas, do dr. Tobias Ribeiro de Andrada, tesoureiro-mor da Sé de S. Paulo, que foi notável jurisconsulto e canonista, e do padre João Floriano Ribeiro de Andrada, que foi um poeta célebre e dos qual existem vários fragmentos poéticos, como a Vida de S. João Nepomuceno, que dá, no dizer do velho Antonio Carlos, testemunho da sublimidade de sua fantasia poética e da sua condição literária.



Condes de Amaris

 O Coronel Bonifacio Jose De Andrada era descendentes dos senhores do Entre-Hoem e Cavado, na província do Minho, antigos condes de Amaris
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Bonifácio José Ribeiro de Andrada's Timeline

1726
May 14, 1726
Santos, São Paulo, Brazil
1760
March 24, 1760
Santos, São Paulo, Brasil (Brazil)
1763
June 13, 1763
Santos, São Paulo, Brazil
1765
1765
Santos, Santos, State of São Paulo, Brazil
1766
1766
Santos, São Paulo, Brasil (Brazil)
1768
1768
Santos, São Paulo, Brasil (Brazil)
1769
1769
Santos, State of São Paulo, Brazil
1773
November 1, 1773
Santos, São Paulo, Brazil
1775
June 27, 1775
Santos, Santos, State of São Paulo, Brazil