Dom Luís de Brito Homem

"Nasceu na freguesia de Fundão, no bispado da Guarda: foi clérigo secular, e formou-se em cânones na universidade de Coimbra.

Foi depois nomeado prior da colegiada e freguesia de São Bartolomeu da mesma cidade, e adjunto da mesa episcopal.

Daí saiu para tomar conta do bispado de Angola pro nomeação de 5 de maio de 1791, donde foi trasladado para o do Maranhão em 17 de dezembro de 1801, sendo príncipe regente de Portugal, e depois rei, D. João VI, no pontificado do papa Pio VII.

Em 8 de agosto de 1803 D. Luiz escreveu de Loanda ao senado da câmara do Maranhão participando a sua nomeação, e terminou pedindo para ser contado ‘como um dos seus concidadãos’, asseverando que brevemente vinha tomar conta do seu novo rebanho.

Em quantas estas cousas se passavam, D. Diogo de Sousa, governador e capitão-general do Maranhão, participou para Lisboa em 2 de setembro de 1803 ao visconde de Anadia, que ‘tendo aqui há dias passados as bulas de confirmação do bispo eleito desta diocese, constava-lhe que, a empenhos de um partido intrigante, resolvera mandar tomar posse do bispado por meio de procuração passada ao arcediago da catedral Antonio Coelho Zuzarte, transferindo-lhe todo o governo até chegar de Angola’.

Para conjurar os males provenientes desta resolução e ‘o aparecimento de algumas desordens na administração eclesiástica pedia uma resolução régia determinando ao cabido e ao mestre-escola, atual governador do bispado nomeado por sua alteza real, que não conviessem no efeito da posse, nem transmissão do governo sem que chegasse o mesmo prelado, cuja resolução parecia-lhe muito conforme a direito’.

Felizmente em 24 de janeiro de 1804, de bordo do bergantim Flor do mar, D. Luis escreveu à câmara participando-lhe a sua chegada.

Em 18 de fevereiro do mesmo ano dirigiu-se de novo à câmara cientificando-lhe, que na quarta-feira 22 do corrente, pelas 4 horas da tarde, tomava posse do seu bispado na Sé.

Viveu sempre em sua companhia, como famulo, o padre, de cor preta, Bernardo Clemente da Cruz e Oliveira.

Era muito doente, reconcentrado e tímido, e por isso sem cousa alguma digna de menção correu o seu governo até que na sexta-feira 10 de dezembro de 1813, às 4 horas e meia da tarde passou desta para a vida eterna.

Seus restos mortais foram sepultados no dia seguinte, ao meio dia, na capela-mor da catedral, no presbitério, junto á sede episcopal.

Lê-se sobre a lousa do seu túmulo o seguinte epitáfio:

Sepultura de D. Luiz de Brito Homem, Natural da vila de Fundão, Bispado da Guarda. Formado em cânones. Nasceu a 8 de agosto de 1748. Foi eleito bispo de Angola em o primeiro de maio de 1701, sendo prior da freguesia de S. Bartolomeu de Coimbra, e sagrado em 29 de abril de 1792, e trasladado para este bispado do Maranhão em 17 de dezembro de 1801, tomou posse a 22 de fevereiro de 1804 e faleceu em 10 de dezembro de 1813."

BISPOS. In: MARQUES, C. A. Diccionario histórico-geographico da provincia do Maranhão. Maranhão: Typ. do Frias, 1870. p. 191-192. (Francisco Coelho de Carvalho: Sargento-mor do Maranhão: 1646-1648). (XIII. D. Luiz de Brito Homem). Disponível em: <http://www2.senado.leg.br/bdsf/item/id/221726>.

"Era bispo de Angola (África) quando foi designado bispo do Maranhão. Foi o 8º titular dessa diocese a ter jurisdição eclesiástica sobre o Piauí (22-2-1804 até seu falecimento em 10-12-1813). Em 2-2-1806 proibiu os sepultamentos nas igrejas do Piauí. Visitou Oeiras (1808). Presidiu a junta de governos do Maranhão (1811)."

HOMEM, DOM LUÍS DE BRITO. BASTOS, C de A. Dicionário Histórico e Geográfico do Estado do Piauí. Teresina: Fundação Cultural Monsenhor Chaves – PMT, 1994. p. 263