Jair Bolsonaro, 38° Presidente do Brasil

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Jair Messias Bolsonaro

Birthdate:
Birthplace: Glicério, State of São Paulo, Brazil
Immediate Family:

Son of Percy Geraldo Bolsonaro and Olinda Bonturi Bolsonaro
Husband of Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro
Ex-husband of Private and Private
Father of Flávio Nantes Bolsonaro; Carlos Nantes Bolsonaro; Eduardo Nantes Bolsonaro; Private and Private
Brother of Private; Private and Private

Occupation: Militar, Político
Managed by: Private User
Last Updated:
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Immediate Family

About Jair Bolsonaro, 38° Presidente do Brasil

Jair Messias Bolsonaro (21 March 1955) is a Brazilian former military officer and politician who is the President-elect of Brazil. He has served as a member of the Chamber of Deputies, representing the state of Rio de Janeiro, since 1991. He is a member of the Social Liberal Party (PSL). He will take office as the 38th president on 1 January 2019

Jair Bolsonaro

Presidente do Brasil (eleito) Período assumirá em 1 de janeiro de 2019

Jair Messias Bolsonaro (Glicério, SP, 21 de março de 1955) é um militar da reserva, político e presidente eleito do Brasil. Filiado ao Partido Social Liberal (PSL), foi deputado federal por sete mandatos entre 1991 e 2018, sendo eleito através de diferentes partidos ao longo de sua carreira.[3] Seu irmão Renato Bolsonaro e três de seus filhos também são políticos: Carlos Bolsonaro (vereador do Rio de Janeiro pelo PSC), Flávio Bolsonaro (deputado estadual do Rio de Janeiro, pelo PSL e comandante da legenda no estado) e Eduardo Bolsonaro (deputado federal de São Paulo também pelo PSL).

Formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras em 1977 e serviu nos grupos de artilharia de campanha e paraquedismo do Exército Brasileiro. Tornou-se conhecido do público em 1986, quando escreveu um artigo para a revista Veja onde criticava salários de oficiais militares. Por causa disto foi preso por quinze dias, apesar de ter recebido cartas de apoio de colegas do exército. Foi absolvido dois anos depois.

Bolsonaro ingressou na reserva em 1988, com o posto de capitão, para concorrer à Câmara Municipal do Rio de Janeiro naquele ano. Foi eleito vereador pelo Partido Democrata Cristão, partido que seria extinto em 1993. Em 1990, candidatou-se a deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro. Foi o candidato mais votado, com apoio de 6% do eleitorado fluminense (464 mil votos) sendo reeleito por seis vezes. Durante seus 27 anos na Câmara dos Deputados, ficou conhecido por ter uma personalidade controversa, por conta de suas visões políticas geralmente caracterizadas como populistas e de extrema-direita, que incluem a simpatia pela ditadura militar no Brasil e a defesa das práticas de tortura por aquele regime.

Bolsonaro anunciou sua pré-candidatura à Presidência do Brasil em março de 2016 pelo Partido Social Cristão.] Em janeiro de 2018, no entanto, anunciou sua filiação ao Partido Social Liberal (PSL), o nono partido político de sua carreira desde que foi eleito vereador em 1988.] Sua campanha presidencial foi lançada em agosto de 2018, com o general aposentado Hamilton Mourão como seu vice na chapa. Ele se apresenta como defensor dos valores familiares.[25] Em 7 de outubro, Bolsonaro ficou em primeiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais de 2018, com o candidato Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT), em segundo. Foi eleito Presidente da República no segundo turno, em 28 de outubro, com 55,13% dos votos válidos.

Segundo relatos familiares, Jair Bolsonaro nasceu em Glicério,[4] um pequeno município no noroeste do estado de São Paulo, e foi registrado dez meses depois, no dia 1º de fevereiro de 1956, na cidade de Campinas, onde morava grande parte de sua família de imigrantes italianos e alemães. Em seu registro de nascimento, todavia, sua naturalidade consta como sendo Campinas. O nome Jair foi escolhido após sugestão de um vizinho, em homenagem a Jair Rosa Pinto, meia-esquerda da Seleção Brasileira de Futebol que fazia aniversário naquele dia e jogava no Palmeiras, time pelo qual Percy Geraldo Bolsonaro, o pai, torcia. Inicialmente, chamar-se-ia apenas Messias Bolsonaro porque sua mãe, Olinda Bonturi, após uma gravidez complicada, atribuía a Deus o milagre do nascimento do filho.

Em sua infância, morou em diversas cidades do estado de São Paulo. Nos primeiros anos de vida, sua família mudou-se para Ribeira. Após alguns anos, em 1964, a família mudou-se para Jundiaí nos bairros de Vianelo e Vila Progresso. Em 1965, mudaram-se para Sete Barras. Finalmente, em 1966, mudaram-se para Eldorado, no Vale do Ribeira, onde Jair cresceu junto com seus cinco irmãos.

Genealogia Bolsonaro é descendente de imigrantes italianos e alemães, com provável origem portuguesa mais remota também. Pelo lado materno, Bolsonaro tem ascendência integralmente italiana, e seus avós eram ambos nascidos na cidade de Luca, na Toscana. Pelo lado paterno, é bisneto de italianos do Vêneto e da Calábria, tendo também um bisavô originário de Hamburgo, na Alemanha. A grafia original do sobrenome era Bolzonaro. Segundo declaração do próprio Jair Bolsonaro, seu bisavô era alemão e foi soldado da Wehrmacht de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial: "Ele não tinha opção: ou era soldado, ou era paredão", declarou ele. Todavia, segundo a genealogia apresentada, Carl “Carlos” Hintze, bisavô de Bolsonaro, nasceu na Alemanha por volta de 1876 e chegou ao Brasil ainda criança em 1883, cinco décadas antes do início da Segunda Guerra na Europa, portanto tinha 54 anos quando Hitler chegou ao poder e 69 anos no fim da Segunda Guerra Mundial, sem que haja nenhuma evidência que tenha deixado o Brasil nesse período. Seu bisavô alemão morreu em Campinas em 16 de março de 1969. Casamentos e filhos Foi casado com Rogéria Nantes Nunes Braga, a quem ajudou a eleger vereadora da capital fluminense em 1992 e 1996 e com que teve três filhos: Flávio (deputado estadual fluminense), Carlos (assim como o pai e mãe, vereador da cidade do Rio de Janeiro, o mais jovem do país)[36] e Eduardo. De seu segundo casamento, com Ana Cristina Valle, teve Renan

Em 2007, conheceu sua atual esposa, Michelle de Paula Firmo Reinaldo, quando ela era secretária parlamentar na Câmara dos Deputados. Nove dias após ser contratada, os dois firmaram pacto antenupcial e, dois meses depois, casaram-se no papel. Em 2013, o casal fez uma cerimônia religiosa realizada pelo pastor Silas Malafaia. Com Michelle, o deputado teve a sua primeira filha, Laura. A família mora em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Carreira militar

Jair Bolsonaro em 1986, no mesmo ano em que foi preso, quando servia no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista. Bolsonaro se interessou pelo Exército aos 15 anos, quando ele e amigos forneceram dicas para os militares sobre possíveis esconderijos de Carlos Lamarca, que havia montado um campo em Vale do Ribeira para treinar guerrilheiros contra a ditadura militar.

Aos 18 anos de idade, Bolsonaro entrou para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx).Porém, após refletir, chegou à conclusão que deveria ter prestado concurso para a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Então, no final de 1973, após alguns meses na EsPCEx, prestou o concurso e foi aprovado. Formou-se em 1977.

No final de seu último ano de academia, integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, onde se especializou em paraquedismo. Após concluir o curso, foi servir como Aspirante a Oficial no 21º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC) em São Cristóvão, bairro do Rio de Janeiro. Depois, serviu no 9º GAC em Nioaque, Mato Grosso do Sul, de 1979 a 1981 Nesse último ano, nasce seu primeiro filho, Flávio. No ano seguinte, 1982, cursou a Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx) e nasce seu segundo filho, Carlos.

Após ter se formado na escola, foi servir no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista em Deodoro, bairro do Rio de Janeiro. Foi um dos tenentes responsáveis pela avaliação física dos soldados que concorriam para o curso de paraquedismo. Em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO).

Documentos produzidos pelo Exército Brasileiro na década de 1980 mostram que os superiores de Bolsonaro o avaliaram como dono de uma "excessiva ambição em realizar-se financeira e economicamente". Segundo o superior de Bolsonaro na época, o coronel Carlos Alfredo Pellegrino, Bolsonaro "tinha permanentemente a intenção de liderar os oficiais subalternos, no que foi sempre repelido, tanto em razão do tratamento agressivo dispensado a seus camaradas, como pela falta de lógica, racionalidade e equilíbrio na apresentação de seus argumentos". Prisão Em 1986, quando já servia como capitão, no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista, Bolsonaro foi preso por quinze dias após escrever, na seção "Ponto de Vista" da revista Veja de 3 de setembro de 1986, um artigo intitulado "O salário está baixo". Para Bolsonaro, o desligamento de dezenas de cadetes da AMAN se devia aos baixos salários pagos à categoria de uma forma geral, e não a desvios de conduta, como queria deixar transparecer a cúpula do Exército. A atitude de seus superiores levou à reação de oficiais da ativa e da reserva, inclusive do General Newton Cruz, ex-chefe da agência central do Serviço Nacional de Informações (SNI) no governo João Figueiredo. Bolsonaro recebeu cerca de 150 telegramas de solidariedade das mais variadas regiões do país, além do apoio de oficiais do Instituto Militar de Engenharia (IME) e de esposas de oficiais, que realizaram manifestação em frente ao complexo militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro.

Operação Beco Sem Saída

Bolsonaro e o esquema, de próprio punho, do plano de ataque à Adutora do Guandu, integrante da rede de abastecimento de água do Rio de Janeiro Em 27 de outubro de 1987, Jair Bolsonaro informou à repórter Cássia Maria, da revista Veja, sobre a operação "Beco Sem Saída". Na época, Bolsonaro apoiava a melhoria do soldo e era contra a prisão do capitão Saldon Pereira Filho. A operação teria como objetivo explodir bombas de baixa potência em banheiros da Vila Militar, da Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, e em alguns outros quartéis militares com o objetivo de protestar contra o baixo salário que os militares recebiam na época.

Bolsonaro teria desenhado o croqui de onde a bomba seria colocada na Adutora do Guandu, que abastece de água ao município do Rio de Janeiro. A revista entregou o material ao então Ministro do Exército e este, após quatro meses de investigação, concluiu que a reportagem estava correta e que os capitães haviam mentido.[49] Por unanimidade, o Conselho de Justificação Militar (CJM) considerou, em 19 de abril de 1988, que Bolsonaro era culpado e que fosse "declarada sua incompatibilidade para o oficialato e consequente perda do posto e patente, nos termos do artigo 16, inciso I da lei nº 5836/72". Em sua defesa, Bolsonaro alegou na época que a revista Veja tinha publicado acusações fraudulentas para vender mais com artigos sensacionalistas[49]

O caso foi entregue ao Superior Tribunal Militar (STM). O julgamento foi realizado em junho de 1988 e o tribunal acolheu a tese da defesa de Bolsonaro e do também capitão Fábio Passos da Silva, segundo a qual as provas documentais — cujo laudo pericial fora feito pela Polícia do Exército — eram insuficientes por não permitirem comparações caligráficas, uma vez que fora usada letra de imprensa. O STM absolveu os dois oficiais, que assim foram mantidos nos quadros do Exército. Ainda em 1988, Bolsonaro foi para a reserva, com a patente de capitão, e no mesmo ano iniciou sua carreira política, concorrendo a vereador do Rio de Janeiro. O laudo da Polícia do Exército, no entanto, seria mais tarde desmentido pela Polícia Federal, que confirmou a caligrafia de Bolsonaro.

Carreira política Vereador do Rio de Janeiro (1989-1990)

Bolsonaro em 23 de março de 1990, durante seu mandato como vereador. Em outubro do mesmo ano, seria eleito deputado federal. Em 1988, entrou na vida pública elegendo-se vereador da cidade do Rio de Janeiro pelo Partido Democrata Cristão. Assumiu seu mandato em 1989, ficando apenas dois anos na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Bolsonaro mostrou-se um vereador conservador, discreto e pouco participativo. Durante seu mandato, apresentou sete projetos de lei, um dos quais autorizava o transporte gratuito de militares em ônibus urbanos.Seu mandato de vereador foi usado principalmente para dar visibilidade às causas militares.

Em um dos poucos discursos que fez em plenário, reclamou de uma nota publicada pelo jornal O Dia, que o acusava de registrar o discurso de colegas vereadores com ataques às Forças Armadas para enviar aos militares. Em outras ocasiões, Bolsonaro defendeu o controle da natalidade: "não adianta vir com paliativo, mostrar folhetinhos para a população carente que é analfabeta", disse. Também falou que não adianta distribuir camisinhas a moradores de favelas, pois "a molecada vai brincar de bexiga", e que a contenção da explosão demográfica deve ocorrer "em cima da classe mais humilde". As palavras do vereador foram transcritas no Diário da Câmara Municipal, pois na época a Casa não tinha um canal de televisão.

Deputado federal (1991-atualidade) Nas eleições de 1990, elegeu-se deputado federal, também pelo PDC. Viriam em seguida outros seis mandatos sucessivos. Além do PDC, foi filiado a outros oito partidos ao longo de sua carreira política: PPR (1993-95), PPB (1995-2003), PTB (2003-2005), PFL (2005), PP (2005-2016), PSC (2016-2017)[21] e o PSL (2018).[24] Bolsonaro afirmou que já pensou em se filiar ao Prona, e, em 2017, chegou a conversar sobre sua filiação com o PEN, atual Patriota, o que não ocorreu.

Na Câmara dos Deputados, Bolsonaro foi titular da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado,[55] e suplente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias.[

Desempenho parlamentar

Bolsonaro, em 2016, durante sessão deliberativa ordinária no plenário do Senado. Segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, em 26 anos de atividades no Congresso, Bolsonaro apresentou 171 projetos de lei, de lei complementar, de decreto de legislativo e propostas de emenda à Constituição (PECs), sendo relator de 73 deles. Segundo a Agência Lupa — que dá o número total de projetos como 172 — 162 destes foram Projetos de Lei (PL), um foi Projeto de Lei Complementar (PLC) e cinco foram Propostas de Emenda à Constituição (PEC); há 470 outras proposições apresentadas pelo deputado, mas estas não são projetos de lei: tratam-se de emendas a processos em comissões, indicações de autoridades para que prestem informações em casos analisados pela Câmara, e mensagens e manifestações em plenário. O parlamentar conseguiu aprovar dois projetos de lei e uma emenda: uma PEC que prevê emissão de recibos junto ao voto nas urnas eletrônicas e uma proposta que estende o benefício de isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para bens de informática e outra que autoriza o uso da fosfoetanolamina,substância que ficou conhecida no Brasil como "pílula do câncer" e que testes demonstraram não ter qualquer efeito contra a doença.O parlamentar justificou a aprovação de uma única emenda alegando que não recebe apoio suficiente dos demais congressistas por sofrer "discriminação" por possuir ideais direitistas.

No caso das urnas eleitorais, a emenda propõe a impressão de um comprovante, o qual é verificado pelo eleitor na impressora e, em seguida, depositado, pela própria máquina, em uma urna lacrada. Ele defende esse sistema para evitar fraudes na contagem de votos e por não existir "nenhum país no mundo" que use a tecnologia brasileira, insinuando que as urnas eletrônicas são vulneráveis. Apesar do sistema ser testado periodicamente e nunca ter sido corrompido, alguns especialistas questionam sua indefensabilidade. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a proposta geraria custos adicionais de cerca de 1,8 bilhão de reais aos cofres públicos. Em junho de 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu derrubar o voto impresso nas eleições de 2018 por entender que isto poderia gerar um risco de quebra de sigilo e da liberdade de escolha, pela possibilidade de mesários precisarem intervir em caso de falha da impressão.[

Bolsonaro foi o autor de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê que o Sistema Único de Saúde (SUS) realize cirurgias de laqueadura e vasectomia em maiores de 21 anos que desejarem realizar o procedimento. Ele argumentou que muitas famílias pobres não têm dinheiro para fazer cirurgias como essas e que teriam dificuldades em realizar seu planejamento familiar por esse motivo.[ Bolsonaro também apresentou a PL 1411/2011, que descaracteriza crime a recusa, em templos religiosos, de aceitar ou efetuar cerimônias ou pessoas em desacordo com suas crenças e liturgias.[

Desempenho eleitoral Nas eleições de 2010, Jair Bolsonaro obteve cerca de 120 mil votos, sendo o décimo-primeiro deputado federal mais votado do estado do Rio de Janeiro. Reelegeu-se em 2014, como o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro com 464 572 votos. Em fevereiro de 2017, Bolsonaro concorreu pela terceira vez ao cargo de presidente da Câmara dos Deputados, obtendo apenas quatro votos. Ele já disputara o mesmo cargo em 2005 e 2011, tendo sido derrotado em todas essas tentativas. 2017, foi considerado pelo instituto FSB Pesquisa o parlamentar mais influente nas redes sociais.

Candidatura à presidência (2018)

Protesto, em 2018, a favor de Bolsonaro em Londres, Reino Unido. Jair Bolsonaro candidatou-se à presidência da República Federativa do Brasil pelo Partido Social Liberal nas eleições presidenciais de 2018 com General Mourão (do PRTB) como vice, na coligação "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Sua candidatura, que tinha duas contestações, foi deferida por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Jair Bolsonaro foi o primeiro candidato à presidência a alcançar o valor de um milhão de reais em doações para campanha eleitoral por meio do financiamento coletivo. O valor foi alcançado após 59 dias do início da campanha de arrecadação, em 5 de julho, arrecadando-se em média 17 mil reais por dia. Em 23 de agosto, iniciou sua campanha, gozando de forte proteção policial e usando colete à prova de balas. Gustavo Bebianno, então presidente do PSL, declarou à UOL que Jair Bolsonaro estava em nível máximo de risco.

Obteve 49 276 990 votos no primeiro turno da eleição, que ocorreu dia 7 de outubro, o que corresponde a 46,03% dos votos válidos, sendo o mais votado do turno.Como nenhum candidato atingiu 50% dos votos válidos, o Tribunal Superior Eleitoral convocou o segundo turno da eleição, disputado entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad do Partido dos Trabalhadores (PT). Jair Bolsonaro venceu em 16 estados e no Distrito Federal, ultrapassando 50% dos votos em 13 estados. Jair Bolsonaro foi o candidato mais votado no primeiro turno da eleição da história, superando o recorde anterior de Dilma Roussef em 2010, quando obteve cerca de 47 milhões de votos no primeiro turno.

Atentado durante campanha

Bolsonaro durante o atentado. No dia 6 de setembro de 2018, Bolsonaro foi vítima de um ataque a faca durante uma campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais. Foi atingido no abdômen e necessitou passar por um procedimento de laparotomia exploratória na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora.Adélio Bispo de Oliveira, identificado como o autor do crime e posteriormente preso, declarou, no boletim de ocorrência, que fê-lo "a mando de Deus". Adélio foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014; o partido emitiu uma nota classificando o atentado como "um grave atentado à normalidade democrática e ao processo eleitoral". A arma do crime foi recuperada.

Os demais candidatos à presidência Álvaro Dias, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Guilherme Boulos, Henrique Meirelles, João Amoêdo, Marina Silva, Cabo Daciolo, João Goulart Filho e Vera Lucia repudiaram o ataque através de redes sociais. O presidente da República, Michel Temer, classificou-o como "intolerável".[95] A ex-presidente Dilma Rousseff referiu-se ao ataque como lamentável e relacionou a motivação do crime com opiniões defendidas pelo candidato.

Manifestações

Manifestação contra Bolsonaro em Porto Alegre em 2018. Ver artigo principal: Protestos contra Jair Bolsonaro em 2018 Em 29 de setembro de 2018,[97] usando a hashtag #EleNão, um movimento iniciado nas redes sociais por mulheres contrárias às propostas do candidato reuniu expressivas manifestações de rua durante a campanha presidencial de 2018. As manifestações contaram com cerca de 500 mil pessoas, segundo os organizadores do evento,e aconteceram em mais de 160 cidades[ de todos os estados do país e também em cidades como Nova Iorque, Barcelona, Berlim, Lisboa[103] e Paris.

No dia 30 de setembro, foram organizados atos de apoio ao candidato. Em Brasília, a campanha organizou uma carreata que contou com 25 mil carros, de acordo com a Polícia Militar. Em São Paulo, um ato ocupou quatro quarteirões da avenida Paulista, não tendo sido divulgados os números oficiais de manifestantes. De acordo com os organizadores do evento, o número teria chegado a 1,8 milhão, estimativa esta considerada não realista, já que em uma manifestação anterior pelo impeachment de Dilma Rousseff, que ocupou toda a avenida, o instituto Datafolha estimou uma aglomeração de quinhentas mil pessoas. Principais posições

Bolsonaro em entrevista sobre a Comissão da Verdade em 2010. Tornou-se conhecido por suas posições populistas por suas críticas à esquerda,] por ter classificado a tortura como uma prática legítima, por posições contrárias aos direitos LGBToutras declarações controversas, as quais lhe renderam cerca de 30 pedidos de cassaçãobe três e por várias condenações judiciais. Costuma defender também a ditadura militar de 1964. Em 2011, Bolsonaro condenou a iniciativa do Palácio do Planalto, sob a liderança de Dilma Rousseff, de aprovar o grupo de trabalho que teria por função examinar as violações de direitos humanos praticadas durante a ditadura para "efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional". Esse grupo de trabalho chamava-se Comissão Nacional da Verdade, ou apenas "Comissão da Verdade". O parlamentar criticou particularmente um trecho do artigo 4º do projeto que cria a comissão e que prevê que "é dever dos militares colaborar com a Comissão da Verdade". "[...] se é dever, o militar que não colaborar e não disser o que eles querem ouvir pode ser preso, sim. Essa é uma farsa, uma mentira. É um projeto que caminha apenas para apurar o que eles querem", disse Bolsonaro ao interromper uma entrevista coletiva.

Apesar de seus posicionamentos serem amplamente classificados na extrema-direita do espectro político, o parlamentar rejeita tal categorização Inicialmente, Bolsonaro não via a si mesmo como representante do espectro ideológico de direita, chegando a ocupar a tribuna da Câmara dos Deputados, em 12 de março de 1999, para tecer elogios à deputada federal Luiza Erundina, filiada ao PSB e sempre reconhecida como um quadro de esquerda.[119] Minorias Bolsonaro já condenou publicamente a homossexualidade se opõe à aplicação de leis que garantam direitos LGBT, como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a adoção de filhos por casais homossexuais, e a alteração no registro civil para transexuais.

O parlamentar também discorda da aplicação de ações afirmativas, como cotas raciais para afro-brasileiros: em 2006, como forma de protesto contra a formulação de políticas de cotas nas universidades públicas, o deputado apresentou um projeto de lei complementar na Câmara dos Deputados, propondo o estabelecimento de cotas para deputados negros e pardos, admitindo, em seguida, que, se o projeto fosse à votação, seria contra ele.

Ao ser questionado se aumentaria a participação feminina em um eventual governo, Bolsonaro respondeu: "Tem que botar quem dê conta do recado. Se botar as mulheres vou ter que indicar quantos afrodescendentes?"

Durante sua campanha presidencial em 2018, ao ser questionado sobre se o combate ao preconceito poderia ser uma política de governo, Bolsonaro declarou que acabaria com o coitadismo no Brasil. Segundo ele, tudo se tornou coitadismo: "Coitado do negro, coitada da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino. Coitado do piauiense. Tudo é coitadismo no Brasil, nós vamos acabar com isso".

Posse de armas, drogas, pena de morte e tortura

Bolsonaro na Comissão de Ética da Câmara em novembro de 2016. O parlamentar defende a revogação do Estatuto do Desarmamento e defende que o proprietário rural tenha direito de adquirir fuzis para evitar invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).Além disto, também apresentou um projeto de lei que estabelece a castração química voluntária como condição para que uma pessoa condenada por estupro possa progredir o regime de pena

Ele se posiciona de forma contrária à legalização das drogas e, em entrevista dada ao programa CQC em abril de 2011, reiterou afirmações anteriores sobre o tema ao ser questionado sobre como reagiria caso seu filho fosse usuário de drogas: "Daria uma porrada nele, pode ter certeza disso"

Em várias entrevistas, Bolsonaro também se posicionou favoravelmente à instituição da pena de morte no Brasil para casos de crimes premeditados, pois, segundo ele, "o bandido, ele só respeita o que ele teme" Também é a favor da redução da maioridade penal para 16 anos.

Em 2000, Jair Bolsonaro defendeu, numa entrevista à revista IstoÉ, a utilização da tortura em casos de tráfico de droga e sequestro, bem como a execução sumária em casos de crime premeditado. Ele justifica seu posicionamento afirmando que "o objetivo é fazer o cara abrir a boca" e "ser arrebentado para abrir o bico". Nesta entrevista, Bolsonaro ainda defende a censura, embora não especifique de qual tipo. Apesar destas afirmações, o político afirmou recentemente que nunca teria sido favorável à tortura.

Economia

Bolsonaro, em 2014, durante promulgação da Emenda Constitucional 77, que permite médicos militares trabalharem no SUS. Bolsonaro defendeu, durante os governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, posições econômicas desenvolvimentistas e antiliberais, herança da ditadura militar no Brasil, votando junto com o Partido dos Trabalhadores em diversos temas econômicos. Em 2000, ao explicar ao apresentador Jô Soares por que defendeu o fuzilamento do então presidente Fernando Henrique, disse que "barbaridade é privatizar a Vale e as telecomunicações, entregar as nossas reservas petrolíferas ao capital externo".

Por outro lado, desde 2016, Bolsonaro tem apoiado medidas econômicas liberais. Votou na abertura do pré-sal, afirmou que o "livre-mercado é a mãe da liberdade",[] e, em uma entrevista, disse que "deve ser privatizado o máximo que puder" e que se opôs somente a forma como a Vale foi privatizada. Em uma entrevista à jornalista Mariana Godoy, quando questionado sobre seu posicionamento em relação ao tripé macroeconômico, o então pré-candidato à presidência respondeu que quem falaria sobre economia para ele no futuro seria sua equipe econômica.] Em novembro de 2017, durante uma entrevista, Bolsonaro disse que, caso se torne presidente do Brasil, nomeará para o ministério da fazenda o economista liberal Paulo Guedes. Em entrevista de 2018, afirmou que "não gostaria" de privatizar a Petrobras, mas que o faria se "não encontrasse [outra] solução".] Em maio de 2018, defendeu a flexibilização de direitos trabalhistas e afirmou: "Aos poucos a população vai entendendo que é melhor menos direitos e emprego do que todos os direitos e desemprego".

Segundo o cientista político Fernando Schuler, as mudanças de discurso de Bolsonaro seriam explicadas pela ascensão de sua popularidade. Segundo Schuler, "todo candidato, quando cresce, tende ao centro". Para o economista e filósofo Joel Pinheiro da Fonseca, o discurso econômico de Bolsonaro seria uma "roupagem liberal", usada também, segundo o economista, por Lula e outros políticos no passado.

Outros posicionamentos Em entrevista ao quadro Dois dedos de prosa do Programa do Ratinho, Bolsonaro foi questionado sobre sua opinião acerca da unificação das polícias militar e civil. Em resposta, o político afirmou que não a apoia, justificando que "a polícia civil tem uma função e a polícia militar tem outra", que "se as polícias forem unificadas, serão tirados os uniformes delas", e que "terão problemas infindáveis nisso".

Em 2016, se posicionou contrário à anistia ao caixa 2, uma emenda articulada principalmente por partidos e parlamentares envolvidos na Operação Lava Jato, para anistiar crimes de caixa 2. Em outubro de 2016, o parlamentar participou de um evento em Brasília em apoio à liberação da vaquejada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Controvérsias Ver artigo principal: Controvérsias envolvendo Jair Bolsonaro Bolsonaro expressou muitas visões políticas de extrema-direita durante sua longa carreira política.[149][15] Ele já fez declarações consideradas como discurso de ódio, homofóbicas,misóginas e sexistas,racistas e anti-refugiados.

Acusações de corrupção O nome do deputado eNeste período, o parlamentar adquiriu cinco imóveis que, juntos, valem 8 milhões de reais,[168] entre eles duas casas na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, compradas por 500 mil e 400 mil reais, respectivamente,[167] valores muito abaixo do avaliado pela prefeitura carioca na época.[169] O Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci) afirma ter "sérios indícios" de que a operação de compra tenha envolvido lavagem de dinheiro.[169][170] Em sua defesa, Bolsonaro alegou que Rodrigo Janot, ex-procurador Geral da República, arquivou uma denúncia anônima sobre sua declaração de bens em 2014.[168] Afirmou, ainda, que as acusações são "calúnias"[171] e parte de uma "campanha para assassinar sua reputação".[168] Em 28 de setembro de 2018, uma reportagem publicada pelo jornal O Globo informou que Bolsonaro deixou de declarar 2,6 milhões de reais à Justiça Eleitoral, valor referente às duas casas no Rio.[172]

Em abril de 2017, Bolsonaro foi denunciado por usar a cota parlamentar para pagar viagens pelo país em que se apresenta como pré-candidato à Presidência em 2018. A cota reembolsa viagens e outras despesas do mandato. Em cinco meses, entre 2016 e 2017, ao menos seis viagens do deputado foram custeadas pela Câmara por um total de 22 mil reais. A assessoria de imprensa do parlamentar negou as acusações, alegando que o uso da cota estava relacionado à participação na Comissão de Segurança Pública da Câmara, da qual o congressista era suplente.[173] O parlamentar também recebe da Câmara cerca de 3 mil reais de auxílio-moradia desde 1995, apesar de ter um apartamento de dois quartos em Brasília desde 1998.[174] Ao ser questionado pela Folha de S. Paulo sobre como usou o dinheiro deste benefício, respondeu: "Como eu estava solteiro naquela época, esse dinheiro do auxílio-moradia eu usava para comer gente."[175]

Uma reportagem da Folha de S. Paulo, feita em janeiro de 2018, denunciou que o deputado contratava uma servidora "fantasma" em Brasília. Segundo a matéria, entre janeiro e junho, Walderice Santos da Conceição recebeu mais de 17 mil reais como funcionária do gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados, embora trabalhasse como vendedora de açaí no município de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Desde 2003, a secretária figurava como um dos 14 funcionários do deputado na capital federal, com um salário bruto de 1 416,33 reais. Em agosto de 2018, Bolsonaro anunciou que Walderice havia pedido demissão do emprego de assessora e afirmou que o "crime dela foi dar água para os cachorros".[176]

Em 19 de outubro, o Tribunal Superior Eleitoral, após pedido do Partido dos Trabalhadores, iniciou uma investigação com base em uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo, segundo a qual empresas pagaram, em contratos que chegariam a 12 milhões de reais, pelo envio em massa de notícias falsas contra o candidato petista no aplicativo WhatsApp para favorecer a campanha presidencial de Bolsonaro.[177] A defesa de Bolsonaro diz que a campanha do candidato foi falsamente acusada, e que tomaria "as medidas judiciais cabíveis".[178] Segundo o PT, o ato consistiria na prática de caixa dois.[179]

Democracia, Estado laico e ditadura militar

Bolsonaro, em 2016, discute violência contra mulheres na Câmara.

Os deputados federais Marco Feliciano e Jair Bolsonaro, em 2013, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados do Brasil. Em entrevista de 2 de dezembro de 1998 à revista Veja, o parlamentar afirmou que a ditadura chilena de Augusto Pinochet, que matou mais de 3 000 pessoas[180] e exilou outras 200 000,[181] "devia ter matado mais gente".[182] Ele também elogiou Alberto Fujimori, presidente do Peru, como um "modelo" pelo uso de uma intervenção militar contra o judiciário e o legislativo.[13] Em 1999, o deputado afirmou ao programa Câmera Aberta que era "favorável à tortura" e chamou a democracia de "porcaria". Se fosse presidente do país, respondeu que não havia "a menor dúvida" de que "fecharia o Congresso".[12]

O deputado federal também é conhecido por alegar que a ditadura foi uma época "gloriosa" da história do Brasil e que o Golpe de 1964 foi uma "intervenção democrática" fruto da "pressão popular" e que, em 1968, grupos oposicionistas começaram a atacar com táticas de guerrilha.[183] Em carta publicada no jornal Folha de S.Paulo, referiu-se ao período militar como "20 anos de ordem e progresso".[184] Também afirmou, durante uma discussão com manifestantes em dezembro de 2008, que "o erro da ditadura foi torturar e não matar."[17] Bolsonaro foi criticado pelos meios de comunicação, por políticos e pelo Grupo Tortura Nunca Mais, sobretudo depois de ter afixado na porta de seu escritório um cartaz que dizia aos familiares dos desaparecidos da ditadura militar que "quem procura osso é cachorro".[185][18] Em 17 de abril de 2016, Jair Bolsonaro parabenizou o deputado Eduardo Cunha pela forma como conduziu o impeachment de Dilma Rousseff e usou seu discurso de voto sobre o impedimento para homenagear Carlos Alberto Brilhante Ustra,[19] o primeiro militar a ser reconhecido pela Justiça como um dos torturadores durante a ditadura militar.[186] Em sua defesa, Bolsonaro alegou que as declarações durante a votação do impeachment estão protegidas pela imunidade parlamentar.[187] Em entrevista de 2018, voltou a defender Ustra, chamando-o de "herói nacional".[188]

Em 2015, em vídeo postado por seu filho, o também deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), o parlamentar fluminense afirmou que "violência se combate com violência e não com bandeiras de direitos humanos", como as defendidas pela Anistia Internacional, que ele afirmou ser formada por "canalhas" e "idiotas". Questionado sobre um levantamento da organização que mostrou que a polícia brasileira é a que mais mata no mundo, Bolsonaro respondeu que acha que a "Polícia Militar do Brasil tinha que matar é mais."[189] Em um discurso em Campina Grande, em fevereiro de 2017, o deputado criticou o Estado laico ao dizer: "Deus acima de tudo. Não tem essa historinha de Estado laico não. O Estado é cristão e a minoria que for contra, que se mude. [%E2%80%A6] as minorias têm que se curvar para as maiorias."[190]

Em 2014, o jornalista estadunidense Glenn Greenwald, que em parceria com Edward Snowden levou a público a existência dos programas secretos de vigilância global da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, referiu-se a Bolsonaro como "o mais misógino e detestável funcionário público eleito no mundo democrático".[191] A revista britânica The Economist classificou o deputado como "radical", "religioso nacionalista", "demagogo de direita", "apologista de ditadores"[192] e como uma "ameaça à democracia".[16]

Mulheres

Bolsonaro discute com Maria do Rosário no plenário da Câmara durante debate sobre a violência contra a mulher em 2016.

Bolsonaro fala com a imprensa, em 2016, sobre ter se tornado réu no STF por dizer que Maria do Rosário "não merece ser estuprada". Em 2003, o deputado afirmou que não estupraria a parlamentar Maria do Rosário porque ela "não merece" em uma discussão sobre maioridade penal durante entrevistas sobre o Caso Liana Friedenbach e Felipe Caffé. O registro mostra Rosário a declarar: "O senhor é que promove essas violências. Promove, sim." Em seguida, Bolsonaro diz: "Grava isso aí, grava isso aí, me chamando de estuprador". Rosário, ao fundo, afirma: "É, sim, é". Jair Bolsonaro, então, diz: "Jamais estupraria você porque você não merece".[145] Em dezembro de 2014, durante uma discussão no plenário da Câmara dos Deputados, Bolsonaro repetiu a ofensa.[193][16] A briga ocorreu após ela dizer que a ditadura militar foi "vergonha absoluta" para o Brasil.[193] Em um vídeo em sua defesa sobre o caso no mesmo ano, Bolsonaro alegou que sua fala foi "uma resposta reflexa": "Foi uma palavra proferida por mim a ela em cima da acusação de estuprador", afirmou.[194] Ao ser questionado sobre a declaração à Rosário em uma entrevista de fevereiro de 2015, Bolsonaro disse ao jornal Zero Hora: "Ela não merece [ser estuprada] porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia. Não faz meu gênero. Jamais a estupraria."[195]

Em virtude das declarações feitas durante as discussões com Maria do Rosário, Bolsonaro foi condenado em primeira instância por danos morais em setembro de 2015.[196] Em junho de 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF), ao analisar denúncia da Procuradoria Geral da República e queixa da própria deputada, decidiu abrir duas ações penais contra o deputado Bolsonaro. Em uma decisão por quatro votos contra um, a Segunda Turma do STF entendeu que, além de incitar a prática do estupro, Bolsonaro ofendeu a honra da colega. Como resultado, o deputado tornou-se réu pela suposta prática de apologia ao crime e por injúria. A denúncia contra Bolsonaro por apologia ao crime foi apresentada em dezembro de 2014 por Ela Wiecko (vice-procuradora-geral da República), e caso condenado, ele pode ser punido com pena de 3 a 6 meses de prisão, mais multa.[197] Em 15 de agosto de 2017, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a decisão da primeira instância e determinou que o parlamentar pague uma indenização de 10 mil reais para Maria do Rosário.[113]

Na entrevista concedida ao Zero Hora em 2015, o deputado afirmou que não acha justo que mulheres e homens recebam o mesmo salário porque as mulheres engravidam, alegando que o direito à licença-maternidade prejudica a produtividade do empresário.[198][195][199] Em 2016, em entrevista à apresentadora Luciana Gimenez na RedeTV!, ele falou sobre o que tinha dito ao jornal gaúcho: "eu não empregaria [homens e mulheres] com o mesmo salário. Mas tem muita mulher que é competente". Em abril de 2018, em entrevista concedida a José Luiz Datena, na TV Bandeirantes, voltou a falar sobre o tema: "Se houve um mal entendido em 2016, paciência", afirmou. Ao ser questionado sobre sua opinião atual sobre a diferença salarial entre homens e mulheres, disse que não tem nenhuma.[200]

Em abril de 2017, em um discurso no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, Bolsonaro fez uma piada sobre sua filha Laura, então com 6 anos, ao dizer "Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, aí no quinto eu dei uma fraquejada e veio uma mulher."[39] A fala gerou uma repercussão negativa nas redes sociais.[201]

Homossexuais Na Folha de S. Paulo, em maio de 2002, disse que poderia agredir homossexuais: "não vou combater nem discriminar, mas, se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater."[202] No mesmo jornal, em novembro de 2010, Bolsonaro defendeu surras em filhos homossexuais: "Se o filho começa a ficar assim, meio gayzinho, [ele] leva um couro e muda o comportamento dele".[112][203] Em uma entrevista concedida ao Jornal de Notícias em 2011, o então deputado federal associou a homossexualidade à pedofilia, afirmando que "muitas das crianças que serão adotadas por casais gays vão ser abusadas por esses casais homossexuais".[204] Além disto, alegou que o Brasil não precisa de uma legislação específica contra a homofobia porque "a maioria dos homossexuais é assassinada por seus respectivos cafetões, em horários em que o cidadão de bem já está dormindo".[205]

Protesto contra Bolsonaro durante a Parada do orgulho LGBT de São Paulo em 2011.

Beijaço contra Bolsonaro e Marco Feliciano na Câmara em maio de 2016. Em uma entrevista à revista Playboy, em junho de 2011, Bolsonaro afirmou: "Seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo." O parlamentar também afirmou que se um casal homossexual fosse morar ao seu lado isto iria desvalorizar sua casa.[206] Em julho do mesmo ano, durante uma entrevista para leitores da revista Época, disse que "se lutar para impedir a distribuição do 'kit gay'[nota 2] nas escolas de ensino fundamental com a intenção de estimular o homossexualismo, em verdadeira afronta à família é ser preconceituoso, então sou preconceituoso, com muito orgulho".[205]

No documentário Out There, feito pelo ator e comediante britânico Stephen Fry e exibido na BBC em 2013, o deputado declarou que "nenhum pai tem orgulho de ter um filho gay" e que "nós, brasileiros, não gostamos dos homossexuais".[111] Em março de 2016, a atriz norte-americana Ellen Page divulgou uma entrevista concedida por Bolsonaro em 2015 e que faz parte de um episódio que trata sobre a homofobia no Brasil. Na entrevista, o deputado disse que o número "crescente" de gays assumidos se deve "às liberalidades, às drogas e à mulher também trabalhando".[208]

Em 9 novembro de 2017, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro o condenou a pagar uma multa de 150 mil reais por dano moral coletivo devido a declarações dadas pelo parlamentar em 2011 ao programa CQC, quando afirmou que "não corre o risco" de ter um filho homossexual porque seus filhos têm uma "boa educação". A juíza Luciana Teixeira disse que o deputado abusou do seu direito de livre expressão para cometer ato ilícito. "Não se pode deliberadamente agredir e humilhar, ignorando-se os princípios da igualdade e isonomia, com base na invocação à liberdade de expressão", afirmou a magistrada.[115]

Em 11 de janeiro de 2016, no entanto, quando já começava a se apresentar como pré-candidato à Presidência do Brasil, Bolsonaro passou a moderar o discurso sobre os gays ao publicar um vídeo em seu canal oficial: "Eu não tenho nada a ver com comportamento de quem quer que seja. Se o homem e a mulher resolver mais tarde ir morar com o companheiro, formar um par, ir morar com aqueles do mesmo sexo, vá ser feliz. Mas não podemos admitir, que por omissão nossa do Parlamento, crianças se tornem homossexuais no futuro, ou tenham esse comportamento homossexual no futuro, por influência da escola. Isso é inadmissível."[209] Desde então, ele afirma que não tem nada contra gays e que combate apenas o "kit gay" nas escolas.[210] No dia 4 de outubro de 2018, por exemplo, Bolsonaro disse: "Cada um, depois da sua idade, dono de seus atos, vai cuidar da sua vida. Para crianças de seis anos de idade, não dá. O pai não quer chegar em casa e ver o seu filho brincando de boneca por influência da escola. Os homossexuais serão felizes se eu for presidente."[211] No dia 6 do mesmo mês, pouco antes do primeiro turno das eleições presidenciais brasileiras, afirmou: "Vivemos aqui do mundo material, aqui na terra, e para quem acredita na questão espiritual. Vamos fazer um governo para todo mundo. Para os gays, e inclusive tem gay que é pai, tem gay que é mãe. É um trabalho para todos vocês."[212]

Em 2018, durante as eleições presidenciais, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a remoção de vídeos que afirmassem que o livro francês Aparelho Sexual e Cia. (associado por Bolsonaro ao "kit gay") havia sido distribuído por programas governamentais enquanto Fernando Haddad ocupava o cargo de Ministro da Educação. A representação tinha como alvos Jair Bolsonaro e seus filhos Carlos e Flávio Bolsonaro. Segundo o ministro Carlos Horbach, os vídeos configuram "a difusão de fato sabidamente inverídico, pelo candidato representado e por seus apoiadores, em diversas postagens efetuadas em redes sociais" o que "gera desinformação no período eleitoral, com prejuízo ao debate político". O ministro acrescenta que o livro não fez parte do programa Escola sem Homofobia, que sequer chegou a ser executado pelo MEC.[213][214]

Indígenas e quilombolas Jair Bolsonaro também questionou a política indígena do governo brasileiro, em um de seus pronunciamentos a uma audiência na Câmara dos Deputados, que tratava sobre a questão em Roraima. O deputado afirmou que o Movimento dos Sem Terra (MST), "apesar de abonado e constituído por pessoas que falam a nossa língua e são educadas", não consegue fazer a reforma agrária, enquanto que "índios fedorentos, não educados e não falantes de nossa língua" possuem 12% das terras brasileiras e fazem lobby no Congresso Nacional. Os comentários de Bolsonaro causaram grande indignação no plenário, entre índios, parlamentares e grupos de defesa de direitos humanos, que consideraram que a fala do parlamentar feria o princípio de não discriminação da Constituição Brasileira.[215] Sentindo-se constrangido e ofendido com os comentários do parlamentar sobre a questão indígena, uma das lideranças do povo sateré-maués presentes na audiência pública chegou até mesmo a atirar um copo de água na direção do deputado.[216] Depois de ser atingido pelo copo d'água, Bolsonaro disse: "É um índio que está a soldo aqui em Brasília, veio de avião, vai agora comer uma costelinha de porco, tomar um chope, provavelmente um uísque, e quem sabe telefonar para alguém para a noite sua ser mais agradável. Esse é o índio que vem falar aqui de reserva indígena. Ele devia ir comer um capim ali fora para manter as suas origens."[217]

Protesto contra Bolsonaro em frente ao Clube Hebraica, no Rio de Janeiro em 2017. Em abril de 2017, em um discurso no Clube Hebraica, na zona sul do Rio de Janeiro, o deputado federal disse que irá acabar com todas as terras indígenas e comunidades quilombolas do Brasil caso seja eleito em 2018. Ele também afirmou que irá terminar com o financiamento público para ONGs: "Pode ter certeza que se eu chegar lá (presidência da República) não vai ter dinheiro pra ONG. Se depender de mim, todo cidadão vai ter uma arma de fogo dentro de casa. Não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou pra quilombola." Ele também alegou que as reservas indígenas e quilombolas atrapalham a economia. "Onde tem uma terra indígena, tem uma riqueza embaixo dela. Temos que mudar isso daí", afirmou. "Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem pra procriador ele serve mais. Mais de 1 bilhão de reais por ano é gastado com eles."[218][218][219][16]

Após a frase sobre quilombolas, o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro moveu ação civil pública por danos morais coletivos a comunidades quilombolas e à população negra contra Bolsonaro, afirmando que ele usou expressões injuriosas, preconceituosas e discriminatórias com objetivo de ofender e ridicularizar as comunidades quilombolas e a população negra.[220] Em 3 de outubro de 2017, o deputado foi condenado a pagar 50 mil reais de indenização por danos morais.[114]

No dia 13 de abril de 2018, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra Bolsonaro pelo crime de racismo. Na denúncia, a procuradora-geral da República Raquel Dodge pede que o parlamentar pague 400 mil reais por danos morais coletivos e afirmou que ele "tratou com total menoscabo os integrantes de comunidades quilombolas [...] ainda consignou, em comparação, que os japoneses são um povo trabalhador, que não pede esmola. Assim, evidenciou que, em sua visão, há indivíduos ou povos superiores a outros, tratando quilombolas como seres inferiores."[221][14][15] A denúncia foi rejeitada pelo STF em 11 de setembro do mesmo ano.[222]

Refugiados Em setembro de 2015, durante uma entrevista ao Jornal Opção, de Goiás, disse: "Não sei qual é a adesão dos comandantes, mas, caso venham reduzir o efetivo das Forças Armadas é menos gente nas ruas para fazer frente aos marginais do MST, dos haitianos, senegaleses, bolivianos e tudo que é escória do mundo que, agora, está chegando os sírios também. A escória do mundo está chegando ao Brasil como se nós não tivéssemos problema demais para resolver."[223] No discurso no Clube Hebraica em 2017, afirmou que "não podemos abrir as portas para todo mundo". No entanto, não se mostrou contrário à entrada de todos os estrangeiros. "Alguém já viu algum japonês pedindo esmola? É uma raça que tem vergonha na cara!"[224] Em abril de 2017, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial apresentou uma nota de repúdio pelas declarações do deputado sobre o tema.[225] Em 2018, Bolsonaro defendeu a criação de "campos de refugiados" para venezuelanos buscando abrigo no Brasil.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jair_Bolsonaro



Jair Messias Bolsonaro nasceu em Campinas (SP) no dia 21 de março de 1955, filho de Perci Geraldo Bolsonaro e de Olinda Bonturi Bolsonaro. Em 1977 concluiu o curso de formação de oficiais da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), localizada em Resende (RJ), e o curso de paraquedismo militar na Brigada Praquedista do Rio de Janeiro. Em 1983 formou-se em educação física na Escola de Educação Física do Exército, e tornou-se mestre em saltos pela Brigada Paraquedista do Rio de Janeiro. Em 1986, servindo como capitão no 8º Grupo de Artilharia de Campanha, ganhou projeção nacional ao escrever, na seção Ponto de Vista da revista Veja, artigo intitulado “O salário está baixo”. Para Bolsonaro, o desligamento de dezenas de cadetes da AMAN se devia aos baixos salários pagos à categoria de uma forma geral, e não a desvios de conduta, como queria deixar transparecer a cúpula do Exército. O artigo provocou sua prisão, por infringir o regulamento disciplinar do Exército. A atitude de seus superiores levou à reação de oficiais da ativa e da reserva, inclusive do general Newton Cruz, ex-chefe da agência central do Serviço Nacional de Informações (SNI) no governo João Figueiredo. Bolsonaro recebeu cerca de 150 telegramas de solidariedade das mais variadas regiões do país, além do apoio de oficiais do Instituto Militar de Engenharia (IME) e de mulheres de oficiais, que realizaram manifestação em frente ao complexo militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Em outubro de 1987, o clima de descontentamento entre os militares gerou novos atos de indisciplina. A revista Veja noticiou a invasão da prefeitura de Apucarana (PR) pelo capitão Luís Fernando Valter de Almeida que, à frente de 50 homens, leu manifesto contra os baixos salários das forças armadas. A mesma reportagem apresentava um plano em que o capitão Bolsonaro, na época cursando a Escola Superior de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), era um dos personagens centrais. Denominado “Operação beco sem saída”, o plano tinha como objetivo “explodir bombas em várias unidades da Vila Militar, da Academia Militar das Agulhas Negras (...) e em vários quartéis”, com cuidado para que não houvesse feridos. A operação, no entanto, só seria executada caso o reajuste concedido aos militares pelo governo federal ficasse abaixo de 60% e serviria para “assustar” o ministro do Exército, general Leônidas Pires Gonçalves. O plano atribuído a Bolsonaro e ao capitão Fábio Passos da Silva provocou reações imediatas do ministro do Exército. Convocados a se explicar, os dois capitães “negaram peremptoriamente, da maneira mais veemente, por escrito, do próprio punho, qualquer veracidade daquela informação”, segundo declaração do próprio general Leônidas. Posteriormente, contudo, o fato de existirem testemunhas e provas documentais (na ocasião da reportagem realizada na Vila Militar, Bolsonaro havia desenhado um croqui, no qual, de forma didática, explicara à repórter o funcionamento de uma carga de dinamite) levou o ministro a considerar que se precipitara ao inocentar os dois capitães. Leônidas Pires Gonçalves enviou então ao Superior Tribunal Militar (STM) os resultados de uma sindicância feita pelo Exército, no Rio de Janeiro, que concluía que os dois envolvidos deveriam ser excluídos das forças armadas. O julgamento, realizado em junho de 1988 pelo STM, decidiu pelo não afastamento dos dois capitães dos quadros do Exército. O tribunal acolheu a defesa dos militares, que “se consideravam vítimas de um processo viciado”, sustentando serem insuficientes as provas documentais — cujo laudo pericial fora feito pela Polícia do Exército — por não permitirem comparações caligráficas, uma vez que fora usada letra de imprensa. Esse laudo foi desmentido mais tarde pela Polícia Federal, que confirmou a caligrafia de Bolsonaro. Toda essa polêmica em torno de Bolsonaro — que ainda em 1988 foi para a reserva com a patente de capitão — deu-lhe projeção nos meios militares, o que contribuiu para sua eleição para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro em novembro de 1988, na legenda do Partido Democrata Cristão (PDC). Empossado em janeiro seguinte, cumpriu pouco tempo de mandato, uma vez que em outubro de 1990 foi eleito deputado federal, na mesma legenda, com os votos de suas bases eleitorais na Vila Militar e em algumas zonas de Resende. Renunciou em seguida ao mandato de vereador, tomando posse na Câmara dos Deputados em fevereiro de 1991 e tornando-se membro da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público. Em 29 de setembro de 1992, foi um dos 441 deputados que votaram a favor da abertura de processo de impeachment do presidente da República, Fernando Collor de Melo, acusado de crime de responsabilidade após a conclusão dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada no Congresso Nacional para investigar denúncias de corrupção contra Paulo César Farias, ex-tesoureiro de sua campanha presidencial. Afastado da presidência após a votação na Câmara, Collor acabou renunciando ao mandato em 29 de dezembro seguinte, antes mesmo da aprovação de sua cassação pelo Senado. Foi substituído na chefia do Executivo pelo vice Itamar Franco, que vinha exercendo a função interinamente desde o dia 2 de outubro. Em abril de 1993, Bolsonaro foi um dos fundadores do Partido Progressista Reformador (PPR), nascido da fusão do PDC com o Partido Democrático Social (PDS). Também no mesmo ano, voltou a provocar polêmica ao defender o retorno do regime de exceção e o fechamento temporário do Congresso Nacional. Alegava o deputado que a existência de muitas leis atrapalhava o exercício do poder e que, “num regime de exceção, o chefe, que não precisa ser um militar, pega uma caneta e risca a lei que está atrapalhando”. Tal pronunciamento causou inúmeros protestos e levou o corregedor do Congresso Nacional, deputado Vital Rego, a solicitar ao procurador-geral da República, Aristides Junqueira, o início de uma ação penal contra Bolsonaro por crime contra a segurança nacional, ofensa à Constituição e ao regimento interno da Câmara. A reação dos círculos militares veio por meio do general da reserva Luís Henrique Domingues, porta-voz do Movimento dos Guararapes, que condenou qualquer tentativa de punição do deputado. Ainda em 1993, Bolsonaro acusou o governador de São Paulo, Luís Antônio Fleury Filho, de intermediar, através de uma empreiteira, a compra e venda de deputados do Partido Social Democrático (PSD). O objetivo de Fleury, segundo Bolsonaro, era ampliar sua base de apoio na Assembleia Legislativa paulista e no Congresso. Os deputados Onaireves Moura (PSD-PR) e Nobel de Moura (PSD-RO) estariam encarregados de contatar os deputados e oferecer a quantia acordada. Segundo Bolsonaro, Onaireves lhe oferecera 85 mil dólares para que assinasse ficha de filiação ao PSD e afirmara que o pagamento seria “feito por uma empreiteira ligada ao governo de São Paulo”. Fleury, porém, sustentou que a acusação era absurda e sugeriu a condenação de Bolsonaro por crime de difamação, injúria e calúnia. Em junho de 1994, Bolsonaro envolveu-se em mais uma polêmica, dessa vez com o governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, do Partido Popular (PP). Na ocasião, acusou o governador de barganhar com o governo federal a liberação de verbas para a construção do metrô de Brasília em troca de votos a favor da aprovação do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF). Prevista ainda para essa legislatura, a revisão da Constituição de 1988 acabou não acontecendo, e poucas alterações na Carta foram aprovadas. Entre outras votações, Bolsonaro esteve ausente da sessão que rejeitou o fim do voto obrigatório e foi favorável à criação do IPMF e do Fundo Social de Emergência (FSE), concebidos como fontes de financiamento para o plano de estabilização econômica do governo, batizado de Plano Real. Embora, em agosto de 1994, tivesse voltado a pedir o fechamento do Congresso Nacional, declarando preferir “sobreviver no regime militar a morrer nesta democracia”, Bolsonaro concorreu à reeleição no pleito de 3 de outubro daquele ano. Sua plataforma de campanha incluía, além da luta pela melhoria salarial para os militares, o fim da estabilidade dos servidores, a defesa do controle de natalidade e a revisão da área dos índios ianomâmis, cuja extensão considerava absurda. Reelegeu-se com quase 135 mil votos — mais do dobro da eleição anterior —, a maioria proveniente de sua base eleitoral, formada por militares. Ainda em outubro, no entanto, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro decidiu anular o pleito por suspeitas de fraude. Marcada nova eleição para novembro, Bolsonaro confirmou sua reeleição. Empossado em fevereiro seguinte, tornou-se membro da Comissão de Defesa Nacional e foi novamente indicado para a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara. O início de seu mandato foi marcado por novos incidentes, dessa vez envolvendo Luís Carlos Bresser-Pereira, ministro da Administração do recém-iniciado governo Fernando Henrique Cardoso, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Sustentando que Bolsonaro havia tratado o ministro de forma desrespeitosa durante o depoimento deste na Comissão de Trabalho sobre o adiamento da data de pagamento dos servidores públicos, o deputado gaúcho Osvaldo Biochi, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), solicitou sua cassação, o que veio a se converter, no entanto, apenas em uma advertência. Em agosto de 1995, com a criação do Partido Progressista Brasileiro (PPB), resultado da fusão do PPR com o PP, Bolsonaro transferiu-se para a nova agremiação. Nas votações das emendas constitucionais propostas pelo governo Fernando Henrique nesse mesmo ano, foi favorável à quebra do monopólio dos governos estaduais na distribuição de gás canalizado e à mudança no conceito de empresa nacional. Pronunciou-se contra a abertura da navegação de cabotagem às embarcações estrangeiras e a abolição do monopólio estatal nas telecomunicações e na exploração do petróleo pela Petrobras. Em julho de 1996, manifestou-se contra a aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), antigo IPMF. Em novembro de 1996, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu revogar o pleito de novembro de 1994 e restabelecer o resultado da eleição de outubro. Considerando que as denúncias de fraude não tinham sido devidamente comprovadas, o TSE determinou uma nova diplomação da bancada do Rio de Janeiro, de acordo com o resultado da primeira eleição. Vitorioso nos dois pleitos, Jair Bolsonaro foi reempossado na Câmara em 17 de fevereiro de 1997, continuando a exercer normalmente seu mandato e tornando-se membro da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Ainda em fevereiro, votou contra a emenda que estabeleceu o direito de reeleição para prefeitos, governadores de estado e presidente da República. Em maio, foi um dos parlamentares que denunciaram na imprensa a compra de votos para a aprovação da emenda da reeleição. Em novembro, pronunciou-se contra o destaque ao projeto de reforma administrativa do governo federal que instituía a possibilidade de demissão no funcionalismo público em caso de mau desempenho do servidor ou toda vez que os gastos com pessoal superassem 60% da arrecadação do Estado. Em março de 1998 esteve no centro da polêmica sobre a eleição para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Candidato ao cargo, Bolsonaro enfrentou a reação de vários setores da sociedade, que chamaram a atenção para seu envolvimento com os segmentos responsáveis pela violação dos direitos humanos. Em artigo publicado na imprensa no mesmo mês, defendeu a pena de morte, a prisão perpétua, o regime de trabalhos forçados para condenados, a redução da maioridade para 16 anos e um rígido controle da natalidade como maneira eficaz de combate à miséria e à violência. Nas eleições de outubro de 1998 candidatou-se mais uma vez e foi reeleito com 102.893 votos. Em novembro, manifestou-se contra os destaques da reforma da previdência que propunham o estabelecimento de um teto para as aposentadorias dos funcionários públicos e a adoção dos critérios de idade mínima e de tempo de contribuição para a concessão de aposentadorias no setor privado. Assumiu seu novo mandato na Câmara em fevereiro de 1999 e tornou-se titular da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, e da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. Em junho, a Mesa Diretora da Câmara decidiu propor ao plenário sua suspensão por um mês, por ter defendido o fechamento do Congresso e afirmado que “a situação do país seria melhor se a ditadura tivesse matado mais gente”, incluindo o presidente da República Fernando Henrique Cardoso. A Mesa Diretora havia optado por apenas censurá-lo, após ter recebido uma retratação, mas voltou atrás quando Bolsonaro não reconheceu a retratação, afirmando que sua assinatura havia sido falsificada. No entanto, a proposta da Mesa Diretora nunca chegou a ser votada pelo plenário da Câmara. Naquele mesmo mês, referindo-se à denúncia do ex-padre José Antônio Monteiro de que o diretor-geral da Polícia Federal João Batista Campelo o havia torturado, o que resultou no afastamento deste último, afirmou ser isso “que dá torturar e não matar”. Em agosto, foi divulgado que Bolsonaro praticava nepotismo, pois empregava em seu gabinete sua companheira Ana Cristina Vale, o pai e a irmã dedta. Na ocasião afirmou estar se divorciando de sua esposa, e argumentou que, por não ser casado com Ana Cristina, não estava praticando nepotismo. Em dezembro envolveu-se em nova polêmica ao defender o fuzilamento do presidente Fernando Henrique Cardoso. O ataque ocorreu em almoço de desagravo ao ex-comandante da Aeronáutica, Walter Braüer, exonerado pouco antes. Em seguida, afirmou que o fuzilamento era até “algo honroso para certas pessoas”. O líder do governo na Câmara, Artur Virgílio, do PSDB, chegou a entrar com pedido de cassação de seu mandato, mas a proposta nunca chegou ao plenário da casa. No início de 2000, Bolsonaro defendeu a pena de morte para qualquer crime premeditado, e a tortura em casos de tráfico de drogas, afirmando que “um traficante que age nas ruas contra nossos filhos tem que ser colocado no pau-de-arara imediatamente. Não tem direitos humanos nesse caso. [...] Para sequestrador, a mesma coisa. O objetivo é fazer o cara abrir a boca. O cara tem que ser arrebentado para abrir o bico”. Atacou também os homossexuais, dizendo não “admitir abrir a porta do meu apartamento e topar com um casal gay se despedindo com beijo na boca, e meu filho assistindo a isso”. Em dezembro, foi o único deputado a votar contra a criação do Fundo de Combate à Pobreza. O Fundo, proposto pelo governo federal e financiado pela Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o que implicou aumento de sua alíquota, entrou em funcionamento no ano seguinte e destinou verbas para programas de transferência de renda, como o Bolsa-Escola, e para o saneamento básico. Bolsonaro seguiu defendendo os interesses das forças armadas e demonstrando sua insatisfação com o aumento da ingerência civil sobre estas a partir da criação do Ministério da Defesa pelo governo Fernando Henrique. Em audiência do ministro da Defesa Geraldo Quintão na Câmara, criticou-o por postergar o reajuste dos militares, qualificou-o de “despreparado” e acusou-o de estar “servindo aos interesses dos EUA no país”. Em discurso pronunciado em plenário alguns dias antes, havia chamado o mesmo ministro de “canalha”, “patife” e “imoral”. Nas eleições de 2002, candidatou-se pela quarta vez a deputado federal pelo Rio de Janeiro, sempre na legenda do PPB. Reeleito com 88.945 votos, assumiu seu novo mandato em fevereiro de 2003, um mês após o início do governo de Luís Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT). Na Câmara, foi titular das comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania; de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, e de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Ainda no início de 2003, declarou-se contrário à reforma da previdência proposta pelo governo federal. Também naquele ano, deixou o PPB para filiar-se ao PTB. No início de 2005, deixou o PTB e se filiou ao Partido da Frente Liberal (PFL). Em abril, deixou o PFL e foi para o Partido Progressista (PP), nova denominação do PPB, sua antiga legenda. No ano de 2005, ocorreu uma crise política envolvendo membros do governo Lula e parlamentares, acusados de financiamento ilícito de campanhas eleitorais e de compra e venda de votos para a aprovação de projetos do governo federal. Durante a chamada crise do “mensalão”, Bolsonaro destacou-se pelos ataques ao PT e a políticos do partido envolvidos nos escândalos. Durante discurso em plenário de José Dirceu, que em junho se demitiu da Casa Civil e assumiu o mandato de deputado, chamou-o de “terrorista”. Acusou José Genoíno de ter delatado companheiros da Guerrilha do Araguaia após ter sido preso pelos militares em 1972. Essa versão foi negada pelo acusado, que afirmou ter feito confissões sob tortura. Para constranger o adversário, Bolsonaro chegou a comparecer ao depoimento de Genoíno na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Mensalão levando o coronel reformado Lício Augusto Ribeiro Maciel, que fora responsável pela prisão e interrogatório de Genoíno em 1972 e que sustentava a versão da delação. Ao mesmo tempo que a crise política se desdobrava, iniciou-se a campanha em torno da consulta popular a respeito da proibição ou não da venda de armas no Brasil, a ser realizada no dia 23 de outubro. Bolsonaro havia sido crítico das campanhas pelo desarmamento organizadas pelo governo federal em anos anteriores. Contra essas campanhas havia mandado confeccionar cartazes com frases como “O exército do PT é o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]” e “Entregue suas armas: os vagabundos agradecem”. Por ocasião do referendo, posicionou-se entre os defensores e organizadores da campanha do “não”. Justificou sua posição afirmando ser favorável “ao desarmamento, sim, mas dos bandidos. Que tirem metralhadoras, fuzis, granadas”. Realizada a consulta no dia previsto, venceram os partidários do “não” à proibição da venda de armas, que obtiveram 64% dos votos válidos contra 36% dos votos pelo “sim”. Bolsonaro sempre foi crítico das políticas de memória defendidas e implantadas pelos governos civis, defendendo sistematicamente a atuação do regime militar. Dedicou-se a defender em especial a repressão à Guerrilha do Araguaia. Em 2006, quando o governo federal determinou que se fizessem esforços para que os restos mortais dos guerrilheiros desaparecidos em combates com as forças armadas fossem localizados, mandou confeccionar e expôs cartazes com os dizeres “Araguaia: quem procura osso é cachorro”. Nas eleições de 2006, foi reeleito para o quinto mandato consecutivo, com 99.700 votos. Tomou posse em fevereiro de 2007 e nessa legislatura foi titular das comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania; de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; e de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Em 2008 envolveu-se em nova polêmica, em audiência pública na Câmara para debater a situação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, no estado de Roraima. A demarcação realizada pelo governo federal era contestada pelo governo estadual, e ocorriam conflitos entre agricultores e indígenas. Bolsonaro combateu a demarcação contínua em área de fronteira, afirmando que ela poria em risco a integridade nacional, e colocou-se contra o ministro da Justiça Tarso Genro (PT). Na ocasião, o representante indígena no debate, Jecinaldo Sateré Maué, atirou água no deputado. Em 2009 o Partido Comunista do Brasil (PC do B) entrou com representação contra o parlamentar por quebra de decoro. Foi casado com Rogéria Nantes Nunes Braga Bolsonaro, vereadora no Rio de Janeiro entre 1993 e 2001. Separou-se afirmando que Rogéria havia deixado de seguir suas orientações nas votações e retirou o apoio à ex-esposa, que não conseguiu se reeleger em 2000. De seu casamento com Rogéria, teve três filhos. Dois deles seguiram carreira política: Flávio Bolsonaro assumiu o mandato de deputado estadual no Rio de Janeiro em 2003, e Carlos Bolsonaro, o de vereador no município do Rio de Janeiro em 2001. Contraiu segundas núpcias com Ana Cristina Vale, com quem teve um filho.

Fonte: Fundação Getúlio Vargas

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Jair Bolsonaro, 38° Presidente do Brasil's Timeline

1955
March 21, 1955
Glicério, State of São Paulo, Brazil
1981
April 30, 1981
Resende, Rio de Janeiro, Brasil (Brazil)
1982
December 7, 1982
Resende, State of Rio de Janeiro, Brazil
1984
July 10, 1984
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, State of Rio de Janeiro, Brazil