Lockie Leonor Hubscher

Lockie Leonor Weissinger nasceu no dia 7 de junho de 1884 em Santa Bárbara d’Oeste, segundo filho, primeira menina, de John Wesley Weissinger Junior e Mary Priscilla Holland. Lockie casou-se com Pedro Hubcher.

Conta Isabel Cristina Bueno de Campos, sua sobrinha-neta: “Tia Lockie, era culta, inteligente, sabia conversar e gostava de crianças. Sempre foi muito amorosa. Minha mãe sempre disse que ela era uma tia especial, amorosa, caridosa, e muito presente na vida dela e dos irmãos, que ficaram órfãos da mãe muito cedo, todos ainda muito pequenos. Mamãe contava que ela vinha ao no sítio de meu avô Gustavo, em Santa Bárbara, e trazia muitas coisas, as bolachas vinham em latas, eram novidades, trazia livros e presentinhos para alegrar os pequenos. Tia Lockie, levava minha mãe para São Paulo, e deixava que ela ficasse à vontade. Uma época, ela teve uma confeitaria. Mamãe dizia que ela ia à cozinha da padaria para espiar. Tudo era mágico, cheiroso, e diferente. Faziam pães, bolos, bolachas, palitos feitos de massa de pão. Isso tudo minha mãe podia experimentar e comia de tudo.

“Mamãe gostava de ficar na casa de sua tia preferida, porque ela dava atenção e cuidava dela como se fosse mãe. Mamãe sentia muita saudade de sua mãe, Izabel, que falecera muito jovem, de câncer. Vovô ficava tranquilo quando a irmã levava um dos seus filhos, pois sabia que seria muito bem tratado.

“O marido de tia Lockie, Tio Pedro, foi envolvido em uma tramoia, montada por alguns de seus conhecidos: por sorte descobriu que estavam aprontando para que ele fosse preso. Tia Lockie e alguns amigos, providenciaram sua saída do pais o mais rapidamente possível, sem tempo nem para despedidas. Não me lembro exatamente os detalhes, mas mamãe dizia que tia Lockie sofreu muito, e isso marcou muito minha mãe. Ele nunca mais pode voltar, pelo menos é o que sempre me disseram. Não sei se mantinham contato por cartas.

“Tia Lockie, tinha uma linda casa na praia, onde seus sobrinhos sempre iam passar férias, finais de semana. Minha mãe quando ia, já adulta, dizia que ficavam conversando, relembrando o passado. Lockie sempre falava de seu marido.

“O apartamento dela em São Paulo, eu conheci. Era lindo, grande, espaçoso. Ela tinha uma macaquinha, que chamava-se Chita. Ficava numa pequena jaula, e eu tinha medo. Tinha um piano num corredor, não sei se alguém tocava. No café da manhã tinha bisquit, delicioso, me lembro até hoje.

“Enfim, ela foi muito importante na vida de meu avô, porque deu apoio, quando ele ficou viúvo. Enquanto minha avó ainda estava se tratando, tinha que ficar em São Paulo. Ficava na casa dela e, graças ao seu coração de ouro, ajudava em tudo para que minha avó não sofresse tanto. Foram momentos difíceis mas, devido à estrutura e força de tia Lockie, as coisas pareciam mais fáceis.”

Pedro faleceu em data ignorada, porém relativamente jovem, e Lockie aos 94 anos, em 17 de novembro de 1978.