Maria Agatha (Menz) Zengerle 'Agathe'

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About Maria Agatha (Menz) Zengerle 'Agathe'

Agatha foi a 4ª filha do casal Josef-Alois/Josefa (Hofer) Menz. Seu nome correto enquanto solteira, de acordo com anotações em meu poder, era Maria Agatha Menz. Nasceu em 23.09.1886 em Weitnau e faleceu em 03.5.1960, em Isny-Vorstadt, Alemanha. Casou-se em 01.8.1911 com o Wachszieher-Meister (mestre em trabalhos de cera) Josef Zengerle (*1882/+1957), quando então passou a assinar Maria Agatha Zengerle.

O casal Josef e Agatha teve uma prole numerosa 8 filhos (5 moças e 3 rapazes) sobrevivos:

Chrisostomus (*? - +?), Maria Josefine (*05.01.1914 - + ?), Maria Theresia (*09.10.1912 - +?), Maria Kreszentia (*08.02.1918 - +?), Georg (* - +?), Klara (* - +?), Martin (* - +), Mehtilde (*? - +?) e Aloisia Agatha(*24.06.1916 - +?). Há referência também a Johann Josef (*08.03.1915 - + 04.05.1916) e a Josef Michael (*08.05.1919 - +?).

Embora fosse a 4ª na ordem de filiação do casal Josef-Alois e Josefa Menz, foi a primeira a contrair núpcias. E da união conjugal frutificou uma prole numerosa. Sua vida, como a de muitos de sua geração, não foi fácil. Nem bem passados 3 anos de seu casamento, iniciou a Primeira Guerra Mundial. E já em novembro de 1914 seu marido Josef foi convocado a integrar as tropas do Reich na cidade de Ulm, onde permaneceu por 5 semanas, mas acabou temporariamente dispensado para aguardar em casa, enquanto seus companheiros seguiam para o campo de batalha.

Finalmente, em agosto de 1915, Josef foi chamado a se reapresentar e em novembro mandado para o campo de batalha, em Trichtenwald.

Em 04.05.1916, com o marido no "front" de combate, Agatha enfrentou uma grande adversidade. Grávida de Aloisia Agatha, perdeu o filho de 14 meses Johann-Josef (Joschle). Na mesma data eram realizadas as exéquias ao seu irmão Alois na Igreja de São Jorge, em Isny. Lamentando o episódio, referiu em correspondência para o irmão Michael no Brasil, não ter sido possível comparecer às honras fúnebres dos tombados heróis da pátria, pois não podia abandonar a criança moribunda em mãos de estranhos.

Em abril de 1917, Josef, sob fortíssimo fogo de batalha, teve uma crise epilética. Por isto, desacordado, foi baixado a um hospital de doentes nervosos em Metz, e dali para as localidades de Landau, Pfelz Heilbron e Weingarten. Em agosto foi mandado para casa e em janeiro de 1918 para Friedrichshaven, onde permaneceu até o final da guerra em novembro de 1918, quando o exército alemão foi desmobilizado.

A correspondência de Agatha afirma que o retorno do marido não foi fácil, dadas as condições psíquicas em que se encontrava. Ademais, aguardava-os a reconstrução do país, uma inflação galopante, um inverno que começou bem antes do usual, em outubro de 1919 e que custou à região a maior parte da safra do tarde e, finalmente, uma “influenza”, gripe fortíssima que, segundo ela, atacava os pulmões e o coração e deixou milhares de mortos, não bastassem aqueles tombados na guerra. Menciona ainda que, na região, era raro encontrar uma família que não tivesse perdido pelo menos uma pessoa durante os últimos 3 anos.

A vida econômica da família baseava-se na agricultura e na produção de artefatos de cera. Em 1919 possuíam uma pequena área de terra equivalente a 0,2 ha e compraram outra gleba. O que lhes permitia produzir toda a sorte de frutas, legumes e verduras, cujos preços, aliás, estavam nas alturas. A produção de artefatos de cera, principalmente velas para as igrejas, consumia-lhes grande quantidade de matéria prima, escassa por aqueles tempos. Por isto, Agatha propôs para seu irmão Michael a importação de 1 a 2 toneladas de cera do Brasil. Se isto chegou a se concretizar, não sei. Provavelmente, naqueles tempos, aqui no Rio Grande do Sul, ainda não houvesse matéria-prima suficiente para exportação e tudo nãotenha passado deuma proposta; todavia, isto merece pesquisa.

Abaixo a referida carta, já traduzida:

Isny, 7 de dezembro de 1919.

Querido irmão Miguel!

Já há muito eu tinha em mente dar-te um sinal de vida.

Todos ficamos muito contentes ao receber notícias tuas e de Julius, que nos escreveram seguidas vezes informando, graças a Deus, que aí vai tudo bem. Enchíamo-nos de preocupações convosco e, por certo, vocês conosco. Informalmente, e dadas as circunstâncias, pode-se dizer que as coisas, para nós, até que foram muito bem.

Josef teve que se apresentar, em novembro de 1914, em Ulm com a promessa incerta de que, após 5 semanas, poderia regressar para casa, enquanto seus muitos companheiros seguiriam para o campo de batalha.

Mas, em agosto de 1915, tanto ele quanto Martin, tiveram que se apresentar. Este, em algumas semanas, acabou dispensado do serviço militar permanente, enquanto Josef, por se encontrar suficientemente preparado, seguiu, já em novembro, para o campo de batalha em Trichtenwald, 50 km de Metz e 50 Km do local onde foi enterrado nosso irmão Alois.

Provavelmente já sabes que em abril de 1916 o irmão Alois morreu em combate e que no dia 4 de maio faleceu o nosso filho mais moço „Joschle“, aos 14 meses de idade, fato que se deu no mesmo dia de em que era rezada a missa pelos nossos heróis mortos em batalha.

Logicamente, não pude participar da missa fúnebre aos heróis, pois não me era possível abandonar a estranhos o filho que morria. Cinco semanas após, nasceu-nos a pequena Aloisia Agatha.

Um ano mais tarde, em 4 de maio de 1917, nosso querido avô foi enterrado. E algumas semanas antes, em abril de 1917, José, sob fortíssimo fogo de combate, sofreu um ataque epilético que, graças a Deus, não veio a se repetir.

Ficou desacordado e, por isto, foi carregado de de seu posto para Hospitais de doentes nervosos em Metz, Landau e Pfelz, Heilbron e então para Weingarten. Depois disto foi reconduzido para Heilbron e, convalescente, lhe foi permitido regressar para casa no final de agosto.

Mas, já em janeiro foi mandado se apresentar em Frierichshafen, onde, mediante requerimento, ficou agregado ao Regimento Montanhês local, fato que lhe possibilitava trabalhar e comer em casa e receber o soldo diário de 2 M. Este foi o melhor tempo que viveu durante todo o período de guerra.

Afinal, em novembro de 1918, dissolvido o exército alemão, junto com os demais restou dispensado, mas, nas condições neuróticas em que as pessoas naquela situação retornam ao lar, pelo que, afinal, temos que perdoá-las, já que passaram por muitas coisas. Também sobre nós, em casa, pairava um grande desânimo decorrente das muitas preocupações e trabalhos que eu não gostaria de reviver. Após 8 meses, meu marido veio apenas 2 vezes em licença.

Entretanto, temos 5 crianças e uma no céu. Em 9 de outubro de 1912 nasceu Maria Theresia; em 5 de janeiro de 1914, Maria Josefine; em 08 de março de 1915 nasceu Johann-Josef, falecido em 4 de maio de 1916; e então, em 24 de junho de 1916, nasceu Aloisia-Agatha; em 8 de fevereiro de 1918 nasceu Maria Kreszentia e em 8 de maio de 1919 Josef Michael. Tive que me submeter, nesse ínterim, a três operações.

Porém, em quase todos os lares há uma cruz; certamente, muitas mortes. Grassava, por toda a Alemanha, a gripe, doença quase tão contagiosa como a Influenza que, via de regra, acaba trazendo conseqüências para o pulmão e o coração. Já quase não se consegue erradicar essa doença do país. Paralelamente, muitos têm a gripe, também assim a nossa Aloisia e o Bubi, acompanhada de infecção pulmonar, ainda que não tão perigosa e esperamos que logo se recuperem. A doença, em pouco mais de um ano e meio custou a vida de milhares.

Querido Miguel, se eu tivesse que arrolar os nomes de todos os conhecidos que tombaram em combate ou faleceram em outras circunstâncias nos últimos 3 anos, teria que anexar uma folha especial para esse fim. Farei, porém, um pequeno rol, citando alguns e assinalado com uma cruz os mortos em combate:

Primos Josef e Julius(+), de Meuelzhofen; Georg(+) e Josef(+) Hofer, de Blasenberg; Haoer Kiechle(+) e Baptist(+) e Josef(+) Kiechle, os últimos há muito desaparecidos e declarados mortos; Haoer Bessler(+); Josef Georg(+) e Johannes(+) Hofer, de Ratzenhofen; Josef+ n. Mathäus; Brauchle Gründels (...) único filho de Halder(+), em Dorenweid; um filho(+) de Jäck Gründels; dois filhos(+) de (...) Baldauf, (de) Isnyaberg; Tauschens Alfons e Alois(+); Josef Brick de Schweinebach(+); Remig Gruber(+); Uths Jos. e Bernard(+); Buemans Josef(+); Florian Stiebet(+); Paul Schwarz(+); Andreas Notz(+); Hans Rehs(+), de Ratzenhofen; (.....) Zengerle, de Ratzenhofen; Georg Notz(+), de Werlang; Fritz Keck(+), de Burgwang; Josef Dieng(+), de Kleinholzleute; falecidos: Maria Dieng, de Kleinholzleute; Senhora Epp; Scherers Gebhard; o jovem Holzer Wolfbühl; o velho Scherer; Senhora Lerchenmüller Schmid (antigamente Launwirt); Pauline, Theres, u. Michael (sen.) Wiedeman de Rothenbach; Senhor e Senhora Prefeito Braun de Weitnau, o velho Scherd(?) e dtr.(?) Schred(?) (dutsche); Heinrich Seger(+); no Glötter, 2; no Hemgge, 1; no Siegel, 1; no Hindelang e em Weitnau também muitos; em Weitnau sucumbiram em combate em torno de 50. Da comunidadede Isny, bem mais de 100.

Querido irmão. Foi um longo tempo, diariamente à espera de notícias; Deus queira tenha passado! Agora, todavia, ocorrem muitos casamentos. No mês que vem, casará nossa irmã Thérres com Markus Prinz, de Ringenberg, como provavelmente já sabes, com ela tudo está bem. E no início do ano casará nosso irmão Baptist, no torrão, com Martha Zengerle, de Patzenhafen.

Os velhos compraram aquela bela casa na qual, antigamente morava Aktnar Kohler e que também sediava a casa de negócios de Dominikus e Senz Haburger. Pesarosamente, Haburger então se enforcou, tomado de melancolia e aborrecimento.

Querido irmão, o que tens na idéia? Não estarás também pretendendo vestir a canga matrimonial? Para um homem isto não é um passo tão pesado quanto para uma moça, quando possuidor de um lastro e capacidade para cumprir suas obrigações religiosas.

Do ponto de vista financeiro, quase superamos as dificuldades. E estaríamos, acaso acobertados pelo tempo de paz de antigamente, numa situação muito boa. Porém, aí chegam os impostos e contribuições compulsórias. Mas, tem-se também melhores ganhos. Porém, vestuário e logo também os gêneros de primeira necessidade, custam quase cinco vezes mais do que custavam no tempo anterior à guerra.

Graças a Deus, temos, de produção própria, para nossos gastos, leite, frutas, verduras, etc... Também compramos um pequeno campo. Outro, de 0,3 ha, já tínhamos anteriormente, situação que nos permite vender a colheita das frutas. No outono, por 50 kg de frutas chegaram a pagar 20 DM e agora, 40-50 DM. E o mel também tem preço alto. Por isto, não podemos nos queixar.

Neste ano tivemos um inverno muito prematuro. No meio do outono já fechou neve e a colheita do tarde, em toda a parte, restou congelada, sendo que, para muitos, a perda foi maior do que a metade da colheita de frutas. Em Schliesslang e outras localidades a metade das batatas ainda está na terra. E nos arredores, milhares de "Zentner" (medida de 50 kg), amontoados sobre os estrados erguidos na roça, também ficaram congeladas. Isto, com certeza, contribui significativamente para a alta do custo de vida.

Querido irmão. De repente, tive uma idéia. Provavelmente és sabedor de que o poder de compra do marco alemão de hoje consegue só o equivalente de 5 Pfennige do passado. Portanto, uma queda arrasadora. Daí poderias ganhar dinheiro acaso resolvesses nos emprestar uma pequena soma em dinheiro alemão, ou, quiçá, mandar algo para nossos pais através de cheque. Assim poderias obter um um pequeno presente de Natal ou iniciar uma aplicação financeira.

Hoje comenta-se que um Bávaro emigrado, iludido pela relação numérica absoluta, desconsiderou o valor relativo das moedas, enviando ao irmão, em pagamento de fatiota, 100 dólares americanos, para o que este obteve, no câmbio, a importância de DM 3.800,00. Naturalmente, para ti isto seria mera especulação. Se o Estado chegar à bancarrota, o negócio também estaria morto.

Talvez fosse melhor se a gente usasse o dinheiro para comprar bens de raiz, tais como casas ou propriedade rurais que valem o dobro ou triplo do que valiam no tempo anterior à guerra. E isto seria um negócio oportuno. Lê-se que estrangeiros, nas atuais circunstâncias, preferem investir comprando bens alemães.

Quem sabe possas comprar cera de abelha, branca ou amarela, e nos enviá-la. Para nós isto também seria muito bom, pois sempre temos dificuldades de consegui-la em quantidade suficiente. Porém, o negócio teria de ser cautelosamente acertado. Aqui se paga pelo quilo 15 a 17 M no atacado e as vezes até mais. Seria bom que previamente te informasses sobre despesas de frete,seguro e licenças, impostos e taxas aduaneiras e nós, então, com prazer, te enviaríamos ou te creditaríamos dinheiro necessário, ou, quiçá, adquiriríamos algo a teu mando. Quando disto obtiveres certeza, teria de ser algo em torno de 1 a 2 toneladas; aliás, isto podes te imaginar. Entretanto, o negócio teria de ser realizado rapidamente de modo a afastar significativa queda nos preços. Escreva-nos logo expondo o que pensas a respeito.

Querido irmão! Entretanto, desejo-te de coração, junto com toda a minha família, um ano novo de justa e abençoada sorte. Que venhas a ter ainda por muitos anos saúde e sorte e que obtenhas um dia, por teus perenes esforços e sacrifícios, o mérito de alcançar o céu, onde todos esperamos nos rever, pois lá certamente iremos nos reencontrar. Tu ou Julius, não voltareis proximamente para casa? Isto, para todos, seria outra vez uma grande festa.

A irmã Tolentina há tempos já não esteve mais em casa; porém, tudo vai bem com ela. Agora ela é a Madre Superiora em Berg, Ravensburg. Tanto quanto nos escreveu Julius e tu o confirmaste, com ele e a família tudo vai bem. Para ele, por causa da família, teria sido duplamente ruim se não tivesse tido sucesso no trabalho e Bertha, espero, gradualmente esquecerá as saudades de casa.

Martin ainda vive às nossas custas em nossa moradia, isto apesar de estar empregado na Câmara de Veradores e ganhar um bom salário. Ele até já comprou a casa do Stelzer, usando apenas seu próprio dinheiro.

Entretanto, preciso terminar a carta. Ficarei muito contente se me mandares também uma cartinha.

Ainda devo anotar que a nossa madrinha de batismo, Senhora Behsler faleceu em Rieder durante o verão e que Johanna casou na residência em novembro.

Cumprimentam-te, de todo o coração,

Tua querida irmã e cunhado

Josef e Agatha Zengerle, filhos e cunhado Martin.

Por favor, cumprimenta,por nós, à Família Kraeff.

Junto algumas notas de falecimento de conhecidos

Milhares de cumprimentos de todo o coração e desejo de sorte do teu

Querido cunhado

Josef Zengerle

Querido tio: também nós, sobrinhas e sobrinho cumprimentamos-te de todo coração

Theresia, Josefine, Aloisia, Maria, Josef Zengerle.

"Senze Hohl", em 08 de maio de 1960, encarregou-se de noticiar a todos os parentes o falecimento da irmã Agatha. Referiu que:

Sie war kaum 4 Wochen krank. Es fing an mit Übelkeit u. Erbrechen; das hielt fast 2 Wochen an. Dan kam noch Lungen entzündug u. starke Herzbeschwerden dazu. (...) Sie starb ganz ergeben in Gottes Willen, u. ruhig, ohne Todeskampf.

Equivocadamente, o documento de participação registrou o nome da falecida como "Agathe Zengerle", relacionando os filhos:

Chrysostomus mit Frau; Georg mit Familie; Martin mit Familie.

E as filhas:

Therese Buemann mit Familie;

Josefine Martin mit Kinder;

Aloisia;

Maria Halder mit Familie;

Klara;

Mechtilde Geiger mit Familie.

Como se depreende do documento, na data do falecimento da mãe, Chrisostomus não tinha filhos, Aloisia e Klara eram solteiras e Josefine provavelmente era viúva.

Walter Menz II

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Maria Agatha (Menz) Zengerle 'Agathe''s Timeline

1886
September 23, 1886
Kempten, Weitnau, Baden-Württemberg, Germany
1912
October 9, 1912
Isny, Baden-Württemberg, Germany
1914
January 5, 1914
Isny, Baden-Württemberg, Germany
1915
March 8, 1915
1916
June 24, 1916
Germany
1918
February 8, 1918
Isny, Baden-Württemberg, Germany
1921
February 28, 1921
Isny, Baden-Württemberg, Germany
1922
July 31, 1922