Rita Lee Jones

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Rita Lee Jones

Birthdate:
Birthplace: São Paulo, São Paulo, State of São Paulo, Brazil
Death: May 08, 2023 (75)
Vila Mariana, São Paulo, São Paulo, Brazil
Immediate Family:

Daughter of Charles Finley Jones and Romilda Padula
Wife of Roberto de Carvalho
Mother of Beto Lee; Private and Private
Sister of Mary Lee Jones; Private and Private

Occupation: cantora, compositora, multi-instrumentista, apresentadora de televisão, escritora e ativista brasileira.
Managed by: Private User
Last Updated:
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Immediate Family

About Rita Lee Jones

http://en.wikipedia.org/wiki/Rita_Lee

Rita Lee Jones Carvalho (born Rita Lee Jones, December 31, 1947), simply known as Rita Lee, was a Brazilian rock singer and composer. Lee was a popular figure in Brazilian entertainment, where she was also known for being an animal rights activist and a vegetarian. She sold more than 60 million albums worldwide.

Rita Lee

Rita Lee em 2010.
Nome completo Rita Lee Jones de Carvalho
Pseudônimo(s) Rainha do rock brasileiro
Nascimento 31 de dezembro de 1947[1][2]
Vila Mariana, São Paulo, SP
Morte 8 de maio de 2023 (75 anos)
São Paulo, SP
Residência São Paulo, SP
Nacionalidade brasileira
Cônjuge Arnaldo Baptista (c. 1968; div. 1977)
Roberto de Carvalho (c. 1996; m. 2023)
Filho(a)(s)
BetoAntônioJoão
Ocupação
cantoracompositoramulti-instrumentistaapresentadora de televisãoescritoraativista
Carreira musical
Período musical 1963–2023[nota 1]
Gênero(s)
rockpop rocknew waverock psicodélicopopdisco
Instrumento(s)
vocalviolãoguitarraflautateremimbateriabaixopianogaitamellotronmoogauto-harpa
Gravadora(s)
PhonogramPolyGramSom LivreEMIUniversalAbrilBiscoito Fino
Afiliações
Lista[Expandir]
Assinatura
Rita-assinatura.svg
Página oficial
ritalee.com.br
Rita Lee Jones de Carvalho OMC (São Paulo, 31 de dezembro de 1947[1][2] – São Paulo, 8 de maio de 2023) foi uma cantora, compositora, multi-instrumentista, apresentadora de televisão, escritora e ativista brasileira. É conhecida como a "Rainha do rock brasileiro".[5][6] Rita alcançou a marca de 55 milhões de discos vendidos, sendo a artista feminina mais bem-sucedida neste sentido no Brasil e a quarta no geral, atrás de Tonico & Tinoco, Roberto Carlos e Nelson Gonçalves.[7] Ela construiu uma carreira que começou com o rock mas que ao longo dos anos flertou com diversos gêneros, como a psicodelia durante a era do tropicalismo, o pop rock, disco, new wave, a MPB, bossa nova e eletrônica, criando um hibridismo pioneiro entre gêneros internacionais e nacionais.[8]

Rita foi considerada uma das musicistas mais influentes do Brasil, sendo referência para aqueles que vieram a usar guitarra a partir de meados dos anos 1970.[9] Ex-integrante do grupo Os Mutantes (1966–1972) e do Tutti Frutti (1973–1978), participou de importantes revoluções no mundo da música e da sociedade. Suas canções, em geral regadas com uma ironia ácida ou com uma reivindicação da independência feminina,[10] tornaram-se onipresentes nas paradas de sucesso, sendo as mais populares "Ovelha Negra", "Mania de Você", "Lança Perfume", "Agora Só Falta Você", "Baila Comigo", "Banho de Espuma", "Desculpe o Auê", "Erva Venenosa", "Amor e Sexo", "Flagra" e "Doce Vampiro", dentre outras. O álbum Fruto Proibido (1975), lançado com a banda Tutti Frutti, é comumente visto como um marco fundamental na história do rock brasileiro, considerado por alguns como sua obra-prima.[11]

Em 1976, começou um relacionamento amoroso com o guitarrista Roberto de Carvalho que, até o fim da carreira de Rita, foi o parceiro da maioria de suas canções. Tiveram três filhos, entre eles Beto Lee, também guitarrista, que acompanhava os pais nos shows. Rita era vegana e defensora dos direitos dos animais. Com uma carreira que alcançou os 60 anos, a artista passou da inovação e do gueto musical dos anos 1960 e 1970 para as baladas românticas de muito sucesso nos anos 1980 e uma revolução musical,[12] tendo apresentado-se com inúmeros artistas que variam de Elis Regina e João Gilberto à banda Titãs. Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a lista dos cem maiores artistas da música brasileira, onde Rita ocupa o 15° lugar.[13]

Infância e início na música

Rita ainda criança, em foto familiar.
Nascida na véspera de Ano-Novo, em uma família de classe média paulistana, Rita é a filha mais nova do dentista Charles Fenley Jones (1904–1983), paulista descendente de imigrantes norte-americanos confederados do Alabama e do Tennessee estabelecidos em Santa Bárbara d'Oeste,[14] e de Romilda Padula (1904–1986), também paulista, filha de imigrantes italianos da região do Molise, no sul da Itália.[15] Seus pais tinham outras duas filhas: Mary Lee Jones e Virgínia Lee Jones. "Lee" é um nome composto com que o pai quis registrar todas as filhas, em homenagem ao general Robert E. Lee, do exército confederado norte-americano.[16] Originalmente, seu primeiro nome era planejado para ser Bárbara, em homenagem à santa, mas na hora do batizado resolveram homenagear a avó materna, que se chamava Clorinda, mas tinha o apelido de Rita.[17]

Rita nasceu e cresceu no bairro da Vila Mariana, onde viveu até o nascimento de seu primeiro filho. Em entrevistas, revelou que esse bairro lhe é especial, já que lá tem uma grande parte de todas as melhores lembranças de sua vida.[18] A artista foi educada no colégio franco-brasileiro Liceu Pasteur; é poliglota, e fala fluentemente português — sua língua materna — inglês, francês, castelhano e italiano. Chegou a ingressar no curso de Comunicação Social na Universidade de São Paulo, em 1968, na mesma turma da atriz Regina Duarte.[19] Assim como Regina, Rita abandonou o curso no ano seguinte.[20]

Durante a infância, teve aulas de piano com a musicista clássica Magdalena Tagliaferro. Não pensava em ser cantora de rock, mas em ser atriz de cinema, veterinária ou a profissão que seu pai queria, dentista.[21] Suas primeiras influências musicais foram Elvis Presley, Neil Sedaka, Paul Anka, Peter, Paul and Mary, Beatles, Rolling Stones, mas também escutava música brasileira como Cauby Peixoto, Angela Maria, Tito Madi, João Gilberto, Emilinha Borba, Carmen Miranda, Dalva de Oliveira e Maysa por influência dos pais.[22]

Na adolescência, passou a se interessar por música, começando a compor suas primeiras canções. Junto de alguns amigos, começou a se apresentar em clubes da região como componente do Tulio's Trio.[23] Em 1963, formou um conjunto musical com mais duas garotas, as Teenage Singers, que faziam pequenos shows em festas colegiais. No ano seguinte, elas conheceram o trio masculino Wooden Faces. Nesse mesmo ano, faz sua primeira gravação, fazendo vocais para um álbum de Prini Lorez.[24] Teenage Singers e Wooden Faces juntaram-se, formando o Six Sided Rockers, banda que depois se chamará Os Seis,[22] e chegou a gravar um disco compacto, com duas músicas.

Depois da saída de três componentes, sobraram Rita e os irmãos Arnaldo e Sérgio Dias Baptista. O trio passa a se chamar Os Bruxos. Entretanto, nem Rita, nem Arnaldo, nem Sérgio estavam satisfeitos com esse nome e queriam mudá-lo, antes da apresentação do grupo, na estréia do programa O Pequeno Mundo de Ronnie Von, da TV Record (1966). Segundo Carlos Calado,[25] a ideia do nome "Os Mutantes" veio de uma brincadeira irônica de Alberto Helena Júnior, produtor do programa, com Ronnie Von, que, na época, andava lendo O Império dos Mutantes, de Stefan Wul,[26] e não falava de outro assunto. "Vocês ainda estão procurando um nome para o conjunto dos meninos? Por que não Os Mutantes?" Ronnie Von gostou da ideia de Alberto Helena e levou-a ao grupo, que a aprovou imediatamente.

Biografia e carreira
Os Mutantes e primeiros álbuns solo (1966–72)
Ver artigo principal: Os Mutantes

Os Mutantes em 1969; da esquerda para a direita: Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias.

Os Mutantes em 1971
Por um período de seis anos, Rita foi, com Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, integrante da banda Os Mutantes, cantando, tocando flauta e percussão, além de performances bissextas no sintetizador, no banjo e manipulando bizarrices como um gravador portátil (como na música "Caminhante Noturno") e uma bomba de dedetização (em "Le Premier Bonheur du Jour") e sendo letrista. Em 1967, a banda acompanhou Gilberto Gil no III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record na apresentação da canção "Domingo no Parque".

Foram gravados seis álbuns (tendo o primeiro, de 1968, como uns dos álbuns mais importantes da história da música brasileira), que deram origem a hits como "A Minha Menina", "Dom Quixote", "Balada do Louco", "2001 (Dois Mil e Um)" e "Ando Meio Desligado". Entre 1968 e 1972, Rita foi casada com o companheiro de banda Arnaldo. O divórcio seria assinado somente em 1977.[27]

Acompanhada dos componentes dos Mutantes, Rita gravou dois discos solo. O primeiro foi Build Up (1970) — contendo algumas canções em parceria com Arnaldo — que, originalmente, era o repertório de um show feito exclusivamente para um evento empresarial (a Fenit), em São Paulo). Desse disco saiu seu primeiro single solo, "José" (uma versão de Nara Leão para a canção francesa "Joseph", de Georges Moustaki). O segundo disco, Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida (1972), foi lançado com o seu nome, pois a banda já havia lançado um álbum naquele ano e, nos termos do contrato com a gravadora, não lhe era permitido lançar um outro. Com isso, Os Mutantes gravaram, mas só Rita aparece nos créditos.[27]

Em decorrência do fim de seu casamento com Arnaldo e de discordâncias com os rumos que a banda estava tomando, Rita foi expulsa dos Mutantes pelo próprio Arnaldo. Dentre distintas histórias e controvérsias, ela alega que seus companheiros achavam que ela não tinha o virtuosismo requerido pelo rock progressivo, novo interesse da banda. A informação de Rita acabou por se gerar uma grande discussão. Alguns diziam que ela teria saído do grupo. Entretanto, em 2007, Arnaldo admitiu, em entrevista: "Mandei a Rita embora dos Mutantes".[28] No livro Rita Lee: uma autobiografia, de 2016, Rita contou em detalhes como se deu a notícia de sua saída:[29]

"Minha saída do grupo aconteceu bem nos moldes de 'o noivo é o último a saber', no caso, a noiva. Depois de passar o dia fora, chego ao ensaio e me deparo com um clima tenso/denso. Era um tal de um desviar a cara pra lá, o outro olhar para o teto, firular instrumento e coisa e tal. Até que Arnaldo quebra o gelo, toma a palavra e me comunica, não nessas palavras, mas o sentido era o mesmo, que naquele velório o defunto era eu. 'A gente resolveu que a partir de agora você está fora dos Mutantes porque nós resolvemos seguir na linha progressiva-virtuose e você não tem calibre como instrumentista.' Uma escarrada na cara seria menos humilhante. Em vez de me atirar de joelhos chorando e pedindo perdão por ter nascido mulher, fiz a silenciosa elegante. Me retirei da sala em clima dramático, fiz a mala, peguei Danny (a cachorra) e adiós."
Tutti Frutti e consagração nacional (1973–78)
Ver artigo principal: Tutti Frutti (banda)

Rita Lee em 1971

Rita Lee em 1972
Formou com a amiga Lúcia Turnbull uma dupla no estilo folk rock, Cilibrinas do Éden,[30][31] cuja única gravação, ao vivo, no festival Phono 73, foi lançada mais de 35 anos depois. Rita e Lúcia desistem da dupla e formam a banda Tutti Frutti, com Luis Sérgio Carlini e Lee Marcucci, entre outros. Rita, além de cantar, tocou piano, sintetizador, gaita e violão. Um contrato com a gravadora Philips é assinado, mas essa exige que o grupo assine como "Rita Lee & Tutti-Frutti". O que seria o primeiro disco do grupo não é lançado pela gravadora por problemas com a censura e com os executivos, que o consideraram "alternativo demais".[32] Eles voltam ao estúdio e Atrás do Porto Tem uma Cidade é gravado e lançado em 1974.[27]

Em 1975, é lançado Fruto Proibido pela Som Livre. O disco, que contém os sucessos "Agora Só Falta Você", "Esse Tal de Roque Enrow" e "Ovelha Negra", tornou-se um clássico do rock brasileiro, vendendo mais de 200 mil cópias na época, e dando a Rita o título de "Rainha do rock brasileiro".[33]

O terceiro disco, Entradas e Bandeiras, é lançado em 1976, com os singles "Coisas da Vida", "Corista de Rock" e "Com a Boca No Mundo". O disco também contava com a faixa "Bruxa Amarela", que foi composta por Raul Seixas e Paulo Coelho. Devido a uma crise de estresse, Rita fica afastada do processo de mixagem deste disco, fato que ocasiona num som mais pesado com a nítida predominância da guitarra de Carlini. No mesmo ano, conhece o músico carioca Roberto de Carvalho e inicia uma parceria musical e amorosa de sucesso, que seguiu até o final de sua vida.[31]

Em agosto do mesmo ano, durante sua primeira gravidez e morando com Roberto, foi presa por porte e uso de maconha.[34] Na verdade, tal episódio, considerado um dos mais truculentos da ditadura militar, foi um ato do regime com a finalidade de "servir de exemplo à juventude da época", já que a cantora alegou que tinha deixado de usar drogas por causa da gravidez e que o que foi encontrado na época seriam restos usados por amigos e frequentadores da casa.[35] Mesmo assim, ela foi condenada e ficou um ano em prisão domiciliar, precisando de permissões especiais do juiz para sair de casa e fazer shows. Abalada e sem dinheiro, compôs com Paulo Coelho a polêmica "Arrombou a Festa" — música que criticava o cenário da MPB da época — cujo compacto vendeu mais de 250 mil cópias.[36]

Com o namorado definitivamente incorporado à banda, Rita fica livre da prisão domiciliar e, mesmo grávida, sai em turnê com Gilberto Gil. O show, denominado Refestança, foi registrado em disco, mas, segundo a própria cantora, resgatou apenas 30% da atmosfera do show. Beto Lee, primeiro filho da artista, nasce em 1977, seguido por João em 1979, e Antônio em 1981.[37]

Em 1978, a banda lança o disco Babilônia, que produziu os singles bem-sucedidos "Jardins da Babilônia", "Agora é Moda" e "Eu e Meu Gato". Outro destaque do disco foi a futurista "Miss Brasil 2000". Apesar de já conter influências da música disco e do pop, fruto da participação de Roberto de Carvalho, Babilônia tem sido considerado por muitos como o último disco verdadeiramente de rock de Rita. Depois do lançamento deste, a banda desfez-se. Carlini, insatisfeito com sua posição secundária, resolve deixar o grupo e leva consigo o nome "Tutti Frutti", o qual havia sido registrado por ele. Assim, Rita reformulou a banda e colocou na estrada o show "Rita Lee & Cães e Gatos", nome dado devido às brigas internas durante os ensaios. Esse show deu origem a um dos primeiros álbuns piratas do Brasil, hoje, artigo de colecionador.[27]

Início da parceria com Roberto de Carvalho (1979–90)

Letra da música "Papai Me Empresta o Carro", de 1979, vetada pela Censura Federal.
Em 1977, Rita já havia manifestado desgosto pelos radicais do rock e da MPB, dizendo que não se considerava uma roqueira radical.[36] A partir de 1979, Rita e Roberto começam a fazer discos e shows juntos — num formato "dupla dinâmica" — e inauguram uma fase superpop, de enorme empatia popular.[38] Acontecem então espetáculos e diversos especiais para a TV Globo. O primeiro trabalho em disco da dupla foi o álbum Rita Lee, de 1979, com os sucessos "Mania de Você", "Chega Mais" e "Doce Vampiro".[39]

O disco seguinte, Rita Lee, de 1980, é mais conhecido pelo seu hit "Lança Perfume". Do repertório, também fazem parte canções como "Baila Comigo", "Nem Luxo, Nem Lixo", "Ôrra Meu", "Shangrilá" e "Bem-Me-Quer". O então príncipe Charles da Inglaterra passa-se por excêntrico ao dizer que sua cantora favorita seria Rita Lee.[40] Em 1981, gravam o álbum Saúde, com a faixa-título, "Atlântida", "Banho de Espuma", e "Mutante".[27]

Rita participou do especial Mulher 80 (TV Globo, 1979). O programa, dirigido por Daniel Filho, exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então, abordando esta temática no contexto da música nacional.[27]

Em 1982, lançou Rita Lee e Roberto de Carvalho, com "Flagra", "Só de Você", "Vote em Mim", "Barata Tonta" e "Cor de Rosa Choque".[27] Bombom (1983) teve os hits "Desculpe o Auê" e "On the Rocks" e ainda como temas de novela "Raio X" e "Bobos da Corte". Rita e Roberto (1985) trouxe "Vírus do Amor", "Yê Yê Yê", "Noviças do Vício" e "Vítima".[27] Neste mesmo ano, apresenta-se na primeira edição do Rock in Rio, apresentação que marca sua volta aos palcos após dois anos.[41] Ainda em 1985, Rita participa como uma das juradas do Festival dos Festivais, em que foi júri ao lado de personalidades como Marcelo Tas e Malu Mader.[42]

Flerte Fatal chega em 1987 com "Bwana", "Xuxuzinho", "Brazix Muamba" e "Pega Rapaz".[27] O álbum precedeu uma turnê onde Rita se despediu de shows em grandes ginásios, percorreu todo o país, finalizando com shows na Europa e Estados Unidos em 1988. Zona Zen veio em 1988 com "Livre Outra Vez", "Independência e Vida", "Zona Zen" e "Nunca Fui Santa". Rita ainda passa por intervenções cirúrgicas na época: uma devido a calos nas cordas vocais e outra na face, devido a um acidente de carro.[43]

Em 1990, lança o álbum Rita Lee e Roberto de Carvalho, que teve entre suas faixas a música "Perto do Fogo" (composição de Rita e Cazuza) e também "La Miranda" — uma ode à Carmen Miranda, que foi tema de abertura da telenovela Lua Cheia de Amor — e "Esfinge".[43]

Carreira solo e retorno de Roberto (1991–03)
Em 1991, Rita separou-se profissionalmente de Roberto, iniciando a bem-sucedida turnê voz e violão Bossa 'n' Roll. No mesmo ano, estreou o TVleezão, seu programa na MTV Brasil.[44] Em seguida, lança o disco Rita Lee em 1993, dedicado a um rock'n'roll mais purista. O casal só viria a dividir o palco novamente em 1995, durante a turnê do álbum A Marca da Zorra.[27]

Rita Lee durante apresentação no Vivo Rio em 31 de janeiro de 2009
Ainda em 1995, a música "Vítima" foi tema de abertura da novela A Próxima Vítima. Em dezembro de 1996, Rita realizou seu casamento civil com Roberto de Carvalho, passando a assinar Rita Lee Jones de Carvalho. Em 1997, lança o álbum Santa Rita de Sampa, com "Dona Doida", que foi tema de abertura da novela Zazá. O álbum possui ainda "Homem Vinho", uma homenagem para Caetano Veloso. Em 1998, lança seu Acústico MTV, com a participação de Cássia Eller em "Luz del Fuego", Paula Toller na canção "Desculpe o Auê", Titãs em "Papai, Me Empresta o Carro" e Milton Nascimento em "Mania de Você".[27]

Em 2000, lança o álbum 3001, que teve faixas escritas com Tom Zé e Itamar Assumpção, além dos sucessos "Erva Venenosa", "Pagu", "O Amor em Pedaços" e sua faixa-título (uma continuação da canção "2001", dos Mutantes). A turnê internacional que durou de 2000 a 2001 ganhou um especial de fim de ano na Rede Bandeirantes, contando com as participações de Caetano Veloso, Zélia Duncan, Paula Toller e Pato Fu.[45][46]

Logo após, Rita grava um CD com releituras de clássicos dos Beatles. O álbum é lançado como Aqui, Ali, Em Qualquer Lugar — no exterior, Bossa'n Beatles — misturando bossa nova, rock e inspirações no forró. A roqueira então inicia a turnê internacional Yê Yê Yê de Bamba que durou de 2001 a 2002, percorrendo Brasil, Estados Unidos e alguns países da América Latina, como a capital argentina Buenos Aires, onde fez apresentações como na casa de shows Luna Park, no que foi considerada a consagração de sua carreira na Argentina.

Em 2001 e 2002, lança dois álbuns de compilação, Para Sempre e Novelas, sendo este último somente faixas suas que ficaram famosas como aberturas de telenovelas.[47] Ainda em 2002, torna-se parte do elenco principal do programa da GNT Saia Justa, ao lado de Fernanda Young e Marisa Orth. Em 2003, lança o álbum Balacobaco, com a famosa faixa "Amor e Sexo".[27]

Reza e aposentadoria (2010–14)

Rita Lee em 2011.
Em 2010, iniciou sua nova turnê, que estreou em Belo Horizonte, na qual cantou sucessos que estavam fora de seu repertório. O show percorreu várias cidades do Brasil como São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro, além de ter passado por Buenos Aires, com apresentação no teatro Gran Rex. Em 2012, Rita anuncia sua aposentadoria dos palcos em seu show de estreia no Circo Voador no Rio de Janeiro, devido à sua fragilidade física: "Me aposento dos shows, mas da música nunca", explicou a cantora no seu Twitter.[48]

Em janeiro de 2012, durante o que seria a última apresentação, no Projeto Verão em Sergipe, Rita expressou sua indignação com a ação da polícia militar, que agiu de modo agressivo com seu público.[49] Acusada de desacato à autoridade, a cantora foi encaminhada a uma delegacia após o show para prestar depoimento, porém liberada em seguida.[50][51] A cantora alegou ter falado pelo "calor das emoções", e por ter achado a ação dos policiais "truculenta e desnecessária".[52]

No Carnaval de 2012, desfilou pela escola de samba paulista Águia de Ouro, cujo tema foi a Tropicália. Desfilaram também outros cantores do movimento, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, além de cantores como Wanderléa, Cauby Peixoto e Angela Maria. Rita homenageou a atriz Leila Diniz no desfile.[27]

Após alguns anos sem gravar músicas inéditas, tendo seu último álbum sido Balacobaco, em 2003, Rita anuncia o lançamento de seu então novo álbum, Reza. Em fevereiro de 2012, ela lança "Reza", o primeiro single promocional do álbum. Pouco tempo após seu lançamento, a canção ultrapassou o sucesso "Ai, Se Eu Te Pego", de Michel Teló, no número de downloads do iTunes Brasil.[53] No mês seguinte, a música entrou para a trilha sonora da telenovela Avenida Brasil, da TV Globo.[54]

Em novembro de 2012, fez um show que marcou sua volta aos palcos, com apresentação no Green Move Festival, no qual também se apresentaram as bandas Titãs e Jota Quest. Na apresentação, a cantora causou nova polêmica ao abaixar a calça e virar-se para o público.[55] Em janeiro de 2013, participou do show que fez parte da comemoração dos 459 anos da cidade de São Paulo, no vale do Anhangabaú. "Daqui eu não saio", disse Rita, sobre a cidade onde nasceu.[56]

Em abril de 2013, concede uma rara e franca entrevista a revista Marie Claire, em que diz que o grande tabu da mulher atual é o envelhecimento. "Para envelhecer com dignidade, a mulher tem de ter desapego. É muito complexo!".[57] Em março de 2014, decide deixar de pintar os icônicos cabelos vermelhos e assumir os fios grisalhos. "Quero ficar anônima", disse ela.[58]

Outros projetos (2014–23)
Em 2014, foi homenageada com o musical de teatro Rita Lee Mora ao Lado, baseado no livro homônimo de Henrique Bartsch e estrelando Mel Lisboa.[59][60] Rita assistiu ao musical e elogiou a performance de Mel, que caiu no choro ao ver a cantora na plateia.[61] A atriz ainda ganhou o prêmio Quem de melhor atriz de teatro. Emocionada, ela fez o discurso chorando ao assistir a um vídeo de Rita durante a premiação, a parabenizando pela conquista.[62]

Em 2015, chegou as lojas uma caixa com 20 álbuns de sua discografia e um CD com raridades.[63] Em 2016, foi lançada sua autobiografia Rita Lee: uma autobiografia, pela Globo Livros.[64] O lançamento foi em São Paulo.[65] Rita concedeu uma entrevista sobre o livro e sobre sua vida mais reclusa: "O maior luxo da vida é dar amor aos bichos e ter uma horta”.[66] Além de tornar-se um dos títulos mais vendidos do país, o livro colecionou críticas elogiosas. A artista foi agraciada pela APCA como melhor autora de 2016 e também pelo Grande Prêmio da Critica, por seus serviços prestados à música.[67]

Em 2021, foi lançada "Change", canção com parceria de Roberto de Carvalho e Gui Boratto, sua primeira música inédita em oito anos. A faixa integrou a trilha sonora da telenovela Um Lugar ao Sol.[68] Em 2022, na 23ª edição do Grammy Latino, Rita foi laureada com um Lifetime Achievement Award, que homenageia "artistas que fizeram contribuições significativas à indústria fonográfica". A cerimônia, ocorrida no mês de novembro, contou com a participação de nomes como Luísa Sonza, Giulia Be, Paula Lima e Manu Gavassi.[69]

Em 2023, a artista anunciou o lançamento do livro Rita Lee: outra autobiografia, também pela Globo Livros. No livro, ela narra detalhes de seu tratamento contra um câncer de pulmão, diagnosticado em 2021.[70]

Vida pessoal
Família

Beto Lee em 2009, o primeiro filho de Rita Lee
Em 1976, começou um relacionamento amoroso com o guitarrista Roberto de Carvalho que, até o fim da carreira de Rita, foi o parceiro da maioria de suas canções. Tiveram três filhos. Beto Lee, primeiro filho da artista, nasce em 1977, seguido por João em 1979, e Antônio em 1981.[37] Rita era vegana e defensora dos direitos dos animais.[71]

Problemas de saúde
Em 1996 sofreu uma queda da varanda no segundo andar de seu sítio, esfacelando o côndilo maxilar, o que levou a uma cirurgia para colocação de pinos de titânio.[72][73] Depois da cirurgia bem-sucedida e diante da possibilidade de retomar sua carreira, Rita ter-se-ia comprometido a largar as drogas e as bebidas alcoólicas, o que, segundo uma declaração da cantora ao programa Fantástico, da TV Globo, só o fez totalmente em janeiro de 2006, depois de procurar ajuda numa clínica de reabilitação, a que ela chama de "hospício", conseguindo frequentar palestras e fazer tratamento, obtendo êxito.[74] Em maio de 2012, Rita declarou sofrer de transtorno bipolar.[75]

Câncer de pulmão e morte
Em maio de 2021, ao realizar um exame de saúde de rotina, foi diagnosticada com um tumor primário no pulmão esquerdo, aos 73 anos de idade.[76][77] Em abril de 2022, os exame feitos pela artista já não detectaram mais a presença do tumor, apelidado por ela de "Jair" em referência ao então presidente Jair Bolsonaro.[78][79][80]

Em fevereiro de 2023, Rita foi internada no hospital Albert Einstein, em São Paulo, em estado "extremamente delicado".[81] Algumas horas após a informação ser divulgada, o marido da cantora, Roberto, disse em suas redes sociais que a internação seria "para exames e avaliações", e pediu privacidade.[82] No início de março, o filho da cantora, João Lee, disse em suas redes sociais que a mãe estava bem, tranquilizando os fãs.[83] No mesmo mês, Rita obteve alta do hospital.[84]

No dia 8 de maio de 2023, seu estado de saúde piorou novamente e Rita morreu cercada de sua família, em seu apartamento em São Paulo.[85] Sua família anunciou que seu velório ocorreria no Planetário do Ibirapuera em 10 de maio, sendo aberto ao público.[86][87][88] O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, decretou luto oficial de três dias em pesar pelo seu falecimento. "Uma artista a frente do seu tempo. Julgava inapropriado o título de rainha do rock, mas o apelido faz jus a sua trajetória", afirmou em nota.[89]

Outros trabalhos
Rádio
Após o rompimento de seu contrato com a Som Livre, em 1986, Rita dedica-se — com a parceria do amigo escritor Antonio Bivar — a um programa de rádio, Rádioamador na 89 FM A Rádio Rock, que escreve e apresenta, adotando o nome Lita Ree, e interpreta vários personagens.[90]

Literatura
Entre 1986 e 1992, escreveu quatro livros infantis, tendo como protagonista o rato cientista Dr. Alex.[91] Em 2013, publicou o livro Storynhas, ilustrado por Laerte.[92][93] Em 2017, lançou um livro de contos chamado Dropz[94] e em 2019 lançou a obra infantil Amiga Ursa: uma história triste, mas com final feliz.[95]

A cantora também lançou a sua primeira autobiografia em 2016 chamada Rita Lee: uma autobiografia[96], o livro de foto FavoRita em 2018[97] e em 2023 foi lançada a sua segunda obra autobiográfica intitulada Rita Lee: outra autobiografia.[98]

Televisão
Em Os Trapalhões (1977) interpretou uma fotógrafa num concurso de miss. Em Top Model (1989), escrita por Walther Negrão e Antônio Calmon, interpretou Maria Regina, a esotérica Belatrix, uma das ex-mulheres do surfista Gaspar, interpretado por Nuno Leal Maia. Em Vamp (1991), também escrita por Calmon, Rita era a roqueira-vampira Lita Ree, amiga da protagonista Natasha, interpretada por Cláudia Ohana. Ainda no ano de 1991, Rita ganhou um programa na MTV Brasil intitulado TVleezão.[99]

Em 1997, participou do sitcom Sai de Baixo, no episódio "Presepada de Natal", como Scarlet Antibes, uma prima do personagem Caco Antibes, interpretado por Miguel Falabella. Em 2002, passa a co-apresentar o programa de televisão Saia Justa, no canal pago GNT (Globosat), ao lado de Mônica Waldvogel, Marisa Orth e Fernanda Young, Rita se despediu do programa em 2004. Em Celebridade (2003), fez uma participação especial como ela mesma e contracenou com Maria Clara, interpretada por Malu Mader.[99]

Em 2005, comandou, ao lado do marido Roberto de Carvalho, o talk show Madame Lee também transmitido pela GNT. Em 2010, foi convidada pelo diretor Jorge Fernando para regravar seu sucesso de 1985, Ti Ti Ti. A música foi usada na abertura do remake da novela no horário das 19 horas. Rita fez uma participação no último capítulo da novela, fazendo um show, cantando a música de abertura da novela.[99] Em 2017, participou do documentário Laerte-se, da Netflix

https://pt.wikipedia.org/wiki/Rita_Lee

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Rita Lee Jones's Timeline

1947
December 31, 1947
São Paulo, São Paulo, State of São Paulo, Brazil
1977
March 21, 1977
São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brazil
2023
May 8, 2023
Age 75
Vila Mariana, São Paulo, São Paulo, Brazil
May 10, 2023
Age 75