Salvador Quaresma Dourado, I

Nascido em torno de 1657, justamente quando seu pai ferido de duas flechadas e com perigo de morte, se retira do embate e por fim da guerra holandesa, faz testamento onde nomeia a Salvador, seu filho mais velho, por herdeiro da propriedade do ofício de Provedor da Fazenda Real e Provedor dos defuntos e ausentes da Capitania da Paraíba. A 20/09/1669 passa-se Alvará garantindo a propriedade dos ditos ofícios para Salvador Quaresma Dourado, a pedido da viúva Maria Dourado de Bulhões, para os tomar quando tivesse idade, conforme os regulamentos. A 13/02/1682, Salvador Quaresma Dourando alegando ter a maioridade de 25 anos, solicita encartar-se e ser capaz de exercer os ofícios como seu pai exercera.

Serviu por 52 anos o mesmo cargo, fez grandes inimizades, prestou grandes serviços reais, e morreu pobre.

Nobiliarchia Pernambucana, de Antonio Jose Victoriano Borges da Fonseca. Coleção Mossoroense, serie C, volume 819, 1992.

JABOATÃO, A. DE S. M. Catálogo genealógico das principais famílias: que procederam de Albuquerques, e Cavalcantes em Pernambuco, e Caramurus na Bahia, tiradas de memorias, manuscritos antigos e fidedignos, autorizados por alguns escritores, e em especial o Theatro Genealógico de D. Livisco de Nazáo Zarco e Colona, aliás Manoel de Carvalho de Atahide, e acrescentado o mais moderno, e confirmado tudo, assim moderno, como antigo com assentos dos livros de baptizados, cazamentos, e enterros, que se guardam na Camara Ecceziastica da Bahia. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, tomo LII, parte 1, 1889.

165- Engenho Cunhaú – Invocação de Nossa Senhora da Purificação - do genealogista Fábio Arruda de Lima. Capitão Salvador Quaresma Dourado, faleceu em 14/3/1733, Provedor da Fazenda Real da Paraíba, casado com Barbara da Camara de Albuquerque, filha de Matias de Albuquerque Maranhao e Isabel da Camara.

[AHU_ACL_CU_014, Cx. 3\Doc. 190 (1) de 10 de Outubro de 1694.] Para além dos cargos de Provedor da Fazenda Real da Paraíba e de Provedor dos Defuntos e Ausentes, também acumulou o cargo de Juiz das Causas dos Homens do Mar que vão ao porto da Paraíba. Estes dois últimos foram separados do de Provedor da Fazenda na mesma data, 1690.

[AHU_ACL_CU_014, Cx. 2\Doc. 163 (1) de 5 de Novembro de 1689.] Salvador Quaresma Dourado viu o Título de Provedor da Fazenda Real de que era proprietário confirmado mas o Título de Provedor dos Defuntos e Ausentes retirado em 5 de Novembro de 1689, por compensação de 30.000 reis de mercê ordinária em sua vida.

[AHU_ACL_CU_014, Cx. 8 Doc. 696 (1) (Paginas 1-12)] Consta que o dito Provedor não deixou filho macho algum a quem compita a sucessão de sua casa, o qual ocupou e exerceu o cargo de Provedor, e Contador da Fazenda Real, e Juiz da Alfândega, Mar e Direitos Reais, Juiz Conservador do Contrato do Sal, e do Fisco, Vedor Geral da Gente de Guerra até o tempo em que faleceu, havendo servido cinquenta e dois anos sem nota em seu procedimento (...) E me consta mais que por seu falecimento deixou tão poucos e limitados bens que para poder ser sepultado com o funeral competente à sua pessoa e cargo que ocupava lhe fizeram os religiosos e mais pessoas eclesiásticas o enterro e sufrágios pelo amor de Deus (gratuitamente).

"Siará Grande- Uma Província Portuguesa no Nordeste Oriental do Brasil"- do autor Francisco Augusto de Araújo Lima, volume I página 149.