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About Vicente da Fontoura
Antônio Vicente da Fontoura (Rio Pardo, 16 de junho de 1807 — Cachoeira do Sul, 20 de outubro de 1860) foi um político, diplomata e comerciante brasileiro. Principal líder civil da República Rio-Grandense, negociou a paz de Ponche Verde, que reintegrou o Rio Grande do Sul ao Brasil.
Origens
Filho do agrimensor português Eusébio Manuel Antônio Gonçalves e de Vicência Cândida da Fontoura, nasceu em Rio Pardo em 16 de junho de 1807 (em seu diário, no entanto, Fontoura diz ter nascido em 8 de janeiro de 1807). Sem condições financeiras de dedicar-se a suas pretensões acadêmicas e literárias, empregou-se ainda adolescente numa casa comercial de Rio Pardo.
Em 1826, mudou-se para Cachoeira do Sul, onde continuou a trabalhar como empregado do comércio. Aos 22 anos de idade, abriu seu próprio negócio, que se transformaria em poucos anos no maior estabelecimento varejista do vale do Jacuí.
Fontoura iniciou sua carreira política em 1830, elegendo-se vereador de Cachoeira do Sul pelo Partido Liberal. Em 1831, foi nomeado procurador fiscal da Câmara Municipal. Em 1832, recebeu a patente de capitão da recém-criada Guarda Nacional, sendo promovido pouco depois a major. Reeleito vereador, exerceu também as funções de juiz de paz e de juiz ordinário em Cachoeira, cargo que ocupava quando da eclosão da Revolução Farroupilha em 1835.
Líder farroupilha
Como negociante ligado aos interesses pecuários do Rio Grande do Sul, Fontoura estava entre os maiores críticos da política comercial do então governo central brasileiro, que favorecia as zonas exportadoras de commodities tropicais em detrimento do modelo econômico gaúcho, voltado quase que exclusivamente às necessidades do mercado doméstico. Além disso, na condição de maçom e de admirador de Jean-Jacques Rousseau e Voltaire, nutria forte antipatia pelo regime monárquico brasileiro.
Com a deflagração da Guerra dos Farrapos, em 20 de setembro de 1835, aderiu imediatamente às forças rebeldes, e assumiu o comando das milícias de Rio Pardo e Cachoeira do Sul.
No início de 1841, Fontoura chefiou a missão diplomática da República Rio-Grandense a Montevidéu, ocasião em que selou a aliança entre os farroupilhas e o governo do Presidente uruguaio Fructuoso Rivera, de quem se tornaria amigo pessoal. Nomeado Ministro da Fazenda em dezembro de 1841, promoveu o saneamento das contas da República e realocou verbas para o esforço de guerra -- em contraste com as diretrizes orçamentárias mais ambiciosas de seu antecessor, Domingos José de Almeida.
Eleito Deputado à Assembléia Constituinte do Alegrete (1842-43), Fontoura tornou-se o líder do bloco de oposição ao grupo militar encabeçado por Bento Gonçalves e Antônio de Sousa Neto.
Apesar de suas convicções republicanas, Fontoura não era um defensor da manutenção da guerra e da independência do Rio Grande do Sul a qualquer custo, e convenceu-se de que um esforço diplomático seria preferível à escalada militar do conflito, o que poderia agravar ainda mais o frágil quadro econômico gaúcho.
Negociador da Paz de Ponche Verde
Em fins de 1844, depois de fazer prevalecer seu ponto de vista contrário ao prosseguimento da guerra, Fontoura foi escolhido pelo governo rio-grandense para conduzir as negociações de um tratado de paz com o governo central brasileiro. Enviado ao Rio de Janeiro, conseguiu negociar os termos de acordo que possibilitaria a reintegração pacífica e honrosa do Rio Grande do Sul ao Brasil.
Durante sua permanência na então capital imperial, de 12 a 19 de dezembro de 1844, Fontoura -- não obstante os objetivos conciliadores da missão que chefiava -- fez questão de recusar participação em cerimônia de beija-mão ao Imperador Pedro II. Em seu diário, Fontoura observa que "ele [Pedro II] veio hoje [15 de dezembro de 1844] à corte para dar-me beija-mão; recusei e continuarei a recusar enquanto não for brasileiro".
De regresso ao Rio Grande, Fontoura empreendeu périplo pelos territórios sob controle farroupilha a fim de explicar às lideranças locais os termos do acordo de paz. Firmado em 1º de março de 1845, o Tratado de Paz de Ponche Verde concedeu anistia para os líderes republicanos rio-grandenses, concedeu compensações financeiras para o Rio Grande do Sul e garantiu a emancipação de todos os escravos que serviram no Exército Rio-Grandense.
Últimos anos
Terminada a revolução, Fontoura voltou a dedicar-se ao comércio e à política em Cachoeira do Sul. Chefe local do Partido Liberal, foi vítima de atentado durante as eleições municipais de 8 de setembro de 1860, em plena Catedral de Nossa Senhora da Conceição, falecendo algumas semanas mais tarde em decorrência dos ferimentos sofridos[. Os mandantes do crime, lideranças locais do Partido Conservador, não chegaram a ser julgados, e apenas o executor, o escravo liberto Manuel Pequeno, foi condenado.
Família e legado
“Ó patria sempre amada,
todo teu sempre serei; desta glória sou contente, que a ti só me dediquei” — trecho de poema de Antônio Vicente da Fontoura, dedicado ao Rio Grande do Sul em 11 de março de 1845
Fontoura casou-se em 1829 com Clarinda Francisca Gomes Porto, irmã do político e militar José Gomes Portinho. Seu genro Miguel Cândido da Trindade foi o primeiro Presidente da Câmara de Cachoeira do Sul após a elevação da localidade à categoria de cidade. Fontoura é avô do poeta e diplomata Antônio Vicente da Fontoura Xavier e bisavô do político Clóvis Pestana (1904-2001), prefeito de Porto Alegre e Ministro dos Transportes nos Governos Dutra e Quadros.
Apesar de sua importância para a República Rio-Grandense e para o desfecho da Guerra dos Farrapos, Antônio Vicente da Fontoura não recebeu o devido reconhecimento dos políticos e historiadores que transformariam a revolução de 1835, sobretudo a partir da proclamação da república no Brasil em 1889, numa espécie de "mito fundador" do estado do Rio Grande do Sul. Pesaram para tanto sua oposição política e forte antipatia pessoal por Bento Gonçalves, descrito inúmeras vezes no diário de Fontoura como um administrador inábil e um militar incompetente (Fontoura refere-se a Gonçalves pelos apelidos pejorativos de "Bambaquerê" ou "Bambá").
Ao lado da Paz de Ponche Verde, o diário -- escrito entre 1º de janeiro de 1844 e 22 de março de 1845 -- talvez seja o principal legado histórico de Antônio Vicente da Fontoura, o único grande líder farroupilha a deixar documento dessa natureza. Com suas minuciosas descrições e análises da fase final da revolução, constitui fonte primária fundamental para a compreensão da fase final Guerra dos Farrapos.
Fonte: WP
(2)(Data Nascimento podera ser:08/07/1807)
Desde o começo de sua vida pública Antonio Vicente da Fontoura se identificou com os movimentos políticos que tiraram nosso país da condição de colonia e, depois, forçaram a abdicação do Imperador Pedro I (1831). Comerciante, líder de sua classe, cedo integrou-se nessa corrente de opinião e chegou a chefiar o Partido Liberal, de Cachoeira do Sul. Na representação do povo cachoeirense desempenhou muitos cargos relevantes, como vereador com mais de uma legislatura, de Procurador Fiscal da Câmara, de Juiz de Paz, de Juiz Ordinário, de Chefe de Polícia, etc,
Antes do início da revolta de 1835 estava ativo, aliciando amigos por cartas e proclamações e logo, de armas na mão guerreou pela campanha rio-grandense para defender o movimento revolucionário, comandando forças como capitão da Guarda Nacional e, depois, como major de legião e esquadrão.
Embaixador Farroupilha em 25/02/1845 e enviado a capital com as "Doze Concessoes" Tratado de Paz de Ponche Verde.
Vicente da Fontoura's Timeline
1807 |
June 16, 1807
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Rio Pardo, Rio Grande do Sul, Brazil
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1832 |
December 2, 1832
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Cachoeira do Sul, RS, Brazil
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1844 |
1844
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Passo Fundo, RS, Brazil
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1860 |
October 20, 1860
Age 53
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Cachoeira do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
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1892 |
1892
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State of Rio Grande do Sul, Brazil
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