"A Independência do Brasil" - Participantes e seus descendentes.
APRESENTAÇÃO
A “GUARDA DE HONRA” de D. Pedro I, é anterior à INDEPENDÊNCIA. Surgiu da necessidade de proteger a pessoa do Príncipe Regente, de garantir sua liberdade de ação e prestigiar sua autoridade contra pressões, incidiosas ou violentas, que aqui e na Europa ameaçavam cassar as conquistas já obtidas pelo Brasil, com o intuito de fazer voltar nossa terra a triste condição de colônia. As forças malsans que ameaçavam nossos anelos de liberdade, eram as ”Cortes” em Lisboa, e a insubordinada, insolente e provocadora divisão portuguesa comandada pelo General Avilez, estacionada no Rio de Janeiro. Em 12 de janeiro de 1822, D. Pedro, invocando o brasileirismo dos paulistas, seu amor à ordem e a tranquilidade pública, chamou-os para a Côrte, onde se achava a braços com a indisciplina e anarchia da divisão lusitana, assanhada contra a população, e já a 24 desse mesmo mês, 1.100 homens sob o comando do tenente-coronel Bernardo José Pinto Gavião, marchavam para o Rio de Janeiro, com a colaboração voluntaria também de oficiais paulistas, como o Cel. Joaquim Mariano Galvão de Moura Lacerda, dos majores José Rodrigues de Oliveira Neto, Manoel José Ribeiro, Alferes Thomaz de Aquino e Castro e do cadete Francisco de Castro Canto e Mello. A chegada dessa tropa permitiu ao Príncipe, agindo com prudência e energia compelir Avilez a deixar o Brasil com suas tropas, embarcando-as em 15 de Fevereiro, por força da portaria de 30 de janeiro, ratificada pessoalmente pelo Príncipe, que a borodo da fragata “UNIÃO”, em 12 de Fevereiro assim respondeu às dilações propostas por Avilez: “Já ordenei, e si não executarem amanhã, começo a lhes fazer fogo”;
Presente ao episódio máximo de 7 de Setembro, a “Guarde de Honra”, participou também das cerimônias de “Aclamação em 12 de Outubro, como noticiou o jornal “O Espelho”; “pelas dez horas da manhã saiu Sua Majestade Imperial acompanhado de Sua Esposa e da Sereníssima Princeza D. Maria da Gloria, do Paço da Bôa Vista, com o trem seguinte: Precedia a Guarda de Honra de Sua Majestade, composta de Paulistas e Fluminenses e por batedores dous exploradores e oito soldados da mesma Guarda. Seguiam-se trez moços de estribeira, sendo um índio, outro mulato e o terceiro negro. Ia depois o coche que conduzia Suas Majestades o Imperador e a Imperatriz e a Sereníssima Princeza, sendo puxado a oito cavalos, tendo ao lado quatro moços de estribeira. Acompanhava a Guarda de Honra, comandada pelo seu chefe, o Coronel Antonio Leite Pereira da Gama Lobo”.
Entretanto, só a 1º de Dezembro de 1.822, dia da Sagração e Coroação de S. Pedro I, foi institucionalizada a “Guarda de Honra”, divididos os voluntários a cavalo em três esquadrões: do Rio de Janeiro, São Paulo (reunião em Taubaté) e Minas Gerais (reunião em São João Del Rey), “para memorizar o amor e fidelidade dos primeiro alistados na mesma Guarda, descendo voluntariamente de São Paulo” quando da crise provocada pela insubordinação da divisão de Avilez.
Novamente D. Pedro I, iria manifestar sua gratidão a São Paulo e aos paulistas, na mensagem dirigida à Assembléia Constituinte, em 3 de Maio de 1.823, assim se referindo a São Paulo: “a nossa independência lá foi primeiro que em parte alguma proclamada no sempre memorável sitio do Ipiranga. Foi na pátria do fidelíssimo e nunca assás louvado Amador Bueno da Ribeira, onde pela primeira fez fui aclamado Imperador”.
Agora, por ocasião do sesquicentenário da Independência, quis o benemérito genealogista e historiador Cel. Salvador de Moya, relembrar os nomes gloriosos dos Guardas de Honra que ajudaram a faze-la, publicando a relação de seus descendentes conhecidos.
Obra Meritória que constitui notável contribuição para a história da Pátria. Dr. Pedro Rodovalho Marcondes Chaves Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Fonte: Fonte: “Descendentes de Participantes da Indepêndencia do Brasil.” Por Salvador de Moya, ano 1972, Biblioteca Genealógica Brasileira vol.14.